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domingo, 11 de dezembro de 2011

‘‘IDEOLOGIA, EU QUERO UMA ‘‘PRA’’ VIVER’’

Percebe-se no verso da música do cantor Cazuza uma busca por IDEOLOGIA, mas no decorrer de sua letra é visível que o autor já vivia dentro de uma, mesmo que ele não soubesse. Mas seria possível viver sem ideologia? O que ela é?
Geralmente quando se pensa neste tema, vem à nossa mente o nazismo e as ditaduras, fatos negativos da História humana. É verdade que estes momentos históricos são regidos por formas ideológicas, mas os movimentos contrários a tais fatos como as ‘‘Diretas Já’’, os ‘‘Indignados’’ e tantos outros também correspondem a ideologia. O filósofo alemão Karl Marx defendia que ‘‘Ideologia é o conjunto de ideias de determinado grupo social, e para cada ideologia dominante há uma contra-ideologia, gerando o movimento e a revolução, enfim a mudança, mas para isso é necessária a conscientização do povo.
Outro pensador alemão chamado Hegel analisa a História de uma forma parecida com a de Marx, no que diz respeito ao confronto de ideias e a ideologia gerando as transformações na sociedade. Mas para Hegel, estas ideias opostas dialogam e formam uma terceira possibilidade, e assim se faz a História. Ao contrário de Marx que defendia a revolução através da conscientização popular.
Não se pode viver sem ideologia, pois como o filósofo italiano contemporâneo Antonio Gramsci conceitua: ela é o conjunto de ideias coletivas, e sendo assim, está presente em todas as camadas sociais, no consumo, na política, nos padrões de beleza, de comportamento, enfim, em tudo que nos rodeia.
A ideologia faz parte da nossa vida, mas podemos questionar e lutar por uma condição que transforme novamente a sociedade, promovendo a evolução.

Ricardo Hidemi Baba
LICENCIADO EM FILOSOFIA WWW.ricardobaba.com.br
REVISÃO: ROBERTO DE LACERDA

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ALIENAÇÃO

NÃO HÁ NADA MAIS ALIENANTE QUE O LINK, ‘CURTIR’.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

BÔNUS QUE CORROMPE

Ao ler diversos artigos em jornais, internet e outros meios de comunicação, percebo que “a solução dos problemas” da sociedade se pauta numa boa educação. Não discordo, porém, a forma como está estruturada a educação não permite que os problemas sejam solucionados.
Agora, a questão que nos persegue é, por que profissionais qualificados, com nível superior não conseguem resolver essa problemática?
A resposta é simples, BÔNUS DE QUALIFICAÇÃO baseados em alunos NÃO REPROVADOS!
É verdade, Podem questionar! Como isso é possível? A resposta é razoavelmente, simples:
A secretaria de estado da educação elaborou um mecanismo de bônus para a escola que atingisse um índice, ou seja, um percentual, que segundo os critérios da SEE (sistema educacional estadual), cumprissem com os mínimos exigidos para esse “prêmio”. A situação é que esse prêmio é calculado de acordo com o percentual de alunos aprovados de um ano para outro. Isso é tido como “progressão continuada” onde, o aluno (a) que não atingir o mínimo numa avaliação, deverá fazer um trabalho ou recuperação paralela. O problema disso tudo é que essa recuperação acontece no mesmo período de aula que o aluno (a) deveria estar em sala, e muitas vezes, como no ensino médio, o professor fica cumprindo horário, sem que o estudante seja cobrado de participar dessa recuperação.
Bem, o que isso significa em termos práticos para a educação e a sociedade?
Significa o seguinte: há uma pressão das gestões escolares para que os professores passem os alunos, atribuam notas fantasmas, acrescentem ou retirem presenças para que o bônus seja atingido. Pois o mesmo está pautado nesses atributos. Isso gera uma pressão no grupo docente, aqueles que estão vinculados a essa lógica versus os que são contrários, soma-se a isso, o abuso de poder da gestão que tira a autonomia dos professores, e ameaça os que estão em estágio probatório.
Esse crime é claramente constatado quando vemos nos noticiários empresas reclamando que gastam muito para formação de seus profissionais, porque os mesmo não conseguem ler, escrever e compreender algo, e/ou quando os alunos formados no ensino médio das escolas públicas entram em alguma universidade e não acompanham o ensino superior, entre outros. Essa problemática gera um país de estúpidos manipulados pelo poder de quem detém o dinheiro, manutenção do estado de corrupção e a não participação democrática. Isso é sustentado por professores, gestores e supervisores de ensino, secretarias públicas, políticos, entre outros que mantém as relações de poder. O resultado dessa hipocrisia é a manutenção deliberada, por dinheiro, do grupo de gestores, desde as secretarias, diretorias de ensino e até a inspeção escolar, da morte ao processo emancipador de quem conhece se posiciona melhor no mundo.
O mais agravante é a luta interna entre os professores. Aqueles que têm uma concepção diferente são perseguidos, hostilizados e ofendidos por acreditar num processo que pode mudar o país. São levados a crer, e não sem razão, de que ensinar não vale à pena. E na atual situação não vale mesmo! Alunos sem compromisso, porque sabem que vão passar de ano sem esforço, professores que não agem e não cooperam com as ações escolares e com os gestores que são prostitutas de bônus que a secretaria da educação dá.
E o sindicato sabe disso? Sabe! E não faz nada pra mudar! Aliás, fica no discurso ideológico, promíscuo e inoperante. Sendo que na realidade fica fazendo acordos obscuros a portas fechadas.
Solução pra essa situação:
Enfrentar, denunciar e não ter medo de reagir. Afinal já se perguntaram por que a ala psiquiátrica do servidor público está lotada de professores?
A situação é tão ridícula que é melhor rir! Afinal, quem ri de tudo é desesperado mesmo!
Já que são pobres, vá fazer um curso técnico, engenharia ou outro curso superior é pra rico!
Nessa lógica neoliberal de educação tendemos a pensar que a educação não é para todos, regredindo a um padrão visto no começo do século 19. Triste, lamentável e repulsivo, mas, pelo o que estou vendo e compreendendo, é assim que tem que ser, e é assim que está. E não mudaremos se não tivermos coragem de denunciar e lutar contra esse crime. A legislação pode e deve ser alterada. Não adianta plano de carreira se o processo educativo (deseducação) é ridiculamente mantido. A reprodução social da não educação permanece enquanto os teóricos se preocupam com currículo, não que este não seja importante, pelo contrário, mas do que adianta um currículo se nossos alunos (as) são criminosamente jogados de um ano a outro sem ler ou sabendo ler mecanicamente, mas ser compreender?
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, 6/12/2011, B2. Em Opinião. José Pastore afirma que há “14 milhões de brasileiros com idade superior a 15 anos que não sabem ler (dados do senso 2010). E, ainda por cima, o analfabetismo funcional atinge 40 milhões de pessoas”.
Qual é lógica educacional brasileira? A meu ver é reacionária e para inglês ver (piegas, mas uma triste realidade).
Agora me pergunto, se essa política não funciona nas escolas secundárias, como ficará em universidades estaduais que adotaram o método de bônus?
O bônus é a alavanca que corrompe os professores, tornando-os figurantes das salas de aulas das séries básicas, figuras manipuláveis, vendidos (as) à corrupção cognitiva.
O governo, mantenedor dessa ideologia, se vê no direito de corromper também a docência das Universidades, estipulando bônus para torná-los marionetes do ensino superior, análogos aos do ensino médio.
Fica a questão, quando nossos alunos de escolas públicas atingirão o padrão exigido pelas atuais universidades públicas? Quando essas se tornarem medíocres semelhantes o ensino básico, e qual é o caminho? Bonificar a mediocridade no ensino superior.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, 05/12/2011 A20: A bonificação chegou também às Universidades públicas paulista. Na UNESP, a premiação é R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para a unidade mais produtiva. Pergunto, quais serão as bases dessa produção? Será a aprovação de todos independente do aprendizado, como é feito nos ciclos básicos?
Na UNICAMP, a partir de 2012, será premiado o professor que mais se destacar de cada faculdade, o prêmio será de R$ 8.211,02.
Está instituída a base da corrupção nas universidades paulistas. Como estarão estas daqui a dez anos? Creio eu, prontas para receber os alunos que nada sabem que saem das escolas púbicas brasileiras.
O poder político atual vai corromper tudo e todos e dará aos trabalhadores a ilusão de estudarem em uma Universidade pública, e os ricos dominadores vão fazer das Universidades particulares o seu reduto, afinal de contas já são deles mesmos; e mais uma vez vão fazer a inversão de valores para enganar os que mais precisam.
Segundo Karl Marx e Engels, ideologias (argumentações ideológicas), são mentiras elaboradas para encobrir, mascarar a realidade. Filosoficamente tudo é previsível.
Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “não temos partidos políticos, temos gangues” (O Estado de São Paulo, 01/12/2011, A3)




Texto escrito por:
Priscila Marques Ribas
Professora de Biologia da EE Pio Telles Peixoto

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

QUAL É O PROBLEMA?

No fim de agosto, assistimos à notícia de que os alunos passam de ano sem saber interpretar um texto e sem dominar as operações básicas da matemática. Por isso, no mês em que se comemora o dia do professor, refletiremos sobre os problemas educacionais no Brasil.
Os problemas educacionais no Brasil parecem sem solução, mas observando alguns pensadores, percebemos ser possível transformar a sociedade através da conscientização popular. O saudoso Paulo Freire dizia, sabiamente, que “a educação não muda o mundo, a educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo”. Freire defendia um sistema educacional que partisse da realidade local para tornar o conhecimento mais concreto aos alunos e para conscientizar os indivíduos sobre o meio em que vivem, pois conscientizadas as pessoas conquistariam uma sociedade melhor.
Para este pensador brasileiro, se deveria ensinar utilizando fatos do dia-a-dia relacionando o conteudo com acontecimentos do cotidiano. Por exemplo, aprender a ler ligando as letras com as palavras através do som, relacionando as palavras com os objetos e com os fatos, assim se aprenderia a ler com a compreensão das leituras.
A educação é formada por um conjunto que envolve a escola, a família, a comunidade e todos os fatores que cercam o indivíduo, inclusive a mídia. O filósofo da Grécia antiga Pitágoras já defendia que todos seriam responsáveis pela educação, pois seria preciso educar as crianças para não ser necessário punir os adultos. Ou seja, educar é garantir o futuro da humanidade.
É preciso ensinar aos jovens que toda ação gera consequências. Certa vez, a filósofa brasileira Viviane Mosé expôs que não basta ensinar a não jogar lixo nas ruas, é necessário dar sentido a esta regra demonstrando o que um lixo jogado nas ruas pode causar para o meio ambiente e para a sociedade. É preciso que os alunos aprendam a refletir, oferecendo aos jovens uma visão mais ampla sobre o mundo.
O sistema educacional atual não corresponde ao modelo de sociedade. Viviane Mosé analisa esta questão dizendo que nossa educação forma cidadãos inseguros, com medo de arriscar, de inovar e de tomar decisões, enquanto o capitalismo exige um profissional com habilidades, com capacidade de liderança e de inovar. Deve-se repensar o modelo educacional, seria preciso uma educação que valorize o talento, a livre iniciativa e forme um cidadão consciente e confiante para atuar na sociedade.
Todos devem contribuir para a formação de um cidadão mais consciente e atuante, e conscientizando as pessoas, transformaremos toda a sociedade. Parabéns a todos que lutam por um mundo melhor através da educação!

Ricardo Hidemi Baba
www.ricardobaba.com.br
Revisado por Roberto de Lacerda

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PASSOS PARA TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO E O BRASIL

Há anos, décadas, que a sociedade brasileira tem ouvido através das mídias nacional e internacional e dos políticos que estão no poder, que a saída para o Brasil da condição em que está, de país subalterno, do terceiro mundo, é por meio da melhoria da educação escolar de seu povo. Então, a pergunta que faço é: __ não há escolas no Brasil? __ Sim, há muitas escolas públicas e privadas. __ Então, por que não se vê mudanças, melhoria alguma na qualidade na educação de nossas crianças e jovens que estudam nas escolas públicas? __ Porque não é do interesse dos políticos que estão no poder que a juventude pobre tenha acesso ao conhecimento que mude sua condição social, se isso acontecer será o fim do poder desses políticos que não sabem governar uma nação que conhece. Por isso eles não se interessam pelo desenvolvimento cognitivo da grande massa trabalhadora. O que os atuais políticos e líderes religiosos mais gostam é de um povo sem conhecimento, eles são fáceis de dominar, trabalham por baixos salários, e se enganam facilmente com promessas políticas e religiosas.
Então, a conclusão que chego é que o problema da má qualidade da educação pública faz parte de decisões políticas do (a) presidente da república, dos (a) governadores e dos (a) prefeitos em comum acordo com o Senado, câmara dos deputados federais, estaduais e as câmaras dos vereadores. __ Sim, eles querem que a educação seja ruim. A educação é usada para manter o povo trabalhador no curral da ignorância. Eles só precisam saber o suficiente para assinar seus nomes e fazer contas básicas, para poder se especializar em alguma profissão técnica para o labor (ETEC e FATEC), povo despreparado para pensar, preparados apenas para rebanhos e não líderes. Jovens incapazes de passar em vestibulares das Universidades públicas, pois estas só existem para as elites políticas, empresariais, latifundiárias, religiosas e semelhantes. São esses os principais motivos, que fundamentam e justificam os currículos do ensino básico ao Médio.
__E daí, dá pra reverter essa política escravocrata? __ Sim, e é bem simples: primeiro passo, tirar esses velhos políticos do poder e isso você pode fazer, é só não votar mais nesses “papagaios de piratas”. Segundo passo, e isso também você pode e deve fazer; votar em novos políticos e cobrar deles as mudanças prometidas, se eles se recusarem é só organizar passeatas e pressioná-los. Políticos só trabalham pressionados.
Caríssimos eleitores somos nós, o povo, quem temos o poder para mudar as coisas públicas, somos nós quem autorizamos os políticos a agirem em nosso nome, mas não esqueçamos, somos nós também quem devemos pressionar os políticos do país para mudar as coisas que estão ruins. O Brasil só irá mudar quando o povo tiver consciência política, enquanto isso não ocorrer nada vai mudar para o bem do povo. Do modo como as coisas estão só está bom para a classe política e a elite dominadora, para nós, os pobres só nos restam o direito e o dever de votar. E é nesse dia que temos que ser inteligentes, votar consciente, e não permitir que os políticos façam desse dia uma festa da democracia enganando a todos com passeatas, danças e músicas, este dia é dia de reflexão, dia de mudanças, dia de jogar o lixo no lixo, dia de visualizar novas perspectivas e de se engajar na luta fiscalizando o seu eleito, pressionando-o a mudar a qualidade dos serviços prestados pelo poder público! Chega de promessas de boa educação, boa saúde, bom transporte coletivo, bons salários, etc. O político tem que ter a capacidade de mostrar aos eleitores como ele vai fazer as mudanças, se ele não for capaz de fazer isso nos dias de campanha ele também não será capaz de mudar nada.
Voltemos à educação: O que precisa fazer para mudar a educação, trocar os professores e profissionais que lá estão? __ Não, nem todos, apenas a minoria. No Brasil há muitos e bons professores apesar dos baixos salários, muitos desses são idealistas e continuam insistindo, lutando para melhorar a educação de baixo para cima, só que de baixo pra cima não muda nada, como já falei, o problema da educação só depende de vontade política e não de pedagogia.
O que os governos federal, estaduais e municipais precisam fazer é acabar com a maldita progressão continuada, isto é, aprovação automática. Esses paradigmas foram conceituados para iludir os pais, os alunos e muitos professores, fazendo parecer que há alguma vantagem para o estudante ir passando de ano sem aprender. Os únicos que lucram com essa política são os próprios políticos que querem manter-se no poder e o meio mais fácil é manter o povo na ignorância, sem consciência política, despreparados para a vida, sem visão de mundo.
Se há uma fase em que o ser humano está aberto ao saber é quando criança, aprender, descobrir o mundo no qual está inserido é o que lhe impulsiona às perguntas: por que isso, por que aquilo, por que tem que ser assim, a onde vamos, por que vamos, o que vamos fazer? Venha brincar comigo! Esse é o período que todos nós somos filósofos, queremos saber, conhecer, descobrir e entender o mundo. E é nesse momento que entra o pedagogo, o professor que sabe explorar essa tendência natural das crianças para lhes ensinar sem eles perceberem que estão aprendendo. Mas as crianças são espertas, elas percebem como são os pais e os exploram e quando chegam às escolas, de pronto, já percebem também como funciona o aprendizado e as estruturas daquele espaço, é um período que elas não têm consciência lógica. Mas os instintos inatos a todos os homens dão-lhes essas percepções quando crianças. E o que está fazendo os políticos brasileiros com nossas crianças com esse paradigma? Anulando-as, alienando-as, matando o melhor dos períodos para o aprendizado do ser humano, e não nos enganemos, os governos sabem disso, pois o que mais há são doutores em pedagogia da educação que os ajudam a montar ideologias de controle através da educação. Então, quando elas, as crianças, percebem como funciona o aprendizado, algo que não existe e que não é preciso aprender para passar de ano, bastando apenas à presença na escola, começa aí o inferno dos professores (as), a desrespeitá-los, desafiarem com palavras e gestos, percebem que o professor é apenas uma figura decorativa da sala de aula, mães e pais sem autoridade cognitiva, pois o governo tirou-lhes esses instrumentos de controle pedagógico, que pode reprová-lo se ele não aprender e a criança já sabe que o discurso do professor não tem fundamento, pois o governo aprova em detrimento do aval dos professores. Isso é progressão continuada.
O pior está acontecendo com os portadores de necessidades especiais, em nome da educação, dessa educação, os governos estão descartando esses cidadãos em nome da inclusão deles nas escolas públicas, e pior ainda, essas pessoas especiais estão sob a responsabilidade dos professores que não são preparados para trabalhar com esse pessoal que precisam de profissionais especiais. A escola pública brasileira é a pior do mundo e os atuais governos estão lutando para que fique ainda pior.
Mas, para a felicidade dos políticos, a progressão continuada, não gera apenas ignorância e jovens sem consciência política; cria também traficantes, assassinos, beberrões que mata milhares no trânsito brasileiro, ladrões, maus pais e mães, más esposos e esposas, milhares de moradores de rua em todas as cidades, toda uma sociedade pífia, marginalizada. Nesse capitalismo consumista, onde poucos têm muito e desfruta de tudo e à maioria tem pouco e o trabalho, e ainda lhes tiram o direito de aprender, de saber, único meio de evolução social e de aumentar a alto estima como pessoa inserida na sociedade, sem dúvida alguma eles vão arrumar um jeito de se vingar dessa situação, de se igualar aos poucos que têm muito, nem que para isso seja preciso traficar, roubar e matar e eles fazem isso naturalmente, pois o governo tirou-lhes o direito à consciência, à cidadania, desrespeita-os como seres humanos. Logo, agirão como irracionais e para eles, os marginalizados dos direitos, agir sem consciência é natural. Apertaram o botão F. E o Estado de direito é um Estado legal, logo, não tem poder absoluto. Então, só resta à sociedade dominante refletir e fazer mudanças, ou sofrerão as consequências em ascensão de suas decisões egocêntricas.
Haddad sairá como prefeito para a cidade de São Paulo em 2012, já pensou como será a educação de nossas crianças se ele ganhar a prefeitura, não vai mudar, assim como não muda com o atual governador e prefeito, eles são de origem oriental e jamais fará algo de bom aos filhos da miscigenação, os brasileiros. Tudo irá continuar como está: ruim. Progressão Continuada é o paradigma que sustenta a ideologia criminal contra todos os pobres que precisam conhecer para ascender socialmente e ter consciência política, formando cidadãos capazes de serem futuros líderes de nosso país.
O povo brasileiro nunca participou de mudanças a partir deles, de baixo para cima, como deve ser. As mudanças sempre acontecem de cima para baixo: políticos agindo para garantir o seu domínio. Tudo isso acontece porque o Brasil é um país colônia, país para a exploração estrangeira.
Os Estados Unidos da América do Norte não foi um país de colonizadores, porém, muitos africanos foram levados para lá para serem explorados e os americanos não lhes deram direitos à educação de qualidade, foram marginalizados, sofrem todo tipo de preconceito. E hoje, todo o mundo está vendo no que dá excluir uns em favor de outros, e a Europa está dentro do mesmo contexto. A ‘Progressão Continuada’ já foi aplicada nos USA e não deu certo. Se nós, o povo brasileiro não nos mexermos, nossos atuais políticos, com suas políticas corruptas, vão entregar nossas riquezas naturais aos seus compatriotas estrangeiros.
O PV (partido verde, partido mundial), sempre se preocupou com a sustentabilidade ecológica, atuando nos bastidores políticos, sem muitas pretensões políticas, optando conscientizá-los da importância do equilíbrio entre exploração capitalista e sustentabilidade ambiental. Porém, os políticos de todo mundo, devido à ganância capital preferem continuar matando o Planeta que preservá-lo às gerações futuras.
Diante disso, o PV brasileiro, está disposto, a partir de 2012, trabalhar para interferir fortemente na política nacional, não se limitando à sustentabilidade ecológica. Vamos apresentar a todos os municípios o que precisa fazer para mudar o Brasil em todos os sentidos. O Brasil é privilegiado com riquezas naturais: solo fértil, boa e muita água para uso doméstico e grandes jazidas minerais. Então, precisa-se dar boa educação formal à população e melhores salários aos professores; assistência médica de qualidade a todos; educação esportiva direcionada à profissionalização junto à educação escolar; no meio ambiente: aplicar tecnologias que realmente possam resolver os problemas da poluição da atmosfera e do solo; preparar as cidades e toda estruturas físicas à acessibilidade. Tudo isso só é possível com um povo consciente, pessoas sem consciência agem próximo à irracionalidade. Não vamos apenas prometer, vamos mostrar como fazer e o porquê precisa fazer. Os profissionais filiados e simpatizantes do PV, de áreas específicas, estão se reunindo periodicamente preparando soluções para apresentar à sociedade e se esta nos der o poder vamos melhorar o Brasil em pouco tempo!

SÁBIOS CONSELHOS

Instrui o menino no caminho no caminho em que deve andar, e até quando se envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22:6 (Salomão)

Os hábitos formados na infância e na juventude têm mais influência que qualquer dote natural para formar homens e mulheres intelectualmente grandes ou defeituosos e mesquinhos; pois os melhores talentos podem, mediante hábitos errôneos, tornar-se frágeis e debilitados. O caráter é em grande medida determinado nos primeiros anos. Hábitos corretos, virtuosos, formados na juventude, geralmente assinalarão a carreira da pessoa em todo o curso da vida. (Ellen G. White. Testimonies, Vol. 4, pág.574.) Citado em: Princípios de Vida, pág. 389. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí- São Paulo.

O mais desejável continua sendo, em todas as circunstâncias, uma rígida disciplina na época certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é exigido de si mesmo. Pois isto diferencia de qualquer outra a escola da dureza como boa escola: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido como normal; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Nietzsche, 2002ª, p. 151-152, parágrafo 14 [161]).

“De sua teoria das forças Nietzsche traz o que é necessário numa boa escola: ela educa a pessoa para se construir tanto para o mando como para a obediência, porque isso já está na própria pessoa enquanto constituição de forças em relação. Uma instituição de mando e obediência, de hierarquia, mas também de ascese, de dureza sem fim, de luta constante. Nietzsche analisa essa formação escolar a partir de sua própria “doutrina” da vontade de poder””. Mauro Araujo de Sousa. Nietzsche Asceta. Ed. Unijuí. RS, 2009. Pág.190.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

PRECISA-SE DE MAIS PRINCESA ISABEL

PRECISA-SE DE MAIS PRINCESA ISABEL

Quando chegará o dia do Brasil ser dos brasileiros? Já estamos nos aproximando do sexto século do descobrimento, invasão dos portugueses ao território dos índios que aqui viviam e o Brasil continua sendo terra de “ninguém”, região de exploração globalizada. Mas o que me preocupa não é a exploração da região e sim a do povo brasileiro, os filhos da miscigenação (cruzamento de diferentes povos).
Para compreensão desse artigo vou trabalhar dois conceitos: miscigenação e imigração. E o objetivo é conscientizar os brasileiros que já é passada hora de começarmos a desfrutar das riquezas que aqui há e que é fruto do suor e do sangue derramado de nossos antepassados que, historicamente falando, foi ontem.
Toda argumentação é de fácil compreensão porque está fundamentada em nossa história que é estudada no ensino fundamental e muitos de nós somos atores nesse palco, e não é uma encenação, nem uma imitação da vida, mas a própria vida vivida. Então, relembremos nossa história.
Em mil e quinhentos, vinte e dois de abril, os portugueses, na pessoa de Pedro Álvares Cabral, líder das caravelas, aportaram nessas terras indígenas. Os portugueses, ávidos por bens materiais, riquezas minerais e de novas regiões para a exploração, em nome da coroa portuguesa e com o respaldo da igreja Medieval que perdia o poder político na Europa, juntos, decidiram usar os índios como mão de obra gratuita e fazer de suas terras uma colônia de exploração portuguesa. E como não poderia ser diferente, iniciou-se ali a miscigenação e os filhos dessa iam aumentando o número de trabalhadores, mão de obra gratuita à exploração. Primeiro o Pau Brasil, principal madeira brasileira a ser exportada para Portugal, e futuramente a devastação das matas para o plantio da monocultura canavieira, matéria prima à produção do açúcar. Como os índios eram poucos e de difícil exploração aos escravocratas, começou-se importar (comprar) africanos para a exploração. Primeiro, eram mercadorias dos escravocratas, depois, escravos, mão de obra gratuita dos senhores do engenho, e assim, mais um povo chegou a essas terras para trabalhar e, por meio da miscigenação entre europeus, índios e africanos, novos escravos, como animais, iam somando ao rebanho dos escravocratas exploradores. Os novos filhos da miscigenação podiam ser vendidos e/ou escravizados por seu senhor. Os filhos dos imigrantes europeus, que eram gerados entre eles, não trabalhavam nas terras brasileiras, iam para a Europa, terras de seus pais para estudar, e quando voltavam, chegavam melhores preparados para manter o status quo colonial.
Na Europa, Napoleão Bonaparte causava terror, e esse terror chegou à corte portuguesa e D. João VI, rei de Portugal, teve que fugir para o Brasil. E assim, em 1806, a colônia portuguesa, alcançou o status imperial. E como não podia ser diferente, a universidade chegou para a elite imigrante, como também a medicina e outras infraestruturas indispensáveis à corte. E na medida da necessidade dos descendentes imigrantes, escolas de primeiro e segundo graus preparavam seus filhos para continuarem seus estudos na Europa. E aos filhos da miscigenação, ignorância e escravidão.
Imigraram para o Brasil no século XIX por conta da vinda de D. João VI: 1819, os suíços; 1824, os alemães, Eslavos, turcos, árabes, italianos, japoneses e outros; os portugueses sempre eram em maior número. E claro, os filhos da miscigenação aumentaram e a esses bastardos, filhos fora das uniões entre imigrantes, compunham a massa escrava, poucos deles recebiam alguma assistência por parte do pai e conseguiam escapar da marginalidade social.
Os cafezais, segundo produto agrícola que deu certo nessas terras, produziram riquezas e tornou-se o principal produto de exportação. No auge dessa produção o capitalismo estava se consolidando e se firmando como a melhor teoria política para produzir riquezas estatais e privadas, logo, precisava-se de consumidores dos bens manufaturados europeus. E assim, começou a pressão internacional para trocar a mão de obra escrava pela assalariada. Após muita relutância por parte dos escravocratas, e a revolta de alguns líderes em diferentes regiões, aos poucos os exploradores entenderam, ou melhor, foram obrigados a mudar de paradigma. Foi dentro desse contexto que a princesa Isabel assinou em 13/05/1888 o “fim da escravidão”, ou melhor, o fim da mão de obra gratuita. Porém, a ideologia escravocrata: Ignorância generalizada aos trabalhadores continuou, pois somente assim eles se garantiam no poder.
Mas o que fez o governo brasileiro em comum acordo com os europeus? Trouxe mão de obra especializada da Europa para trabalhar nos cafezais e nas oficinas que começara surgir no Brasil. Aos filhos da terra, da miscigenação, o trabalho secundário: cuidar das crianças, dos jardins e ajudar nas oficinas desses novos imigrantes, e o pagamento: Pagamento? Um quarto nos fundos para morar, comida e promessas, promessas e mais promessas, que para eles, já eram melhores que as chicotadas. E aos filhos dos primeiros imigrantes, boa educação pública, as melhores escolas privadas protestantes e católicas, curso superior no exterior, e assim, tornavam-se donos de empresas, do comércio e assumiam a administração pública através da política. Logo, donos do Brasil. Esses novos imigrantes que vieram para trabalhar nos cafezais estavam sendo escravizados por seus compatriotas, mas eles perceberam a armadilha dos escravocratas e formalizaram uma reclamação junto aos seus representantes, conseguindo assim, livrarem-se da escravidão, conquistando direitos civis e boa educação aos seus filhos, e assim, trabalharam, economizaram, compraram terras, estudaram seus filhos nas boas escolas que exigiram da classe dominante e são hoje latifundiários, empresários, comerciantes, políticos e formadores de opinião em geral. E é claro, não deram educação aos filhos da miscigenação.
Quando Chegou a hora dos filhos da miscigenação mudar de vida, construir algo para si, ganhar algum dinheiro e acima de tudo isso, “ser livre, independente”, os escravocratas trouxeram os seus compatriotas para cá. Mas, quem desses miscigenados estava preparado para isso? Eram escravos, e como tais, estavam condicionados a servir, estavam livres e presos ao mesmo tempo, não sabiam nada além do fazer e quem apenas faz, não sabe administrar nem mesmo a sua própria vida. É operário, só sabe servir, e serve por uma quantia que dê para as suas necessidades básicas, isto é, comer e se “divertir”, embriagar-se, e isso, para eles era tudo. Por isso, aqueles escravos que tinham a oportunidade de mudar de vida não souberam como projetar-se para uma nova vida. Então, veio os imigrantes que sabiam além do simples fazer e tornaram-se donos daquilo que era para os filhos da terra.
Estamos no século XXI e a história se repete: pensando nesse novo dia, dia em que o Brasil seria uma potência mundial, grande produtor de alimentos, de bens duráveis e do que nem eles imaginavam; produtor de petróleo, líder em biocombustíveis e em outros bens naturais; os líderes políticos, os filhos da imigração continuaram privando os filhos da miscigenação do conhecimento, e agora que chegou mais um bom momento para os brasileiros, eles não podem desfrutar das riquezas que com suor e sangue conquistaram, e mais uma vez os bons empregos gerados pelos filhos da miscigenação estão sendo dados aos novos estrangeiros que estão chegando aos milhares ao Brasil. E aos filhos da miscigenação, os brasileiros, a mão de obra servil. Com o fim da ditadura, foi montada a ideologia da deseducação, sustentada pelos conceitos, progressão continuada, que é, na prática, aprovação automática que continua preparando os filhos da miscigenação para fazer, mão de obra barata, o máximo que esses conseguem é fazer um dos cursos oferecidos nas ETECs e FATEs espalhadas por todo o Brasil, em comum acordo com os governos federal, estaduais e municipais.
Você já parou para pensar qual a origem dos principais políticos que decidem a nossa vida? Então, faça essa pesquisa antes de votar nas próximas eleições, porque esse é o único meio de mudarmos essa miserável realidade, pois “quem não exerce o poder político que tem, sofre as consequências daqueles que o exerce”. Nossa presidente, Dilma Roussef é búlgara, os gregos dizem que seus pais fugiram da Grécia e foi para a Bulgária e de lá imigraram para o Brasil; Geraldo Alckmim, governador do estado de São Paulo é descendente de árabe; o Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, árabe; Paulo Maluf, ex-governador e atual deputado federal, da Líbia; família Covas, Galego/português; Herman Voorwald, secretário da educação para o estado de São Paulo, alemão. Você acha que eles vão pensar um Brasil para nós, filhos da miscigenação? Vão sim, e fazem com prazer: como manter a ideologia da deseducação sem que os professores e pais dos alunos percebam que estão sendo enganados com essa educação que deseduca e diploma analfabetos para labor. E mais, e que é pior, em nome da educação estão descartando os portadores de necessidades especiais, jogando-os nas salas de aulas onde não há profissionais especializados para atendê-los. Por isso, nas próximas eleições concorrerei a cargo eletivo. Não se esqueçam: quem não exerce o poder político que tem, sofre as consequências daqueles que o exercem.
A cidade de São Paulo está mostrando um quadro político jamais visto: o PSDB governa com Geraldo Alckmim, descendente árabe; o prefeito é descendente árabe; o candidato a prefeito do PT, Fernando Haddad, é descendente árabe. Os três estão amarrados, por pertencerem à mesma descendência eles se protegem, não denunciam a corrupção de seu “irmão”, pois todos eles fazem parte do pacto escravocrata: fingir que educa a população carente, filhos da miscigenação para manterem-se no poder. Precisamos estar espertos, pois se nós, brasileiros pobres e trabalhadores braçais, continuarmos mantendo essa hegemonia política, o chicote pode voltar a estralar em nossos ombros.


Isías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

‘ALMA’: UM SER OU UMA PALAVRA?


Todas as culturas religiosas, com exceção daquelas que seguem os ensinamentos bíblicos, crêem na existência da alma como sendo um ser metafísico e imortal. A questão é: onde ou em quem eles fundamentam essa crença, na bíblia, na filosofia oriental, na ocidental ou em alegorias mitológicas?
O objetivo desse artigo é acrescentar mais luz a essa questão, mas sem a pretensão de esgotá-lo, porém, pretende abalar o alicerce daqueles que usam a fé das pessoas para enganá-las.
Segundo a bíblia, a alma é a própria pessoa. “E formou o senhor Deus o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente” (Gên. 2:7).
Após o pecado, disse Deus: “Portanto és pó, e ao pó tornarás” (Gên. 3:19).
Salomão disse: “E o pó volte para a terra como era, e o espírito volte a Deus que o deu” (Eclesiastes 12:7). O espírito aqui é a vida que Deus soprou nas narinas do homem.
Davi relatou: “Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará” (Salmo 6:5). “Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4). Há outros versos que tratam desse contexto: (Jó 14: 21; 14: 10; 34: 15), e em Jó 14: 12-14 ele indaga: “Até quando permanecerá o homem no pó da terra”?
Para o crente a morte não é senão de somenos importância. Cristo fala dela como se fora de pouca monta. “se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”, “nunca provará a morte”. Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com Cristo em Deus, e “quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória” (Ellen G. White. O Desejado de Todas as Nações. Pág. 586) Citação de Princípios de Vida. Ed. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí. São Paulo, 1988.
A bíblia fala de ressurreição e arrebatamento, porém, o arrebatamento só ocorrerá após a primeira ressurreição (I tessalonicenses 4: 16-18). Há outros tantos textos que poderia citá-los, mas creio que esses são suficientes como fundamentos.
Então, podes estar indagando, por que a maioria da humanidade acredita que a alma é um ser metafísico, imortal e não o simples sopro divino?
Primeiro, porque é mais fácil, mais cômodo acreditar que pesquisar e mais fácil ainda fazer a vontade dos homens que a vontade de Deus. Logo, sabedor dessa pré-disposição do homem para crer, aqueles que guiam a humanidade criam meios, ideologias e “verdades” para manter a humanidade fazendo as suas vontades.
Para os filósofos Pré-Socráticos (séc. VII - V a.C.), tanto os judeus monoteístas, quanto os politeístas e os alegóricos mitológicos, eram compostos por rebanhos que só sabiam crer, acreditavam e não questionavam seus líderes. A filosofia nasceu dentro desse contexto, eram pessoas de espírito livre, dispostos a criticar e se possível, eliminar do consciente da humanidade esses ícones de verdades absolutas: Deus criador, deuses criados e alegorias míticas. Eles se organizaram para criar um conhecimento antropocêntrico, que fosse provado por meio da análise da natureza e do cosmo, por isso eles são conhecidos também como filósofos da natureza (physis).
Nessa época os homens não dispunham de nenhum instrumento que os auxiliassem na análise do universo, por isso, seu método era o empirismo sensível, isto é, todas as inferências, conclusões ou deduções, eram dadas com base nos sentidos: visão, audição, tato, olfato, paladar. Por dois séculos buscaram encontrar algum elemento natural que fosse a causa de toda cosmologia universal, orgânica e inorgânica. Mas para decepção deles, esse elemento ou um composto desses, não foi possível, restando-lhes apenas as hipóteses. Porém, nem tudo foi em vão, vem dessa época o nascimento das ciências; embora não conseguissem o que pretendiam, destruir os ícones das crendices, descobriram que o homem é capaz de fazer ciência, tornando-a útil ao alívio da dor e ao conforto a humanidade. E a partir dessa decepção filosófica, a ciência incumbiu-se de dar continuidade às pretensões desses filósofos, e a filosofia voltou-se à psique humana. As atuais teorias do big-bem e da evolução de Charles Darwim, dentre outras, continuam com a intenção primeira da filosofia, eliminar do consciente da humanidade o Deus criador com seu plano de salvação.
Com a filosofia humanista, pós Pré-Socrática (séc. IV a.C.), deu-se início a filosofia conceitual, isto é, criar conceitos, valorizá-los universalmente e, através de alegorias e argumentos metafísicos, torná-los verdadeiros, verdades. Mas o que é um conceito? Conceito é uma palavra especial, que representa algo universal, possui um valor dado, e esse valor conceitual está em contingência, isto é, pode ou não ser verdade, exemplos: ‘flor’, é um conceito universal, representa todas as flores do universo, ‘homem’, representa todos os homens, ‘mulher’, todas as mulheres, ‘carro’. Analisemos agora o conceito ‘alma’, é universal, foi lhe dado um valor: ser metafísico imortal e foi criado um mito sobre esse novo ser imortal.
Percebe a estratégia filosófica, já que não conseguiram eliminar Deus do consciente da humanidade, buscou confundi-la, levando-a à descrença, às dúvidas e unidos à ciência, numa questão de tempo, tal objetivo maior será alcançado!
Os primeiros filósofos humanistas foram Sócrates, Platão e Aristóteles, responsáveis pela elaboração das culturas ocidentais.
Platão em especial dividiu o indivisível indivíduo em corpo mortal e alma imortal. A ‘alma’, pessoa, perdeu as características divina, bíblica e assumiu as características filosóficas. O corpo mortal, segundo Platão, é o cárcere da ‘alma’ imortal: morrendo o homem o corpo se decompõe e a ‘alma’ vai para o Hiperurânio, mundo das idéias de Platão. Após mais ou menos mil anos de contemplação das formas perfeitas do mundo idealizado, a ‘alma’ volta para a terra em busca de outro cárcere pra se reencarnar, porém, antes da reencarnação ela banha-se no rio do esquecimento e esquece tudo o que vira no mundo perfeito, encarnada, à medida que o novo cárcere, corpo, vai se desenvolvendo, a ‘alma’ vai relembrando o que contemplara no Hiperurânio. Por isso aprender para Platão é relembrar (anamnese).
Aristóteles, discípulo de Platão não concordou com seu mestre quanto a realidade do mundo das idéias, pois o real para Platão é o que está em nossa mente, não aquilo que são captados pelos sentidos, a realidade natural; Aristóteles valorizou mais o conceito de ‘alma’, distribuiu-a às outras formas de vida vegetal e aos irracionais. E assim todos os seres vivos passaram a ter a ‘alma’ em diferentes graus. Percebeu o truque filosófico? O que era apenas vida dada por Deus, virou ‘alma’ imortal que se reencarna, e se reencarna, pra que ressurreição?
Após as conquistas de Alexandre Magno, o grande, os escritos filosóficos de Platão ficou no Ocidente, com os helenos e a filosofia de Aristóteles foi para o Oriente, os mulçumanos procuraram aplicar a filosofia de Aristóteles à sua religião mas não foi possível. A de Platão foi estudada pelos helenísticos, sofreu alguns questionamentos, mas como fora bem elaborada filosoficamente e mitologicamente acabou virando teologia platônica, que Santo Agostinho (séc. IV d. C.) introduziu-a ao cristianismo católico e assim o conceito ‘alma’ tornou-se verdade teológica, que toda humanidade com poucas exceções, crêem que realmente a ‘alma’ existe como um ser metafísico além do corpo.
É dentro desse contexto que todos nós filósofos condenamos esse cristianismo racionalista ocidental, o qual está alicerçado sobre a mentira. Todas as religiões cristãs, adeptas da teologia da reencarnação preferem essa mentira filosófica que seguir o Cristo e crer em sua segunda volta para livrar-nos desse mundo de pecado e injustiças.
Por volta do (séc.XI) com Avicena e Averróis no (séc.XII), em Córdoba, Espanha, ambos mulçumanos, os escritos de Aristóteles chegou ao Ocidente por meio deles e dos mouros, Santo Tomás de Aquino (séc.XIII), ao estudá-lo, criticou seu companheiro Santo Agostinho e deu abertura para o renascimento da ciência e a queda do feudalismo medieval. Assim, o racionalismo científico com as teorias iluministas, por meio do empirismo científico, donos da verdade a priori e a posteriori, defensores da verdade científica como a verdade absoluta para os tempos Modernos aí estão, unidos aos sistemas filosóficos e religiosos, se impondo àqueles que apenas acreditam, que não querem estudar para conhecer, como o deus desses séculos.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor

BIBLIOGRAFIA:
Bíblia
História da Filosofia. Vol. I Geovanni Reale/Dario Antiseri. Ed. Paulus. 2003
Princípio de Vida. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí. SP, 1988










terça-feira, 9 de agosto de 2011

A POLÍTICA PODE

“Política é a atividade humana mais importante que existe na sociedade. Ela não é tudo, mas permeia tudo. Por meio dela define-se a organização da sociedade e do Estado. Política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder. Logo, é o exercício do poder. E este é jogo de interesses individual, coletivo, corporativo e estatal. O equilíbrio de poder político entre a sociedade e o Estado depende do exercício político das pessoas que compõem a sociedade. Quanto mais pessoas exercerem o poder político maior será o equilíbrio de forças e, lógico, quanto menos pessoas exercerem o poder político maior será o desequilíbrio. Então, quem não exerce o poder político que tem, sofre as conseqüências daqueles que o exercem” (Hélio Amorim de Oliveira, Brasil Eco Planetário).
A educação dos cidadãos é o melhor meio para o desenvolvimento da nação. As pessoas bem preparadas pela educação formal são mais úteis, melhor aproveitadas pelo país e estarão melhores capacitadas para o empreendimento próprio, gerando riquezas para si e para o Estado, fazendo dessa sociedade auto-suficiente e autônoma, com condições de exportar seus excedentes naturais, tecnológicos e intelectuais. Porém, o Estado brasileiro, apesar de possuir grandioso espaço geográfico para a produção agroindustrial ao longo de todo o ano, uma incalculável riqueza mineral em seu subsolo e se compor de um povo trabalhador e inteligente, a classe política atual que sempre esteve e se mantêm no poder, fazem da educação o meio para a involução e alienação desses cidadãos, tornando-os incapazes de compreender o seu valor, fazendo desses apenas operários a serviço das elites dominadoras. E desse curral não há exceção para “intelectuais, administradores, cientistas e professores”, se assim não fosse essa classe dominante e exploradora já teria sido extinta.
A política educacional brasileira sempre esteve a serviço do dominador, encurralando o povo em circunstâncias tal, que sirva apenas ao labor escravo; sem perspectivas, com baixa auto-estima, para que os ideais do Brasil colônia, continue sendo a perspectiva do trabalhador. É esse o projeto daqueles que exercem o atual poder político.
Já é passada hora do povo superar essa deficiência, abandonar a miopia política. A educação não pode ser usada para o domínio e sim para criar espíritos livres, capazes de administrarem seus ideais particulares, individuais, em harmonia com os ideais de uma grande nação, que não seja apenas grande em extensão geográfica, mas que seja grande também no saber, em produzir cultura e intelectuais a serviço do bem local e mundial.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor.



quarta-feira, 13 de julho de 2011

EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Olá pessoal do CQC, parabéns pelo programa que está alavancando a conscientização dos brasileiros referente às picaretagens que há nos seguimentos sociais. O programa está ótimo, vocês não são sensacionalistas, são questionadores que querem um Brasil melhor, com cidadãos conscientes, capaz de por si só, por meio do voto na festa das eleições, ou na compra de um bem, acabar com as picaretagens política e comercial brasileira.
O que tenho a dizer é referente à educação: O senador Buarque é sim um demagogo como disse os seus colegas, pois todos eles, os políticos, sabem que o problema é ideológico. A educação não vai melhorar pelo fato de seus filhos irem estudar nas escolas públicas; nem por melhor capacitação dos professores, pois as escolas privadas quando querem professores elas os contratam do estado, logo, os professores são os mesmos; nossos salários são baixos e os direitos trabalhistas são tirados todos os meses de nossos contra cheques, mas o idealista professor continua acreditando. A verdade meus caros é que, nem mesmo os professores perceberam que fazem parte da estratégia ideológica para a manutenção do Brasil Colônia, do medievalismo, em pleno período Pós-Moderno.
Esta ideologia está disfarçada no programa progressão continuada, que cai na aprovação automática. A maioria dos jovens graduado no ensino médio saem pior do que um graduado na quarta série dos anos setenta. Sou professor de filosofia do estado e sei o que estou dizendo, há jovens no segundo ano do E. M. que não sabem ler e não têm atestado de portador de cuidados especiais, eles se divertem com essa situação: se o governo prefere assim o que podemos fazer? ironizam. No período noturno é pior, o estudante fala na cara do professor, não vou estudar, não vou fazer prova e nem trabalho e quero a minha nota azul, Pra que estudar? Ladrão de carros e vendedor de drogas não precisa saber, o governo sabe que funciona assim e a escola vai me dar o diploma, e se os professores não atender os alunos a administração é clara, nota vermelha, no conselho vira azul, e se assim não for o que será que poderá acontecer? A progressão continuada é o programa de deseducação dos brasileiros de baixa renda, esta situação é útil para a manutenção dos políticos corruptos, de empresas que agem de má fé e das religiões que precisam de pessoas “inconscientes”, com pouca escolaridade para manter a exploração generalizada.
Mas como mudar esse status quo implantado logo após a queda da ditadura? Perceba meu caro, caiu ditadura militar e entrou a do não conhecimento que indubitavelmente é pior que a anterior. Todas as mudanças num Estado democrático elas só ocorrem por meio da pressão popular, isto é, os cidadãos por meio do voto podem trocar todos os políticos por outros com propostas melhores. Porém, os políticos sabem que a população brasileira é descendente do Brasil Colônia, da escravidão, contentam-se com promessas e esmolas, e os mesmos estão sempre gratos por terem um senhor que lhes explora, mas lhe dá ração suficiente para o labor do próximo dia. Quanto à educação, os pais dessa atual juventude acham que é vantajoso para o filho não saber e possuir um diploma, ou diplomas. Pais, diplomas sem conhecimento é diploma para a escravidão, para jovens sem perspectivas, obrigados a encontrarem nos furtos e nas drogas alguma perspectiva de futuro para se alto afirmarem. Se a população não se posicionar frente a essa barbaridade, achando que a elite política vai fazer alguma coisa para melhorar nossa situação, pode deitar, porque isso nunca aconteceu e jamais acontecerá, a elite só muda suas estratégias quando for para o bem deles, um exemplo? “A Progressão Continuada”. Já é passada hora dos brasileiros refletirem e olharem para as Câmaras dos vereadores, dos deputados, do Senado e do poder executivo, Geralmente, essas estâncias estão ocupadas por famílias donas das Capitanias hereditárias que o governo português lhes deu para explorarem as terras brasileiras, por isso eles só governam para eles, fazendo política de anulação da grande massa populacional. Quanto mais ignorantes formos, mais trabalhadores eles terão para seu próprio bem. A elite política brasileira continua sendo ocupada por descendentes de estrangeiros que para cá vieram e vem para a exploração. A presidenta brasileira assinou com o presidente dos Estados Unidos o intercâmbio de cem mil jovens para estudos e trabalhos, quem será que está na vantagem, e quais jovens brasileiros estão aptos a irem estudar e trabalhar na América do Norte?

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ACASO, NIILISMO, SOBRENATURAL, OU LIMITAÇÃO RACIONAL?

Segundo o racionalismo filosófico e científico nada pode vir do nada, há milênios esta máxima foi ensinada nos meios acadêmicos. Hoje, pensar assim é senso comum. Logo, crer nessa máxima é a forma mais simples de negar a existência de um Deus criador e mantenedor do universo e em seu plano de salvação. A lógica que há neste pensamento é humana, por isso é limitada e sendo assim, todos os limitados que preferem viver dentro das limitações antropocêntricas, preferem crer nos seus pares que expandir seus conhecimentos além do homem, na revelação bíblica. Esta não está fundamentada no acaso e não cai no niilismo filosófico Pré-Socrático, contemporâneo e em seus meandros. Viver segundo as revelações bíblicas dá sentido à vida e quem vive pela fé em seus ensinamentos não se deprime. Trocar a fé pelo racionalismo é caminhar em direção à depressão existencial. A lógica sobrenatural, como o próprio nome diz, está sobre, acima da natureza. A lógica divina está fundamentada na fé e aqui não há espaço para o antropocentrismo, mas Há sim espaço para a racionalidade, para a compreensão, a apreensão, para um viver de esperança fundamentada na concretude da pessoa de Jesus Cristo e em outros eventos históricos, pois tudo o que fora prometido no velho testamento, cumpriu-se na pessoa de Jesus. Então, por que razão não crer nas revelações apocalípticas? O mundo cristão sempre esteve em decadência porque preferiram o racionalismo filosófico que a fé nas revelações bíblicas. Atualmente, a partir das revelações dadas à Ellen G. White (1844-1915), as pessoas de fé têm um adicional bíblico, mas não superior, para fazer frente ao racionalismo filosófico e científico, dando àqueles que crêem e que querem a vida eterna, uma luz mais simples que o racionalismo teológico, pois este, a partir de Santo Agostinho (354-430 d.C.), já fora contaminado por sua filosofia. Os Adventistas do Sétimo Dia é a igreja detentora dos escritos de Ellen G. White. O que me surpreende é que eles não aceitam Ellen G. White como profetiza e sim como uma escritora comum, dando-lhe um status teológico. Isto é descrença, falta de fé, preferência ao racionalismo que à revelação. E pior é a contradição dos pastores e de seus pregadores em geral que, quando querem convencer seus ouvintes fundamentam suas falas na revelação dada a profetiza White.
Ellen G White é a profetiza escolhida por Deus para lançar mais luz ao plano de salvação antes da segunda volta de Jesus Cristo, e para contrapor o racionalismo iluminista que lançava naqueles dias a fé em Deus por terra. O que os Pré-Socráticos não conseguiram o racionalismo contemprâneo conseguira: eleger a deusa da razão. Não há saída, quem quer a salvação precisa crer no plano divino e segui-lo, caso contrário, mesmo pertencendo a qualquer instituição religiosa a perdição eterna será seu galardão. O aparente silêncio divino é o espaço para a fé e não a prova que Deus não existe, sem esse aparente niilismo não há como provar aqueles que herdarão o reino eterno que Deus preparou aos seus fiéis.


Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia.

sábado, 2 de julho de 2011

PROBLEMAS DA CONCEITUAÇÃO FILOSÓFICA

Para entender a finalidade da filosofia é preciso ter em mente que a sua proposta cognitiva é conclusiva a partir da visão do todo, pois segundo ela, o olhar somente à fração, ao particular, tende à miopia cognitiva e às falácias, ao erro. Então, se os investigadores que estão em busca de verdades fixarem seu olhar a partir dos gregos, ignorando o passado, indubitavelmente suas conclusões são passíveis de dúvidas. A filosofia ocidental surgiu no (século VII a. c.), então, não devemos nos esquecer que segundo o calendário bíblico já havia passado aproximadamente três mil anos, logo, todas as culturas passadas têm que ser consideradas e se assim não for, as conclusões filosóficas, teológicas e alegóricas estarão erradas. A filosofia grega nasceu para questionar o criacionismo bíblico e a mitologia. Antes do antropocentrismo filosófico as explicações quanto ao conhecimento e o modo como se conhecia eram fundamentados na revelação e nas alegorias míticas, estórias criadas pelos místicos gregos. As alegorias já eram o resultado da precariedade antropocêntrica proposta contra o criacionismo bíblico. A mitologia é extensão modificada do politeísmo bíblico. O politeísmo já era a forma de questionar os adeptos do monoteísmo que tinha como representante maior Adão e sua fiel descendência, tais deuses não eram antropomórficos, eram imagens compostas de elementos naturais que eram expostas nos bosques ou em elevadas topografias, e o Olimpo, o mais alto monte da Grécia antiga fora dedicado aos seus deuses. Com a mitologia grega, ao politeísmo foi dada a forma humana e suntuosos templos foram lhes dedicados. A mística grega era formada por uma elite sacerdotal e esta ensinava a população que as grandes conquistas bélicas, desportivas e catástrofes naturais eram conseqüência direta da intervenção de seus deuses mitológicos.
Os primeiros filósofos eram pessoas transparentes, explícitas e a proposta deles era provar por meio do empirismo sensível, que tanto a teoria do criacionismo quanto as explicações mitológicas não tinham fundamentos, e que tudo o que havia no Cosmo havia surgido espontaneamente, e Deus o Criador não era nada mais que um conceito.
O primeiro período filosófico é o da Physis (natureza), ou Pré-Socráticos. Começou no séc. VII a.C. e findou no V, por duzentos anos esses desafiadores buscaram provar suas hipóteses, porém, foram incapazes diante de tamanha pretensão. Algumas das questões de seus compatriotas eram: Como é possível o mármore e os diversos metais surgirem da água? E o animal racional, por que somente o homem evoluiu em meio a tantos outros irracionais? Logo, deduz-se que a proposta filosófica dos naturalistas morreu com aqueles gregos, eles não foram capazes de eliminar a influência e o propósito do Deus criador e da mitologia ou o politeísmo do imaginário humano.
O conceito ‘alma’ no hebraico é pessoa. Porém, a conceituação filosófica busca descaracterizá-lo. O ‘logos’ bíblico é palavra, mas, a filosofia interpreta o logos como sendo Deus, o ‘logos’ é a palavra de Deus, não o ser que tudo cria como querem os racionalistas. A jogada é a seguinte: dar Status à palavra e eliminar o Deus da palavra que é extensão do poder do próprio Deusa. “E disse Deus”... (Gênesis: 1). E ainda, a filosofia valoriza a alma em detrimento do corpo.
Alguns filósofos Pré-Socráticos: Tales de Mileto (séc. VII – VI a. C) foi o primeiro filósofo desse período, ele trabalhou com a hipótese de ser a água ou a umidade a origem da vida no Cosmo. Seus contemporâneos Anaximandro e Anaxímenes compunham o trio da escola de Mileto. Pitágoras de Samos (580-497 a. C.), pai da matemática foi o principal adepto da religiosidade órfica, de Orfeu, que cultuava Dionísio, originário da Trácia. Os órficos acreditavam na imortalidade da alma e na transmigração através de vários corpos, a fim de efetivar sua purificação. Pitágoras tornou-se figura legendária na própria antiguidade. No lugar de Dionísio colocou a matemática. “A grande novidade introduzida, certamente pelo próprio Pitágoras, na religiosidade órfica foi a transformação do processo de libertação da alma num esforço inteiramente subjetivo e puramente humano. A purificação resultaria do trabalho intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas e torna, assim, a alma semelhante ao cosmo, em harmonia, proporção e beleza. Pitágoras teria chegado a concepção de que todas as coisas são números através, inclusive, de uma observação no campo musical” (Os Pensadores. Pré-Socráticos. Tradução: Prof. José Cavalcante de Souza. Pág. 17e18, Ed. Nova Cultural Ltda. SP.
“O orfismo ensina a divindade da alma e a impureza do corpo. A morte é uma libertação. O centro de suas preocupações é a vida futura” (Dicionário Básico de Filosofia. Hilton Japiassú/Danilo Marcondes. Ed. Zahar. RJ)
Heráclito de Éfeso, filósofo obscuro, para ele todo o Cosmo está em movimento constante em ser e não ser, e esse movimento é a causa de toda ordem inorgânica e orgânica, sendo esta conseqüência das forças inorgânicas, e a morte é o simples retorno ao inorgânico. Heráclito foi quem afirmou primeiro: tudo é apenas uma construção conceitual e que o Deus criador pregado pelos hebreus não passa de um conceito, e esse conceito divino é o ‘logos’. Nietzsche, Friedrich (1844-1900) é o filósofo Contemporâneo defensor da filosofia de Heráclito. Parmênides de Eléia (final do séc. VI e início do V), contestou Heráclito afirmando que o ser é, e o não ser, não é. Nada pode ser e não ser ao mesmo tempo, logo, Parmênides é o pai da Ontologia (estudo do ser). Da filosofia Pré-Socrática saiu os atuais quatro elementos da natureza: Água, ar, fogo e terra, porém, Deus o criador e a mitologia continuam desafiando aqueles que querem eliminá-los do consciente humano. Da Physis restou apenas ciência, herdeira da proposta filosófica Pré-Socrática que continuam insistindo na não existência do Deus criador, mantenedor e possuidor do plano de salvação no qual, Jesus Cristo é o principal responsável, junto com o pai e o Espírito Santo. A ciência gaba-se de sua exatidão porque trabalha com as frações e estas estão limitadas aos conceitos e metodologias puramente humanas, mas as mesmas, se aplicadas à natureza não são precisas. Logo, os cientistas trabalham com o limitado e a teologia pensa e tem fé a partir do ilimitado, sobrenatural.
Após a filosofia da natureza surgiu os clássicos que tem como seus principais representantes Sócrates, Platão e Aristóteles. Foram esses os responsáveis por toda cultura ocidental. Esses, despreocupados em filosofar a natureza, voltam-se à psique, buscam compreender o universo a partir da razão e dessa premissa desenvolve-se a política, a ética (código morais), a metafísica, o idealismo, em fim, uma nova filosofia construída a partir de diversas formas de pensar, uma confusão racional, mística, mítica e metafísica disfarçada de sobrenatural. Deus, a partir desse período não é mais uma referência ao criador bíblico, mas sim, ao deus racionalizado, pensado pelos diferentes filósofos. Sócrates cria em uma inteligência superior ordenadora do cosmo; O deus de Platão era o demiurgo, deus plasmador, aquele que cria a partir da matéria; e o deus de Aristóteles era o motor imóvel que move todas as coisas sem se mover.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia

terça-feira, 24 de maio de 2011

PRECONCEITO E O HOMOSSEXUALISMO

Preconceito: Conceito antecipado; Opinião formada sem reflexão; discriminação racial. (minidicionário da língua portuguesa. Severino Bueno. Ed. FTB S.A. 1996)
Preconceito: Conceito formado antecipadamente e sem fundamento razoável; Opinião formada sem reflexão; convencionalismo; superstição. (Dicionário Moderno da Língua Portuguesa. A-Z. Ed. Rideel Ltda, São Paulo. Seg. edição, 1978).
Preconceito: “Opinião ou crença admitida sem ser discutida ou examinada, internalizada pelos indivíduos sem se darem conta disso, e influenciando seu modo de agir e de considerar as coisas. O preconceito é constituído assim por uma visão de mundo ingênua que se transmite culturalmente e reflete crenças, valores e interesses de uma sociedade ou grupo social. O termo possui um sentido eminentemente pejorativo, designando o caráter irrefletido e frequentemente dogmático dessas crenças, que se revestem de uma certeza injustificada. Ex.: “o preconceito racial”. Entretanto, é preciso admitir que nosso pensamento inevitavelmente inclui sempre preconceitos, originários de sua própria formação, sendo tarefa da reflexão crítica precisamente desmascarar os preconceitos e revelar sua falsidade”. (Dicionário Básico de Filosofia. Hilton Japiassú/Danilo Marcondes. Ed. Zahar. Rio de Janeiro, 2008. Quinta edição).
Quando não conhecemos e não sabemos fazer uma reflexão crítica agimos fundamentados em crenças, com uma postura baseada na ignorância. Isto é, queremos eliminar o diferente, o outro, pela força (batendo, e se não houvesse leis inibindo posturas ignorantes muitos outros morreriam). E acrescentou alguns dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da E. E. Ana Siqueira da Silva S P (2011): “Todos os dias morrem de dois a três homossexuais vítimas de agressões físicas”.
O homossexualismo ou movimento gay são fenômenos mundiais crescentes e gerador de altas receitas a diversos seguimentos comerciais. Logo, é um bem para o capitalismo. Observaram os estudantes da escola referida: “As paradas Gays geram mais receitas que o carnaval”. Logo, justifica-se a força da mídia local e mundial se impondo acima de tudo e todos pretendendo crescer sem ouvir críticas de seguimento algum da sociedade. Mas esse seguimento é apenas mais um que busca se afirmar, é direito deles, e democracia é isso mesmo, mas não se esqueçam de que é direito daqueles que sabem fazer a devida crítica, fazê-la. Então, fazendo uso do meu direito e dever, darei minha opinião sobre o assunto fundamentado na filosofia, na bíblia e na biologia.
O relato que segue não é minha invenção e nem imaginação, é o resultado de pesquisas feitas por estudantes de psicologia que entrevistaram vários indivíduos de programas homossexuais. As questões feitas foram: vocês gostam de homens ou são profissionais do sexo? Resposta: Somos profissionais do sexo, passivos e ativos. Então, quem é o gay nesse lance? Resposta: Os gays são aqueles que nos procuram na calada da noite ou por telefone, aparentemente são homens, mas são esses quem querem o relacionamento homo, que querem ser penetrados, geralmente são casados, pais de famílias etc. Nós somos o profissional para qualquer obra, somos promíscuos, uma falsa mulher para satisfazer as fantasias masculinas. Assim como há a mulher profissional do sexo, a promíscua que satisfaz as vis imaginações masculinas com uma mulher, nós “homens” criamos também a promiscuidade masculina para completar a promiscuidade geral, onde homossexuais gostam de se relacionar com outro “homem”. Só estamos falando das relações promíscuas mais simples, vocês nem queiram saber dos relacionamentos mais vis, da prática sexual em grupo etc.
Filosoficamente e biologicamente falando: Se todos os homens e mulheres optassem pelo homossexualismo seria o fim da humanidade, o fim da espécie, pois, a sexualidade humana foi criada ou evoluiu para a perpetuação da raça. O que só é possível entre diferentes gêneros. Mas protestou o jovem estudante: A humanidade não acabaria porque o homossexual pode muito bem se relacionar com uma mulher somente para a perpetuação da espécie, então, respondeu o professor de filosofia: Se assim for, está comprovado que o homossexualismo não é uma herança genética e sim uma perversão sexual, pois se fosse herança genética o efeminado não teria ereção. Porém, é preciso admitir a possibilidade pela opção homossexual por outros fatores sociais, e sendo fatores sociais, psíquicos, é possível a reeducação, isso se for do interesse e força de vontade da pessoa.
Reflexão bíblica: Na luta entre o bem, Deus e o mal, Satanás, ente criado que queria ser semelhante ao criador, continua sendo ponto de honra para ele destruir a imagem de Deus refletida no homem e o meio preferido por ele é a promiscuidade, se possível fosse ele acabaria com a humanidade. Segundo os relatos bíblicos, os antediluvianos se distanciaram tanto da orientação divina que preferiram viver voluntariosamente e a promiscuidade sensual era a paixão preferida. Semelhantes a eles, os moradores de Sodoma e Gomorra, cidades que experimentaram a intervenção divina, também eram promíscuas e por isso Deus as destruiu. E o novo testamento nos informa que os efeminados não herdarão a vida eterna, não farão parte do eterno reino de Cristo e que próximo de seu segundo retorno à terra a barbárie sexual seria semelhante aos antediluvianos e os de Sodoma e Gomorra. Alguns estudantes da escola mencionada concordam com a posição bíblica, e outros protestaram: “Deus não faz acepção entre pessoas, todas são iguais e criaturas do mesmo Deus”. Estão corretos, Porém, não devemos esquecer que os juízos divinos não são imediatos, há o momento certo, preestabelecido para o juízo final, onde passaremos pelo julgamento o qual estará baseado na lei divina e nas revelações dadas através de seus eleitos, os profetas. Enquanto isso, todos nós podemos viver segundo a nossa vontade, mas diante do juiz a nossa vontade não está em questão, mas esta estará submetida à vontade de Deus e à sua eterna lei universal. Portanto, fora do tribunal, todos, independentemente de opções sexuais, cor, raça e outras opções quaisquer estão e são livres para demonstrar o que são e o que querem, pois somente assim o julgamento final será justo.
O supremo Tribunal Federal brasileiro a exemplo de outros tribunais de diferentes países aprovou a legalidade da união homossexual no Brasil, dando-lhes todos os direitos civis matrimoniais, e retroativos se comprovada tal união.
Então, do exposto podemos inferir que, o homossexualismo é uma prática inútil à perpetuação da espécie humana, e tal prática não tem fundamentação filosófica, bíblica e biológica, é apenas uma prática promíscua sustentada pelo interesse capital, um modismo enaltecido pelo sensacionalismo das artes cênicas teatrais, telenovelas e cinematográficas.
Finalizando, o termo preconceito significa ignorância, aquele que não sabe, não conhece. Isto é, esse sujeito quer ofender ou destruir o outro por meio de ações ou palavras ofensivas. Então, da ignorância nascem os diversos tipos de conflitos, guerras local e mundial. Agora, posições contrárias todos nós as temos, ignorantes ou letrados, e precisamos tê-las, pois este é o fundamento do crescimento cognitivo. O que está em questão é: qual o modo correto de expor as posições contrárias? Até então entendemos que as agressões físicas são para os ignorantes e enquanto houver ignorantes essas irão continuar existindo. Mas as posições contrárias dos doutos, daqueles que sabem, precisam e fazem-se necessárias, pois somente assim a ignorância generalizada como pretendem o capitalismo e os capitalistas diminuirá. Quando o mundo aprender que o desenvolvimento cognitivo geral só será possível por ouvir o outro, e respeitá-lo a pretensa paz mundial poderá ser uma possibilidade. Mas enquanto grupos poderosos buscam eliminar as posições contrarias pela força bélica e influência da mídia, os conflitos continuarão crescendo em escala geométrica e a paz mundial será apenas uma utopia.


Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia

sábado, 14 de maio de 2011

PROGRESSÃO CONTINUADA OU APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Progressão continuada é um modelo aplicado nas universidades públicas e privadas. Isto é, quando o estudante não consegue ser aprovado em todas as matérias fica em DP (dependência pedagógica). O graduando passa, mas fica em débito, tendo que procurar em outro horário um professor que esteja ministrando as disciplinas em que ficou em débito. Caso não consiga eliminá-las enquanto cursa não poderá receber a graduação, o que ocorrerá quando todos os seus débitos acabarem.
Os educadores, pedagogos a serviço da educação pública, ou melhor, a serviço dos políticos, aplicaram esse modelo universitário aos ciclos I e II (Fundamental e Médio). Dizem eles que com esse modelo melhorariam a educação dos jovens brasileiros. É claro que eles sabiam que esse sistema é inaplicável a esses estudantes, pois crianças não têm responsabilidade para correr atrás de DP alguma e mesmo que alguns a buscassem, a estrutura e o formato das escolas não propicia essa possibilidade. Portanto, esse modelo é falacioso para as escolas públicas e privadas tanto municipais quanto estaduais. Logo, a progressão continuada só poderia cair na aprovação automática.
Penso que toda essa manobra pedagógica política é apenas mais uma ideologia para manter o Brasil Colônia, brasileiros preparados pra servir, operários capacitados para o labor, mão de obra barata a serviço das elites brasileiras e estrangeiras.
O Brasil é o país cobiçado pela maioria dos líderes mundiais, a partir da primeira invasão por Pedro Alves Cabral e posteriormente por outras nações, esse país, por sua extensão geográfica, riquezas naturais e terra que tudo dá, continua, mais que antes, o alvo de interesses estrangeiros que buscam a qualquer custo a manutenção do status quo colonial. Isto é, a manutenção de uma população alienada do conhecimento, capacitada apenas pra fazer e não pra saber, conhecer, despreparada para administrar o seu próprio país.
Os políticos brasileiros, em grande número, descendem de famílias estrangeiras que vieram para administrar a exploração das riquezas naturais e de seu povo. Como sabemos, essas famílias, buscando manter seus interesses adotaram a mão de obra escrava estrangeira e dos índios naturais. Estou convencido de que essa ideologia da deseducação dos jovens brasileiros, através da aprovação continuada é uma estratégia política para direcionar os jovens para as ETECs e FATECs dos governos estaduais e o PRONATEC do governo federal. Pois pobres, como disse a presidenta Dilma Rousseff, precisa trabalhar para comprar seu celular e o seu carrinho. Trabalhar, senhores políticos é dever de todos nós. Mas também, senhores políticos, temos o direito de conhecer, mais que isso, os atuais jovens pobres que vivem num país “democrático”, não podem ser vítimas dessa política criminosa. O povo já sente saudade do verdadeiro político brasileiro, o brasileiríssimo senhor Luiz Inácio Lula da Silva que, como querem desqualificá-lo os políticos da oposição, sem curso superior, foi o brasileiro que até hoje pensou em melhorar a educação para os nossos jovens construindo várias Universidades federais e programas de Universidades para todos, PROUNI, onde o estudante tinha o direito de escolher qualquer curso superior de ciências humanas ou não, sem forçá-lo às escolas técnicas federais ou estaduais. Diante dessa barbárie sou forçado a concluir que políticos de descendência estrangeira amam o Brasil e detestam os brasileiros descendentes de trabalhadores braçais.

COMO INDENTIFICAR O LEGÍTIMO BRASILEIRO

O nome, geralmente, diz quem sou e de quem descendo, se sou dominador ou dominado, senhor ou escravo. Ex: José João da Silva, a preposição ‘d’ está informando que esse cidadão pertencia à família Silva. Isto é, o Silva é o nome de alguma família européia que veio para o Brasil Colônia e comprou um escravo e esse passou a pertencer-lhe, por isso da Silva. A mulher brasileira descendente de escravo que casou com um estrangeiro, seus filhos possivelmente perdeu a preposição, nesses casos, é só montar uma pequena árvore genealógica (verificar os nomes dos avos ou descendentes mais distantes) e facilmente encontrarás a verdadeira descendência, se és um verdadeiro brasileiro ou de um dominador que quer a manutenção do Brasil Colônia.

ISAÍAS CORREIA RIBAS, FILÓSOFO E PROFESSOR DE FILOSOFIA

domingo, 24 de abril de 2011

PLATÃO E ARISTÓTELES, BASES DA PSEUDO-TEOLOGIA

Aristóteles (384-322 a.C.) discípulo de Platão e professor de Alexandre o grande, provavelmente foi o filósofo mais universal dos gregos. Todos os filósofos são unanimes em defender a necessidade de um deus para poderem elaborar suas filosofias, logo, deus ou deuses são seres necessários, sem eles, pensador algum consegue formular hipóteses quanto mais argumentar. O deus que Aristóteles criou foi o motor imóvel que move todas as coisas sem se mover, causador de todas as causas sem ser causado. Logo, o mundo não teve um começo, o universo sempre deve ter sido tal como é. Conclui-se então, que Aristóteles, tal qual Heráclito, deduz que o movimento, uma vez movido subsiste, e por si só o movimento é a causa das evoluções das diferentes formas. Aristóteles construiu a doutrina das quatro causas necessárias à compreensão de uma coisa qualquer. São elas: causa material; causa eficiente; causa formal; e causa final. Ele busca ilustrar o poder da natureza à habilidade do homem em construir algo, isto é, toda forma precisa de uma matéria, de um artífice e de um objetivo final.
Aristóteles não concordou com o mundo das idéias de Platão, para ele é possível compreendermos a nossa realidade sem precisar construir utopias, o nosso mundo não é feito de ilusões, pelo contrário, são as nossas limitações ou outro propósito que nos leva a construir utopias. Provavelmente para não discordar totalmente de seu mestre, valorizou e trabalhou melhor o conceito de alma, tirou-a do mundo das idéias e distribuiu-a entre os diversos entes mundanos.
Aristóteles observa: “os corpos vivos têm vida, mas não são vida. Os seres animados se diferenciam dos seres inanimados porque possuem um princípio que lhes dá a vida. E esse princípio é a alma. É necessário que a alma seja substância como forma de um corpo físico que tem vida em potência; mas a substância como forma é enteléquia (ato); a alma, portanto, é enteléquia de um corpo assim. (...) Portanto, a alma é enteléquia primeira de um corpo físico que tem a vida em potência. (...) A alma, que é princípio de vida, deve ter capacidades, funções ou partes que presidem essas operações e as regulam”. Ora, os fenômenos e funções fundamentais da vida são: a) de caráter vegetativo, como nascimento, nutrição e crescimento; b) de caráter sensitivo-motor, como sensação e movimento; c) de caráter intelectivo, como conhecimento, deliberação e escolha. Assim sendo, por essas razões, Aristóteles introduz a distinção entre: a) “alma vegetativa”, b) “alma sensitiva” e c) “alma intelectiva ou racional”.
As plantas possuem só a alma vegetativa, os animais a vegetativa e a sensitiva, ao passo que os homens a vegetativa, a sensitiva e a racional. Para possuir a racional, o homem deve possuir as outras duas; da mesma forma, para possuir a alma sensitiva, o animal deve possuir a vegetativa; no entanto, é possível possuir alma vegetativa sem possuir as almas sucessivas.
Platão e Aristóteles com a teoria das almas são os filósofos que influenciam até os dias atuais tanto as teologias quanto as filosofias panteístas e outras. Sem eles e suas utopias a humanidade estaria livre de muitos enganos teológicos e filosóficos e os espiritualistas ocidentais não se sustentariam com suas teorias da reencarnação das almas e seus deuses criados pela necessidade de anular o Deus criador bíblico que tem o plano de levar o homem novamente à eternidade.
DEUS, UM SER NECESSÁRIO
Há na bíblia a história de um Deus criador e mantenedor do cosmos, esse mesmo Deus deu leis eternas àqueles que O reconhecem como tal. Aceitar esse Deus como o orientador de nossa conduta significa reconhecer a vigência atual de sua legislação, pois ela é eterna e imutável. Como as condições do Criador são imutáveis, os homens criaram outros deuses, pois esses, criaturas dos próprios homens, seriam segundo a visão, vontade e caráter de seus criadores.
A) Os adeptos do politeísmo bíblico criaram representações divinas, deuses de paus, pedras e barros para preencher o vazio, a crise existencial causada pela rejeição das leis do criador.
B) Os gregos criaram deuses antropomorficos, divindades com a forma humana, e para cada deus forjaram uma alegoria, pois tudo o que acontecia aos gregos acontecia pela “vontade” desses deuses.
C) O deus dos filósofos pré-socráticos é o ‘devir’ (movimento), pois este se auto-originou e se auto-sustenta.
D) Os filósofos da Grécia clássica, Sócrates, Platão e Aristóteles criaram deuses racionais, pois segundo o pensamento filosófico, é impossível a ordem cosmológica e a vida terrestre sem a existência de um ser superior que a organizasse. O deus de Sócrates era uma inteligência superior; o deus de Platão era o demiurgo, deus que plasma, que dá forma a partir da matéria existente e o deus Aristóteles é o motor imóvel.
E) A maçonaria, organização mística da atualidade, segue a mesma lógica filosófica: deus é o arquiteto universal.
F) O cristianismo segue o princípio do ecletismo, isto é, adaptou-se às diferentes formas de deuses e santos.
G) Os espíritas e espiritualistas em geral se sustentam graças às idéias panteístas de Aristóteles e Spinoza (1632-1677).
H) Os ateus seguem a doutrina dos filósofos pré-socráticos que está sintetizada na filosofia de Heráclito (séc. VI e V a.C), que tem como principal expoente o filósofo Contemporâneo Friedrich W. Nietzsche (1844-1900).
I) Os Protestantes cristãos, embora rejeitem algumas práticas do catolicismo, na essência, negam e rejeitam os dez Mandamentos da lei do Deus criador, como fazem os seguimentos que criaram deuses particulares. Se Platão e Aristóteles não houvessem criado e trabalhado o conceito de alma como fizeram, possivelmente a falsa teologia não teria tanta força na arte de enganar.
Diz René Descartes (1596-1650): “Caindo os princípios, as conseqüências não poderão mais se manter. Posso supor, portanto, que exista não um verdadeiro Deus, que é fonte soberana de verdade, mas certo gênio maligno, não menos astuto e enganador do que poderoso, que tenha empregado todos os seus recursos em me enganar”. Descartes foi excelente matemático e mecânico, porém, péssimo teólogo. Desconstruiu brilhantemente a teoria das almas de Platão e Aristóteles, mas não conseguiu eliminá-la da composição do homem, pelo contrário, criou a glândula ‘pineal’, alojada ao cérebro como o habitat da alma. Na minha concepção a teoria da glândula foi criada por pressão da igreja, com a intenção de continuar válida a filosofia de Santo Agostinho de que o mal é a ausência do bem e o cristianismo platônico. Diante da indagação do teólogo Henry More: onde se encontra Deus? Que nullibi, isto é, em lugar nenhum. René Descartes concluiu seu filosofar como ateu, onde Deus era apenas um ser necessário, pano de fundo para suas pesquisas. A idéia de Deus não é inata ao homem como afirma Descartes, Deus faz parte de nosso imaginário porque há uma cultura milenar de um povo e de um livro que nos ensina que houve um Deus criador e que é mantenedor de todo o Cosmos até os dias atuais e de que há um plano divino por trás dessa cultura.As Mônodas de Wilhelm leibniz (1646-1716), força mística de partículas metafísicas, representa o desespero filosófico moderno de continuar viva a vida da alma platônica-aristotélica. Isto é, o cristianismo católico procurando manter a validade racional da teoria das almas fundamentada no racionalismo antropocêntrico filosófico.
Referências bibliográficas
Bíblia
História da Filosofia. Giovanni Reale/Dario Antiseri. Ed. Paulus. Vol. I.2003 e II 2007.

terça-feira, 5 de abril de 2011

LIBERDADE FILOSÓFICA E RELIGIOSA

O pensamento filosófico surgiu como mais uma forma de pensar e explicar o universo a partir de uma visão exclusivamente antropocêntrica. À aproximadamente Três mil anos, o racionalismo filosófico e posteriormente o científico, questionam a origem do universo segundo as revelações bíblicas. E assim, esse embate travado durante esse período trouxe mais confusão que esclarecimentos às pessoas. Por isso, já é passada hora de pensarmos o universo a partir da visão do todo, de Buscar compreender as causas de tantas angústias e do crescimento de tantas catástrofes naturais. Nós, habitantes desse planeta precisamos entender e compreender nosso habitat, analisando-o a partir de um olhar ao sobrenatural e ao natural. Penso eu que a partir da compreensão dos conceitos liberdade, livre-arbítrio e contingência, teremos dado um passo fundamental para a evolução cognitiva filosófica e teológica.
A liberdade na eternidade relaciona-se ao atemporal, quando as escolhas estavam dentro de um contexto de escolher somente entre o que é bom. Quando a mente Criadora ou o Deus criador, criou entes à sua semelhança, criou-os livres para o bem, o bom, o belo, o sublime, etc. A liberdade é o fundamento do Criador universal, e ela não está imposta, determinada. Se assim fosse, não seria liberdade. Como também não estava determinado que um ente celestial tivesse a pretensão de igualdade com o seu criador. Os anjos, criaturas celestiais, dotadas de razão, eram semelhantes ao criador, estavam envoltos do bom, do belo, do sublime e do bem divino. Na eternidade, não havia o lícito e o ilícito, o bem e o mal, o antagonismo não estava presente. Logo, somos livres quando não temos nenhum perigo a evitar. O egoísmo surgiu na mente de um ente que queria ser mais que semelhante, não se contentou em ser ente criado, não estava contente em desfrutar da harmonia que envolvia o universo, ele queria ser igual ao criador. Isto é, ter a vida em si, ser capaz de criar como fizera Deus. Esse ente, a bíblia denomina-o, Lúcifer (anjo de luz), após suas ambições egocêntricas e a perda de seu posto no céu, vários nomes são lhes dado: Satanás, Serpente, Diabo, etc. Logo após decidir que queria ser igual a Deus, começou a espalhar a dúvida entre os anjos, dizendo que Deus era um ditador, egocêntrico, enfim, aquilo que ele queria ser, dissera ser Deus. E assim surgiu o antagonismo, o egoísmo, a dúvida, o mal, o pecado e tudo o que possa ser contrário à harmonia universal. Deus em sua misericórdia mostrou a Lúcifer quais seriam as conseqüências de seus ideais, mas lúcifer rejeitou tais apelos e decidido a conquistar o posto de igualdade a Deus seguiu em sua voluntariosidade. Segundo a bíblia ele conquistou a terça parte dos anjos e levou-os à rebelião, e assim, juntos foram lançados ao planeta Terra.
Nosso planeta foi adaptado à vida após essa intriga celestial e o primeiro casal, Adão e Eva veio à existência dentro do contexto da eternidade, eram entes perfeitos, à semelhança do divino. Porém, como o Cosmos já havia sido contaminado pela dúvida e a ambição de Lúcifer, nem tudo neste planeta, ao ser criado, poderia ser perfeito, por isso, entre todas as coisas boas o símbolo da imperfeição, do antagonismo, da mentira, teria que estar presente e lá estava representada pela árvore do conhecimento do bem e do mal. Com a mesma astúcia que usara no céu, Satanás usou para enganar Adão e Eva. Disse à Eva que eles poderiam ser iguais a Deus e assim, dialogando implantou a dúvida, e ambos, a semelhança da terça parte dos anjos, também duvidaram e conseqüentemente pecaram. Após a entrada do pecado, a eternidade para os terrestres foi interrompida dando lugar à mortalidade. Dentro desse contexto foi possível criar o conceito de livre-arbítrio, isto é, o homem escolhe entre o bem e o mal, o justo e o injusto, o bom e o ruim, o que fazer e o não fazer, surgindo assim o mundo das contingências, e o mais dramático é que ninguém pode escolher pelo outro, por isso, Kierkegaard (1813-1855), teólogo e filósofo diz: “fazer escolhas é angustiante”. Queiramos ou não, somos escravos de nossas escolhas. O que há de bom dentro desse contexto das contingências é que estamos ainda vivendo sob o período da graça, isto é, ainda podemos escolher ao lado de quem estaremos na eternidade, do criador que quer dar-nos o bem eterno ou ao lado de Satanás, recebendo com ele a morte eterna. Somos livres, ou melhor, precisamos escolher, pois as escolhas refletirão na eternidade.
Com a consolidação do pecado, o planeta Terra tornou-se o mundo das contingências. O bem e o mal passaram a fazer parte da natureza humana, distanciando-a da plena paz. Doravante a angústia é a nossa companheira e a paz é o nosso ideal. Nesse contexto dual o homem é paixão e razão, mas há uma força imanente que move o indivíduo a realizar os apelos das paixões e da razão, essa força chama-se vontade. Artur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão, defende a tese de que o homem é apenas vontade, pois esse é um sentimento que nunca se esgota e não se cansa. Friedrich Nietzsche (1844-1900), também filósofo alemão, defende a tese de que a vontade é a força em potência que movimenta todo o devir do Cosmos. Nietzsche é o filósofo contemporâneo que procura eternizar a filosofia natural dos pré-socráticos. Ellen G. White (1827-1915) profetiza cristã, fala sobre esse domínio volitivo, mas soma às paixões e à razão, o poder do Espírito Santo, força divina à disposição do homem que atua na vontade para levá-lo a desejar o bem supremo, a paz e a liberdade em meio às contingências mundanas. Todo indivíduo consciente entende que há no homem a atuação dessas duas forças porfiando pelo controle da vontade, e ela não respeita faixas etárias e nem os gêneros. Mas há muitos indivíduos sábios que conseguem fazer com que a sua vontade seja racionalizada e dê equilíbrio às suas ações, não permitindo ser controlados pelas paixões. Esse domínio racional é possível a qualquer pessoa. A obra do Espírito Santo está para além do racional. Se permitirmos, Ele qualificar-nos para a eternidade, onde voltaremos possuir à semelhança divina.
A liberdade em Cristo está inserido no contexto de compreensão do plano de salvação que Deus disponibilizou-nos desde a queda de Adão e Eva. É impossível alguém ser salvo sem compreendê-lo. Pois o amor de Deus não pode ser desculpa para a ignorância proposital. Os teólogos da atualidade e pregadores cristãos banalizam o plano de salvação, tornando-o simplista e mercadológico. Só será possível o retorno à eternidade se entendermos o processo, é de graça, porém, envolve um retorno de cento e oitenta graus no nosso modo de vida. Qual modo de vida? O de antes e o depois de compreender o plano divino. Compreendido, nossa vontade começa a desejar o bom que Deus quer nos dar, só que nossa vontade é mundana, e ela tende a atender naturalmente aos apelos das paixões, e assim, trava-se o conflito espiritual. Não é mais paixão e razão e sim a quem desejamos atender, aos apelos mundanos ou aos divinos. Agora, esse novo indivíduo deve pedir que Deus opere mudanças em sua vontade, e assim, inicia-se o processo de santificação, isto é, quanto mais se aprofunda na compreensão da graça salvadora, mais nossa vontade busca um caráter semelhante ao de Cristo, nossa natureza mundana encontra outro sentido para a vida, a vontade tende ao divino e fica mais fácil para vencer aos apelos carnais das paixões. É assim que se processa a liberdade em Cristo, quando permitimos a sua intervenção em nossa vontade, o nosso desejo mais profundo é fazer a Sua vontade e fazendo-a, verdadeiramente seremos livres.
Nota: para a maioria dos cristãos o ente satanás não existe, o que existe é o mal e este é, segundo santo Agostinho (354-430), a ausência do bem. Agostinho, Padre da igreja Católica, errou filosoficamente e teologicamente ao admitir o bem como Deus e o mal como a ausência do bem. Biblicamente, ambos, bem e mal possuem personalidade.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia


Referências bibliográficas:

Bíblia.
Confissões. Santo Agostinho. Nova Cultural. Coleção os Pensadores. 2000.
História da Redenção. Ellen G. White. Ed. Casa Publicadora Brasileira. 2008.
História da Filosofia. Giovanni Reale/Dario Antiseri. Paulus. 2003.
Kierkegaard. Coleção os Pensadores.
Mente Caráter e Personalidade. White. Ed. Casa P. Brasileira. 1989.

domingo, 27 de março de 2011

PLATÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DE SUA FILOSOFIA

FILOSOFIA PLATÔNICA

Platão foi o primeiro filósofo pós-socrático a filosofar a partir das estruturas místicas, mítica e racionalista. Sua intenção era mostrar ao mundo ocidental que todas essas estruturas são apenas construções antropocêntricas. Para os três filósofos clássicos: Sócrates, Platão e Aristóteles, impossível a existência de tudo o que há sem que houvesse um ser superior que fosse o organizador do universo. O que eles questionavam era a possibilidade de tudo o que existe ter vindo do nada, sob o comando apenas das palavras do Deus criador segundo ensinava os judeus. Para Sócrates esse ser era uma inteligência superior, única, da qual se dizia missionário: o deus de Platão era o Demiurgo, plasmador e não criador, isto é, moldou o que existe a partir de alguma matéria. Aristóteles admitiu a possibilidade de um deus-motor imóvel que pôs tudo em movimento sem se mover e se sustenta. A cultura ocidental está estruturada segundo a ótica desses filósofos. A partir do humanismo e do renascimento essas estruturas místicas, mítica e racionalista foram questionadas e “derrubadas”, porém, apenas parte da sociedade tem consciência desse redirecionamento. Por isso, ainda hoje, a grande massa vivem sob controle das ideologias estruturadas sobre essa antiga ótica. Platão, impossibilitado de compreender a realidade das contingências do mundo sensível, optou por construir um mundo perfeito a partir de suas próprias ideias, denominou-o, Hiperurâneo, mundo das formas perfeitas, eterno, habitat das almas que ele criara ao dividir o homem em corpo mortal e alma imortal. O mundo racional que Platão idealizara foi tão bem elaborado que Santo Agostinho (354-430 d.C.) adaptou-o ao cristianismo, e a exemplo de Platão criou duas cidades utópicas: a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens e como filósofo, atrás da cortina do cristianismo negou o grande conflito sobrenatural ao negar a não existência de Satanás segundo os ensinamentos bíblicos, dizendo que o mal é apenas a ausência do bem. Logo, não existindo um ser sobrenatural, Satanás que se rebelara no céu e aqui está para enganar os homens como fizera no Jardim do Éden com Eva e Adão. Tomás Campanella (1568-1639) adepto das ideologias utópicas criou a “Cidade do Sol”, onde o sol é o deus invisível, símbolo do intelecto, Campanella seguiu as tradições do mágico Hermes Trismegisto, personagem mítico que nunca existiu. O mais drástico é o que os filósofos-cristãos, elaboradores da teologia da libertação estão elaborando, ou melhor, estão questionando: o futuro estabelecimento do reino de Cristo por ocasião de sua segunda volta. Eles estão ensinando que o reino de Cristo é uma utopia de Jesus Cristo, e que o estabelecimento de seu reino se dará por meio de uma revolução política liderada pelos movimentos sociais.

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor de filosofia.

domingo, 13 de março de 2011

MIOPIA FILOSÓFICA

Todo indivíduo é e sempre foi único. Embora cada um seja herdeiro genético de um casal, herdando características genotípicas, fenotípicas e culturais de seus ancestrais, cada um, mesmo com todas essas influências, continua sendo único. Essa unidade é ainda composta de outros vários elementos físicos e metafísicos, de órgãos autônomos e de outros sob o controle da vontade. E ainda mais, cada um é também um universo de sensibilidades psíquicas, físicas e emocionais, todas finitas, porém, com infinitas possibilidades de combinações. Logo, a diversidade de características em comum são as causas da individualidade. Essa tríade única, corpo, razão e mente/pensamentos são combinações até hoje discutidas. Embora delas façamos uso constantemente, a ciência, as religiões e os filósofos, ainda não chegaram a um denominador comum. O que se sabe com certeza é que o cérebro é um órgão que, por meio de um composto químico, gera tensões elétricas, as quais fazem as conexões através dos nervos ao resto do organismo. E a mente/pensamento, como eles surgem e como se dá essa ligação metafísica com o físico? Por acaso algum racionalista já é capaz de definir? Creio eu, que sem as sensibilidades físicas e psíquicas jamais pensaríamos e consequentemente não haveria o que memorizar. E a razão, é somente um raciocínio lógico ordenado segundo os signos culturais? Não. Não pode ser tão limitada como pretendem os pensadores racionalistas e metafísicos de todos os tempos. A razão é um universo inato, independe de conhecimento escolar e cultural. Ela, naturalmente, dá a qualquer pessoa condição de avaliar e julgar as próprias emoções físicas e psíquicas. Porém, a razão pode ser moldada, pois é predisposta à evolução cognitiva. Agora sim, por meio do conhecimento formal e informal, mais as apreensões culturais, o nível de consciência passa ser a propulsão do desenvolvimento pessoal, que é o causador da evolução social e do meio. Então, se um povo ou nação, quer desenvolver-se em todos os sentidos, precisa dar boa formação escolar aos seus concidadãos. Para que isso ocorra a médio e longo prazo, é preciso anular o idealismo de preparar o povo para o trabalho apenas braçal, pois, quanto maior a visão de mundo da grande massa, mais fácil será para a administração pública implantar ideais desenvolvimentistas.
A federação e os estados precisam acabar com essa ideologia de educação colonial, das terras dos Tupiniquins. Não precisamos mais ficar olhando para trás, os atuais brasileiros já possuem condições de pensar o Brasil a partir dos brasileiros, da nossa atual realidade.
Já se percebe essa nova visão educacional no âmbito federal. Quando os políticos da esfera estadual e municipal tiverem essa consciência, a educação dará à população essa maturidade de conscientização e esse novo indivíduo não vai mais construir a sua casa em um local de risco e o novo político vai também zelar pela vida de seus concidadãos, educando-os quanto à força da natureza e que seus limites devem ser respeitados. E essa educação de que tudo acontece pela vontade de Deus vai diminuir e esse cidadão consciente terá mais precauções racionais.
Todas essas características são comuns a todos os indivíduos, exceto em casos patológicos. A capacidade do homem de se localizar no tempo e no espaço e de compreender o mundo à sua volta só é possível por causa dessas características que é comum a todos e ao mesmo tempo, é a causa da individualidade.
Dividir o indivíduo em corpo e alma, em entidades distintas, mortal e imortal, que se juntam por um período e para um propósito é um erro filosófico e religioso. Pois o indivíduo só é íntegro, enquanto todas essas capacidades estão ativas concomitantemente. Deixando de existir o físico, automaticamente o metafísico se extingue. Deus, quando criou o homem assim o criou: físico e metafísico, capaz de apreender, compreender e criar a partir do que existe na natureza. Logo, o homem é semelhante ao criador, ele pensa com consciência e executa o pensado.
A filosofia, com a intenção de provar seus argumentos antropocêntricos, “dividiu” o indivisível indivíduo em razão e sensibilidade. A primeira foi enaltecida e a segunda depreciada. À razão ligou ao verdadeiro conhecimento, filosófico e científico, portanto, lógico e empírico. E ao sensível ligou o falso conhecimento e entre eles estão todo “conhecimento” revelado, religioso, aquele que é buscado por meio da fé. Mas a questão é: é possível a racionalidade sem as sensibilidades físicas e psíquicas? No meu entender, o erro filosófico é o mesmo do religioso, ambos, buscam por interesses próprios, montar um indivíduo dicotômico, com a finalidade única de questionar a existência e os princípios legais de um Deus criador do universo. Mas a grande realidade natural é que jamais o indivíduo dividido funcionará a contento, na íntegra, sem as inter-relações físicas e metafísicas, isso não é possível nem mesmo no campo das possibilidades. Fato é que o racionalismo filosófico pré-socrático entrou em crise e nela permanece.
Friedrich Nietzsche (1844-1900), de sua filosofia inferiu: “a grande razão é o corpo e a consciência é a razão menor”. Sem o corpo que sofre os afetos externos e internos, jamais existirá alguma consciência. É o corpo com todos os seus dispositivos sensíveis, que dá à razão, pequena consciência, alguma possibilidade de apreender, compreender e pensar o objeto ou a coisa.
No primeiro período filosófico, o pré-socrático, os filósofos naturais compreenderam que estavam enganados: não há nenhum elemento natural que possa ser a causa primeira de toda evolução do Cosmos. De suas pesquisas deduziram apenas o óbvio: o universo é um constante devir (movimento cíclico da vida animada e inanimada), existe por si só, sem nenhuma gênese e sem nenhuma finalidade. E Aristóteles, seguindo o mesmo raciocínio, criou a hipótese de um motor imóvel, causador de todas as causas sem ser causado.
Mas como a pretensão primeira da filosofia sempre foi e é, anular do consciente da humanidade a noção de um Deus criador e salvador, que tudo criou com uma finalidade, não desistiram, e assim, explicitamente, as escolas filosóficas helenísticas se expressavam: “diziam que Deus não se importava com os interesses desse mundo e que a terra não é nem conservada nem governada por essa essência igualmente bem aventurada, incorruptível e onipotente; mas que ele, o mundo, subsiste por si mesmo..., pois tudo o que acontece no mundo acontece por acaso” (Flavio Josefo. História dos Hebreus. Vol. III. Pág. 302. Ed. das Américas). Intelectuais e ignorantes dos dias atuais negam e zombam daqueles que possuem fé em um Deus criador e salvador.
Já é tempo de filósofos e cientistas entender e aceitar que a fé não anula a capacidade filosófica e científica de nenhum indivíduo às pesquisas, e que essa posição é apenas preconceituosa. A fé não é antagônica ao conhecimento e nem mesmo atrapalha, pelo contrário, busca conhecer tanto o físico quanto o metafísico. Logo, é mais lógica. A filosofia foi e é útil ao desenvolvimento humano, o erro está em limitar-se a destruir a fé, algo que é intrínseco, natural do homem. Assim, acabam prestando um desserviço ao desenvolvimento cognitivo integral. A filosofia tem uma tarefa maior que essas preocupações mesquinhas. O indivíduo, o outro igual, é diariamente devorado por sistemas ideológicos, políticos, religiosos, sindicais etc., esses são os lobos do homem, não a fé, pelo contrário, ela dá sentido à vida, dá esperança, felicidade e a possibilidade de pensar no outro, de repensar um capitalismo mais equitativo. Precisamos preocupar-nos em livrar o outro dos sistemas, levando-o a se valorizar, a ter um espírito livre, a produzir mais e não contentar-se em apenas ser ovelha de rebanhos dos mais diversos sistemas que se instalam para sobreviver da exploração do outro. A fé é de utilidade subjetiva, é indestrutível, o máximo que se consegue é redirecioná-la, o que precisa ser questionado e eliminado, se possível for, são os mercadores da fé, aqueles que redirecionam a fé alheia segundo os seus interesses particulares. Por isso os exploradores políticos e religiosos preferem um povo sem conhecimento, logo, inconscientes, preparados apenas para o labor braçal, e à exploração.
As teorias filosóficas da evolução, entre elas a de Charles Darwin (1809-1882), são perspectivas atuais de consolidar a pretensão filosófica pré-socrática.

ISAÍAS CORREIA RIBAS, FILÓSOFO E PROFESSOR DE FILOSOFIA.