Apreendemos (captamos) o mundo pelos sentidos, e assim percebemos que
estamos inseridos entre uma infinidade de outros seres vivos e não vivos, e
outras coisas feitas pelos homens. A razão, (capacidade de articular pensamentos)
conectada ao mesmo corpo sensível interpreta e conclui o que “é” do que foi
percebido. Diante dessa vida finita, de uma falsa lógica mundana onde a vida surge
e desaparece e as coisas se deterioram, a razão “pura” que é lógica e
verdadeira segundo Deus criara para essa finalidade, indaga: Qual o sentido de
nascer, viver e morrer? Para que a existência nessas condições? É essa a
angústia filosófica, religiosa, ateísta e científica; essa finitude de tudo é o
motor impulsionador à busca por um sentido lógico para a vida; por isso a
indagação primeira da filosofia: De onde vim? Qual o sentido de meu estar aqui?
Para onde vou finalmente? A vida é somente isso, nascer, viver e morrer? São
estas questões que ainda estão sem respostas para as pessoas e as comunidades
pensantes citadas acima. E assim sempre continuarão enquanto estivermos limitados
em nós mesmos, com o olhar fixo na Terra, fechados em nossas limitações. Por
isso a filosofia iniciou à busca pelas respostas tentando olhar para o todo, à
natureza e o cosmos; à física e metafísica, ignorando o sobrenatural. Logo, o
racionalismo filosófico, fechado no antropocentrismo não terá condições de
responder suas próprias indagações. Qualquer pretenso filósofo que buscar
respostas sem considerar o cosmos como um todo, com a possibilidade de tudo o
que possa existir não passará de um medíocre filósofo.
Física – Metafísica – sobrenatural
Física:
Entende-se por física a Physis, a própria natureza terrena. Toda ciência
empírica está alicerçada na estrutura física da natureza, mesmo quando se
aponta os telescópios para o universo e enviam-se satélites (foguetes) para
pesquisar o solo e a possibilidade de vida em outros planetas, as conclusões
dão-se segundo os parâmetros terrestres. Como diz Hegel: “O que há de
próprio na filosofia é pensar o que é efetivo e real no mundo, que pode
seguramente se mostrar na experiência, mas que depende da sagacidade do
espírito para ser compreendido”.
Metafísica:
A metafísica é o que está além da
física, são os discursos abstratos, abstração da Physis, do concreto. Toda
metafísica filosófica, científica, religiosa, política, epistemológica e outras
possíveis se limitam ao perímetro do globo terrestre. Logo, física e metafísica
compõem a macro e micro estruturas dos poderes terrestres, estão unidas,
fechadas entre si se achando donos do planeta Terra. Essa malha estrutural pode
ser exemplificada assim: Física-metafísifca-filosofias-religiões-agnósticos-instituições-religiosa-espiritualista-ateus-políticas-nações-escolas-universidades-justiça-cadeias-reformatórios-clínicas-hospitais-segurança-foruns-bolsa-de-valores-bancos-ONU-globalização-indústria-comércio-narcotráficos-enfim,
o CAPITALISMO. Esse, com seus departamentos nacionais e internacionais promovem
o amor ao Deus dinheiro. É esta, segundo Michel Foucault (1926-184), a macro e microfísica do poder, a
estrutura que faz a história, que aliena, subjuga, escraviza e anula o sujeito.
Esta estrutura multi-una engana e mata em nome de Deus, pratica injustiças em
nome da justiça, faz demagogias, engana e rouba em nome da administração
pública, mata e forma milícias em nome da segurança, deseduca em nome da
educação, engessa em nome da educação superior, exploram os doentes em nome da
cura, o narcotráfico já é receitas legais de muitas nações explorando a
“inocência” e a saúde da juventude, matando-os pelo lucro; etc. e etc.; há
alguém que ainda acha que essa estrutura antropocêntrica encontrará uma saída
para a humanidade? Nunca, jamais. O egoísmo é superior ao altruísmo.
O que é deus para a filosofia?
Deus para a filosofia é apenas um conceito abstrato, logo, metafísico, sem
o qual não dá para dar sentido à lógica física e metafísica, uma vez que nada
pode vir do nada e tudo existe há que se admitir algo além da física, e esse
algo é o conceito Deus, porém, segundo Hegel, não pode ser “um cego objeto de fé”.
Mas para lidar com o infinito a
filosofia não tem outro recurso senão a razão, como um pensamento constitutivo
do pensamento – consequentemente ela não pode procurar o Absoluto noutro lugar
que não a própria determinação de finitude. Improvável? Só a coisa em si é
improvável; Deus, muito pelo contrário, é absolutamente necessário – pois ele é
o ser supremo, a essência mais alta e o conceito absoluto. Ser, essência e
conceito são as três partes da lógica hegeliana, de tal modo que Hegel, quando
repete estas afirmações sobre Deus ao longo de toda a sua lógica, chama a
atenção para o modo de se caracterizá-Lo, sugerindo assim que não é como uma
coisa particular num outro mundo que devemos procurar tal “ser perfeito”, mas
na própria “estrutura” das coisas: Ele é algo como o ‘ser enquanto ser’, a ‘essência
enquanto essência’ e o ‘conceito enquanto conceito’.
O Deus hegeliano seguramente é o ‘Deus
dos filósofos’: um princípio constitutivo da própria realidade e não um cego
objeto de fé. (Texto adaptado de RAMOS,
D.) citado em CONCURSO PÚBLICO. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
FILOSOFIA. P. 131, 2013)
Sobrenatural:
Physis é natureza, diferente da metafísica que está além da física, o
*Sobrenatural está acima da natureza. Logo, é o Criador da natureza. O
sobrenatural foi materializado entre nós na pessoa de Jesus e, Seu plano para
salvar a humanidade desde a queda do homem começou a ser exposta aos pecadores;
em todas as épocas Deus se comunicou com a humanidade através de seus patriarcas
e profetas que alertavam e escreviam a bíblia. Então, em meio de toda confusão
antropocêntrica há a presença do criador do universo nos instruindo sobre tudo
o que acontecera e está nos indicando o caminho de volta à felicidade e
liberdade plena que existia antes da transgressão da lei universal. Há uma
intriga cósmica além de nossa percepção física, mas nossa ganância é tanta que
não nos sobra tempo para pensar nela, e é essa a estratégia do inimigo do
criador, manter todos ocupados com os interesses e modas deste mundo até o fim.
Há um seriado na TV (Sobrenatural) que ilustra bem a luta entre o bem e o mal;
entre nós há anjos divinos e diabólicos fazendo o que for possível e permitido
para enganar a humanidade. Esse seriado está fundamentado, entendo eu, segundo
meu conhecimento, na bíblia e no livro O Grande Conflito da profetisa contemporânea
Ellen G. White. Ele passa-nos a ideia de que não estamos sozinhos no planeta
Terra, isso aqui é um palco onde está desenrolando a história de luta do bem
contra o mal, do amor de Deus e do ódio de Satanás. Todo o universo inteligente
está atento ao poder e amor de Deus e das intensões de Satanás contra Deus e
suas criaturas. Assim sendo, as estruturas antropocêntricas estão operando a
favor do inimigo de Deus. Contra toda essa estrutura Deus dispôs-nos a bíblia;
o plano de salvação contido nela; a entrega de Seu Filho para sofrer na carne
as consequências dos pecados de toda a humanidade, dando assim condições para
aqueles que se arrependerem e, pela fé em Sua palavra seguir Suas instruções
serem salvos; para nós que vivemos nas últimas horas da história terrestre Deus
nos deu uma ajuda extra: O Espírito de Profecia, uma luz menor que ilumina o
caminho à luz maior, a bíblia. Sua promessa registrada em Apocalipse 19: 10
cumpriram-se na vida e nos escritos da profetisa contemporânea Ellen G. White; e
temos também a ajuda do Espírito Santo para nos guiar em toda a verdade. Só
resta uma coisa aos homens e mulheres: estudar e buscar compreender por si
mesmo (a) o plano de salvação, ciente de que nada, mas nada mesmo além do
método divino encontrarás a certeza de estar fazendo a vontade de Deus e se
preparando para Sua segunda volta de Cristo e a vida eterna, aqueles que buscam
a salvação precisam entender que a salvação não depende de cumprir com ritos e
formalidades das instituições religiosas, mas sim em compreender o plano de
salvação e viver pela fé segundo as instruções bíblicas. As formalidades fazem parte do convívio cristão, mas a salvação somente por meio de Jesus Cristo, ser
como Ele!
Deus Encarnado:
Jesus é uma realidade histórica, assim como Seu ministério, Sua morte, ressurreição e ascensão ao céu. Porém, é um escândalo para o antropocentrismo. Um evento que pela
vontade dos poderes terrestres deveria ser apagado da história. Mas como isso é
impossível, o autor do antropocentrismo busca por todos os meios ofuscar a obra
redentora de Deus. Quando Jesus nasceu, nem aqueles que se diziam esperá-Lo O
reconheceram. Ele pisou no lagar sozinho, seria Ele a prova para todo o
universo que não há desculpa para o pecado, não há como justifica-lo uma vez
que temos a assistência do sobrenatural e da Sua palavra revelada para nos ajudar a vencer as tentações,
seja ele qual for.
Filosofia nos dias de Cristo:
Dividia-se assim a filosofia nos dias de Cristo.
A) Platonismo judaico foi elaborado e defendido por Filon; B) platonismo
cristão ou patrística, defendido por Clemente de Alexandria e Orígenes; e C) platonismo
pagão defendido por Plotino. Naqueles dias somente os Saduceus estavam mais
próximos aos ensinamentos bíblicos, às outras seitas ou classes sociais
judaicas tinham sido contaminadas com o racionalismo filosófico platônico. Platão
e sua filosofia mística-racionalista praticamente se fundiram com o judaísmo, e
assim, Deus era apenas uma figura metafísica filosófica, um mito. Logo, Jesus
estava só para enfrentar seu arqui-inimigo Satanás, Sua única ferramenta era a
fé na palavra de Deus. Após jejuar quarenta dias e quarenta noites, Satanás foi
ao Seu encontro para fazê-Lo cair em pecado como fizera com Eva. Desfalecido
pela fome, mesmo assim soube diferenciar a ajuda dos anjos dos enganos de
Satanás. Disse-lhe Satanás:
__Se tu és o filho de Deus mande que
estas pedras se transformem em pães. Respondeu Jesus: __está escrito: Nem só de
pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Levou-O então
à cidade santa colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: __Se tu és o
filho de Deus, lança-te daqui abaixo; por está escrito: Aos seus anjos dará
ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em
alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: __Também está escrito: não tentará o senhor
teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos
os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: __tudo isso de darei se
prostrado me adorares. Então ordenou Jesus: __Vai-te Satanás; porque está
escrito: Ao senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás. Então o Diabo o
deixou; e eis que vieram anjos e o serviram. (São Mateus 4: 1-11)
Jesus e Satanás foram os dois precursores
da hermenêutica contemporânea (interpretes das escrituras sagradas) à luz do
que está escrito. Se Jesus houvesse falhado ali, não haveria mais salvação para
a humanidade. “Assim como por um homem
entrou o pecado no mundo também por um só veio à salvação, Jesus Cristo, o
justo”. Jesus venceu como homem, não como Deus Onipotente, Onisciente e
Onipresente, mas como Adão antes de cair em pecado; e como tal viveu trinta e
três anos entre nós sem pecar, mas fez-se pecado por nós, isto é, sofreu o
horror da morte para nos dar a vida eterna, claro, àqueles que O aceitar como
seu salvador pessoal.
Isso é filosofia cosmológica, com a visão do todo, somente assim a
filosofia dará respostas seguras para a humanidade se livrar dos enganos
antropocêntricos. Menos que isso, é apenas falatório filosófico-científico-político-religioso,
um emaranhado de falácias metafísicas “lógicas”.
Filósofo Isaías Correia Ribas