A ignorância generalizada nunca foi um projeto do bem, ou seja, de Deus.
Logo, como o mal, segundo os maniqueístas e a filosofia medieval, é ausência do
bem, a ignorância generalizada, segundo o pensamento bíblico, é um projeto de
oposição ao divino, ou seja, do Diabo. Pois, através da ignorância não
há como ter desenvolvimento pessoal, de comunidades e muito menos de uma nação,
sem falar que, o atual crescimento da criminalidade se dá devido à falta de
conhecimento da grande massa urbana, principalmente de jovens que, sem
perspectiva de vencer na vida de maneira digna, são facilmente recrutados por
aqueles que fazem do mal, ou seja, da corrupção generalizada seu meio de vida.
O projeto de educação fundamentada no
paradigma “Progressão Continuada” (aprovação automática), é do PSDB; aplicado
nas escolas públicas pelas secretarias da educação estadual e municipal de seus
governos. E, caso eles cheguem novamente ao poder federal, será aplicado em todo
país, Brasil.
Em 1998, o Conselho Estadual de Educação
(CEE, deliberação nº 09/97) institui no sistema educacional de ensino do Estado
de São Paulo o regime de progressão continuada, no Ensino Fundamental, com
duração de oito anos, na forma de ciclos – ciclo I (1ª a 4ª série) ciclo II (5ª
a 8ª série) – para o Ensino Fundamental, regular ou supletivo. Esse novo regime
de progressão continuada previa a avaliação do processo de ensino e
aprendizagem, o qual deveria ser objeto de recuperação contínua e paralela, a
partir de resultados periódicos parciais e, se necessário, ao final de cada
período letivo; bem como uma nova forma de organização escolar e,
consequentemente, outra concepção de avaliação. Se antes se aprovava ou se reprovava
ao final de cada série, com a progressão continuada se esperava que a escola
contratasse diferentes formas de ensinar, que assegurassem a aprendizagem dos
alunos ao longo do processo e não ao final de cada período letivo.
Talvez os pais não saibam, mas este
projeto não consegue ir além de aprovação automática, onde, os alunos em poucos
dias de ingresso às escolas, ficam sabendo pela comunidade que não é preciso
estudar para passar para a próxima série, começa ai a impossibilidade dos
professores conseguir ensinar alguma coisa aos
atuais estudantes da rede pública. Então, penso eu, o governo alcançou seu
objetivo de manter a ignorância generalizada através da própria educação, pois,
com esse paradigma conseguiu anular tanto o interesse dos alunos com o ideal
dos professores; logo, este é um projeto do mal, algo bem feito para anular toda
uma nação do conhecimento através do próprio meio de se obter conhecimento
formal.
O projeto da ONU e ECA, formulado na Tailândia é de boa formação escolar para todos, não uma patifaria desta que
eles dizem se inspirar no projeto das Organizações das Nações Unidas para todos
os países em desenvolvimento.
Para piorar, em 2016 algumas escolas paulistas
serão piloto, onde, os alunos poderão compor seu currículo para o Ensino Médio,
isto significa que o aluno e seus pais serão os responsáveis pelo fracasso, não
o Estado.
Sem falar que os professores do
estado de São Paulo não terão mais o direito de fazer mestrado ou doutorado
para subir na carreira profissional, quem quiser fazer carreira dentro do
sistema terá que se contentar com a formação continuada oferecida pela gestão
escolar, isto significa que o governo quer sucatear o ensino e os professores.
Diante disso eu me pergunto: O que é
pior, os políticos saqueando o Estado através das estatais, Petrobras,
Ferrovias entre outras, ou sacaneando os brasileiros através da má educação que
mantém todos dentro da lógica da escravidão do Brasil Colônia?
Nietzsche, apesar de ser contra toda
moral judaico-cristã, tem um projeto de educação, que, a meu ver, é infalível
para o desenvolvimento de uma nação:
O mais desejável continua sendo, em todas as
circunstâncias, uma rígida disciplina na época
certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é
exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra escola da dureza
como boa: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o
excepcional é exigido como natural; que o louvor é raro, que não há
indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para
talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale
tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer
separar aqui! (Nietzsche, 202a, p. 151-152, § 14 [161]).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUSA, Mauro Araujo de. Nietzsche Asceta,
p. 190: Ijuí, RS. Ed. Unijuí, 2009.
Filósofo Isaías Correia Ribas