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terça-feira, 15 de setembro de 2015

"PROGRESSÃO CONTINUADA" - O MAL INFILTRADO NAS ESCOLAS PÚBLICAS


     A ignorância generalizada nunca foi um projeto do bem, ou seja, de Deus. Logo, como o mal, segundo os maniqueístas e a filosofia medieval, é ausência do bem, a ignorância generalizada, segundo o pensamento bíblico, é um projeto de oposição ao divino, ou seja, do Diabo. Pois, através da ignorância não há como ter desenvolvimento pessoal, de comunidades e muito menos de uma nação, sem falar que, o atual crescimento da criminalidade se dá devido à falta de conhecimento da grande massa urbana, principalmente de jovens que, sem perspectiva de vencer na vida de maneira digna, são facilmente recrutados por aqueles que fazem do mal, ou seja, da corrupção generalizada seu meio de vida.
O projeto de educação fundamentada no paradigma “Progressão Continuada” (aprovação automática), é do PSDB; aplicado nas escolas públicas pelas secretarias da educação estadual e municipal de seus governos. E, caso eles cheguem novamente ao poder federal, será aplicado em todo país, Brasil.
Em 1998, o Conselho Estadual de Educação (CEE, deliberação nº 09/97) institui no sistema educacional de ensino do Estado de São Paulo o regime de progressão continuada, no Ensino Fundamental, com duração de oito anos, na forma de ciclos – ciclo I (1ª a 4ª série) ciclo II (5ª a 8ª série) – para o Ensino Fundamental, regular ou supletivo. Esse novo regime de progressão continuada previa a avaliação do processo de ensino e aprendizagem, o qual deveria ser objeto de recuperação contínua e paralela, a partir de resultados periódicos parciais e, se necessário, ao final de cada período letivo; bem como uma nova forma de organização escolar e, consequentemente, outra concepção de avaliação. Se antes se aprovava ou se reprovava ao final de cada série, com a progressão continuada se esperava que a escola contratasse diferentes formas de ensinar, que assegurassem a aprendizagem dos alunos ao longo do processo e não ao final de cada período letivo.
Talvez os pais não saibam, mas este projeto não consegue ir além de aprovação automática, onde, os alunos em poucos dias de ingresso às escolas, ficam sabendo pela comunidade que não é preciso estudar para passar para a próxima série, começa ai a impossibilidade dos professores conseguir ensinar alguma coisa aos atuais estudantes da rede pública. Então, penso eu, o governo alcançou seu objetivo de manter a ignorância generalizada através da própria educação, pois, com esse paradigma conseguiu anular tanto o interesse dos alunos com o ideal dos professores; logo, este é um projeto do mal, algo bem feito para anular toda uma nação do conhecimento através do próprio meio de se obter conhecimento formal.
O projeto da ONU e ECA, formulado na Tailândia é de boa formação escolar para todos, não uma patifaria desta que eles dizem se inspirar no projeto das Organizações das Nações Unidas para todos os países em desenvolvimento.
Para piorar, em 2016 algumas escolas paulistas serão piloto, onde, os alunos poderão compor seu currículo para o Ensino Médio, isto significa que o aluno e seus pais serão os responsáveis pelo fracasso, não o Estado.
Sem falar que os professores do estado de São Paulo não terão mais o direito de fazer mestrado ou doutorado para subir na carreira profissional, quem quiser fazer carreira dentro do sistema terá que se contentar com a formação continuada oferecida pela gestão escolar, isto significa que o governo quer sucatear o ensino e os professores.
Diante disso eu me pergunto: O que é pior, os políticos saqueando o Estado através das estatais, Petrobras, Ferrovias entre outras, ou sacaneando os brasileiros através da má educação que mantém todos dentro da lógica da escravidão do Brasil Colônia?
Nietzsche, apesar de ser contra toda moral judaico-cristã, tem um projeto de educação, que, a meu ver, é infalível para o desenvolvimento de uma nação:
O mais desejável continua sendo, em todas as circunstâncias, uma rígida disciplina na época certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra escola da dureza como boa: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido como natural; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Nietzsche, 202a, p. 151-152, § 14 [161]).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUSA, Mauro Araujo de. Nietzsche Asceta, p. 190: Ijuí, RS. Ed. Unijuí, 2009.


Filósofo Isaías Correia Ribas