Nietzsche, filho e neto de pastores
luteranos, até os quinze anos queria ser, como o pai e o avô, pastor. Após
graduar-se em filosofia, filologia e teologia; pelo contrário, tornou-se um dos
filósofos mais antagônico do Cristianismo. O mundo acadêmico tem Nietzsche como
o ateu mais radical do século XIX, ícone da filosofia cética para filósofos e
estudantes de filosofia do século XX e XXI. Mas Nietzsche já deixara bem claro que não
queria seguidor, pois, não precisava destes, para ele, cada um que se faça; que
sejam autênticos; característica não encontrada nos que se realizam seguindo. Mas
Nietzsche como ateu defendeu os judeus e, de certa forma, o Cristianismo. Defendeu
como nenhum outro educador a formação de qualidade para o homem independentemente
da área de atuação, pois, sem conhecimento a nação está fadada à degradação
generalizada.
Mas que quer ainda você com ideais
mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou ‘os escravos’, ou ‘a
plebe’, ou ‘o rebanho’, ou como quiser chama-lo – se isto aconteceu graças aos
judeus, muito bem! Jamais um povo teve missão maior na história universal. ‘Os
senhores’ foram abolidos, a moral do homem comum venceu. (MARCONDES, Danilo. Textos
Básicos de Ética De Platão A Foucault, p. 110)
A grande tradição filosófica alemã
entre os séculos XVIII e XIX nada mais é do que a continuação leiga da teologia
protestante: ela é ainda mais hipócrita na medida que esconde o vício secreto,
a fraqueza fundamental da qual nasce. Por isto, Nietzsche afirma que é preciso
ser mais inflexível com os protestantes do que com os católicos e define o
filósofo como “o criminoso dos criminosos”. (NIETZSCHE O Anticristo Maldição do
Cristianismo. p.15)
Os ideais
filosóficos de Nietzsche estão fundamentados na obscura e contraditória
filosofia aforística de Heráclito (O ser é e não é). Por isso, algumas vezes,
ele é contraditório quando nega a moral cristã e exalta Cristo como o
verdadeiro modelo de cristão; pois, “ser
cristão é ser como Ele, Cristo foi”.
Todos veem
Nietzsche como o cético destruidor de toda arquitetura conceitual antropocêntrica
arquitetada ao longo da história ocidental. Porém, Nietzsche nunca abandonou o
ideal metafísico protestante-cristão da família. Ele faz duas leituras de mundo
para compor sua filosofia do martelo contra a moral-cristã, à filosofia, à ciência, à política e em especial ao Cristianismo. Porém, os acomodados
céticos, seus seguidores, mesmo desprezados por ele, põem em evidência apenas
seu ceticismo à moral cristã, mas, para Nietzsche, toda arquitetura antropocêntrica
foi arquitetada para enganar, meios de controlar a todos pelo falso
conhecimento ou mentira. Nietzsche quando diz que não quer seguidores fala
acertadamente, pois, sabia que poucos o entenderiam na íntegra, disfarçado de
filósofo da desconstrução é um dos mais profundos teólogos contemporâneo. É um
tipo de Balaão, profeta politeísta que fora chamado por Balaque para amaldiçoar
o povo de Israel, mas na hora de amaldiçoá-lo, o abençoava.
Primeira leitura de
mundo de Nietzsche
Ele lê o mundo a partir do homem
sem Deus; onde, o homem que governa, segundo Pitágoras, passou a “ser a medida de todas as coisas”. Ou
ainda, segundo imperativo categórico de Kant ao homem moderno: “Age como sua ação, através de sua vontade,
seja uma lei universal”. Assim, sem Deus, agimos segundo nossa vontade em
detrimento da moral bíblica ou divina; logo, o que reina em nossa vontade é o
espírito da mentira, ou seja, o príncipe das trevas, o mestre do engano,
Satanás. Mesmo Deus ao longo da história tendo buscado estar presente entre
os homens por diversos meios, sempre preferimos atender o nossa vontade
pecaminosa, criando morais segundo a ótica humana; assim, por meio da
linguagem, escolhendo bem as palavras, os aristocratas nobres definiram que
suas ações são boas e as do povo pobre, ruim. Quem seria capaz dessa proeza
senão os nobres que sempre se sentiram além do bem e do mal? Assim, Deus, Sua
justiça e verdade ficariam em segundo plano. E o homem preferira a mentira; a
injustiça; a incerteza; a corrupção e outras formas de exploração do outro. Diante
disso Nietzsche pergunta: Como a verdade, a justiça e a sabedoria poderiam
nascer da vontade de enganar?
Certo, queremos a verdade: mas por que
não, de preferência, a inverdade? Ou a incerteza? Ou mesmo a insciência? – O
problema do valor da verdade apresentou-se à nossa frente – ou fomos nós a nos
apresentar diante dele? Como poderia algo nascer de seu oposto? Por exemplo, a
verdade do erro? Ou a vontade de verdade da vontade de engano? Ou a ação
desinteressada do egoísmo? Ou a pura e radiante contemplação do sábio da
concupiscência? Semelhante gênese é impossível; quem com ela sonha é um tolo,
ou algo pior.
(MARCONDES. Ibid. p. 102)
A humanidade
do século XXI está em crise, diversas crises naturais, psicológicas, políticas,
religiosas, preconceituosas entre tantas outras. Por que chegamos a esse ponto
se houve tantos desenvolvimentos tecnológicos e epistemológicos? Será que não
está na hora de reavaliarmos as máximas de Pitágoras e Kant? É o homem
realmente a medida de todas as coisas? Deve nossa vontade e ações egoístas ser
o princípio de legislações universais?
O bom e o ruim no
Brasil
Em 1.500 a
aristocracia europeia, em busca de novas terras para impor sua visão de
bondade, por acaso, descobriram novas terras ricas em pau-brasil, surgindo
posteriormente o Estado brasileiro. De início, a bondade europeia tentou
escravizar os índios habitantes nessas terras, como não foi fácil procurou
exterminá-los. Como sua bondade queria fazer destas “terras em que se plantando
tudo dá”, região exportadora de riquezas para a Europa, compraram africanos
para escraviza-los, fazendo os bondosos cada vez mais ricos, enquanto os
africanos morriam de tanto trabalhar para os conscientes e bondosos europeus
engordar suas contas bancárias na Europa. Isto aconteceu também com a invasão
dos espanhóis na América do Sul e Central e com os ingleses protestantes que
invadiram a América do Norte entre outras invasões europeias pelo mundo. Mas,
no Brasil, em janeiro de 2003, o povo escravizado, com o sindicalista Lula
chegando à presidência da República, quebrou-se a lógica da bondade europeia
instituída no Brasil! É onde começa a força dos fracos pobres minar o império
escravocrata estrangeiro imposto aos brasileiros que só entendia que trabalho
são apenas ocupações braçais. Os pobres não tinham direitos a estudar para não
poder pensar e executar trabalhos intelectuais. Com um sindicalista na
presidência, mais universidades federais foram construídas e abertas aos
pobres, somando-se às federais, bolsas de estudos foram pagas via PROUNI a quem
conseguisse boa pontuação no novo modelo de vestibular (ENEM), foi quando tive
o privilégio de terminar o que sempre busquei desde jovem, o conhecimento. Mas
os aristocratas não estão passivamente vendo o Brasil ser território para os
brasileiros. As posturas dos grandes partidos políticos juntamente com os
pequenos de plantão querem o fim dessa abertura dada aos pobres brasileiros
através do PT, que, em consonância com os ideais democráticos busca o
desenvolvimento do Brasil, e agora, com a presidenta Dilma, a política e os
políticos estão sendo passados a limpo através das ações da polícia federal que
tem o aval da presidenta para a caça aos corruptos políticos e empresários que
sempre saquearam os cofres públicos. Nesse contexto temos as brigas atuais,
onde, os antigos saqueadores dos cofres públicos estão sendo identificados,
mas, como eles estão no poder, o Brasil parou e paralisado ficará enquanto
esses maus políticos administrarem o país para eles e os estrangeiros em
detrimento de todo os brasileiros. Logo, o retrocesso nas produções
industriais, agropecuárias e comerciais são consequências dos interesses
egoístas desses bandidos infiltrados no poder de modo legal para praticar todo
tipo de ilegalidade. E não nos enganemos com políticos ditos de oposição ao PT;
eles estiveram no poder e nada fizeram para acabar com a cultura da corrupção e
ignorância generalizada. Por isso, nós eleitores temos que saber votar
eliminando os velhos políticos elegendo novas pessoas desligadas dessas velhas
raposas que apenas engana, pois, já é passada a hora de abandonarmos a
alienação, deixando o idiotismo mantenedor desses crápulas e seus descendentes
se eternizando no controle do Brasil e exploração dos brasileiros.
Segunda leitura de
mundo de Nietzsche
As coisas de valor mais elevado devem
ter uma origem que seja outra, própria – não podem derivar desse fugaz,
enganador, sedutor, mesquinho mundo, desse turbilhão de insânia e cobiça! Devem
vir do seio do ser, do intransitório, do deus oculto, da ‘coisa em si’ – nisso
e em nada mais, deve estar sua causa!
(Ibid.
p. 103)
Por essas
aparentes contradições, Nietzsche não queria seguidores, pois ele estava a fim
de confundir e zombar de todos os crentes e céticos. O filósofo era
traumatizado pelas frustrações religiosas da família que aguardara a segunda
vinda de Cristo para 1844 segundo pregara o batista Guilherme Miller e não
aconteceu; por isso esse fugaz espírito de se levantar contra tudo e todos meio
as tontas, caindo em constantes contradições, negando e exaltando a
religiosidade judaico-cristã. Nietzsche como Heráclito compôs sua filosofia
dionisíaca versos apolínea. Onde, Dionísio exalta a vida mundana em detrimento
da religiosidade e esperanças apolíneas. Logo, segundo Nietzsche, esse tempo de
vida que temos é único; por isso, deve ser vivido intensamente na valorização
do corpo e suas pulsões, em detrimento dos limites moralizantes da razão e
moral bíblica.
“Nietzsche”, através
de seus seguidores que estudam sua filosofia na maioria das universidades do
mundo está levando a humanidade a desvalorizar todas as atitudes que prega a
moral e bons costumes ligados à Bíblia; priorizando o desenvolvimento da
vontade humana sem Deus. Não será essa a causa de tantas ações desumanas entre
os humanos de todo o planeta?
“O homem é vontade de
potência, poder” (Nietzsche)