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sábado, 28 de dezembro de 2013

O HOMEM, A MULHER E SUAS DIFERENÇAS


     Muitos homens deduzem que são mais racionais que as mulheres; acham eles que pensam a partir da mente (cérebro) e elas através do coração; assim concordam muitos homens e não todas as mulheres, que essa é a causa delas serem mais emotivas que eles. Não me parece bem fundamentados e informados os que assim pensam. Biologicamente, nossas diferenças são apenas em gênero. Tanto o coração como o cérebro de ambos cumprem as mesmas funções: o coração bambeia o sangue para irrigar todo o organismo mantendo-o em condição de cada órgão cumprir sua função vital; o cérebro, órgão irrigado pelo coração, é o centro nervoso que controla todas as funções orgânicas, sejam elas físicas, emocionais e psíquicas. É por meio de comandos e ligações neurônicas contidas no cérebro que pensamos, agimos, planejamos, aprendemos, organizamos o pensamento e temos consciência de que somos conscientes. Mas a questão é, por que grande parte da população, independente de grau de formação ainda acham que o coração é o centro das emoções? Penso que isso se dá devido às alterações na frequência cardíaca diante de certas situações psicossomáticas que enfrentamos no dia a dia. O coração é o único órgão autônomo, que tem sua frequência funcional alterada diante das diversidades da vida, e, por essas alterações serem mensuradas facilmente, deduz-se, erroneamente, que ele seja o centro das emoções, meio pelo qual expressamos nosso amor, ódio e tudo o mais que somos. Pois, o coração, além bombear o sangue para nos manter vivos, é também o indicador de que algo está errado no corpo, como ele é o responsável para manter o corpo com vida e saúde, nada mais lógico que deduzir seja ele o responsável direto por nossas emoções. Mas, com os avançados estudos no corpo humano, incluindo as emoções e processos cognitivos, está provado cientificamente que o cérebro, casa da mente, é o órgão que processa e controla todo o organismo. Nossa vontade controla muito pouco das funções orgânicas. A consciência é uma pequena parte do universo cerebral, muitas de suas funções dão-se independentemente da consciência do indivíduo. Por exemplo: O pensamento, ele aparece para mim quando eu quero, ou não depende do meu querer? Ele aparece por meio dos sentidos, depois, conscientemente posso querer ou não pensar sobre o que apareceu à consciência. Então, dialogar com o outro formulando sentenças gramaticais utilizando-se dos conceitos coração e alma, para nós brasileiros é uma questão cultural, e como tal, não será em pouco tempo que vamos nos livrar dessa cultura, mesmo estando consciente desse aprendizado “falacioso”.
     Tanto os homens como a mulheres são racionais, pensão e organizam tudo por meio da razão ou cérebro. Achar que o homem é mais racional que sua companheira é um equívoco que precisa ser superado por grande parte da humanidade. A capacidade intelectual de ambos são iguais; Além da justificativa acima, a cultura machista e patriarcal têm colaborado para a manutenção desse equívoco milenar. Outra possibilidade para pensar assim pode ter sua causa nas divisões de tarefas, até pouco tempo atrás o homem era o responsável para providenciar o sustento da família, e, à mulher, cabia-lhe, cuidar dos deveres da casa e da educação dos filhos, assim, “deduziam os homens”, que as mulheres não precisavam pensar, uma vez que eles eram quem tinham que pensar o que fazer para providenciar o sustento. Pode haver outras possibilidades de causas para muitos ainda pensarem assim, mas, as apresentadas são suficientes para deduzirmos que nossas diferenças são apenas em gêneros, e não intelectuais.
     As literaturas antigas, de modo geral, priorizam o coração e não a mente como a raiz de todos os sentimentos bons e ruins, tanto é que os apelos são feitos para as pessoas entregar-se de todo o coração e alma. Ambos, coração e alma, são conceitos elevados às funções destacadas pela tradição cultural e filosófica, porém, nem por isso faz deles verdades inquestionáveis, livres de erros. Quanto ao coração, já vimos sua diferença com relação ao cérebro; a alma, além do corpo, não existe; é apenas uma teoria filosófica elaborada por Platão que o cristianismo medieval adotou como verdade para justificar a imortalidade da alma em relação à mortalidade do corpo, dando assim base para a teologia espiritualista da reencarnação; levando as pessoas a crerem nessa hipótese filosófica como se fosse uma verdade bíblica. Muitos podem questionar: Se Jesus é o mestre dos mestres por excelência, por que Ele também apelava ao coração e não à mente? Simples: Porque Ele também nasceu inserido em uma cultura como qualquer um de nós. Mas os questionamentos podem continuar: Se a bíblia é a verdade revelada, por que Deus não corrigiu esses equívocos por meio das revelações dadas aos profetas? Simples: Porque Deus respeita as diferenças culturais da humanidade, provando assim, que a bíblia é um livro de origem divino-humano.  
     Independentemente de gênero, o ‘EU’ feminino e masculino impera em nosso egoísmo fazendo com que nos sintamos autos suficientes, aptos a questionar qualquer coisa que queira mudar ou redirecionar nossa visão de mundo, seja política e/ou religiosidade. Está em nós o querer ser segundo o ‘EU’, a minha vontade. Eva, no Éden, foi escolhida por Satanás para ser tentada e enganada; após um pequeno diálogo ela decidiu querer ser igual a Deus sem se aconselhar com seu companheiro Adão. Assim, o pecado entrou no planeta Terra. Adão, após estar consciente do pecado da esposa, conscientemente decidiu selar seu ‘EU’ ao ‘EU’ de sua companheira, e assim, ambos pecaram. Atualmente as mulheres estão conquistando seus justos direitos de serem iguais aos homens com relação a empregos, salários, direitos políticos e eclesiásticos. E assim, suas visões de mundo, semelhante a dos homens, vão sendo impostas às mais diferentes instituições político-religiosas, incrementando-as para o bem ou ao mal comum. Tanto os homens como as mulheres que querem ser representantes de comunidades político-religiosas, devem cuidar-se para não ser ditador (a) de sua visão de mundo aos demais membros de sua comunidade que os veem como exemplos.
     “Todas as pessoas”, independentemente de cultura e posição social priorizam o ‘EU’ acima de qualquer outra coisa; o ‘EU’ pode vir a ser uma verdade acima de tudo, se o ‘EU’ “sempre estiver com a razão”, e todos nós somos culturalmente inclinados, quando se trata de tomar decisões, priorizar o ‘EU’, sua particular visão de mundo em detrimento de tudo o que envolve outras pessoas e sentimentos alheios; isso tem nome, chama-se: “verdade subjetiva”, ou, verdade do sujeito. Porém, é esta verdade a causa de todas as desavenças nos lares, nas famílias, nas comunidades politico-religiosas, dos extermínios étnicos e das guerras entre os povos e nações de todas as épocas. A verdade nunca está no e com o sujeito, mas no entendimento comum, onde todos se unem para um bem comum, e esse bem comum é sustentado por um regimento áureo denominado lei, esta sim, está acima de toda subjetividade, pois, ela promove a justiça a todos independentemente dos sujeitos, e assim, bem aventurados e livres são aqueles que agem segundo os ditames da lei, e aos que agem contrários às regras legais, a perda da liberdade e as penalidades da lei. Então, pergunto: O que é e onde estão a liberdade e a verdade? Para o Estado e qualquer comunidade organizada, com e na lei.
     Todo o cosmo (ordem universal) é regido por leis invariáveis, são elas que mantêm a estabilidade astral e a vida no universo. E não é diferente quanto à manutenção da ordem moral no universo; Deus estabeleceu Sua lei eterna para garantir a paz, a liberdade e a harmonia entre todos os seres criados que desfrutam e desfrutarão desses bens divinos. A bíblia é a carta de Deus à humanidade. Nela está explícita toda a vontade de Deus para com os homens e mulheres que desejam a eternidade e a verdadeira liberdade.
     Analisando o comportamento dos atuais religiosos (as) que encabeçam a liderança dos ritos e “pregação do evangelho”, nota-se, que, está em perspectiva à possibilidade de, em pouco tempo, grandes mudanças comportamentais entre as comunidades religiosas quanto às regras bíblicas sobre o modo de agir dos cristãos, em breve não haverá mais divisão entre religiosos e ateus, dificultando diferenciar o que é servir a Deus das teorias e filosofias de homens e mulheres que exaltam seu ‘Eu’ em nome de Deus. Se, no Estado e comunidades de ordens comuns a subjetividade é o mal maior, no reino de Cristo não é diferente, a subjetividade imposta ou não, é pecado. Por isso o convite de Cristo: “Filho meu, dá-me o teu coração”, o teu ‘EU’, a tua subjetividade, a tua razão e vontade para que Eu possa muda-los para honra e glória de Deus, fazendo de ti um cidadão do reino dos céus. Ninguém será salvo sem provar desse milagre divino; o egoísmo e minha vontade mundana hão de morrer por Cristo para que eu possa alcançar a eternidade, o reino de paz e harmonia. O Espírito Santo que habita entre nós é o responsável por fazer essa cirurgia assim que o meu ‘EU’ permitir.   
Para pensar: Como o nosso ‘EU’ está colaborando para a pregação do verdadeiro evangelho por meio de sua igreja e diferentes comunidades que influenciamos?     

Filósofo Isaías Correia Ribas






     

domingo, 22 de dezembro de 2013

FÉ, RAZÃO E SALVAÇÃO


     Todas as pessoas do planeta estão inseridas intelectualmente nesse contexto trino. Em algum momento, independente de qualquer cultura, aqueles que saíram da menoridade cognitiva já buscaram de algum modo conciliar harmonicamente esses três conceitos fundamentais à paz intelectual e espiritual. Tanto a fé quanto a razão e a salvação permeiam a mentalidade de todos independentemente de denominação religiosa e de seu objeto de culto. Logo, ignorar essa realidade cognitiva é viver à mercê dos exploradores epistemológico-político-religioso.   
     Essa reflexão será baseada na epistemologia bíblica que, além de ser um livro de linguagem simples, dá aos seus investigadores as chaves corretas para sua interpretação, mas, mesmo assim, não está livre de muitas interpretações teológicas contraditórias e falaciosas, isso, muitas vezes se dá pela incapacidade intelectual do interprete, ou, pelo indevido uso do sagrado para enganar o outro, explorando-o em nome da fé e da salvação.  
    A bíblia é o único livro que apresenta a causa e a saída para o problema da maldade generalizada que cresce geometricamente entre as pessoas de todo o planeta. Apresenta também a causa de muitas pessoas serem diferentes, pessoas do bem e altruístas por amor e não por interesse, apesar de muitas se fazerem altruístas por interesses próprios, mas, o que importa são os verdadeiros altruístas, esses, pelo seu modo de ser confirmam que é possível, se as pessoas se submeterem à teologia bíblica, derrubar o imperialismo do mal, fazendo desse nosso habitat provisório e finito um lugar de paz e harmonia apesar do conflito espiritual além da materialidade mundana “eternizada” pelas diferentes culturas.   
     A salvação apresentada na bíblia está fundamentada na pessoa de Jesus Cristo. Sua vida, morte, ressurreição e elevação para o céu é a garantia de que Ele voltará para buscar aqueles que o aceitarem como seu salvador pessoal para habitar no reino que Ele preparou, onde a paz e a harmonia reinarão plenamente. O sacrifício de Cristo e sua graça são suficientes para salvar a todos. Porém, nem todos serão salvos. Em um conflito há vencedores e perdedores; nesse conflito entre o bem e o mal não é diferente. A graça de Cristo só me alcança para a salvação se eu quiser. O fundamento do reino de Cristo é a liberdade com responsabilidade e consciência de que a ordem cósmica se dá assim e não de outro modo. Ninguém será salvo na ignorância e nem por imposição divina. A salvação é gratuita, o poder para transformar qualquer pessoa em nova criatura, agente do bem é gratuito. A graça é gratuita e é por ela que nos movemos e fazemos o bem e o mal que queremos. Se Deus aplicasse os reclamos de Sua lei sem sua graça, a humanidade não teria desenvolvido. Tudo o que fazemos de bom ou ruim é graças à graça de Deus que nos dá um período de vida suficiente para compreendermos essa guerra e fazermos nossa escolha pessoal. Mas toda essa lógica gratuita passará quando Deus aplicar sua justiça para desfazer as causas do mal e estabelecer Seu reino de plena paz universal. Então, a questão é: Qual o problema que Deus encontra para salvar a humanidade se Sua graça é suficiente para salvar a todos?
     O primeiro e último problema é o ‘Eu’ de cada um de nós. O ‘Eu’ está presente em qualquer pessoa independente de classe social e cultura intelectual. Deus respeita o ‘Eu’ de todos, logo, enquanto o meu ‘Eu’ imperar na minha vontade, o meu modo de ser bloqueia o poder da graça divina para me transformar em nova criatura. Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente, porém, Ele não os usa para neutralizar a vontade das pessoas, logo, Deus só pode fazer de mim uma nova criatura se ‘Eu’ desejar ser uma nova criatura segundo a vontade de Dele. Muitos se enganam com respeito à salvação limitando-se a aceitação de uma denominação religiosa, outros vão um pouco mais além se fazendo profissionais ligados às mais diversas instituições religiosas, uma vez profissionais acham-se merecedores da salvação; cuidado! Há somente um meio de sermos salvos e ninguém será por merecimento; a salvação se dá pela morte do egoísmo, e tal milagre operará se o meu ‘Eu’ permitir que Deus a opere em mim. O ‘Eu’ natural realiza-se satisfazendo a vontade egoísta, ninguém naturalmente se submete às instruções bíblicas, mas, é possível ser membros e profissionais religiosos de qualquer instituição sem ser uma nova criatura segundo a vontade de Deus; assim sendo, é esta a causa da tolerância religiosa ao mundanismo que invade as igrejas cristãs, não diferenciando em nada daqueles que não estão ligados à religião alguma.
     A ignorância cognitiva é um projeto político mundial para manter a escravidão e exploração das pessoas, é este o ideal do capitalismo. Todas as religiões, controladoras dos maiores complexos educacionais privados participam conscientemente desse idealismo político vendendo a educação a quem possa pagar; fazendo da grande massa populacional mantenedores dessa elite exploradora, e no outro extremo, dos narcotraficantes que destroem a saúde física das pessoas. Assisto reuniões evangélicas de todas as denominações, nenhuma delas incentiva seus membros a estudar, ninguém condena esse projeto político-capitalista de não educação de qualidade a todos. A ignorância generalizada é um ideal que vai além da política, do capitalismo e das religiões: É um ideal satânico de embrutecimento da humanidade, pois, somente assim ele conseguirá manter o povo longe do conhecimento, de ser um cidadão consciente, mas, pelo contrário, um bárbaro que só conhece a força como meio de se livrar da exploração capitalista-político-religiosa. Assim sendo, eis a causa de tanta brutalidade nos lares, nas escolas, dos conflitos bélicos, da tolerância e incentivo ao narcotráfico e a intolerância ao outro em todas as estâncias sociais. Pior que isso, eis a causa de tanta hipocrisia religiosa e desinteresse por conhecer um modo de vida além das paixões humanas, de entender e submeter o ‘Eu’ ao plano de salvação elaborado por Deus, O Criador. Quer conhecer o plano de salvação independentemente de qualquer instituição religiosa? Então seja um investigador da bíblia. Quer uma comentadora da bíblia inspirada por Deus? Estude a bíblia e os livros da profetisa contemporânea Ellen G. White concomitantemente. Seus principais livros para estudar paralela a bíblia são: O Grande conflito, Desejado de Todas as Nações, Patriarcas e Profetas e Profetas e Reis. (Editora: Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, São Paulo).


Filósofo Isaías Correia Ribas                    

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DEUS ABOMINA O PECADO E OS PECADORES; CRISTO ESTÁ EM TODA A BÍBLIA


Deus, Sua justiça eterna e Seu amor eterno pelos pecadores estão explícitos tanto no Velho quanto no Novo Testamentos. Na antiguidade, Deus executava o juízo demonstrando o que Ele fará no juízo final. Ele, na Sua Onisciência não erra.
     “Ora, Israel demorava-se em Setim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas de Moabe, pois elas convidaram o povo ao sacrifício de seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Vendo Finéias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, levantou-se do meio da congregação, e tomou na mão uma lança; foi após o Israelita, e entrando na sua tenda, os atravessou a ambos, ao Israelita e a mulher, pelo ventre. Então a praga cessou de sobre os filhos de Israel”. (Números 25)

     O mesmo Cristo que se encarnou, viveu e morreu para nos salvar, organizou o planeta Terra condicionando-o para a vida. Ele, pela sua misericórdia e graça salvou também aqueles que viveram antes de Sua encarnação, logo, as boas novas dos evangelhos e seu poder salvador estão presentes também no Velho Testamento.
     O poder de Cristo, o Salvador crucificado, para conceber vida eterna, deve ser apresentado ao povo. Devemos demonstrar-lhes que o Velho Testamento é tão certamente o evangelho em sombras e figuras, como o é o Novo em seu poder revelado. O Novo Testamento não apresenta uma religião nova; o Velho Testamento não apresenta uma religião que deva ser substituída pelo Novo. O Novo testamento é apenas a sequência e revelação do Velho.
     Abel cria em Cristo, e foi tão certamente salvo pelo Seu poder, quanto foram Pedro e Paulo. Enoque foi tão certamente representante de Cristo quanto o amado discípulo João. Andou Enoque com Deus, e não se viu mais, porquanto Deus para Si o tomou. A ele foi confiada a mensagem da segunda vinda de Cristo. “Destes profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos”. (São Judas 14) A mensagem pregada por Enoque e sua trasladação para o céu, foram um argumento convincente para todos quantos viviam em seu tempo; foram um argumento que Matusalém e Noé puderam usar com autoridade para demonstrar que os justos podiam ser trasladados.
     O Deus que andou com Enoque foi o nosso Deus e Salvador Jesus Cristo. Era a luz do mundo como o é agora. Os que então viviam não estavam sem mestres que os instruíssem na senda da vida; porque Noé e Enoque eram cristãos. Em levítico, o evangelho é apresentado em preceitos. Obediência implícita é exigida agora como então. Como é necessário que compreendamos a importância desta palavra.
     É feita a pergunta: Qual é a causa da escassez existente na Igreja? A resposta é: Permitimos que a nossa mente se aparte da palavra. Se a palavra de Deus fosse comida como alimento da alma; se fosse tratada com respeito e deferência, não haveria necessidade dos muitos e repetidos testemunhos que são concedidos. As simples declarações das escrituras seriam recebidas e obedecidas. (WHITE, G. Ellen. Testemunhos Seletos, vol. III, p., 43 e 44. Ed. Casa Publicadora Brasileira - Santo André, São Paulo. 1985)


Filósofo Isaías Coreia Ribas

domingo, 15 de dezembro de 2013

HERMENÊUTICA FILOSÓFICA E BÍBLICA


     Hermenêutica é logos, discurso, uma ferramenta de interpretação e comunicação. Segundo Heidegger, “a palavra grega “hermeneutike” (hermenêutica) é formada a partir das palavras gregas que significam interpretar, interpretação e intérprete. Sua etimologia é obscura, a pesar de acreditarmos que ela esteja relacionada ao deus mensageiro, Hermes”. (LAWRENCE, K. Schmid. HERMENÊUTICA. Pensamento Moderno. Ed. Vozes. P. 83, São Paulo 2012) A hermenêutica trata da verdade daquilo que é dito: “aletheuein [ser verdadeiro] (tornar aquilo que estava encoberto, escondido, disponível, exposto, lá fora)” Ibid p. 84
Filosofia da Comunicação:
          “E falava Moisés face a face, como qualquer um fala com seu amigo”. (Êxodo, 33: 11) Desse diálogo entre Deus e Moisés a hermenêutica protestante criou o conceito ‘nós’, questionando a filosofia de Descartes e de Kant que tratam do ‘Eu’ e do ‘Sujeito’ que não se comunica com o outro, entendem que superaram esses dois filósofos que marcaram o início da modernidade e da contemporaneidade. A partir desse diálogo bíblico entre Deus e Moisés fundou-se a filosofia da comunicação que se resume em emissor e receptor, mediados por temas, códigos e veículos de comunicação; tudo isso dentro do seu contexto é possível à hermenêutica bíblica como ciência exegética, capaz de interpretar qualquer obra escrita através da análise linguística e psicológica, entendem assim, que o interprete pode superar o próprio autor da obra, seja esse de que período for. Assim sendo, a hermenêutica protestante, por meio da validade do discurso tornou-se a maior questionadora dos escritos bíblicos, semelhante ao puro racionalismo filosófico, fazendo dos escritos bíblicos uma mera produção antropocêntrica, sujeita a mudanças segundo a interpretação da hermenêutica contemporânea. Assim, nega a inspiração divino-humana dos escritos bíblicos, alimentando o ateísmo, o agnosticismo e a dúvida nos escritos bíblicos; consequentemente em Deus como Criador e mantenedor do universo.
Depois da reviravolta linguística, a filosofia só pode ser reflexão sobre a comunicação, esse é o ponto comum entre Scannone, Apel e Olivetti, mas para Scannone tal reflexão tem de ser reflexão “da” comunicação e, enquanto tal, ela não pode entender nem como redução transcendental, nem como outomediação dialética, mas reflexão analógica da liberdade e da gratuidade. (P. 415) Então, filosofia é uma atividade “simbólica”, ou seja, aquela que tematiza a “conciliação dialética” do a priori e do a posteriori, do necessário e do contingente, do transcendental e do empírico, do universal e do histórico, do incondicionado e do condicionado, da razão funcional e da razão histórica. [...] Nas palavras de M Müller, a tarefa fundamental da filosofia hoje é efetivar o encontro entre metafísica e filosofia, isso entendido nem como conjuntivo nem como adversário. O que importa é entender a metafísica como história e a verdadeira história como metafísica. (P. 420) (OLIVEIRA, Manfredo de Araújo. REVIRAVOLTA LINGUÍSTICO-PRAGUIMÁTICA NA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA. Ed. Loyla, São Paulo, 1996)

Bíblia:
     A bíblia é uma biblioteca composta por sessenta e seis livros. Está dividida em duas partes: antigo e novo testamento. O antigo contém trinta e nove livros e o novo vinte e sete. Cerca de quarenta autores a escreveram no período de mil e seiscentos anos; destes, mil e quinhentos foram dedicados à escrita do Velho e os outros cem ao Novo. Moisés, líder hebreu criado na corte do Egito, fugindo de lá por causa de uma briga e do assassinato de um egípcio, instalou-se em Midiã, sob inspiração do Espírito que pairava sobre as águas que cobria o planeta antes de ser adaptado à vida, é o autor dos cinco primeiros livros; segue–o: patriarcas, profetas, reis, juízes, rainhas, lavradores, boiadeiros, pescadores, médico, funcionários públicos intelectuais e outros profissionais. A escrita bíblica originou-se de quatro fontes primárias. 01. Revelação através de sonhos e visões aos profetas, 02. Fatos históricos do povo hebreu, israelitas e judeus com outros povos, 03. A biografia e ações de Cristo quando vivera por aqui e 04. A história dos cristãos primitivos e seus perseguidores pagãos. A bíblia está aberta a pesquisadores de diferentes ciências exatas e humanas. Atualmente a bíblia é tida como o livro sagrado dos judeus e cristãos, porém, se pensarmos na geografia do mundo antigo, quando a divisão dava-se entre orientais e ocidentais, conclui-se, que, a origem de seus escritos deu-se no Oriente e seu final no Ocidente, logo, a bíblia é universal e não regional. Fato é que muitos povos atuais das mais diversas regiões do planeta têm como exemplo de fidelidade a Deus, o patriarca da fé, Abraão.
     A filosofia, para alguns filósofos, tem sua origem análoga aos escritos bíblicos, nascendo no Oriente e sendo sistematizada no Ocidente. Diferente dos escritos bíblicos que já findou sua produção epistemológica, a filosofia continua em plena produção intelectual. Assim, ambas são universais. Porém, seus propósitos epistemológicos diferem-se. A epistemologia bíblica busca conscientizar a humanidade da origem de tudo o que há no universo em um Deus criador e mantenedor; que o mal é um elemento estranho ao cosmo, mas, que, as devidas providências já foram tomadas para sana-las. A epistemologia filosófica, diferente da bíblia, é antropocêntrica. Logo, razão pura. Sendo assim, essas epistemologias são antagônicas, busca anular uma a outra. Os dois conceitos fundamentais que promovem esse antagonismo são: razão e fé. Grandes produções literárias e acalorados debates teológicos originam-se desse antagonismo filosófico-bíblico.   
     A bíblia, apesar de ser escrita em um longo período por diversos autores de diferentes culturas, se completa, não é contraditória, está escrita numa linguagem acessível a qualquer leitor mediano, porém, apesar de ser um livro também histórico muitos de seus escritos só são compreendidos e aceitos aos olhos da fé; segundo Apocalipse 1:3 até mesmo aqueles que não sabem ler, mas estão dispostos a entender e guardam o que ouvem serão bem aventurados; e a mesma benção está à disposição dos que leem e guardam suas palavras. Quando algum escrito é mais “complexo”, como são algumas profecias, a própria bíblia dá as chaves para sua interpretação; e ela nos dá também a chave geral para a compreensão de seus escritos: “Pois é preceito sobre preceito, preceitos e mais preceitos; regra sobre regra, regras e mais regras; um pouco aqui, um pouco ali”. (Isaías 28: 10) Os escritos bíblicos precisam ser compreendidos e interpretados, diferente de muitas produções literárias cujo autores não se preocuparam em dar as chaves para compreensão do todo de sua obra, a bíblia tem seu método (hermenêutica) próprio para sua compreensão e interpretação. 
     Então, minha indagação é: Para que hermenêutica e exegese aplicáveis aos escritos bíblicos se os mesmos são autossuficientes, se bastão a si mesmos? Todas as dúvidas postas aos escritos bíblicos, das mais simples às complexas, são postas pelos próprios protestantes que não se contentam em serem pessoas de fé, mas pretensos filósofos-cientistas do sagrado, e assim, se enganam e destrói a fé dos simples crentes, sob a capa da filosofia e da ciência, prestam um desserviço à verdadeira fé, estão de mãos dadas ao espírito medieval.
     Qualquer pessoa e/ou instituição ligadas a qualquer doutrina religiosa, que pretendem filosofar a partir de conceitos bíblicos, são filósofos frustrados, falaciosos da filosofia e da bíblia, demonstram ser incapazes de um filosofar a partir do mundo e seus problemas, sendo apenas criadores de problemas metafísicos. Logo, inúteis à fé bíblica.
Princípio Básico da Ética Cristã:
Ético: Eu _______________ Tu.
Antiético: Eu ­­­­­­­­­_______________ Coisas.
Amor não é sentimento, é valor. Amor como sentimento é romantismo.
Persona é teatro (mascara).
     Pessoa, para o cristianismo, é aquele que age sem mascara. Maior exemplo da história: Cristo em pessoa demonstrando o amor de Deus pela humanidade.
     Na ordem do ser, Deus tem a primazia. Na ordem do conhecer, o homem é o centro. João e Paulo foram os primeiros filósofos do cristianismo. (Marilena Chauí) Será?
     Se parto do princípio de que a filosofia está em busca da verdade, realmente eles foram os principais defensores da verdade. Para João, Cristo é o agente criador que trouxe tudo à existência no planeta Terra, pois, “Sem Ele nada do que foi feito se fez”. E, segundo está escrito no Apocalipse, livro de sua autoria, Jesus voltará a esse mundo para restabelecer a perfeição edênica que havia antes do pecado; para que isso aconteça, Satanás, seus anjos e todas as pessoas que rejeitaram a salvação em Cristo provarão da morte eterna. (São João 01 e Apocalipse 20)
     Para Paulo, por ocasião da 2ª vinda de Cristo, os fieis aos princípios bíblicos serão ressuscitados para a vida eterna e, em uma segunda ressurreição, após mil anos de sua segunda vinda, todos os ímpios mortos ressuscitarão para a perdição eterna. Pergunto: Qual filósofo, cristão ou não, defende os escritos bíblicos como João e Paulo defenderam? Então, se eles são filósofos segundo a visão da filosofia, os filósofos que negam a epistemologia bíblica são o que, se não filósofos falaciosos? (I tessalonicenses, 04: 13-18; Apocalipse 20: 5 e 6)
     Quanto mais estudo filosofia, mais me convenço de sua astúcia em negar a origem divino-humana da bíblia. As próprias instituições religiosas não falam mais de princípios bíblicos e sim filosóficos, quando tudo for filosofia chegou o fim das religiões, tudo não passará de teatro, espetáculo religioso-medieval.
     A sociedade atual, independente de cultura e religiosidade, valoriza mais as coisas que o outro, seu igual; toda afetividade humana está sendo direcionada às coisas e aos animais em detrimento de pessoas que são apenas alvo de exploração e subjugação. E aí, você acha que essa lógica filosófica é capaz de criar pessoas melhores, mais éticas? A realidade social-mundial atesta que não. E daí, que fará a filosofia, a priori e a posteriori para redirecionar a ignorância generalizada que ela idealiza e propaga às massas em nome do conhecimento antropocêntrico?
Conclusão
     Hermenêutica, um processo interpretativo que vai do todo para às partes e das partes para o todo. (círculo hermenêutico) A verdade do filósofo, ou de outro intelectual qualquer está expressa em sua obra. A hermenêutica como ferramenta de análise linguística e psicológica, seguindo um método, colabora para a compreensão e interpretação de obras literárias.

Filósofo Isaías Correia Ribas  








domingo, 1 de dezembro de 2013

FÉ X RAZÃO, O GRANDE CONFLITO; E A IGREJA DE LAODICÉIA


     Todas as pessoas, independente de conhecimento, cultura e religião estão em constante conflito consigo mesmas. E esse conflito, para muitos, não se dá pela existência em si, pois muitos apenas vivem sem pensar porque tudo existe, e inclusive por que se existe, trabalha, estuda, come, casa-se, têm filhos, dorme e se diverte. Por alguns instantes, vendo um amigo (a) no leito do hospital ou diante de um morto dentro do caixão, quase acontece um insight levando-se a pensar na fragilidade da existência; no entanto, deixando tal ambiente, o cuidado do viver pelo viver ofusca a quase reflexão que o surpreendera. Para muitos outros, a existência é a causa do grande conflito pessoal, esses, para amenizar o conflito existencial se apegam à religiosidade ou não, isto é, uns creem em alguma divindade e outros não se apegam a divindade alguma; esses parecem viver de forma consciente. O primeiro grupo, apesar de não ter preocupação com o existencialismo, eles também creem, mas não sabem para que crer ou não crer, parecendo estar despreocupado com o eu e com tudo a seu redor, vivem num estado de “inconsciência”. Assim sendo, todas as pessoas creem.
     Diante do sentido do viver, o envelhecer e morrer parece não ter sentido. Mas, independente de ter ou não sentido, essa é a realidade que todos nós enfrentamos. Dessa realidade existencial e o conflito pessoal que a envolve nascem todas as formas de culto às mais diversas divindades; e no outro extremo temos aqueles que não se encurvam a divindade alguma, isto é, creem que tudo não passa dessa existência terrena: nascer, viver, envelhecer e morrer.
     Todas as religiões tem seu livro sagrado, porém, o judaísmo e o cristianismo, ambos fundamentados na bíblia, apresentam um Deus criador e mantenedor do universo que se preocupa em comunicar-se com entes que criara à Sua semelhança; o meio dessa comunicação deu-se por meio dos patriarcas e profetas e outros líderes que, num período de 1.600 anos, por meio de revelação, sonhos e inspiração divina, escreveram o livro sagrado. Segundo a bíblia, outras vezes Deus falara face a face com o homem. E nesses últimos dois mil anos tem-nos falado por meio de Seu filho Jesus, que nascera, vivera por trinta e três anos, fora morto segundo o plano de salvação, ressuscitara e subira novamente ao pai para terminar a obra que começara; completando-a, virá novamente para buscar aqueles que Nele confiarem e procuraram agir à sua semelhança.
     A bíblia é o único livro sagrado que conta a história da criação e da salvação por meio da história de uma nação, então, o meu Deus está inserido na minha história e na história de todos os povos, logo, na sua história. A história dessa nação começou com Abraão que recebera o chamado de Deus para deixar sua região, seus pais e amigos para fundar uma nação segundo as orientações de Deus o Criador. Abraão, ainda hoje, é reivindicado como pai de várias nações e religiões por meio de seus descendentes Isaque e Ismael, os maçons o tem como o primeiro construtor, logo, o tem como o exemplo maior de suas ideologias, assim como os mulçumanos e outros. Perceba amigo leitor que a bíblia não influencia somente os ocidentais, mas todos os povos. A nação que Deus fundara por meio de Abraão tem por objetivo maior, ilustrar o plano de salvação idealizado pelo próprio Criador.
     Os Hebreus, Israel e Judeus são partes, períodos de um mesmo povo que tivera a função de ensinar todos os povos o plano de salvação elaborado pelo próprio Deus; a primeira parte dessa história iria até o nascimento de Jesus; a segunda iniciaria com o ministério do próprio Cristo até Sua segunda volta para estabelecer a ordem do Éden “perdido”. Esta era a função de Israel até o nascimento do Messias, pois, para isto vieram à existência como nação organizada. Ao Deus organizar esta nação o grande conflito entre nação eleita e Satanás intensificou-se na Terra; pois, destruindo Satanás a influência de Israel ao resto mundo, destruiria assim, o plano de salvação que Deus elegera. Por esse motivo a história de Israel é uma história de conflitos ideológicos e bélicos entre outros povos, por trás de tudo isso há um plano maior: mostrar ao universo que Deus vai instituir novamente Sua vontade, voltando a ser um universo de paz eterna, sem doenças e mortes de espécie alguma. Mas antes que isso aconteça o mal e a história do pecado têm que passar por todas as fases para que nunca mais o conflito surja no universo; somente assim a paz e liberdade serão estabelecidas em um universo cujo fundamento é a liberdade consciente.
Filosofia I
     A história dos Hebreus já existia por aproximadamente mil e trezentos anos quando a filosofia surgiu no Ocidente, iniciava ali a intriga entre os que defendiam a fé em Deus e a filosofia que negava essa fé.  Era o início da batalha entre o racionalismo puro e a fé pura. Em três séculos o racionalismo filosófico e seus questionamentos conseguiram minar a fé do povo que Deus escolhera como Seu representante. O racionalismo conseguiu submeter fé à razão de tal modo que, quando Cristo nasceu não fora aceito pelo povo que Ele elegera; os judeus daquele momento e os romanos participaram diretamente da condenação e morte do filho de Deus que nascera para selar o plano de salvação com Seu próprio sangue. A função de Israel como nação eleita findou ali. Cumpriu-se o que Deus prometera através de seus patriarcas e profetas. No seu lugar, deu início uma nova fase na história da salvação, o cordeiro eterno ofereceu-se em sacrifício para livrar-nos da morte eterna. Um novo Israel se inicia com a ressurreição de Cristo, o ‘Israel Espiritual’; sem espaço geográfico e sem política. A composição desse novo Israel é livre a todas as pessoas de qualquer parte do planeta. As características exigidas para fazer parte do Israel Espiritual são: Aceitar a Jesus como seu salvador, representa-Lo em todo o jeito de ser, ser como Ele foi cumpridores dos ensinamentos bíblicos, e obedecer ao “ide anunciar o evangelho”.
     O cristianismo é bem mais complexo epistemologicamente que quando existia uma nação eleita. Mas, por que é mais complexo? Porque todos os professos cristãos de diferentes denominações religiosas se acham representantes de cristo por falarem do que está escrito na bíblia, como não é tão simples assim, os próprios cristãos sempre guerreiam entre si pela supremacia do direito cristão, de ser a igreja eleita. Graças a Deus Ele nos deixou as características desse Israel espiritual até que Ele volte registrada em Sua palavra, a bíblia sagrada: "Guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus". (Apocalipse 12: 17)
Filosofia II
    Estabelecido o cristianismo inicia a segunda fase da intriga entre fé e razão. Com a morte e ressurreição de Cristo, Satanás e seus anjos estavam condenados à morte eterna, juízo que ocorrerá quando Deus for purificar a Terra do mal que Satanás causara. Ciente disso Satanás intensifica-se na arte do engano, pois sabe que pouco tempo lhe resta e quer levar à condenação o maior número de pessoas possível. Sua estratégia é: ‘Confundir’, causar confusão entre os pretensos seguidores de Cristo. Logo, algo superior ao confronto bélico, então, nada melhor que uma estratégia epistemológica, assim, a filosofia continua em cena com sua arte de argumentação contra aqueles que preferiam seguir pela fé O Filho de Deus e Sua palavra, a bíblia. Muitos filósofos platônicos entraram em cena para confundir filosofando a partir de conceitos bíblicos. Filon, filósofo judeu de Alexandria, classificou os escritos bíblicos como alegóricos e os maniqueístas, do qual Santo Agostinho era membro, entre outros, conseguiram apresentar ao mundo um cristianismo filosófico, herdeiros da tradição romana pagã, passaram a perseguir aqueles que decidiam seguir o mestre pela fé segundo ensinava as escrituras sagradas, apresentando ao mundo um falso cristianismo, o platônico.  O Apocalipse, livro profético escrito por João na ilha de Patmos, conta a história do Israel espiritual e do falso cristianismo que o perseguiria desde os primitivos cristãos até os últimos genuínos cristãos vivos por ocasião da segunda vinda de Cristo. As sete igrejas apocalípticas são os diversos períodos da história do cristianismo, onde, os falsos cristãos perseguem os verdadeiros. São elas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicécia. (Apoc. 2 e 3)
     Assim, no período Medieval, “a filosofia cristã parece ter conseguido submeter a razão à fé”. Será? Ou era uma nova forma de racionalismo, o cristão, se impondo a própria fé pura? Sem dúvida, era o racionalismo filosófico vestido de cristão perseguindo aqueles que faziam da bíblia o livro guia para desenvolver a fé genuína.
Filosofia III
     No período medieval a fé se “impôs” à razão. Após mil anos de imperialismo medievo, da supremacia da fé sobre a razão, o racionalismo puro se levantou questionando as atrocidades que os reis-filósofos-cristãos e a igreja Católica faziam em nome de Deus à humanidade. Surge então uma guerra epistemológica bem mais complexa que a anterior, agora são três frentes ideológicas tentando impor sua visão de mundo sobre os outros, ficando assim: filosofia pura X racionalismo cristão X protestantes. Ninguém desse período conseguiu anular o outro, e assim, da Idade Moderna a contemporânea os três, questionam-se mutualmente, mas conseguiram manterem-se na história convivendo “democraticamente no mundo”, dividindo o mundo ocidental nesses três grandes seguimentos, onde seus adeptos, ainda hoje, lutam para convencer um ao outro de que está com a verdade.
Filosofia IV
     Os protestantes Pós-Modernos resolveram também, através da filosofia argumentar as razões de suas crenças não mais no assim diz o Senhor, mas nos fundamentos filosófico-cristão-medieval, facilitando assim sua inserção no mundo capitalista sem enfrentar tantos questionamentos; resolveram ser semelhantes ao cristianismo da Idade Média, adaptando-se melhor às ideologias cristãs falaciosas, fazendo da bíblia apenas um dos meios para enganar a humanidade, transformando suas instituições acadêmicas semelhantes à lógica mundana, deixando assim de zelar pela fé pura. Nesse contexto aparece o filósofo alemão Friedrich Neitzsche (1844-1900) condenando toda essa falsa religiosidade, qualificando-as de invenções humanas, instituições que conduzem a humanidade ao niilismo, ao nada, verdadeiras utopias. Assim, nesse contexto nebuloso essas três frentes filosóficas semelhantes estavam certos de que os adeptos da fé bíblica não mais lhes questionariam. Mas Deus que não se deixa enganar estava no controle de tudo provando a fé daqueles que se dizem seguidores de Cristo. Nesse contexto contemporâneo surge o deísta Guilherme Miller em busca da verdade bíblica, pois o deísmo ao qual seguira lhe conduzira ao niilismo, ao nada. Disposto a se livrar dessa angústia existencial buscou encontrar a verdade bíblica a partir do exame da mesma, renasce assim, na Idade Contemporânea a busca pela fé pura, Miller, de família protestante Batista revolucionou a mundo através de suas conclusões bíblicas. Concluiu que a segunda volta de Cristo se daria por volta de 1844, apresentou suas conclusões aos líderes batistas os quais lhes autorizaram a pregar. Nesse mesmo contexto Deus, para cumprir Sua promessa apocalíptica aos Seus seguidores dos últimos dias, chama, depois de duas tentativas frustradas com dois outros jovens, a jovem Ellen G. White como a profetisa para o último período da igreja que defenderia a bíblia como a única verdade divina à humanidade. White, que pertencia à igreja Metodista, após ouvir as conferências do Batista Miller converteu-se ao movimento, pois este estava em busca de servir a Deus sem interferências filosóficas. Toda a América do Norte e outras partes do mundo convenceram-se das interpretações de Miller e estavam conscientes de que Cristo realmente viria na data marcada e remarcada. Mas Jesus não veio. Ouve uma grande decepção, a fé de toda a cristandade foi duramente provada e a grande maioria recomeçaram suas vidas descrentes de que Deus existe e a que bíblia é Sua palavra revelada para a humanidade. “O racionalismo-filosófico vencera a fé”. Será?
     Um pequeno grupo remanescente da decepção, entre eles e Ellen G. White, tinha certeza de que algo estava errado na interpretação e que a bíblia jamais poderia errar. Juntos jejuaram e oraram e Deus se manifestou de modo diferente a vários irmãos de fé onde concluíram que a interpretação de Miller estava errada e não a bíblia; e a Ellen G. White Deus deu-lhe o dom de profecia, e assim, através de sonhos e visões o último período da igreja cristã, defensora dos princípios bíblicos se iniciara. Sendo organizada em 1863 a Igreja Adventista do Sétimo Dia que, como organização religiosa seria a responsável para fazer o último convite aos moradores da Terra, assim, as verdades bíblicas foram restauradas e a salvação em Jesus Cristo e Sua breve volta continuam sendo anunciadas em todo o mundo.
     As advertências apocalípticas à igreja de Laodicéia são direcionadas especificamente aos Adventistas do Sétimo Dia. (Apoc. 3: 14-22) Você leitor, é um Adventista do Sétimo Dia? Então, cuidado! Você é um laodiceano, e como tal podes ser uma benção ou um escândalo para a igreja dos últimos dias. Você não é Adventista do Sétimo Dia? Então, cuidado! O ditado que diz que todos os caminhos levam a Roma é uma falácia, tal qual aquele que diz que todas as religiões levam a Deus. A história tem demostrado que encontrar o verdadeiro caminho que conduz à vida eterna não é algo tão simples como querem os religiosos formais. Para a filosofia o cristianismo é uma falácia. Ser cristão para a filosofia está além de uma profissão de fé, é agir como Cristo agiu; ser como Ele foi. (Nietzsche) A igreja Adventista do Sétimo Dia não irá trinfar como instituição religiosa, somente o seu remanescente trinfará com Cristo. Então, amigo (a) Adventista do Sétimo Dia o que estás fazendo com a igreja quando se apresentas com todas as suas pinturas, joias e trajes mundanos quando diz ser chamado (a) para anunciar o evangelho? Para a filosofia negas a Cristo e o poder do evangelho.
     A igreja Adventista do Sétimo Dia é defensora e seguidora das verdades bíblicas, a menina dos olhos de Deus, e como tal, é alvo número um dos ataques de Satanás. Por isso somente um remanescente triunfará, é que a guerra que será travada nos últimos dias será tão dramática que a maioria dos seus atuais membros negará sua fé e somente um remanescente ficará de pé, esses não dependerão de instituição, apenas de Cristo. A igreja é como a nação de Israel, cumpre apenas um papel organizacional enquanto há condições de ser uma organização. Pense nisto, você tem talento, use-o corretamente para louvor e honras ao Deus Criador do universo. JESUS EM BREVE VOLTARÁ! As profecias bíblicas confirmam que assim será!
    
Filósofo Isaías Correia Ribas
  


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

FÉ PURA E RAZÃO


     A filosofia trata da razão pura como sendo o fundamento da ciência e da própria filosofia em detrimento da fé. Isso é fato. Porém, no decorrer da história da filosofia muitos “cristãos” filósofos-cientistas se dispuseram, por meio da razão pura, justificar a fé e inclusive tentaram provar a existência de Deus por meio de raciocínios lógicos. Ainda hoje os cristãos não conseguem ser cristãos somente pela fé pura, sem se preocuparem em justifica-la para si e aos outros. A salvação não depende de fé justificada pela razão e sim da pura fé na palavra de Deus revelada por meio de seus escolhidos: profetas, reis, juízes, poetas, lavradores, pescadores, patriarcas e outros profissionais dispostos a agir pela fé pura. Tentar justificar a fé pode ser uma cilada diabólica para minar a fé pura daqueles que se dispuserem servir a Deus. Satanás começou assim no Éden sua obra na arte do engano, procedeu do mesmo modo no decorrer da história e vai terminá-la fiel à sua estratégia.
     O homem, genericamente falando, é a obra prima da criação de Deus nesse planeta. Dotou-nos de sensibilidade, inteligência, de razão (capacidade para pensar e expressar o pensado através das palavras, de executar o pensado através da ciência e do dom da fé pura para demonstrarmos nosso amor a Ele). Independente de tudo o que há de riquezas nesse planeta nada se iguala ao que o homem é, e sua capacidade de fazer o que bem quiser daquilo que o Criador lhe capacitou; realmente Este é um Pai de amor, que ama a liberdade, pois, somente a liberdade de ação, de pensar e falar podem justificar o amor e a justiça divina diante do universo que nos assiste e julga. Logo, toda capacidade para a ciência, para a filosofia e qualquer outro desenvolvimento epistemológico vem de Deus, sendo o homem os responsáveis por tudo o que fizerem dessa capacitação divina, e mais, estamos livres para fazermos o que quisermos, mas tudo o que fizermos em matéria de ciência, filosofia, teologia e outros, selará nossa salvação ou perdição eterna.
Disse Satanás, por meio da serpente à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueiras, e fizeram para si aventais. (...) (Gênesis: 3)
   Satanás, mestre e pai do racionalismo, isto é, como usar a própria razão para destruir a fé pura; levou Eva a duvidar de Deus, de desejar ser igual a Deus e por fim, a fazer o que Deus dissera não poderia ser feito, pois, se assim fizesse, morreriam. Ao trocar a fé pura pelo argumento lógico que Satanás apresentara pecou e fez com que seu companheiro também pecasse.
     Cristãos acadêmicos, teólogos ou não, vós que buscai a todo custo fazer da fé pura, dos escritos bíblicos algo lógico e justificável cientificamente e filosoficamente não estais incorrendo no mesmo problema que Eva e Adão enfrentaram? Duvidais de que Deus fez o homem segundo descrito no Gênesis? Se assim procedeis estais dialogando com o Diabo. E sem a fé pura nos escritos bíblicos ireis perder a batalha, pois este não é o método divino. Olhai para José no Egito; para Daniel e seus companheiros na Babilônia; para Cristo quando enfrentou Satanás cara a cara como fizera Eva, saindo vitorioso ao preferir agir por meio da fé pura, para os discípulos e o apóstolo Paulo; para a profetisa contemporânea Ellen G. White. O que quereis? Novos fundamentos para a fé pura? esqueçam, Deus não muda. Sua palavra é simples e clara para que qualquer um possa entendê-la, mesmo àqueles que apenas ouvem; que não sabem ler e escrever. Mesmo que os “sábios” dizem que os escritos bíblicos se pareçam a mitos, nada muda no plano de Deus, Satanás está presente para confundir, mas, às claras revelações de Deus estão presentes para salvar a todos letrados e não letrados, basta apenas agir pela fé, sem duvidar, sem tentar justificar nossa falta de fé, o erro.
     A bíblia não traz o diálogo entre Adão e Eva antes que ele comesse do fruto, mas que o dilema dele foi grande foi, e quem é casado pode imaginar quão problemático é quando entre o casal existem divergências, e principalmente quando estas são com relação à religião, e quando há filhos na parada, aí é que o bicho pega. O que fazer? Ceder ao pecado juntamente com os da família ou permanecer fiel a Deus mesmo diante dos apelos da esposa (o) e filhos? O mesmo dilema que Adão passou muitos maridos, esposas e filhos passam quando decidem servir a Deus com todo o entendimento e fé. Creio eu que o grande problema da igreja atual é com relação às modas, pois estas estão invadindo o meio cristão de tal modo que não se faz mais diferença entre os cristãos e os mundanos; tudo está justificado com argumentos lógicos, falaciosos, mas estão, e assim a igreja que possuía fé pura, age hoje baseada na fé racionalizada, “justificada”. Com a TV, a mundanalidade da igreja cresce em escala geométrica, aqueles (as) que vivem da pregação do evangelho ainda fingem ser cristãos no sábado, durante as programações da semana, despem-se da capa religiosa e voltam a ser o que realmente são. Parada dura para os pastores e profissionais da religião resolver com suas esposas e filhas que influenciam a igreja a se distanciar da fé pura.


Filósofo Isaías Correia Ribas 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

"EU, O MUNDO E O COSMO"


     Quando vim à existência o mundo e a vida já existiam. Logo, não é preciso pensar para eu existir segundo diz Descartes em sua filosofia: penso, logo existo (cogito ergo sum). Logo, a existência precede o pensar e o pensar a consciência do existir. Sartre, Jean Paul diz: a existência precede a essência (essência é o ser mesmo das coisas, aquilo que a coisa é ou que faz dela aquilo que ela é). Pergunto: E o que precede a existência? Sartre fala da existência, mas foge da filosofia cosmológica, isto é, não pensa o todo. Espinosa retoma o panteísmo e conclui que tudo é uma só coisa, isto é, uma extensão de Deus. Pergunto: A que Deus Espinosa se refere? Se for o Deus dos filósofos, um simples conceito, sua filosofia é válida, pois, toda arquitetura filosófica é conceitual, conceito derivando de conceitos. Porém, se ele se refere ao Deus criador bíblico, sua filosofia é falaciosa. Nada no universo é uma extensão do criador, uma vez criado algo, esse algo é algo a parte do criador, porém dependente em algum aspecto para exercer sua “independência”. Tudo que os homens criam, dependem do homem para o seu funcionamento, mas essa dependência não significa ser uma extensão da pessoa que o criou. O carro depende do motorista para se movimentar corretamente, assim como a bicicleta, o rádio, a TV, a máquina de lavar roupa, a lâmpada para ser acesa, o computador, enfim, todos os objetos criados pelos homens dependem dos homens, mas nunca é uma extensão dos homens, embora dependentes até que o start seja dado para funcionar, cumprir uma tarefa específica. No mundo as coisas se dão assim, mas o mundo está dentro de um cosmo, logo, há seres superiores a nós que nos trouxe à existência; e esse ser superior não é um simples conceito como querem os filósofos, cientistas e outros racionalistas empiristas que só reconhecem a si mesmos como capaz de criar alguma coisa. Esse raciocínio que apresento não é novo, todas as tradições filosóficas e racionalistas em geral parecem ser conscientes dele; Porém, o grande problema deles sempre foi: o que fazer para negarmos o criacionismo bíblico? Por isso eles têm que se limitar ao planeta Terra, e assim fazendo tornam-se pensadores limitados, fechados em si mesmos, logo, incapazes de resolver os problemas do próprio mundo. E é justamente por isso que o mundo e seus habitantes vão de mal a pior.
Bíblia e Religião
     No Ocidente a bíblia é o livro básico do cristianismo, e dentro do cristianismo há milhares de denominações religiosas diferentes, então você pode perguntar, por que os cristãos que defendem o criacionismo não conseguem melhorar o comportamento das pessoas no mundo? Porque o cristianismo também é um tipo de racionalismo filosófico-científico-religioso, e assim sendo, a bíblia é apenas um meio para iludir o povo de menos cultura, fica mais fácil engana-los com a bíblia nas mãos e citando passagens descontextualizadas, vedem-se uma esperança de um mundo melhor sem exigir deles mudança de comportamento segundo nos ensina a bíblia. E assim, as denominações religiosas nada diferem da filosofia, da ciência e da política. Catolicismo, protestantismo e evangélicos fazem o mesmo com o povo, explora-os; faz o povo construir templos, escolas, universidades, hospitais e o que for preciso, mas, tal qual a política corrupta, nada é para o povo, apenas para as elites das denominações; quem quiser desfrutar dessa estrutura tem que pagar, logo, deduz-se que toda estrutura antropocêntrica, racionalistas puro, quer manter um povo escravo e ignorante para sustentar sua estrutura. Então, o problema não está nas orientações bíblicas e sim com o racionalismo teológico. O Apocalipse fala desse comportamento cristão dos últimos dias: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabe que é um coitado, miserável, pobre, cego e nu”. Não sois nem frios e nem quentes, por serem mornos, vomitar-te-ei de minha boca. (Apocalipse 3: 14-22) A igreja de Laodicéia é um símbolo dos cristãos dos últimos dias. Porém, segundo a bíblia, há um povo que faz da bíblia seu livro guia de comportamento com o próximo e com Deus, mas esse povo não está dentro de uma igreja, mas de todas as igrejas, são os sinceros que seguem a Deus segundo a luz que têm; esses, nesses últimos dias compreenderão melhor a profundidade dos ensinamentos bíblicos e irão fazer o último convite de Deus à humanidade, e assim, o evangelho será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes e então virá o fim. Virá o fim de toda a história do pecado, uma nova ordem será estabelecida segundo a bíblia apresenta, não será uma nova religião, mas um novo céu e uma nova Terra, nova Terra porque não haverá mais esse isolamento que o pecado causou entre o Santo Deus e suas criaturas. Entre os habitantes da Terra e do céu (universo).

Filósofo Isaías Correia Ribas



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

LÓGICA HUMANA E DIVINA


     A lógica é uma disciplina filosófica, é a partir dela que toda arquitetura do discurso antropocêntrico é montado. O primeiro filósofo a fazer da lógica a base de sua filosofia foi Aristóteles; O seu método lógico tem por nome silogismo, isto é, método de dedução de uma conclusão a partir de duas premissas (sentenças), por implicação lógica. “O silogismo é um argumento em que, estabelecidas certas coisas, resulta necessariamente, por ser o que são outra coisa distinta do anteriormente estabelecido”. A lógica é um processo de combinação dos elementos contidos nas premissas através do termo médio. Exemplo: “Todos os homens são mortais, todos os gregos são homens, logo, todos os gregos são mortais”. A conclusão se obtém assim por um processo de combinação dos elementos contidos nas premissas através do termo médio (no exemplo, “homens”) que permite relacionar os outros termos (“no exemplo, gregos e mortais”) aí contidos, formando uma nova proposição. Segundo as regras do silogismo válido, não é possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa. (Dicionário Básico de Filosofia) Porém, também, segundo a mesma lógica, aceitam-se a validade do discurso lógico independente de ser ele verdadeiro ou falso. E é aqui que mora o perigo de confiar na lógica do discurso, pois, nem sempre o que é lógico é verdadeiro. A lógica não tem um pacto com a verdade e sim com a validade. Por isso a que se desconfiar da beleza do discurso lógico, pois, nem tudo o que é belo em lógica é, na realidade, verdadeiro.
     Por esse motivo a filosofia é contraria as verdades bíblicas, pois esta, não faz uso do discurso lógico para expor as verdades reveladas. Seu discurso é simples, reto, claro e   explícito, sem arquiteturas lógicas. Pelo contrário, seu objetivo é direto, e, por assim ser: sem deixar margens para dúvidas, os homens tentam desqualifica-la. A lógica bíblica é a divina: sim, sim e não, não. Por isso a fé é o meio pelo qual se aceita, compreende a bíblia e alcança a salvação em Cristo Jesus.
     Atualmente a lógica filosófica está presente nos discursos evangélicos, tanto nos sermões quanto na música. Ser artista mundano não é para qualquer um, envolve talento, conhecimento, cultura e outros dons; e para quem quer viver da arte, tê-la como profissão envolve muito mais conhecimento, mais talento, mais cultura e saber coordenar os dons naturais com mais sabedoria. Porém, o que presenciamos hoje no mundo evangélico é uma enxurrada de imitações do populismo mundano por meio da arte para ganhar dinheiro e fama em nome de Jesus, sem o compromisso e a seriedade que a palavra revelada merece. Hoje fazem baladas em nome de Jesus; usam tatuagens, joias e outras modas em nome de Jesus; bailes funk em nome de Jesus; canoagem e esporte em geral em nome de Jesus; pula, grita, dançam e cantam em nome de Jesus; enfim, Jesus é uma palavra que dá grana e fama a muitos “artistas” e pregadores gospel que nada entendem do propósito de Deus ao nos dar Sua palavra escrita. Em nome de Jesus e de uma nova forma de religião eles justificam as modas mundanas, e daí, indagam: Qual o problema? Não habitamos neste mundo? Por acaso somos de Marte? Então, só podemos ser mundanos, logo, podemos praticar os costumes do mundo. Esse é um discurso lógico e válido, porém, não é verdadeiro segundo a lógica bíblica. Os mundanos segundo a bíblia são aqueles que não se enquadram na lógica divina, não guardam seus mandamentos e não aceitam o modo de vida segundo ensina as escrituras sagradas. Convenhamos que, realmente Satanás sabe enganar em nome de Jesus e da religião. Ele, o Diabo, para levar-nos à morte eterna juntamente com ele, usa, se for preciso, o sagrado e tudo o que Deus instituiu para a salvação da humanidade. A questão é, onde você artista e pregadores gospel se encaixam? No programa: Encontro com Fátima Bernardes (rede Globo) do dia 15/11/2013 ficou claro qual o objetivo dos cantores e pregadores gospel: conquistar a fama e se enriquecerem em nome de Jesus, da letra das escrituras sagradas enfim, da banalização do nome de Jesus e da religiosidade bíblica.
     Na idade Média a igreja católica fez de tudo para enganar a humanidade por meio da ignorância generalizada, dificultando o acesso da população à educação formal, ficando fácil para alterar verdades bíblicas, e continua ainda hoje apoiando e influenciando o Estado a dar educação formal ruim ao povo trabalhador. Atualmente o protestantismo e evangélicos de modo geral segue a mesma lógica quando vende a educação àqueles que podem pagar, mantendo assim a exploração do povo, pior, enganando-os por meios de movimentos evangélicos onde tudo é possível desde que seja em nome de Jesus ou de qualquer religiosidade. E assim, o povo que age pelos sentimentos apenas cai no embalo do engano achando que estão fazendo a vontade de Deus, quando na realidade estão sendo levados à perdição em nome desses falsos religiosos. E agora temos a religiosidade sendo explorada pelas mídias de todo o país, é um mercado promissor que os empresários da TV saem em busca de maiores receitas; e assim, o sacro falacioso passa a ser um grande mercado. A bíblia nos adverte, cuidado! Satanás, se, possível for, nos últimos dias “enganará os próprios escolhidos”. Então, não nos enganemos, pois, encontrar o caminho que conduz à vida eterna não é tarefa tão fácil como pregam. Você gosta de estar com aqueles que agem em nome de Jesus, então saiba que a salvação não tem pacto nenhum com o que é falso. Compreender os ensinamentos bíblicos e segui-los é a única garantia de encontrarmos o caminho que nos conduz à salvação, e por falar em salvação, preste atenção nas músicas e sermões desse pessoal, suas músicas e sermões só pregam a fama, o enriquecimento e “curas milagrosas”, logo, visam apenas à lógica deste mundo e não como estar preparado para habitar com Jesus no mundo por vir.
Satanás está jogando com todas as pessoas (alma) a partida da vida. (Profetisa White. Testemunhos Seletos Vol. II, p. 502)


 Filósofo Isaías Correia Ribas

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

FILOSOFIA E JESUS


     Apreendemos (captamos) o mundo pelos sentidos, e assim percebemos que estamos inseridos entre uma infinidade de outros seres vivos e não vivos, e outras coisas feitas pelos homens. A razão, (capacidade de articular pensamentos) conectada ao mesmo corpo sensível interpreta e conclui o que “é” do que foi percebido. Diante dessa vida finita, de uma falsa lógica mundana onde a vida surge e desaparece e as coisas se deterioram, a razão “pura” que é lógica e verdadeira segundo Deus criara para essa finalidade, indaga: Qual o sentido de nascer, viver e morrer? Para que a existência nessas condições? É essa a angústia filosófica, religiosa, ateísta e científica; essa finitude de tudo é o motor impulsionador à busca por um sentido lógico para a vida; por isso a indagação primeira da filosofia: De onde vim? Qual o sentido de meu estar aqui? Para onde vou finalmente? A vida é somente isso, nascer, viver e morrer? São estas questões que ainda estão sem respostas para as pessoas e as comunidades pensantes citadas acima. E assim sempre continuarão enquanto estivermos limitados em nós mesmos, com o olhar fixo na Terra, fechados em nossas limitações. Por isso a filosofia iniciou à busca pelas respostas tentando olhar para o todo, à natureza e o cosmos; à física e metafísica, ignorando o sobrenatural. Logo, o racionalismo filosófico, fechado no antropocentrismo não terá condições de responder suas próprias indagações. Qualquer pretenso filósofo que buscar respostas sem considerar o cosmos como um todo, com a possibilidade de tudo o que possa existir não passará de um medíocre filósofo.
Física – Metafísica – sobrenatural
Física:
     Entende-se por física a Physis, a própria natureza terrena. Toda ciência empírica está alicerçada na estrutura física da natureza, mesmo quando se aponta os telescópios para o universo e enviam-se satélites (foguetes) para pesquisar o solo e a possibilidade de vida em outros planetas, as conclusões dão-se segundo os parâmetros terrestres. Como diz Hegel: “O que há de próprio na filosofia é pensar o que é efetivo e real no mundo, que pode seguramente se mostrar na experiência, mas que depende da sagacidade do espírito para ser compreendido”.
Metafísica:
     A metafísica é o que está além da física, são os discursos abstratos, abstração da Physis, do concreto. Toda metafísica filosófica, científica, religiosa, política, epistemológica e outras possíveis se limitam ao perímetro do globo terrestre. Logo, física e metafísica compõem a macro e micro estruturas dos poderes terrestres, estão unidas, fechadas entre si se achando donos do planeta Terra. Essa malha estrutural pode ser exemplificada assim: Física-metafísifca-filosofias-religiões-agnósticos-instituições-religiosa-espiritualista-ateus-políticas-nações-escolas-universidades-justiça-cadeias-reformatórios-clínicas-hospitais-segurança-foruns-bolsa-de-valores-bancos-ONU-globalização-indústria-comércio-narcotráficos-enfim, o CAPITALISMO. Esse, com seus departamentos nacionais e internacionais promovem o amor ao Deus dinheiro. É esta, segundo Michel Foucault (1926-184), a macro e microfísica do poder, a estrutura que faz a história, que aliena, subjuga, escraviza e anula o sujeito. Esta estrutura multi-una engana e mata em nome de Deus, pratica injustiças em nome da justiça, faz demagogias, engana e rouba em nome da administração pública, mata e forma milícias em nome da segurança, deseduca em nome da educação, engessa em nome da educação superior, exploram os doentes em nome da cura, o narcotráfico já é receitas legais de muitas nações explorando a “inocência” e a saúde da juventude, matando-os pelo lucro; etc. e etc.; há alguém que ainda acha que essa estrutura antropocêntrica encontrará uma saída para a humanidade? Nunca, jamais. O egoísmo é superior ao altruísmo.
O que é deus para a filosofia?
     Deus para a filosofia é apenas um conceito abstrato, logo, metafísico, sem o qual não dá para dar sentido à lógica física e metafísica, uma vez que nada pode vir do nada e tudo existe há que se admitir algo além da física, e esse algo é o conceito Deus, porém, segundo Hegel, não pode ser “um cego objeto de fé”.
Mas para lidar com o infinito a filosofia não tem outro recurso senão a razão, como um pensamento constitutivo do pensamento – consequentemente ela não pode procurar o Absoluto noutro lugar que não a própria determinação de finitude. Improvável? Só a coisa em si é improvável; Deus, muito pelo contrário, é absolutamente necessário – pois ele é o ser supremo, a essência mais alta e o conceito absoluto. Ser, essência e conceito são as três partes da lógica hegeliana, de tal modo que Hegel, quando repete estas afirmações sobre Deus ao longo de toda a sua lógica, chama a atenção para o modo de se caracterizá-Lo, sugerindo assim que não é como uma coisa particular num outro mundo que devemos procurar tal “ser perfeito”, mas na própria “estrutura” das coisas: Ele é algo como o ‘ser enquanto ser’, a ‘essência enquanto essência’ e o ‘conceito enquanto conceito’.
O Deus hegeliano seguramente é o ‘Deus dos filósofos’: um princípio constitutivo da própria realidade e não um cego objeto de fé. (Texto adaptado de RAMOS, D.) citado em CONCURSO PÚBLICO. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. FILOSOFIA. P. 131, 2013)
Sobrenatural:
     Physis é natureza, diferente da metafísica que está além da física, o *Sobrenatural está acima da natureza. Logo, é o Criador da natureza. O sobrenatural foi materializado entre nós na pessoa de Jesus e, Seu plano para salvar a humanidade desde a queda do homem começou a ser exposta aos pecadores; em todas as épocas Deus se comunicou com a humanidade através de seus patriarcas e profetas que alertavam e escreviam a bíblia. Então, em meio de toda confusão antropocêntrica há a presença do criador do universo nos instruindo sobre tudo o que acontecera e está nos indicando o caminho de volta à felicidade e liberdade plena que existia antes da transgressão da lei universal. Há uma intriga cósmica além de nossa percepção física, mas nossa ganância é tanta que não nos sobra tempo para pensar nela, e é essa a estratégia do inimigo do criador, manter todos ocupados com os interesses e modas deste mundo até o fim. Há um seriado na TV (Sobrenatural) que ilustra bem a luta entre o bem e o mal; entre nós há anjos divinos e diabólicos fazendo o que for possível e permitido para enganar a humanidade. Esse seriado está fundamentado, entendo eu, segundo meu conhecimento, na bíblia e no livro O Grande Conflito da profetisa contemporânea Ellen G. White. Ele passa-nos a ideia de que não estamos sozinhos no planeta Terra, isso aqui é um palco onde está desenrolando a história de luta do bem contra o mal, do amor de Deus e do ódio de Satanás. Todo o universo inteligente está atento ao poder e amor de Deus e das intensões de Satanás contra Deus e suas criaturas. Assim sendo, as estruturas antropocêntricas estão operando a favor do inimigo de Deus. Contra toda essa estrutura Deus dispôs-nos a bíblia; o plano de salvação contido nela; a entrega de Seu Filho para sofrer na carne as consequências dos pecados de toda a humanidade, dando assim condições para aqueles que se arrependerem e, pela fé em Sua palavra seguir Suas instruções serem salvos; para nós que vivemos nas últimas horas da história terrestre Deus nos deu uma ajuda extra: O Espírito de Profecia, uma luz menor que ilumina o caminho à luz maior, a bíblia. Sua promessa registrada em Apocalipse 19: 10 cumpriram-se na vida e nos escritos da profetisa contemporânea Ellen G. White; e temos também a ajuda do Espírito Santo para nos guiar em toda a verdade. Só resta uma coisa aos homens e mulheres: estudar e buscar compreender por si mesmo (a) o plano de salvação, ciente de que nada, mas nada mesmo além do método divino encontrarás a certeza de estar fazendo a vontade de Deus e se preparando para Sua segunda volta de Cristo e a vida eterna, aqueles que buscam a salvação precisam entender que a salvação não depende de cumprir com ritos e formalidades das instituições religiosas, mas sim em compreender o plano de salvação e viver pela fé segundo as instruções bíblicas. As formalidades fazem parte do convívio cristão, mas a salvação somente por meio de Jesus Cristo, ser como Ele!
Deus Encarnado:
     Jesus é uma realidade histórica, assim como Seu ministério, Sua morte, ressurreição e ascensão ao céu. Porém, é um escândalo para o antropocentrismo. Um evento que pela vontade dos poderes terrestres deveria ser apagado da história. Mas como isso é impossível, o autor do antropocentrismo busca por todos os meios ofuscar a obra redentora de Deus. Quando Jesus nasceu, nem aqueles que se diziam esperá-Lo O reconheceram. Ele pisou no lagar sozinho, seria Ele a prova para todo o universo que não há desculpa para o pecado, não há como justifica-lo uma vez que temos a assistência do sobrenatural e da Sua palavra revelada para nos ajudar a vencer as tentações, seja ele qual for.
Filosofia nos dias de Cristo:
 Dividia-se assim a filosofia nos dias de Cristo. A) Platonismo judaico foi elaborado e defendido por Filon; B) platonismo cristão ou patrística, defendido por Clemente de Alexandria e Orígenes; e C) platonismo pagão defendido por Plotino. Naqueles dias somente os Saduceus estavam mais próximos aos ensinamentos bíblicos, às outras seitas ou classes sociais judaicas tinham sido contaminadas com o racionalismo filosófico platônico. Platão e sua filosofia mística-racionalista praticamente se fundiram com o judaísmo, e assim, Deus era apenas uma figura metafísica filosófica, um mito. Logo, Jesus estava só para enfrentar seu arqui-inimigo Satanás, Sua única ferramenta era a fé na palavra de Deus. Após jejuar quarenta dias e quarenta noites, Satanás foi ao Seu encontro para fazê-Lo cair em pecado como fizera com Eva. Desfalecido pela fome, mesmo assim soube diferenciar a ajuda dos anjos dos enganos de Satanás. Disse-lhe Satanás:
  __Se tu és o filho de Deus mande que estas pedras se transformem em pães. Respondeu Jesus: __está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Levou-O então à cidade santa colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: __Se tu és o filho de Deus, lança-te daqui abaixo; por está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: __Também está escrito: não tentará o senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: __tudo isso de darei se prostrado me adorares. Então ordenou Jesus: __Vai-te Satanás; porque está escrito: Ao senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram anjos e o serviram. (São Mateus 4: 1-11)

Jesus e Satanás foram os dois precursores da hermenêutica contemporânea (interpretes das escrituras sagradas) à luz do que está escrito. Se Jesus houvesse falhado ali, não haveria mais salvação para a humanidade. “Assim como por um homem entrou o pecado no mundo também por um só veio à salvação, Jesus Cristo, o justo”. Jesus venceu como homem, não como Deus Onipotente, Onisciente e Onipresente, mas como Adão antes de cair em pecado; e como tal viveu trinta e três anos entre nós sem pecar, mas fez-se pecado por nós, isto é, sofreu o horror da morte para nos dar a vida eterna, claro, àqueles que O aceitar como seu salvador pessoal.
     Isso é filosofia cosmológica, com a visão do todo, somente assim a filosofia dará respostas seguras para a humanidade se livrar dos enganos antropocêntricos. Menos que isso, é apenas falatório filosófico-científico-político-religioso, um emaranhado de falácias metafísicas “lógicas”.  


Filósofo Isaías Correia Ribas 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

REVELAÇÃO, RACIONALISMO E MITOS


     Tratando-se do conhecimento temos duas fontes primárias e uma alegórica. Primeira: O conhecimento revelado está contido na bíblia e esta foi escrita ao longo de mil e seiscentos anos por cerca de quarenta autores; além de conter revelações, é também um compendio histórico. O povo de Israel compõe a parte histórica bíblica. Antes da escrita bíblica, essas mesmas verdades eram eternizadas verbalmente, Moisés apenas registrou-as e deu prosseguimento ao plano segundo as revelações de Deus. Logo, é uma coleção de livros que tem como idealizador e inspirador o Supremo Deus, o Criador do universo. Assim sendo, as partes reveladas são para aqueles que têm fé e as históricas estão registrada para qualquer um analisar segundo seus interesses independentes de fé. O atual Estado de Israel é fruto de um racionalismo político de 1948, esse não faz mais parte do contexto bíblico.
     Segunda: O racionalismo é uma fonte de conhecimento antropocêntrica, isto é, fruto de análise da razão humana, porém, sujeitas as inconstâncias dos sentidos, que, posteriormente, com Aristóteles passou a ser analisada ao rigor metódico, sendo assim, ciência e filosofia sistematizadas; a filosofia surgiu no final século VII e início do VI a. C., gênese e fundamento de todo conhecimento racionalizado existente entre nós até os dias atuais. A sabedoria, segundo os filósofos naturalistas, pertence aos deuses; e filósofos são aqueles que a buscam por meio do conhecimento; como somos seres mortais, jamais alcançaremos a sabedoria dos deuses.
     Os mitos são também de origem humana, são contos alegóricos inventados para preencher algumas lacunas que existiam até que a filosofia se estabelecesse como conhecimento fundamentado na razão ou no empirismo sensível-científico. A mitologia antecede a filosofia e seus criadores foram os poetas, pois estes, segundo a tradição falavam inspirados pelos deuses; Os mitos geralmente são acompanhados de um fundo místico, alegorias inventadas para justificar acontecimentos naturais ou cósmicos que os homens não sabiam explicar como e porque aconteciam. E assim, ao longo da história muitos mitos foram inventados, e estes, ainda servem para ilustrar como se dá o conhecimento. Platão foi o primeiro filósofo a fazer uso dos mitos como metáfora para ilustrar como se dá o conhecimento, a Mito da Caverna é o seu clássico ainda estudado nos dias atuais. E mais, ainda hoje muitos mitos são arquitetados para iludir as pessoas; porém, seus criadores não são mais os poetas e sim “célebres” pensadores a serviço da política e da religião, mas, no decorrer da história filosófica e da política-religiosa, os “mitólogos” sempre estiveram apostos para, como na antiguidade faziam os poetas, ofuscar e mascarar as revelações bíblicas como ensinamentos diferenciados entre a humanidade; é claro que não aparecem mais como mitos, mas como utopias, ideologias políticas; construções antropocêntricas para manter o povo iludido, enganado, e, há também muitas “teologias” antropocêntricas que fazem parte das ideologias políticas para iludir o povo; pasmem! As universidades são as superestruturas que dão legitimidade a esses mitos contemporâneos. Então, entendo eu que não é difícil concluir que filosofias, ciências e mitos têm a mesma origem, isto é, o próprio homem e seus objetivos continuam o mesmo: ofuscar, diminuir e mascarar a influência dos escritos bíblicos à mente das pessoas. Fazendo oposição à toda construção antropocêntrica está o conhecimento revelado, o bíblico; seu objetivo é afirmar e confirmar as verdades de um Deus criador e mantenedor do universo, dizendo a todos em alto e bom som que a história entre o bem e o mal chegará ao fim, e Deus vai restabelecer a ordem cósmica que havia antes da entrada do pecado no universo. E é aqui que entra a fé pessoal mediante a análise dos escritos bíblicos. Ciência e bíblia por princípio é diferente de ciência e religião, assim sendo, ciência e bíblia são antagônicas por princípios; ciência e religião não; logo, é possível encontrar o equilíbrio entre a ciência teológica (hermenêutica) e a ciência pura, empírica. Mas, mesmo aqui há muita relutância pela harmonia, abrir-se-ia um precedente perigoso, pensa os cientistas acadêmicos.
    Logo, os escritos bíblicos não são alegóricos e muito menos filosóficos. Sua origem é Divina, é uma história segundo as intensões de Deus o Criador e mantenedor do universo, uma revelação às pessoas de fé que, embora entendam todas as arquiteturas científicas, filosóficas e míticas não permitem que essas contingências ofusquem sua racionalidade para compreender o plano maior: o interesse do Criador em restabelecer a ordem primeira.
Filon filósofo grego, de origem judaica e cognominado “o Platão judeu”; viveu no século I da era cristã em Alexandria e é um dos principais representantes da chamada escola de *Alexandria. Chefiou uma embaixada de cinco judeus que foram a Roma pedir ao imperador que dispensasse os membros da comunidade judaica de prestarem culto divino à estátua do imperador. Como filósofo, procurou conciliar os ensinamentos do Velho Testamento com as filosofias de Platão e Aristóteles. Foi o inspirador do *neoplatonismo e da literatura cristã. (HILTON Japiassú / DANILO Marcondes. Dicionário Básico de Filosofia. Ed.Zahar, Rio de Janeiro, RJ 1989).
O judeu filon, que nasceu em Alexandria entre 10 e15 a. C., desenvolveu suas atividades na primeira metade do século I d.C., pode ser considerado precursor dos padres, pelo menos em certa medida. Dentre suas numerosas obras, destaca-se a série de tratados que constituem um Comentário alegórico do Pentateuco (devemos recordar sobretudo A criação do mundo, As alegorias das leis, O herdeiro das coisas divinas, A migração de Abraão e A mutação dos nomes, que estão entre as mais belas).
     O mérito de Filon está em ter tentado pela primeira vez na história uma fusão entre a filosofia grega e a teologia mosaica, criando assim uma “filosofia mosaica”. O método com qual Filon operou a mediação foi o da “alegorese”.  Ele sustenta que a bíblia tem a) um significado literal, que, no entanto, não é o mais importante, e b) um significado oculto, segundo o qual as personagens e eventos bíblicos são símbolos de conceitos e verdades morais, espirituais e metafísicas. [...] A interpretação alegórica iria alcançar grande êxito, tornando-se um verdadeiro método de leitura da bíblia para a maioria dos padres da igreja e transformando-se assim por longo tempo numa constante na história da patrística. (GIOVANNI Reale/DARIO Antiseri. HISTÓRIA DA FILOSOFIA. Antiguidade e Idade Média. Vol. I, p. 402. Ed. Paulus. São Paulo. SP, 1990)

     Afirmar que as histórias e as revelações bíblicas são alegarias baseando-se nessa pretensão de Filon, não preenche nem o mínimo de exigências filosóficas para ter isso como verdade, o que parece é que filon estava a serviço de alguma instituição ideológica que tinha a pretensão de fazer desses relatos uma “verdade”, para, posteriormente tentar anular de vez os escritos bíblicos, vã e doce ilusão.


Filósofo Isaías Correia Ribas