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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

EDUCAÇÃO PÚBLICA PEDE SOCORRO



A política mundial está se reestruturando para continuar direcionando a humanidade de tal modo que garanta o domínio dos países ricos em detrimento dos menos desenvolvidos, não permitindo que os mais pobres mudem de status de explorados, mantendo assim, o mercado de mão de obra barata para os ricos exploradores. Infelizmente, no Brasil, esse ideal é mantido através da educação pública com apoio de muitos políticos e “educadores” que não diz uma palavra de protesto contra o sucateamento do ensino às crianças e adolescentes que serão o Brasil de amanhã. A maioria dos ideais que davam condições ao trabalhador ascender economicamente através da educação formal está chegando ao fim por meio da “progressão continuada” instituída no ensino público. Com esse paradigma o inocente estudante sabe que não precisa estudar para passar para a próxima série, impossibilitando o trabalho dos professores (as) que são responsabilizados por políticos e gestores da educação como os responsáveis pela degradação do ensino público, indignos de ter seu trabalho reconhecido através de boa remuneração, levando a sociedade contra a valorização do professor da escola pública. Por isso essa nova reestruturação idealizada pelos milionários que vendem a educação a quem possa pagar promovem a terceirização da educação pública, da mão de obra industrial e outros serviços públicos no Brasil. Logo, a educação pública não está ruim, tem que ser ruim.

O mais desejável continua sendo, em todas as circunstâncias, uma rígida disciplina na época certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra escola da dureza como boa: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido como natural; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Nietzsche, 202a, p. 151-152, § 14 [161]). (SOUSA. Nietzsche Asceta, p, 190)

Filósofo Isaías Correia Ribas

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

"LIVRE-ARBÍTRIO É DEVER - LIBERDADE É PENSAR POR SI MESMO"


Tese
Sem liberdade plena não há julgamento justo. Os racionais se revelam e pensam por si mesmos na liberdade. Então, caso queira conhecer o caráter de alguém, dê-lhe liberdade plena. (RIBAS, Isaías Correia)
Argumentação
O-Todo é um novo conceito sem preconceito às produções intelectuais referentes às epistemologias sensível e suprassensível de todos os tempos. Qualquer pessoa que queira conduzir o outro à maioridade moral, intelectual e espiritual a que ter entendimento do-Todo; caso não valorize O-Todo, é apenas mais um defensor e mestre em conduzir o outro à minoridade filosófica, política, religiosa, profissional e epistemológica segundo ele foi conduzido ou se autodeterminou. Pois, o fato de ser profissional especializado, mestre e doutor em conhecimentos específicos não é garantia de ter o conhecimento do-Todo. Os que pensam o contrário faz da parte O-Todo, caindo em um tipo de absolutismo; parece-me, ter sido esse o equívoco científico-filosófico-e-religioso de todos os tempos.      
"Livre-arbítrio"
          Segundo Santo Agostinho, “o livre-arbítrio é um dom de Deus concedido às criaturas racionais que as permite agir livremente de acordo com sua vontade. É o uso consciente da liberdade”. Esse conceito cunhado por Santo Agostinho é um esforço para definir o que é liberdade no contexto mundano onde já existem os antagonismos bem e mal, certo e errado, feio e bonito, gordo e magro, salvação e perdição, Deus e Satanás, etc.; isto é, eu devo escolher entre um e outro. Ora, se sou livre e de vontade própria e tenho que escolher, não há liberdade. Logo, o “livre-arbítrio” de Agostinho não é sinônimo de liberdade, mas de dever. Assim sendo, ignorar essa lógica do dever como meio de se excluir dessa responsabilidade já é uma escolha, e não é a das melhores. Daí, deduz-se, que: liberdade e autonomia da vontade, como dons divinos, só podem estar inseridos dentro de um contexto onde não existam os opostos.     
Liberdade em Kant
Contudo, é possível que um público se esclareça a respeito de si mesmo. Na verdade, quando lhe é dado a liberdade, é algo quase inevitável. Pois aí encontrar-se-ão alguns capazes de pensar por si, até mesmo entre os tutores instituídos para a grande massa, que, após se libertarem do jugo da menoridade, espalharão em torno de si o espírito de uma apreciação racional do próprio valor e da tarefa de cada ser humano, que consiste em pensar por si mesmo. (KANT p. 89)
          O-Todo. Este conceito não se limita a entender o que existe de concreto no planeta Terra, mas, inclusive, as forças suprassensíveis que envolvem o universo. Mas você deve estar indagando, como é possível conhecer O-Todo físico-metafísico universal se estamos limitado ao planeta Terra? Então, meu caro leitor (a), quando se parte da premissa de que não se pode conhecer além do que existe em nosso planeta, isso nos faz cair em erros sobre o que podemos conhecer e entender, nos tornando esclarecidos, deixando a minoridade e ingressando na maioridade; apto a seguir o lema do iluminismo Kantiano: “Tenha coragem em servir-te de teu próprio entendimento”!
          Os livros e outras ciências desenvolvidas nesses últimos séculos nos permitem ter a visão do-Todo das civilizações passadas. Um dos mais antigos livros denominado bíblia narra as histórias relacionadas à metafísica divina e é fonte primária para várias ciências contemporâneas na busca de compreender as civilizações e fatos de passados antes mesmos das civilizações; então, não devemos esquecer que é o único livro que revela a existência de algo maior como a origem do pecado e a ciência da salvação. Logo, ignorá-la como fonte de conhecimento do-Todo, induz-nos a deduções falaciosas a respeito do suprassensível Deus que pode salvar quem deseja viver em plena liberdade, possível apenas em um universo perfeito.   
Liberdade em Deus
          A liberdade no contexto divino expresso nas páginas da bíblia não se dá segundo as visões de Kant: (um único senhor do mundo pode dizer: raciocinai o quanto quiser e sobre o que quiser, mas obedecei!) E o dever contido no livre-arbítrio de Agostinho. No universo planejado por Deus às suas criaturas o antagonismo bem e mal não existia e não existirá, mas apenas o bem, o bom, a paz, o inefável, enfim, a perfeição; ambiente preparado a quem quiser nele habitar fazendo uso da liberdade plena, consciente. Antes do pecado de Lúcifer já era assim, mas, fazendo uso da liberdade plena, quis ser igual a Deus; o Criador mostrou-lhe que, como criatura, embora inteligente, jamais poderia ser igual a Deus (ter vida em si); então, aconselhou-o a repensar seu projeto e voltar a seu posto de criatura e líder para não quebrar a harmonia e paz existentes, mas, caso quisesse continuar com seu projeto lhe seria dado tempo para desenvolvê-lo; Lúcifer preferiu voluntariosamente prosseguir com seus ideais estabelecendo o mal em oposição à perfeição existente. Nesse contexto, no céu, originou-se o pecado e tudo que é antagônico a perfeição. Assim sendo, desdenhar e negar a existência do Deus bíblico e do universo perfeito além das imperfeições terrestres, facilmente caem em falácias filosóficas, científicas e religiosas como se fosse verdade.  
A arte e técnicas linguísticas para anular Deus e o conhecimento bíblico do consciente humano são da filosofia
No período clássico, a partir do século IV a. C., o Ser em Si ou Deus, é admitido pelo racionalismo filosófico como um conceito destituído de personalidade, algo inventado pelos líderes de Israel para o domínio das massas. Assim, a partir da visão do racionalismo filosófico, com o discurso de fundamentar o conhecimento em outras bases, iniciaram suas críticas lançando dúvidas ao modo de vida dos judeus, à política teocêntrica, às escrituras dos profetas e à existência de Deus que tudo criara. A estratégia planejada foi admitir Deus como sendo um conceito inventado para fechar a lógica criacionista com o objetivo de dominar a todos através do medo da morte e da esperança de viver em um mundo onde ela não existirá. Analogamente os filósofos fundam uma sociedade que crê em suas teorias como sendo a verdade e na existência do Deus bíblico como um conceito, pré-julgando aqueles que creem na existência literal de Deus, como ignorantes. Percebeu como a filosofia joga com todos, tanto com os que creem em Deus, como os que não creem, mas os fazem crer no jogo conceitual elaborado por eles? Como se faz tal proeza? Lançando pequenas dúvidas no que está estabelecido; por acaso não foi esta a estratégia de lúcifer quando pretendera ser igual a Deus enganando a terça parte dos anjos e à Eva e Adão comerem do fruto proibido? Lúcifer continua elaborando novas artes do disfarce para, se possível for, enganar até mesmo aqueles que conhecem o plano de salvação. Nestes últimos séculos, a partir do esclarecimento ou iluminismo, astutamente, através das universidades e outros seguimentos sociais, tem se mostrado capaz de enganar a todos, seja pobre ou rico, letrado ou iletrado, ateu ou crente; para cada seguimento ele tem seus disfarçados ilustres do saber, agentes que sabem manter o poder da dúvida ativo em todos os meios.
Kant e o iluminismo
O Esclarecimento é a saída do homem da condição de menoridade autoimposta. Menoridade é a incapacidade de servir-se de seu entendimento sem a orientação de outro. Esta menoridade é autoimposta quando a causa da mesma reside na carência não de entendimento, mas de decisão e coragem em fazer uso de seu próprio entendimento sem orientação alheia. Sapere aude! Tenha coragem em servir-te de teu próprio entendimento! Este é o mote do Esclarecimento.
Preguiça e covardia são as causas que explicam porque uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia (naturaliter maiorennes), ainda permanecem com gosto e por toda vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam porque parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve a dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar quando posso pagar; outros assumiram a tarefa espinhosa por mim; a maioria da humanidade (aí incluído todo o belo sexo) vê como muito perigoso, além de bastante difícil o passo a ser dado rumo a maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que estas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas aprenderiam facilmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas tentativas. – Para o esclarecimento, porém, nada é exigido além da liberdade; e mais especificamente a liberdade menos danosa de todas, a saber: utilizar publicamente sua razão em todas as dimensões. Mas agora escuto em todos os cantos: não raciocineis! O oficial diz: não raciocineis, exercitai-vos! O Conselho de Finanças: não raciocinais, pagai! O líder espiritual: não raciocineis, credes! (um único senhor do mundo pode dizer: raciocinai o quanto quiser e sobre o que quiser; mas obedecei!) Por todo canto há restrição da liberdade. E qual restrição serve de obstáculo para o esclarecimento? Qual não o impede e até mesmo o sustenta? Respondo: o uso público do entendimento deve ser livre em qualquer momento, e só ele pode gerar o esclarecimento entre os seres humanos; o uso privado do mesmo pode frequentemente ser bastante restrito, sem que, todavia, o progresso do esclarecimento seja, por si só, impedido. (...) – . (KANT) Danilo Marcondes. Textos básicos de Ética de Platão A Foucault, p. 88 e 89.
É sabido que, independentemente de líderes religiosos, o ser humano a sós ou em grupos isolados das influências de outras culturas, naturalmente, busca saídas metafísicas para solucionar seus problemas físicos, literais. Mesmo as sociedades consideradas desenvolvidas, diante de catástrofes naturais, acidentais e atentados criminais, de imediato, a tendência natural é buscar socorro em entidades metafísicas, ou seja, em Deus. Logo, na busca por socorro imediato, revelamo-nos a dependência que temos de um Ser suprassensível, esquecendo toda argumentação, certezas e eficácia dos aprendizados científico-filosóficos nos tempos de bonanças. Independentemente das religiões e seus seguimentos materializados nas diversas denominações religiosas, a bíblia foi o primeiro livro a sistematizar e revelar os fundamentos do monoteísmo e do politeísmo; onde, Deus é revelado como único Ser criador de tudo que há na Terra e no universo e o politeísmo como forma de imitar ou negar os atributos do monoteísmo. Assim sendo, ignorá-la, tentar anular sua influência, alterar seus escritos e dar interpretações falaciosas a fim de fundamentar teologia, filosofia e ciências particulares é perder a visão do-Todo, se tornando mestres na formação de pessoas na menoridade. Não devemos esquecer que os relatos bíblicos é inspiração e motivação para pesquisadores de várias áreas do conhecimento em busca de comprovação dos fatos expressos em suas páginas. Logo, Kant, fazendo uso de seu próprio entendimento; com o intuito de se declarar ter saído da menoridade; especialmente a religiosa, doravante condutor à maioridade; em seu afã por negar a existência de Deus e zombar dos que creem, é apenas mais um que se autodeclara adepto, amante e condutor à minoridade.             
Kant está equivocado ao avaliar as prerrogativas de Deus sob as finitudes e finalidades mundana. Alcançamos a maioridade quando temos O-Todo como premissa e não as partes. Kant, ao negar o conhecimento bíblico como parte do-Todo faz de seu entendimento, conhecimento o esclarecido absoluto. Porém, assim fazendo, se autodetermina amante da minoridade, passando a ideia de que a maioridade se dá apenas através do conhecimento científico-filosófico excluindo O-Todo físico-metafísico.
Filósofo Isaías Correia Ribas

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos De Ética De Platão A Foucault, Rio de Janeiro – RJ: Ed. Zahar, 2009.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

RACIONALISMO FRANCÊS ISLÂMICO X BÍBLIA



19
O Homem e a Ciência

Do nascimento da filosofia e seu espírito crítico, até os dias atuais, muita coisa aconteceu nesses dois mil e seiscentos de críticas à nação e ao conhecimento teocêntrico até então estabelecidos por Deus. Estamos, nesta pesquisa, nos dias do rei de Babilônia, Nabucodonosor. Nesta época ele invade Jerusalém, capital do reino dos judeus, destrói a cidade, o templo construído por Salomão e leva os judeus cativos para Babilônia.
O Império babilônico e os feitos de Nabucodonosor coincidem com o nascimento da filosofia, VI-V a. C., os filósofos surgem para construir outros fundamentos para o conhecimento; porém, para isso se concretizar, a que destruir toda epistemologia construída em nome de Deus e dos deuses. O que interessava ao espírito filosófico era encontrar fundamentos naturais para a gênese do cosmo e da vida no planeta Terra isentos de fé e crenças. Então, coube a filosofia esse desafio. Porém, antes de entrarmos nesse antagonismo entre filosofia e bíblia, é bom entendermos os fundamentos sobre os quais a filosofia e posteriormente a ciência se sustentariam para criticarem e, se possível fosse, anular o poder de Deus e da fé na mente humana, formando uma sociedade cética; onde, crentes e ateus, por caminhos diversos, se enquadrariam em nome do conhecimento aos ideais antropocêntricos. São três os passos que os pesquisadores dão para estabelecer o conhecimento formal: a priori, empírico e a posteriori.  
Primeiro passo
A priori (antes da experiência). “É aquele conhecimento que não pode ser adequada e suficientemente fundado na experiência” (PORTA). O princípio se dá através de uma opinião (doxa); em seguida, a opinião gera suposições e desconfianças que se dão na concretização de uma hipótese que desencadeia vários problemas que precisam de respostas. Assim, as hipóteses alcança o status de tese (teoria) que precisam ser justificadas. Feito isto através de argumentos consistentes, que justifique investimentos, recebe-se autorização, tempo e verbas da comunidade política e científica para buscar respostas positivas ou negativas às hipóteses e seus problemas.  
O princípio básico que rege a explicação da possibilidade do conhecimento a priori é que o sujeito só pode conhecer a priori aquilo que ele “produz” e que, em consequência, depende dele de algum modo ou, na perspectiva inversa, que o sujeito não pode conhecer a priori aquilo que não dependa dele de modo algum. (PORTA. A Filosofia a Partir de seus Problemas. p, 124)
A filosofia é a fundadora do conhecimento antropocêntrico. Mas, para ter sucesso em estabelecer o antropocentrismo filosófico teriam que destruir os fundamentos do teocentrismo que norteava todo comportamento das sociedades até então estabelecidas. O fundamento do conhecimento absoluto se dá através do monoteísmo bíblico, a mesma bíblia esclarece que seu opositor é o politeísmo que surgira através daqueles que não se enquadravam nos ideais monoteístas. Logo, Deus e seu opositor Satanás se sustentavam através dessas duas culturas antagônicas. No primeiro período filosófico os filósofos da natureza queriam encontrar um elemento natural que fosse a origem da vida e do cosmo; porém, após duzentos anos de busca seus ideais não de concretizou frustrando-os. Diante disso, o segundo desafio passou a ser eliminar as pessoas de Deus e Satanás dessa trama antagônica que definia quem se enquadrava nos princípios divinos e nos satânicos. Logo, toda teoria do conhecimento antropocêntrico, tem, entre outros objetivos, negar a existência literal de Deus e Satanás.
Antes da filosofia, o conhecimento teocêntrico se dava entre a palavra e o objeto referido, era objetivo. Com os primeiros filósofos da natureza tentou-se negar o teocentrismo analisando a natureza, isto é, que o fundamento do conhecimento antropocêntrico também fosse objetivo. Porém, tal objetividade não foi possível, pois, não encontraram nenhum elemento natural que fosse definido como gênese da vida e do universo; assim, com Heráclito e Parmênides, as intensões filosóficas se voltam à análise da palavra, onde, algumas obtiveram o status de conceito; possibilitando-lhes ir além dos objetos concretos através da dialética abstrata, discurso metafísico; ou seja, as criações mentais passaram a representar realidades objetivas e conceitos vazios de significado literal. Pois, a criação do conceito possibilitou-lhes a ampliação do movimento epistemológico; onde, além de apreender o objeto ou a coisa, através da razão pura criaram aritmética, geometria, álgebra e sistemas filosóficos passíveis de comprovação empírica e lógica. As primeiras palavras a perderem a objetividade e passar à categoria de conceitos filosóficos foram o ser e a alma que alcançaram o status de seres metafísicos, passando a ser o fundamento dos primeiros sistemas filosóficos.       
Principais filósofos metafísico-céticos
          Após o debate entre Heráclito e Parmênides sobre o ser e o não ser, a virada do objetivo para o subjetivo-metafísico aconteceu. Nesse contexto aparece Sócrates exigindo daqueles que diziam saber, clareza nos discursos e na definição conceitual: ele questionou os deuses, defendeu a existência de um único Deus originador da moral que deveria ser internalizada pelos políticos e cidadãos comuns de Atenas e tentou conscientizar os jovens da falsidade do politeísmo grego; por isso o condenaram à morte. Futuramente Platão, enquanto fugia da mesma condenação de seu mestre, aprendera com os pitagóricos, os babilônios, os assírios e os egípcios outros conhecimentos, novos deuses e novos modos de cultuá-los. De volta à Atenas fundou sua Academia, primeira universidade a difundir os novos ideais filosóficos com relação às ciências exatas dos pitagóricos, suas crenças na imortalidade da alma e suas próprias criações filosóficas, como: O mundo das ideias e a alegoria da Caverna que tinha o deus sol como o supremo bem. Para os babilônios e assírios o deus sol chamava-se Shamash, e para os egípcios, Rá, a luz suprema, o verdadeiro bem, e ele, Platão, o iluminado que saíra da caverna das ilusões mundanas, guiaria a todos à realidade do mundo das ideias, das formas perfeitas, onde, através do pensamento poderia contemplar o supremo bem; no entanto, “não percebera” que, com seus ideais metafísicos ampliava a caverna da ignorância religiosa. Aristóteles, seu principal discípulo percebera o engano de seu mestre, questionou suas conclusões redirecionando a sociedade à verdadeira realidade das substâncias, onde, o homem de ciência eficiente a transformaria em seu benefício desprovido de ilusões religiosas.
Com os filósofos maniqueístas, os fundamentos antropocêntricos estavam definidos: o bem Deus, e o mal, Satanás, perderam suas personalidades sendo apenas luz e trevas, forças antagônicas que sustentam a harmonia universal. Com Santo Agostinho, o neoplatonismo e o maniqueísmo se fundem à teologia de Paulo fazendo os cristãos medievais, através do absolutismo da igreja Católica Apostólica Romana fechar-se dentro da caverna da ignorância religiosa, política e epistemológica por mil anos. Porém, novamente Aristóteles se agiganta diante irracionalidade religiosa medieval que chegara ao Ocidente através dos orientais muçulmanos que, através de Santo Tomás de Aquino põe fim a Idade Média e seus abusos religiosos e políticos; onde, a sociedade medieval é retirada da caverna platônica agostiniana.
          Com René Descartes e sua teoria do conhecimento, através do Método, o cientificismo começa se desvincular da metafísica vinculando-se ao sujeito que pensa, é o renascimento da teoria do conhecimento antropocêntrico. Logo, com o francês René Descartes, mesmo sendo um metafísico, a transição metafísica para o racionalismo científico-filosófico renasce. E, com o Neerlandês Baruch Spinoza, o capitalismo passa a ser o bem; onde, bem é o útil e o mal o que impede sua utilidade; portanto, livre é aquele que busca o bem e evita a mal. Daí, deduz-se que, com Spinoza a ganância capitalista, a escravidão e a exploração generalizada adotada pelos que detêm o poder e o capital fora justificada.
          O escocês David Hume critica a existência da substância eu de Descartes; pois, não há na natureza nenhuma substância que impacte a mente do sujeito pensante, para, através da experiência chegar-se ao conhecimento, logo, o eu que pensa continua sendo objeto de crença. Hume, através de sua teoria do conhecimento leva os pensadores a deduzir que Deus não existe além de um conceito vazio de significado literal, pois, não há nada na natureza como sendo a substância Deus para dele derivarmos o conhecimento, seja a priori ou empírico; logo, segundo o ceticismo de Hume, Deus não existe.
          Com a teoria do esclarecimento ou iluminismo de Immanuel Kant; da coisa em si, ou seja, de Deus como substância primeira, nada podemos deduzir a priori e empiricamente, logo, Deus é apenas um conceito destituído de qualquer significado literal. Isto é, se ele existe, existe apenas como conceito. E, com o alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que teve sua filosofia rejeitada em sua terra natal, encontrou nos ideais franceses um terreno fértil à divulgação de suas ideias céticas para todo o Ocidente. O niilismo construído a partir da frustração religiosa de Guilherme Miller e os protestantes da época foi sua inspiração para a elaboração da filosofia da desconstrução, onde, segundo dedução do próprio Nietzsche, tudo que fora construído pelo antropocentrismo filosófico-político-e-religiosos até o presente como sendo verdade, representa a arquitetura da mentira. Para Nietzsche, esta vida é o único momento que os homens e mulheres têm para viver intensamente, pois, segundo suas conclusões, a vida no além, ou seja, o plano de salvação contido na bíblia é uma utopia; logo, leis e morais religiosas que buscam orientar o comportamento humano devem ser ignoradas. Nietzsche se arrisca a profetizar a vinda de super-homens, onde, pessoas ousadas, na categoria de ateus, religiosos e políticos, viveriam além do bem e do mal metafísico; isto é, princípios morais, éticos e religiosos nada significariam para eles. Então, as causas das degradações morais, éticas, políticas, religiosas e a crescente criminalidade da sociedade contemporânea em todo o planeta Terra, se dão porque o Deus bíblico não existe mais como meio de salvação e Satanás da perdição. Logo, deduz-se que Satanás, em nome do ateísmo filosófico, do fanatismo religioso e da política está conduzindo a maioria da população mundial a ter o mesmo fim que ele, a perdição eterna.  
Segundo passo
Empírico, método de análise prático; além dos sentidos, meio imediato de comprovar ou negar afirmações, há o empirismo científico, onde, através de equipamentos de precisão, amplia-se a capacidade de análise sobre o que está sendo pesquisando. Em um segundo momento, dependendo do que se está produzindo, aplica-se o produto para verificar sua eficácia, isto é, se na prática, acontece segundo a tese levantada. Neste segundo passo toda opinião e desconfianças hipotéticas têm que passar pelo crivo da experiência aplicada. Isto é, na prática, são feitas simulações várias vezes para garantir que as conclusões sejam ou não, verdadeiras. Nesta fase, opiniões e hipóteses não têm nenhum valor de verdade. Caso as opiniões e hipóteses passem pelo crivo empírico, deixam o campo das opiniões hipotéticas passando para o campo epistêmico, conhecimento cientificamente comprovado.
Segundo Kant, existem dois tipos de conhecimento: o empírico e o a priori. Conhecimento empírico é aquele que se “funda” na experiência. Entendemos por experiência um conhecimento baseado, em última instância, nos sentidos. Se eu dissesse agora que esta parede é branca, isto seria um conhecimento empírico, pois a verdade desta minha afirmação está suficiente fundada nos dados que os sentidos me proporcionam. Para saber se o que eu digo é verdade, a única coisa a ser feita é olhar para a parede. Conhecimento a priori é aquele conhecimento que não pode ser adequada e suficientemente fundado na experiência. (Ibid, p, 110)
          De modo simples, empirismo é o caminho para se chagar a verdade ou negá-la. O empirismo se dá por um caminho de duas mãos, o sensível e o científico. O sensível é o uso dos sentidos sem auxílio de instrumentos técnicos para conferir o que foi afirmado. (se digo que esta parede é branca, basta olhar para conferir, se afirmo que esta fruta é azeda, basta experimentá-la para comprovar, enfim, tudo que depende apenas dos sentidos pode-se afirmar ou negar de imediato). O empirismo científico é mais complexo, é o uso de instrumentos para auxiliar os sentidos; por isso, com a invenção de uma simples luneta foi o suficiente para derrubar conclusões falaciosas sobre nosso sistema solar, com a invenção do microscópio foi possível conhecer o universo dos micro-organismos, tornando possível a fabricação de vacinas e outros remédios para combater doenças que assolam milhares de pessoas, com o desenvolvimento dos telescópios o universo continua sendo desvelado. Muitos aparelhos de precisam foram inventados para auxiliar o homem na busca e ampliação do conhecimento como seu aferimento, confirmando ou negando opiniões e teses hipotéticas.
Terceiro passo
A posteriori ou após a experiência. Assim, terminada a fase empírica, o cientista tem condições de dizer a verdade sobre a opinião e desconfiança inicial negando ou confirmando a hipótese. Logo, toda opinião hipotética não comprovada empiricamente, seja lá por que motivo for, continua sendo apenas opiniões hipotéticas, pois, não atingiu o status epistêmico, conhecimento cientificamente comprovado.

A distinção fundamental entre os dois caminhos está em que, no primeiro, o homem se deixa conduzir apenas pela razão e é então levado à evidência de que “o que é, é – e não pode deixar de ser” (primeira formulação explícita do princípio lógico-ontológico de identidade). Já na segunda via, “os mortais de duas cabeças”, pelo fato de atentarem para os dados empíricos, as informações dos sentidos, não chegariam ao desenvolvimento da verdade (aletheia) e à certeza, permanecendo no nível instável das opiniões e das convenções de linguagem. (PARMÊNIDES. Os Pensadores. Pré-Socráticos, p. XXVI)

Filósofo Isaías Correia Ribas



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ESCOLÁSTICA E O NASCIMENTO DAS UNIVERSIDADES OCIDENTAIS


     
     Escolástica é um movimento epistêmico responsável pelo nascimento de universidades em várias regiões do planeta. A Patrística (escola dos padres) estava fundamentada na fusão da filosofia de Platão e a dos maniqueístas que Santo Agostinho fundira com os escritos de Paulo compondo, assim, a teologia medieval; já, a Escolástica, nasceu fundamentada na filosofia científica de Aristóteles e outros pensadores gregos. No ano 800 d. C., os árabes, estudando Aristóteles e outros filósofos gregos possibilitou-lhes a criação de escolas superiores, as universidades para o mundo Islâmico do Oriente Médio. Entre os séculos XI e XIII com as cruzadas militares (guerra santa) de caráter parcialmente cristão, que partira da Europa Ocidental com objetivo de colocar a terra santa (Palestina e Jerusalém) que eram controladas pelos turcos muçulmanos, sob a soberania dos cristãos, foi a responsável pelo movimento de pessoas entre o Oriente Médio e o Ocidente europeu da época. Nesse contexto, através dos filósofos Avicena (980-1037) e Averroes (1126-1198), a filosofia de Aristóteles e outros pensadores gregos chegaram ao Ocidente europeu.   
Esse precioso legado chegou à Europa cristã por meio de um complexo intercâmbio cultural, que as Cruzadas favoreceram em vez de dificultar. Foi ele que revitalizou o pensamento europeu e, direta ou indiretamente, criou condições para a intensa fermentação intelectual e espiritual do século XIII, ei que brilharam as figuras de Francisco de Assis e São Boaventura, Robert Grosseteste e Roger Bacon, Alberto Magno, e Tomás de Aquino, Raimundo Lúlio e Mestre Eckhart. Quase quatrocentos anos depois, a revolução científica do século XVII, que deu à luz a ciência moderna, foi fruto tardio, e um tanto desvirtuado, dessa exuberante árvore do conhecimento. (ARANTES. O maior perigo do Islã: não conhecê-lo, p. 68)
     Conhecendo a filosofia de Aristóteles, Tomás de Aquino (1221-1247), fez com que a Escolástica se agigantasse diante da Patrística medieval platônica de Santo Agostinho. Das críticas de Tomás e outros, desencadeou o espírito renascentista humanista na Itália do século XIV; derrubando o domínio da igreja medieval pondo o fim a Idade Média no século XV; dando início à reforma Protestante do século XVI; possibilitando a Revolução científica do século XVII e o racionalismo iluminista do XVIII; tendo a França como a nação mais cética, aquela que procurou mobilizar a razão a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da cultura medieval, acabando com várias tendências através do conhecimento da natureza a fim de torná-la útil ao homem moderno e progressista, promovendo o intercâmbio intelectual, indo contra a intolerância da igreja e do Estado; onde, vários príncipes governistas tentaram impor as ideias dos filósofos iluministas Baruch Spinoza (1632-1704), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e o matemático Isaac Newton (1643-1727) aos governos. O grande centro iluminista aconteceu na França que culminou com a edição da enciclopédia (1751- 1772) editada por Denis Diderot (1713-1784) com a contribuição de centenas de outros líderes filosóficos. A teoria da evolução do inglês Charles Darwin (1809- 1882) é a expressão máxima do ceticismo ou ateísmo que busca, ainda hoje, desqualificar o criacionismo bíblico.
O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento, mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do iluminismo. (KANT, Immanuel, 1724-1804)
Filosofia e os protestantes
     O espírito crítico filosófico ao medievalismo fez nascer o espírito protestante, foram os de dentro da própria igreja Católica Apostólica Romana, agora, conhecedores de outras ideias além das de Platão e Santo Agostinho que denunciaram os abusos que a igreja praticava em nome de Deus e do Estado. Da pena desses doutores escolásticos surgem as teologias protestantes que os príncipes europeus abraçaram para reformar os novos Estados ou nações que nasciam da queda do domínio da igreja medieval. O que devemos perceber é, que, essa nova postura filosófica protestante surgira dentro de um ideal religioso-político capitalista, contrário à exploração totalitária da igreja medieval que valorizava a pobreza dos plebeus como meio de alcançar o perdão e salvação da alma, logo, o que estava mudando era o modo de exploração, onde, cada indivíduo, fazendo uso de sua inteligência estava livre para explorar o outro em nome do acúmulo de capital particular, nesse embalo, algumas nações preferiram seguir o modelo medieval de exploração através do Estado, são as nações socialistas, que defendiam a utopia de um Estado comunista. Logo, o protestantismo que surgira não estava preocupado em enaltecer os escritos bíblicos que foram alterados ou desqualificados pela igreja medieval como meios de ser fiel a Deus, alcançando assim, a salvação prometida aos fiéis, pois, a única mudança que os protestantes fizeram em sua teologia referia-se à adoração de imagens de esculturas e a venda de indulgências ou perdão dos pecados e nada mais; os outros princípios bíblicos continuaram sendo transgredidos segundo as interpretações e orientações da igreja medieval.  
Filósofos fundadores do protestantismo tradicional
     João Calvino, Ulrich Zwingli, John Huss, Jerônimo de Praga, John Wycliffe, Guilherme Farel, Teodoro de Beza, John Knox, entre tantos outros, culminando com Martinho Lutero. Logo, o protestantismo primitivo ou tradicional fora fundado por filósofos conhecedores da patrística e da Escolástica, a bíblia, para eles, não era a regra de fé cristã, mas os princípios filosóficos fundamentados em algumas citações paulinas como fizera Santo Agostinho.
     Há milhares de denominações religiosas existentes atualmente; elas são derivadas das tradicionais, isso acontece quando membros mais espertos abandona a igreja criando  uma nova, como se fosse uma empresa onde se negocia com a boa fé do outro; isso, sem falar no movimento pentecostal que seguem a mesma lógica, não valorizar os escritos bíblicos, fazendo da fé e de Deus um grande negócio como fez e faz a igreja medieval.
    A religiosidade voltada às práticas de todos os ensinamentos bíblicos se deu com o deísta Guilherme Miller (1782-1849) que desafiara os escritos bíblicos como sendo revelação de Deus, pois, como deísta, não encontrara a paz e esperança além da morte; caso a bíblia fosse revelação divina suas desesperanças teriam fim; com esse intuito começara examinar a bíblia sistematicamente, tornando-se  o principal personagem contemporâneo que fez da bíblia o único livro como regra de fé que nos conduz à salvação por meio de Jesus Cristo. Foi este o homem que interpretara as profecias de Daniel que haviam sido seladas desde o século VI antes de Cristo e, que, seriam interpretadas e compreendidas no início do fim dos tempos. Juntamente com o mesmo espírito de Miller, Deus suscitou o espírito de profecia dado à jovem Ellen Gould Harmon/White (1827-1915) que aceitara o chamado divino de redirecionar os novos religiosos aos escritos bíblicos como um todo, sendo o norteador do comportamento cristão segundo a vontade divina, isto é, destituídos dos ideais políticos e filosóficos que até então dominara a religiosidade dos povos.    
      Desse contexto, em 1863 foi organizada a igreja Adventista do Sétimo Dia que adotara toda bíblia como orientadora de suas práticas religiosas e o Espírito de Profecia dado à Ellen G. White como revelação divina que ajudaria a nova igreja a se apegar aos escritos bíblicos como única regra de fé e prática enquanto se prega a proximidade da segunda vinda de Cristo para pôr fim à lógica do pecado que domina e destrói o que há de bom no ser humano, levando-o a se autodestruir através das práticas contrárias aos conselhos bíblicos e do Espírito de Profecia. No entanto, nem por isso, os adventistas estão isentos de cair nas mesmas estratégias do astuto inimigo de Cristo, Satanás, com sua arte de enganar, principalmente em nome do conhecimento filosófico-científico-religioso. Do meio dos adventistas já surgiram os fanáticos adventistas da reforma e os liberais adventistas da promessa.
      Através da Andrews University, a igreja Adventista do Sétimo Dia abriu suas portas à entrada dos ideais do racionalismo que sempre destruiu os ideais bíblicos através do conhecimento antropocêntrico. O método utilizado pela filosofia é o da dúvida, pois esta, uma vez posta na mente do indivíduo, a própria dúvida se encarrega de corromper qualquer princípio contrário aos ideais antropocêntricos. Logo, não é por acaso o declínio religioso no meio dos adventistas que preferem se assemelhar ao mundanismo que agir contrário, assim, novas divisões dentro da igreja não estão descartados, até porque, com a televisão, as divergências de ideias e comportamentos, chegam rapidamente a todos, é o caso da nova semente que contrata artistas que não têm nenhuma ligação com a fé adventista para fazer shows em seu templo para tornar-se popular, e do caixa de música que banaliza os princípios bíblicos da postura cristã aos se apresentar como cristãos que não fazem mais distinções entre trajes mundanos e cristãos; é claro que os adventistas tradicionais vão se levantar contra essa banalização da fé dos pioneiros. Será que a fé dos pioneiros era utópica ou são as novas condutas antropocêntricas que, através das universidades estão sendo utópicas? Mas nada disso é surpresa aos que conhecem a bíblia e o Espírito de Profecia que, deixa claro que tudo está acontecendo segundo está profetizado, onde, próximo aos últimos dias, o verdadeiro espírito dos que buscam a salvação se levantarão contra a banalização do sagrado, terminando a obra em alto clamor, enaltecendo as práticas bíblicas como única regra de fé sem as ilusões do racionalismo acadêmico que chegara à igreja que se tornara morna. À medida que abandonam o ideal dos pioneiros que tinham como única regra de fé os escritos bíblicos e conselhos do Espírito de Profecia, a modéstia cristã apresentada através dos trajes cristãos fora substituída pelos que se assemelham ao mundanismo; como se Deus dependesse desses subterfúgios para terminar sua obra e atrair pessoas à verdade eterna. Creio que, especialmente aqueles que vivem do evangelho, ao apresentar a mensagem falada ou cantada através dos meios de comunicação deve se vestir à altura de um representante de Cristo e não da moda mundana.


Filósofo Isaías Correia Ribas
             

             

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO CAÍRAM NO NIILISMO"


     Essas três religiões têm a mesma origem, o patriarca Abraão. Como o Deus de Abraão, segundo a bíblia, é o criador e mantenedor de tudo, elas derivaram do monoteísmo (único Deus). Porém, o Deus reverenciado por Abraão e Sua palavra expressa através dos escritos bíblicos, não significam mais nada para nenhuma delas. 
A questão que precisa de resposta é: Qual o problema que estava acontecendo com a religiosidade da humanidade daqueles dias que Deus precisou eleger uma nação politicamente organizada para resolver o problema? O primeiro e o segundo mandamentos dos dez nos informa que era o politeísmo.
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvaras diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidades dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração daqueles que me odeiam, e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos. (Êxodo, 20: 1-6)
Israel e Judá
     Os judeus descenderam de Isaque, filho de Abraão. Mas antes de chegar ao judaísmo, foram conhecidos como hebreus; depois, Deus, ao mudar o nome de Jacó, filho de Isaque, para Israel, os hebreus passaram a ser Israel, era o início de uma nação politicamente organizada segundo a ótica divina, teocêntrica. Após o reinado de Salomão, por causa da corrupção do rei e do povo, como consequência de seus pecados, Israel foi dividido em dois povos: reino de Israel composta por dez das doze tribos, governado pelo rei Jeroboão que fora um dos homens de confiança de Salomão, mas que fugira para o Egito quando Salomão tentou mata-lo. Após a morte de Salomão ele voltou e foi aclamado rei, tendo como sede real, a cidade de Samaria; e o reino de Judá, composta pelas duas tribos que sobraram teve como cidade real, Jerusalém, governada por Roboão filho de Salomão.  
O reino de Israel findou com a invasão do rei da Assíria, Salmanaser (730-720 a. C.), espalhando os israelitas entre outros povos, forçando-o a perder sua identidade, fazendo habitar nas terras do reino de Israel, segundo Flávio Josefo, os chutuenses. Assim, Israel, como povo organizado, deixou de existir. (Nota: o atual Israel fundado em 1948 é uma extensão dos ideais democráticos dos USA para a região do Oriente Médio)
     Por amor ao rei Davi, Deus poupou a tribo de Judá e consequentemente os judeus, pois, da linhagem de Davi nasceria Jesus Cristo, o Salvador. A morte de Cristo foi uma exigência da lei divina que diz aos humanos: “Se pecar, morrerá”. Logo, para remir o homem do estado de pecador, seria necessária a morte do Criador em demonstração de seu amor às criaturas. Então, a encarnação milagrosa de Cristo, embora incompreensível à mente finita, era necessária. Assim, quem organizou o planeta Terra criando as diferentes formas de vida e o homem como ser semelhante ao criador, segundo a Torá, teria que morrer para levá-lo de volta ao paraíso, o Éden. Porém, os judeus não aceitaram o Cristo que nascera de Maria, pois, segundo a interpretação deles, o verdadeiro Jesus teria que nascer para construir o templo de Jerusalém que estaria destruído por ocasião de seu Nascimento, como o templo existia para eles oferecer seus sacrifícios, Baseados nisso, O rejeitaram. Como o 2º templo foi destruído pelo General romano Tito no ano setenta depois de Cristo, eles continuam aguardando a vinda desse Messias que o reconstrua em três dias. Não entenderam os judeus a palavra do profeta Ageu, 2: 9, que disse que a glória do segundo templo que existia em seus dias seria maior que a do primeiro construído por Salomão, pois, o segundo, receberia o verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo, Jesus Cristo que nascera milagrosamente e  meio misticamente de Maria, por isso, em comum acordo com os romanos, O mataram. Os atuais judeus não oferecem mais sacrifícios porque, segundo eles não há templo, onde, seus rituais se limitam às orações, ofertas voluntárias e o dízimo.
Matando o filho de Deus e Estevam no ano 34, toda tradição e esperança judaica caíram no niilismo, ou seja, no nada. 
Cristianismo
     O Cristianismo derivou de Cristo, todos os discípulos eram judeus, com exceção do Apóstolo Paulo, convertido ao cristianismo logo após a morte de Estevão, que tinha direito às duas nacionalidades romana e judaica. Com os Apóstolos Pedro e Paulo, o evangelho de Cristo chegou aos gentios, crescia tanto que Roma Pagã começou persegui-los e mata-los. No terceiro século, Constantino mudou de estratégia para parar o crescimento dos cristãos primitivos: converteu-se ao Cristianismo, agora, semelhante aos antigos filósofos que usaram o nome de Deus para destruir o judaísmo, usou nome de Cristo para destruir o cristianismo.
Quer destruir os ideais de um povo? Destrua ou altere seus livros. Foi isso que Constantino começou fazendo alterando a doutrina bíblica, em especial, os mandamentos de Deus. No século V, com a igreja Católica Apostólica Romana assumindo o controle total da igreja e do Estado, as doutrinas bíblicas foram negadas através das tradições e doutrinas católicas, fazendo do Cristianismo Primitivo monoteísta, um cristianismo politeísta enaltecendo a filosofia de Platão em detrimento dos escritos bíblicos, e assim o cristianismo também caiu no niilismo, no nada. Por isso denunciou Nietzsche (1844-1900) “cristianismo é platonismo – a mais niilista de todas as religiões”.
Islamismo
     O Islamismo descendeu do primeiro filho de Abraão, Ismael, que Abraão teve em comum acordo com sua esposa Sara e sua serva egípcia, Agar.
Embora se dizendo descendentes do profeta bíblico Abraão, por meio de seu filho Ismael, os árabes eram então predominantemente politeístas. Minorias judaicas e cristãs conviviam com uma população que cultuava os espíritos da natureza (djin). [...] Mais tarde, os místicos muçulmanos afirmariam que, seguindo a orientação divina, Abraão e Ismael edificaram a Caaba no ponto exato em que o Eixo do Mundo toca o plano terrestre. Nos vários planos celestiais, cortados por essa linha invisível, haveria santuários análogos, frequentados por anjos. E, acima de todos eles, o Trono de Deus. (ARANTES. O maior perigo do Islã: não conhecê-lo, p, 12)
O profeta do Islamismo é Muhammad, Maomé, Segundo ele, o Deus de Abraão foi Alá, porém, Alá é uma entre as 360 divindades postas em volta da Caaba, onde, para cada grau da circunferência que completa a volta que circunda o templo há um deus, sendo Alá o principal.
Allah era uma das divindades cultuadas no santuário. Seu nome, al-Ilah, é a forma árabe de El, o Deus de Abraão, mencionado no Antigo Testamento da bíblia. Mas os árabes atribuíam igual importância a Hubal, um deus de origem moabita, e às deusas al-Lat, al-Uzzah e Manat, conhecidas como as “três filhas de Deus”. Sede do grande templo de al-Lat, a cidade de Taif disputava com Meca a proeminência religiosa na Árabia. E o panteão árabe não se restringia aos 360 deuses do santuário. Cada casa tinha um deus particular. O número destes não parava de crescer, graças aos contatos comerciais e às relações matrimoniais com outros povos. (ARANTES. p, 13)
 Logo, o Islamismo, mesmo descendendo de Abraão através de Ismael, segundo a própria bíblia, eles se oporiam ao povo de Israel. Referindo-se a Ismael e sua descendência, diz a bíblia:
Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de seus irmãos. (Gênesis, 16: 12)
E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino. Deus estava com o menino, que cresceu e, morando no deserto, tornou-se flecheiro. Ele habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe uma mulher da terra do Egito. (Gênesis, 21: 19-21)
Então, tal como o judaísmo e o Cristianismo, o Islamismo também é uma religião niilista. Isto é, embora descendam do monoteísta Abraão, O Deus de Abraão nada significa para essas religiões, não indo além de meios para enganar o povo em nome de Deus, mas, de preferência, exaltando suas tradições politeístas.  
Ao contrário de Jesus, que mandou os discípulos oferecerem a outra face a quem lhes dava um tapa, Muhammad (Maomé) propagou sua fé com conquistas militares e tratados diplomáticos. (ARANTES. p, 28)
     Essas religiões se perpetuaram como “representantes de Deus na Terra” porque os líderes religiosos, através de suas ideologias, mantém o povo na ignorância generalizada. Onde, direitos ao conhecimento é apenas às elites. De igual modo, a população brasileira sempre foi vítima desses espertalhões que, em nome de Deus engana a todos. Atualmente, os políticos, fechados com essa maldita ideologia religiosa, por meio da “Progressão Continuada” (aprovação automática), continuam mantendo a grande massa populacional como escravos por meios da ignorância, legalizando-a através da educação pública. Esse projeto é do PSDB, onde, o governador Geraldo Alckmin (de descendência árabe), o secretário da educação Herman (descendência alemã) e sua equipe de falácias pedagógicas, querem que nós professores acreditemos nesse projeto falacioso, dizendo que não dá certo por incompetências dos professores. Achando que somos idiotas alienados. Essa ideologia (Progressão continuada) tem o poder de anular o interesse dos jovens estudantes como as ações dos professores que querem passar-lhes o conhecimento necessário há terem perspectiva de vida, não ficando à mercê do aliciamento dos criminosos narcotraficantes e, segundo Marx, do ópio religioso que as religiões oferecem ao povo. 
   
Filósofo Isaías Correia Ribas

Referências Bibliográficas:
Arantes, José Tadeu. O maior perigo do Islã: não conhecê-lo. São Paulo: Ed. Terceiro Nome, 2008.
BÍBLIA.  
  


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O MAIOR PROBLEMA PARA OS FILÓSOFOS É O "SER"



1º período filosófico e seus objetivos (VI-IV a.C.)
     A filosofia como qualquer outro seguimento do conhecimento tem objetivos para impor à sociedade. Os primeiros filósofos surgiram no século VI a. C. com o objetivo de fundamentar o conhecimento antropocêntrico, isto é, centralizado no homem, pois, até então, o conhecimento estava fundamentado no Deus dos judeus e nos deuses gregos. A literatura judaica era a bíblia que estava sendo escrita e a dos gregos os mitos. A filosofia do 1º período é conhecida por dois nomes: da natureza (Physis) ou Pré-Socrática; eles queriam encontrar algum elemento natural que fosse a origem da vida e, se possível, do cosmos. Na busca desse desafio levantaram algumas hipóteses; por exemplo: Tales de Mileto defendeu a hipótese de que a vida surgira da água ou umidade, Anaximandro do ar. Anaxímenes do a peiron, força ilimitada, Pitágoras, que tudo é número, equações, uma força denominada mônadas , Heráclito do fogo, pois, à sua ação tudo se transforma, entre outras. Porém, nenhuma hipótese foi conclusiva, afirmando ou negando. Por isso ainda hoje há essa busca da origem da vida e do universo pelos cientistas. As únicas conclusões das observações dos Pré-Socráticos foram: tudo é movimento, no caso dos seres vivos é: nascer, viver e morrer; e no cosmos tudo também é movimento, isto é, todos os astros siderais têm sua órbita.
2º período e seus objetivos (IV a.C.)
     Devido às frustrações dos primeiros filósofos, os pensadores clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles não se preocuparam mais com a natureza, essa ficou a cargo dos cientistas que surgiram logo após as frustrações filosóficas. Os clássicos dirigiram suas pesquisas e objetivos focando outros problemas na sociedade, porém, o objetivo primeiro, de ser o fundamento do conhecimento antropocêntrico em detrimento do Deus dos judeus continuou, mas, de modo mais implícito que explicito. Isto é, iriam eliminar o Deus dos judeus usando o nome de Deus, só, que, em vez de dizer Deus, a palavra utilizada seria o Ser, uma referência ao grande Eu Sou, o Deus dos judeus. Além desse objetivo, eles pensaram a política, principalmente a democrática, a educação para os jovens e voltaram a valorizar a mitologia grega. Quando Sócrates elegeu um Deus denominando-o “Inteligência Superior”, e Platão o “demiurgo”, o deus manipulador, não o criador através do logos e Aristóteles O “Motor Imóvel” causador de todas as causas sem ser causado; eles estavam elegendo deuses para fechar uma lógica, pois, os filósofos da natureza haviam falhados em encontrar algo natural que eliminasse o Deus dos judeus como  criador e mantenedor de tudo que há, nada mais inteligente que admitir politicamente a existência de Deus. Ainda hoje, o maior problema para a filosofia se declarar o fundamento do conhecimento, é o “Ser”, pois este é anterior ao conhecimento antropocêntrico.
3º Período (III a.C. a  V d.C.)
     Com a morte de Aristóteles (322 a, C,) iniciou o período Helenístico, se estendendo até 525 d. C., quando Justiniano, imperador do império oriental fechou as escolas pagãs de filosofia. O período helenístico é marcado pelo desenvolvimento de escolas vinculadas a determinadas tradições, destacando a Academia de Platão, a escola aristotélica, a espicurista, a cética, a estoica, e o pitagorismo. Nessa época houve uma tendência predominante ao ecletismo e muitos filósofos sofreram a influência de diferentes escolas. O principal centro cultural do helenismo foi Alexandria no Egito.
     Perseguindo o ideal de eliminar o Deus dos judeus do consciente humano, Filon, filósofo grego de origem judaica e cognominado “o Platão judeu”, foi o primeiro a se aventurar a dizer que o livro sagrado dos judeus, a bíblia, era um livro de contos míticos, semelhante à mitologia grega. Filon viveu na Alexandria no século I da era cristã e foi um dos principais representantes daquela escola. Como filósofo, procurou harmonizar os escritos bíblicos às filosofias de Platão e Aristóteles. Foi o inspirador do neoplatonismo, da literatura cristã e da Patrística (escola dos padres). Deus para ele, como para Aristóteles era um ser imóvel.
     Santo Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste, África, chegando a ser Bispo de Hipona. Gradou-se em retórica após estudar em Cartago, Roma e Milão, por muitos anos foi professor de retórica. No século três, Constantino, imperador pagão, se converteu ao cristianismo, era o paganismo mantando estratégias para conter o avanço das influências judaico-cristãs na política romana. O pai de Agostinho era ateu e sua mãe cristã, aos dezenove anos tornou-se seguidor do maniqueísmo, filosofia que defende a tese de que o universo é mantido por duas forças opostas, o bem e o mal. Devido às influências da mãe, resolveu estudar a bíblia, mas não a entendeu por causa da simplicidade de seu estilo de escritura que apresentava um deus antropomorfo, isto é, que tinha sentimentos semelhantes aos dos humanos. Por isso abandonou-a voltando ao maniqueísmo. Depois, em contato com Santo Ambrósio que lhe ensinou como entender a bíblia passou a compreendê-la convertendo-se ao cristianismo, chegando a ser eleito Bispo de Hipona.  Como filósofo cristão conhecedor da filosofia de Platão, dos maniqueístas e dos escritos de Paulo, suas ideias filosóficas e cristãs compôs a filosofia para a Idade Média.
     A Idade média começou no século V, se estendendo até o XV. A religião e a política desta época estavam em poder da igreja Católica Romana. Senhora de todo o poder, por isso ficou fácil para os escritos bíblicos dos judeus sofrer alterações, era a oportunidade que os filósofos tanto buscavam, em nome da religião, enfraquecer a religiosidade dos judeus. E assim, O dia santo dos judeus, o sábado, foi mudado para o domingo, o final de um dia e começo do outro passou do pôr do sol para a meia noite, a crença na existência e imortalidade da alma segundo a filosofia de Platão, passou a ser doutrina do cristianismo medieval, as carnes classificadas como imundas pela bíblia, perderam essa classificação, as imagens de esculturas representando o politeísmo voltou para dentro das igrejas, dignas de admiração e culto e o Papa se elegeu representante de Deus na Terra com poder para perdoar pecados, entre outras mudanças. Para a filosofia esta foi a maior de suas vitórias, era filosofia em nome da religião negando a fé na Divindade bíblica o Deus dos judeus e cristãos.

Filósofo Isaías Correia Ribas  

  

terça-feira, 15 de setembro de 2015

"PROGRESSÃO CONTINUADA" - O MAL INFILTRADO NAS ESCOLAS PÚBLICAS


     A ignorância generalizada nunca foi um projeto do bem, ou seja, de Deus. Logo, como o mal, segundo os maniqueístas e a filosofia medieval, é ausência do bem, a ignorância generalizada, segundo o pensamento bíblico, é um projeto de oposição ao divino, ou seja, do Diabo. Pois, através da ignorância não há como ter desenvolvimento pessoal, de comunidades e muito menos de uma nação, sem falar que, o atual crescimento da criminalidade se dá devido à falta de conhecimento da grande massa urbana, principalmente de jovens que, sem perspectiva de vencer na vida de maneira digna, são facilmente recrutados por aqueles que fazem do mal, ou seja, da corrupção generalizada seu meio de vida.
O projeto de educação fundamentada no paradigma “Progressão Continuada” (aprovação automática), é do PSDB; aplicado nas escolas públicas pelas secretarias da educação estadual e municipal de seus governos. E, caso eles cheguem novamente ao poder federal, será aplicado em todo país, Brasil.
Em 1998, o Conselho Estadual de Educação (CEE, deliberação nº 09/97) institui no sistema educacional de ensino do Estado de São Paulo o regime de progressão continuada, no Ensino Fundamental, com duração de oito anos, na forma de ciclos – ciclo I (1ª a 4ª série) ciclo II (5ª a 8ª série) – para o Ensino Fundamental, regular ou supletivo. Esse novo regime de progressão continuada previa a avaliação do processo de ensino e aprendizagem, o qual deveria ser objeto de recuperação contínua e paralela, a partir de resultados periódicos parciais e, se necessário, ao final de cada período letivo; bem como uma nova forma de organização escolar e, consequentemente, outra concepção de avaliação. Se antes se aprovava ou se reprovava ao final de cada série, com a progressão continuada se esperava que a escola contratasse diferentes formas de ensinar, que assegurassem a aprendizagem dos alunos ao longo do processo e não ao final de cada período letivo.
Talvez os pais não saibam, mas este projeto não consegue ir além de aprovação automática, onde, os alunos em poucos dias de ingresso às escolas, ficam sabendo pela comunidade que não é preciso estudar para passar para a próxima série, começa ai a impossibilidade dos professores conseguir ensinar alguma coisa aos atuais estudantes da rede pública. Então, penso eu, o governo alcançou seu objetivo de manter a ignorância generalizada através da própria educação, pois, com esse paradigma conseguiu anular tanto o interesse dos alunos com o ideal dos professores; logo, este é um projeto do mal, algo bem feito para anular toda uma nação do conhecimento através do próprio meio de se obter conhecimento formal.
O projeto da ONU e ECA, formulado na Tailândia é de boa formação escolar para todos, não uma patifaria desta que eles dizem se inspirar no projeto das Organizações das Nações Unidas para todos os países em desenvolvimento.
Para piorar, em 2016 algumas escolas paulistas serão piloto, onde, os alunos poderão compor seu currículo para o Ensino Médio, isto significa que o aluno e seus pais serão os responsáveis pelo fracasso, não o Estado.
Sem falar que os professores do estado de São Paulo não terão mais o direito de fazer mestrado ou doutorado para subir na carreira profissional, quem quiser fazer carreira dentro do sistema terá que se contentar com a formação continuada oferecida pela gestão escolar, isto significa que o governo quer sucatear o ensino e os professores.
Diante disso eu me pergunto: O que é pior, os políticos saqueando o Estado através das estatais, Petrobras, Ferrovias entre outras, ou sacaneando os brasileiros através da má educação que mantém todos dentro da lógica da escravidão do Brasil Colônia?
Nietzsche, apesar de ser contra toda moral judaico-cristã, tem um projeto de educação, que, a meu ver, é infalível para o desenvolvimento de uma nação:
O mais desejável continua sendo, em todas as circunstâncias, uma rígida disciplina na época certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra escola da dureza como boa: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido como natural; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Nietzsche, 202a, p. 151-152, § 14 [161]).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUSA, Mauro Araujo de. Nietzsche Asceta, p. 190: Ijuí, RS. Ed. Unijuí, 2009.


Filósofo Isaías Correia Ribas

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

NIETZSCHE E A VERDADE



     Nietzsche era filho de pastor luterano, até os quinze anos queria ser, como o pai, pastor. Após graduar-se em filologia e teologia, pelo contrário, tornou-se o filósofo crítico mais mordaz de toda genealogia da moral aristocrática ou dos nobres que se definiam como ‘bons’, opondo-se aos comuns, os plebeus e os pobres, seus explorados, como ‘ruins’. Porém, o prometido Messias através do povo de Israel, Jesus Cristo, quebrou a histórica lógica construída pelos aristocráticos, a elite da antiguidade. 
Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou ‘os escravos’, ou ‘a plebe’, ou ‘o rebanho’, ou como quiser chama-lo – se isto aconteceu graças aos judeus, muito bem! Jamais um povo teve missão maior na história universal. ‘Os senhores’ foram abolidos, a moral do homem comum venceu. (NIETZSCHE) (MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética De Platão A Foucault, p. 110)
Todos veem Nietzsche como o cético destruidor de toda arquitetura conceitual antropocêntrica arquitetada ao longo da antiga história ocidental. Porém, Nietzsche nunca abandonou o ideal metafísico protestante-judaico-cristão da família. Ele faz duas leituras de mundo para compor sua filosofia do martelo contra a moral judaico-cristã, à filosofia, à ciência, à política e em especial ao cristianismo católico protestante. Porém, os acomodados céticos, seus seguidores, mesmo desprezados por ele, põem em evidência apenas seu ceticismo à moral judaico cristã, mas, para Nietzsche, toda arquitetura antropocêntrica foi arquitetada para enganar, meios de controlar a todos pelo falso conhecimento ou mentira. Nietzsche quando diz que não quer seguidores fala acertadamente, pois, sabia que poucos o entenderiam na íntegra, pois, disfarçado de filósofo da desconstrução é um dos mais profundos teólogos contemporâneo. É um tipo de Balaão, profeta politeísta que fora chamado por Balaque para amaldiçoar o povo de Israel, mas na hora abençoava.
Primeira leitura de mundo de Nietzsche
Ele lê o mundo a partir do pecado, onde, o homem da antiguidade, segundo Pitágoras, passou a “ser a medida de todas as coisas”. Ou ainda, segundo imperativo categórico de Kant ao homem moderno: ‘Age como sua ação, através de tua vontade, seja uma lei universal. Assim, como somos pecadores e agimos segundo nossa vontade em detrimento da moral bíblica ou divina; quem reina em nossa vontade é o espírito do mal, da mentira, ou seja, o príncipe das trevas, o mestre do engano, Satanás. Mesmo Deus, por diversas maneiras, procurando ao longo da história fazer-se presente entre os homens, por preferirmos atender nossa vontade pecaminosa, pelo princípio de liberdade divina, os seres criados estão livres para através do uso da inteligência criar morais segundo a ótica de sua vontade, assim, por meio da linguagem, escolhendo bem as palavras, os aristocratas definiram que suas ações são boas e as do povo pobre, ruim. Quem seria capaz dessa proeza senão os nobres que sempre se sentiram além do bem e do mal? Logo, segundo a lei do pecado, Deus, Sua justiça e verdade ficariam em segundo plano, e o homem preferiria a mentira, a injustiça e o engano à verdade. Logo, a verdade preferida pelo pecador é a vontade do engano, a incerteza, a insciência e a mentira, assim, como a verdade, a justiça e a sabedoria poderiam nascer da vontade de enganar? Por isso Nietzsche indaga:
Certo, queremos a verdade: mas por que não, de preferência, a inverdade? Ou a incerteza? Ou mesmo a insciência? – O problema do valor da verdade apresentou-se à nossa frente – ou fomos nós a nos apresentar diante dele? Como poderia algo nascer de seu oposto? Por exemplo, a verdade do erro? Ou a vontade de verdade da vontade de engano? Ou a ação desinteressada do egoísmo? Ou a pura e radiante contemplação do sábio da concupiscência? Semelhante gênese é impossível; quem com ela sonha é um tolo, ou algo pior. (Ibid. p. 102)
A humanidade do século XXI está em crise, diversas crises naturais, psicológicas, políticas, religiosas, preconceituosas entre tantas outras. Por que chegamos a esse ponto se houve tantos desenvolvimentos tecnológicos e epistemológicos? Será que não está na hora de reavaliarmos as máximas de Pitágoras e Kant? É o homem, realmente a medida de todas as coisas? Deve nossas ações egoístas ser o princípio de legislações universais?
O bom e o ruim no Brasil
Em 1.500 a aristocracia europeia, na busca de terras para impor sua visão de bondade, por acaso, descobriram novas terras ricas em pau-brasil, surgindo posteriormente o Estado brasileiro. De início, a bondade europeia tentou escravizar os índios habitantes nessas terras, como não foi fácil procurou exterminá-los matando-os. Como sua bondade queria fazer destas “terras em que se plantando tudo dá”, região exportadora de riquezas para a Europa, compraram africanos para escraviza-los, fazendo os bondosos cada vez mais ricos, enquanto os africanos morriam de tanto trabalhar para os conscientes e bondosos europeus engordar suas contas bancárias na Europa. Isto aconteceu com a invasão dos espanhóis na América do Sul e Central e com os ingleses protestantes que invadiram a América do Norte entre outras invasões europeias pelo mundo. Mas, no Brasil, em janeiro de 2003, o povo escravizado, com o sindicalista Lula chegando à presidência da República, quebrou-se a lógica da bondade europeia instituída no Brasil! É onde começa a força dos fracos pobres minar o império escravocrata estrangeiro imposto aos brasileiros que só entendia que trabalho são apenas ocupações braçais. Os pobres não tinham direitos a estudar para não poder pensar e executar trabalhos intelectuais. Com um sindicalista na presidência, mais universidades federais foram construídas e abertas aos pobres, somando-se às federais, bolsas de estudos foram pagas via PROUNI a quem conseguisse boa pontuação no novo modelo de vestibular ENEM, foi quando tive o privilégio de terminar o que sempre busquei desde jovem, o conhecimento. Mas os aristocratas não estão passivamente vendo o Brasil ser território para os brasileiros. A postura dos aristocráticos políticos do PSDB, alas do PMDB e os nanicos partidos sanguessugas de plantão, querem o fim da democracia brasileira, que através do PT, em consonância com os ideais democráticos desenvolvidos pelas investigações da Lava Jato, estão passando o Brasil a limpo, mas isto não é bom para os bondosos escravocratas que querem a qualquer custo o poder federal para impedir que os pobres continuem tendo direitos além do dever de escravos ou idiotas.
Nietzsche vai concluir sua analogia da moral e da verdade como fez Balaão que teria que amaldiçoar o povo de Israel e Seu Deus:
Segunda visão de mundo
As coisas de valor mais elevado devem ter uma origem que seja outra, própria – não podem derivar desse fugaz, enganador, sedutor, mesquinho mundo, desse turbilhão de insânia e cobiça! Devem vir do seio do ser, do intransitório, do deus oculto, da ‘coisa em si’ – nisso e em nada mais, deve estar sua causa! (Ibid. p. 103)

Por essas contradições, Nietzsche não queria seguidores, pois ele estava a fim de confundir ou zombar de todos, crentes e céticos. O filósofo era traumatizado pelas frustrações religiosas da família que aguardara a segunda vinda de Cristo para 1844 segundo pregara o batista Guilherme Miller, por isso esse fugaz espírito de se levantar contra tudo e todos meio as tontas, caindo em constantes contradições, negando e exaltando a religiosidade judaico-cristã.
Filósofo Isaías Correia Ribas

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética De Platão a Foucault. Ed. ZAHAR. RJ, 2007