1º
período filosófico e seus objetivos (VI-IV a.C.)
A filosofia como qualquer outro seguimento
do conhecimento tem objetivos para impor à sociedade. Os primeiros filósofos
surgiram no século VI a. C. com o objetivo de fundamentar o conhecimento
antropocêntrico, isto é, centralizado no homem, pois, até então, o conhecimento
estava fundamentado no Deus dos judeus e nos deuses gregos. A literatura
judaica era a bíblia que estava sendo escrita e a dos gregos os mitos. A
filosofia do 1º período é conhecida por dois nomes: da natureza (Physis) ou
Pré-Socrática; eles queriam encontrar algum elemento natural que fosse a origem
da vida e, se possível, do cosmos. Na busca desse desafio levantaram algumas
hipóteses; por exemplo: Tales de Mileto defendeu a hipótese de que a vida
surgira da água ou umidade, Anaximandro do ar. Anaxímenes do a peiron, força
ilimitada, Pitágoras, que tudo é número, equações, uma força denominada mônadas
, Heráclito do fogo, pois, à sua ação tudo se transforma, entre outras. Porém,
nenhuma hipótese foi conclusiva, afirmando ou negando. Por isso ainda hoje há
essa busca da origem da vida e do universo pelos cientistas. As únicas conclusões
das observações dos Pré-Socráticos foram: tudo é movimento, no caso dos seres
vivos é: nascer, viver e morrer; e no cosmos tudo também é movimento, isto é,
todos os astros siderais têm sua órbita.
2º
período e seus objetivos (IV a.C.)
Devido às frustrações dos primeiros
filósofos, os pensadores clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles não se
preocuparam mais com a natureza, essa ficou a cargo dos cientistas que surgiram
logo após as frustrações filosóficas. Os clássicos dirigiram suas pesquisas e
objetivos focando outros problemas na sociedade, porém, o objetivo primeiro, de
ser o fundamento do conhecimento antropocêntrico em detrimento do Deus dos
judeus continuou, mas, de modo mais implícito que explicito. Isto é, iriam
eliminar o Deus dos judeus usando o nome de Deus, só, que, em vez de dizer
Deus, a palavra utilizada seria o Ser, uma referência ao grande Eu
Sou, o Deus dos judeus. Além desse objetivo, eles pensaram a política,
principalmente a democrática, a educação para os jovens e voltaram a valorizar
a mitologia grega. Quando Sócrates elegeu um Deus denominando-o “Inteligência Superior”,
e Platão o “demiurgo”, o deus manipulador, não o criador através do logos e
Aristóteles O “Motor Imóvel” causador de todas as causas sem ser causado; eles
estavam elegendo deuses para fechar uma lógica, pois, os filósofos da natureza
haviam falhados em encontrar algo natural que eliminasse o Deus dos judeus como
criador e mantenedor de tudo que há, nada
mais inteligente que admitir politicamente a existência de Deus. Ainda hoje, o
maior problema para a filosofia se declarar o fundamento do conhecimento, é o “Ser”,
pois este é anterior ao conhecimento antropocêntrico.
3º
Período (III a.C. a V d.C.)
Com a morte de Aristóteles (322 a, C,) iniciou o período
Helenístico, se estendendo até 525 d. C., quando Justiniano, imperador do
império oriental fechou as escolas pagãs de filosofia. O período helenístico é
marcado pelo desenvolvimento de escolas vinculadas a determinadas tradições,
destacando a Academia de Platão, a escola aristotélica, a espicurista, a
cética, a estoica, e o pitagorismo. Nessa época houve uma tendência
predominante ao ecletismo e muitos filósofos sofreram a influência de
diferentes escolas. O principal centro cultural do helenismo foi Alexandria no
Egito.
Perseguindo o ideal de eliminar o Deus dos
judeus do consciente humano, Filon, filósofo grego de origem judaica e
cognominado “o Platão judeu”, foi o primeiro a se aventurar a dizer que o livro
sagrado dos judeus, a bíblia, era um livro de contos míticos, semelhante à
mitologia grega. Filon viveu na Alexandria no século I da era cristã e foi um
dos principais representantes daquela escola. Como filósofo, procurou harmonizar
os escritos bíblicos às filosofias de Platão e Aristóteles. Foi o inspirador do
neoplatonismo, da literatura cristã e da Patrística (escola dos padres). Deus
para ele, como para Aristóteles era um ser imóvel.
Santo Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste,
África, chegando a ser Bispo de Hipona. Gradou-se em retórica após estudar em
Cartago, Roma e Milão, por muitos anos foi professor de retórica. No século
três, Constantino, imperador pagão, se converteu ao cristianismo, era o
paganismo mantando estratégias para conter o avanço das influências judaico-cristãs
na política romana. O pai de Agostinho era ateu e sua mãe cristã, aos dezenove
anos tornou-se seguidor do maniqueísmo, filosofia que defende a tese de que o
universo é mantido por duas forças opostas, o bem e o mal. Devido às
influências da mãe, resolveu estudar a bíblia, mas não a entendeu por causa da
simplicidade de seu estilo de escritura que apresentava um deus antropomorfo,
isto é, que tinha sentimentos semelhantes aos dos humanos. Por isso abandonou-a
voltando ao maniqueísmo. Depois, em contato com Santo Ambrósio que lhe ensinou
como entender a bíblia passou a compreendê-la convertendo-se ao cristianismo,
chegando a ser eleito Bispo de Hipona. Como filósofo cristão conhecedor da filosofia
de Platão, dos maniqueístas e dos escritos de Paulo, suas ideias filosóficas e
cristãs compôs a filosofia para a Idade Média.
A Idade média começou no século V, se
estendendo até o XV. A religião e a política desta época estavam em poder da
igreja Católica Romana. Senhora de todo o poder, por isso ficou fácil para os
escritos bíblicos dos judeus sofrer alterações, era a oportunidade que os filósofos
tanto buscavam, em nome da religião, enfraquecer a religiosidade dos judeus. E assim,
O dia santo dos judeus, o sábado, foi mudado para o domingo, o final de um dia
e começo do outro passou do pôr do sol para a meia noite, a crença na
existência e imortalidade da alma segundo a filosofia de Platão, passou a ser
doutrina do cristianismo medieval, as carnes classificadas como imundas pela
bíblia, perderam essa classificação, as imagens de esculturas representando o
politeísmo voltou para dentro das igrejas, dignas de admiração e culto e o Papa
se elegeu representante de Deus na Terra com poder para perdoar pecados, entre
outras mudanças. Para a filosofia esta foi a maior de suas vitórias, era
filosofia em nome da religião negando a fé na Divindade bíblica o Deus dos
judeus e cristãos.
Filósofo
Isaías Correia Ribas