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terça-feira, 13 de setembro de 2011

PRECISA-SE DE MAIS PRINCESA ISABEL

PRECISA-SE DE MAIS PRINCESA ISABEL

Quando chegará o dia do Brasil ser dos brasileiros? Já estamos nos aproximando do sexto século do descobrimento, invasão dos portugueses ao território dos índios que aqui viviam e o Brasil continua sendo terra de “ninguém”, região de exploração globalizada. Mas o que me preocupa não é a exploração da região e sim a do povo brasileiro, os filhos da miscigenação (cruzamento de diferentes povos).
Para compreensão desse artigo vou trabalhar dois conceitos: miscigenação e imigração. E o objetivo é conscientizar os brasileiros que já é passada hora de começarmos a desfrutar das riquezas que aqui há e que é fruto do suor e do sangue derramado de nossos antepassados que, historicamente falando, foi ontem.
Toda argumentação é de fácil compreensão porque está fundamentada em nossa história que é estudada no ensino fundamental e muitos de nós somos atores nesse palco, e não é uma encenação, nem uma imitação da vida, mas a própria vida vivida. Então, relembremos nossa história.
Em mil e quinhentos, vinte e dois de abril, os portugueses, na pessoa de Pedro Álvares Cabral, líder das caravelas, aportaram nessas terras indígenas. Os portugueses, ávidos por bens materiais, riquezas minerais e de novas regiões para a exploração, em nome da coroa portuguesa e com o respaldo da igreja Medieval que perdia o poder político na Europa, juntos, decidiram usar os índios como mão de obra gratuita e fazer de suas terras uma colônia de exploração portuguesa. E como não poderia ser diferente, iniciou-se ali a miscigenação e os filhos dessa iam aumentando o número de trabalhadores, mão de obra gratuita à exploração. Primeiro o Pau Brasil, principal madeira brasileira a ser exportada para Portugal, e futuramente a devastação das matas para o plantio da monocultura canavieira, matéria prima à produção do açúcar. Como os índios eram poucos e de difícil exploração aos escravocratas, começou-se importar (comprar) africanos para a exploração. Primeiro, eram mercadorias dos escravocratas, depois, escravos, mão de obra gratuita dos senhores do engenho, e assim, mais um povo chegou a essas terras para trabalhar e, por meio da miscigenação entre europeus, índios e africanos, novos escravos, como animais, iam somando ao rebanho dos escravocratas exploradores. Os novos filhos da miscigenação podiam ser vendidos e/ou escravizados por seu senhor. Os filhos dos imigrantes europeus, que eram gerados entre eles, não trabalhavam nas terras brasileiras, iam para a Europa, terras de seus pais para estudar, e quando voltavam, chegavam melhores preparados para manter o status quo colonial.
Na Europa, Napoleão Bonaparte causava terror, e esse terror chegou à corte portuguesa e D. João VI, rei de Portugal, teve que fugir para o Brasil. E assim, em 1806, a colônia portuguesa, alcançou o status imperial. E como não podia ser diferente, a universidade chegou para a elite imigrante, como também a medicina e outras infraestruturas indispensáveis à corte. E na medida da necessidade dos descendentes imigrantes, escolas de primeiro e segundo graus preparavam seus filhos para continuarem seus estudos na Europa. E aos filhos da miscigenação, ignorância e escravidão.
Imigraram para o Brasil no século XIX por conta da vinda de D. João VI: 1819, os suíços; 1824, os alemães, Eslavos, turcos, árabes, italianos, japoneses e outros; os portugueses sempre eram em maior número. E claro, os filhos da miscigenação aumentaram e a esses bastardos, filhos fora das uniões entre imigrantes, compunham a massa escrava, poucos deles recebiam alguma assistência por parte do pai e conseguiam escapar da marginalidade social.
Os cafezais, segundo produto agrícola que deu certo nessas terras, produziram riquezas e tornou-se o principal produto de exportação. No auge dessa produção o capitalismo estava se consolidando e se firmando como a melhor teoria política para produzir riquezas estatais e privadas, logo, precisava-se de consumidores dos bens manufaturados europeus. E assim, começou a pressão internacional para trocar a mão de obra escrava pela assalariada. Após muita relutância por parte dos escravocratas, e a revolta de alguns líderes em diferentes regiões, aos poucos os exploradores entenderam, ou melhor, foram obrigados a mudar de paradigma. Foi dentro desse contexto que a princesa Isabel assinou em 13/05/1888 o “fim da escravidão”, ou melhor, o fim da mão de obra gratuita. Porém, a ideologia escravocrata: Ignorância generalizada aos trabalhadores continuou, pois somente assim eles se garantiam no poder.
Mas o que fez o governo brasileiro em comum acordo com os europeus? Trouxe mão de obra especializada da Europa para trabalhar nos cafezais e nas oficinas que começara surgir no Brasil. Aos filhos da terra, da miscigenação, o trabalho secundário: cuidar das crianças, dos jardins e ajudar nas oficinas desses novos imigrantes, e o pagamento: Pagamento? Um quarto nos fundos para morar, comida e promessas, promessas e mais promessas, que para eles, já eram melhores que as chicotadas. E aos filhos dos primeiros imigrantes, boa educação pública, as melhores escolas privadas protestantes e católicas, curso superior no exterior, e assim, tornavam-se donos de empresas, do comércio e assumiam a administração pública através da política. Logo, donos do Brasil. Esses novos imigrantes que vieram para trabalhar nos cafezais estavam sendo escravizados por seus compatriotas, mas eles perceberam a armadilha dos escravocratas e formalizaram uma reclamação junto aos seus representantes, conseguindo assim, livrarem-se da escravidão, conquistando direitos civis e boa educação aos seus filhos, e assim, trabalharam, economizaram, compraram terras, estudaram seus filhos nas boas escolas que exigiram da classe dominante e são hoje latifundiários, empresários, comerciantes, políticos e formadores de opinião em geral. E é claro, não deram educação aos filhos da miscigenação.
Quando Chegou a hora dos filhos da miscigenação mudar de vida, construir algo para si, ganhar algum dinheiro e acima de tudo isso, “ser livre, independente”, os escravocratas trouxeram os seus compatriotas para cá. Mas, quem desses miscigenados estava preparado para isso? Eram escravos, e como tais, estavam condicionados a servir, estavam livres e presos ao mesmo tempo, não sabiam nada além do fazer e quem apenas faz, não sabe administrar nem mesmo a sua própria vida. É operário, só sabe servir, e serve por uma quantia que dê para as suas necessidades básicas, isto é, comer e se “divertir”, embriagar-se, e isso, para eles era tudo. Por isso, aqueles escravos que tinham a oportunidade de mudar de vida não souberam como projetar-se para uma nova vida. Então, veio os imigrantes que sabiam além do simples fazer e tornaram-se donos daquilo que era para os filhos da terra.
Estamos no século XXI e a história se repete: pensando nesse novo dia, dia em que o Brasil seria uma potência mundial, grande produtor de alimentos, de bens duráveis e do que nem eles imaginavam; produtor de petróleo, líder em biocombustíveis e em outros bens naturais; os líderes políticos, os filhos da imigração continuaram privando os filhos da miscigenação do conhecimento, e agora que chegou mais um bom momento para os brasileiros, eles não podem desfrutar das riquezas que com suor e sangue conquistaram, e mais uma vez os bons empregos gerados pelos filhos da miscigenação estão sendo dados aos novos estrangeiros que estão chegando aos milhares ao Brasil. E aos filhos da miscigenação, os brasileiros, a mão de obra servil. Com o fim da ditadura, foi montada a ideologia da deseducação, sustentada pelos conceitos, progressão continuada, que é, na prática, aprovação automática que continua preparando os filhos da miscigenação para fazer, mão de obra barata, o máximo que esses conseguem é fazer um dos cursos oferecidos nas ETECs e FATEs espalhadas por todo o Brasil, em comum acordo com os governos federal, estaduais e municipais.
Você já parou para pensar qual a origem dos principais políticos que decidem a nossa vida? Então, faça essa pesquisa antes de votar nas próximas eleições, porque esse é o único meio de mudarmos essa miserável realidade, pois “quem não exerce o poder político que tem, sofre as consequências daqueles que o exerce”. Nossa presidente, Dilma Roussef é búlgara, os gregos dizem que seus pais fugiram da Grécia e foi para a Bulgária e de lá imigraram para o Brasil; Geraldo Alckmim, governador do estado de São Paulo é descendente de árabe; o Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, árabe; Paulo Maluf, ex-governador e atual deputado federal, da Líbia; família Covas, Galego/português; Herman Voorwald, secretário da educação para o estado de São Paulo, alemão. Você acha que eles vão pensar um Brasil para nós, filhos da miscigenação? Vão sim, e fazem com prazer: como manter a ideologia da deseducação sem que os professores e pais dos alunos percebam que estão sendo enganados com essa educação que deseduca e diploma analfabetos para labor. E mais, e que é pior, em nome da educação estão descartando os portadores de necessidades especiais, jogando-os nas salas de aulas onde não há profissionais especializados para atendê-los. Por isso, nas próximas eleições concorrerei a cargo eletivo. Não se esqueçam: quem não exerce o poder político que tem, sofre as consequências daqueles que o exercem.
A cidade de São Paulo está mostrando um quadro político jamais visto: o PSDB governa com Geraldo Alckmim, descendente árabe; o prefeito é descendente árabe; o candidato a prefeito do PT, Fernando Haddad, é descendente árabe. Os três estão amarrados, por pertencerem à mesma descendência eles se protegem, não denunciam a corrupção de seu “irmão”, pois todos eles fazem parte do pacto escravocrata: fingir que educa a população carente, filhos da miscigenação para manterem-se no poder. Precisamos estar espertos, pois se nós, brasileiros pobres e trabalhadores braçais, continuarmos mantendo essa hegemonia política, o chicote pode voltar a estralar em nossos ombros.


Isías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia