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segunda-feira, 29 de maio de 2017

NIETZSCHE E O CRISTIANISMO

        Nietzsche, filho e neto de pastores luteranos, até os quinze anos queria ser, como o pai e o avô, pastor. Após graduar-se em filosofia, filologia e teologia; pelo contrário, tornou-se um dos filósofos mais antagônico do Cristianismo. O mundo acadêmico tem Nietzsche como o ateu mais radical do século XIX, ícone da filosofia cética para filósofos e estudantes de filosofia do século XX e XXI.  Mas Nietzsche já deixara bem claro que não queria seguidor, pois, não precisava destes, para ele, cada um que se faça; que sejam autênticos; característica não encontrada nos que se realizam seguindo. Mas Nietzsche como ateu defendeu os judeus e, de certa forma, o Cristianismo. Defendeu como nenhum outro educador a formação de qualidade para o homem independentemente da área de atuação, pois, sem conhecimento a nação está fadada à degradação generalizada. 
Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou ‘os escravos’, ou ‘a plebe’, ou ‘o rebanho’, ou como quiser chama-lo – se isto aconteceu graças aos judeus, muito bem! Jamais um povo teve missão maior na história universal. ‘Os senhores’ foram abolidos, a moral do homem comum venceu. (MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética De Platão A Foucault, p. 110)
A grande tradição filosófica alemã entre os séculos XVIII e XIX nada mais é do que a continuação leiga da teologia protestante: ela é ainda mais hipócrita na medida que esconde o vício secreto, a fraqueza fundamental da qual nasce. Por isto, Nietzsche afirma que é preciso ser mais inflexível com os protestantes do que com os católicos e define o filósofo como “o criminoso dos criminosos”. (NIETZSCHE O Anticristo Maldição do Cristianismo. p.15)
     Os ideais filosóficos de Nietzsche estão fundamentados na obscura e contraditória filosofia aforística de Heráclito (O ser é e não é). Por isso, algumas vezes, ele é contraditório quando nega a moral cristã e exalta Cristo como o verdadeiro modelo de cristão; pois, “ser cristão é ser como Ele, Cristo foi”.
     Todos veem Nietzsche como o cético destruidor de toda arquitetura conceitual antropocêntrica arquitetada ao longo da história ocidental. Porém, Nietzsche nunca abandonou o ideal metafísico protestante-cristão da família. Ele faz duas leituras de mundo para compor sua filosofia do martelo contra a moral-cristã, à filosofia, à ciência, à política e em especial ao Cristianismo. Porém, os acomodados céticos, seus seguidores, mesmo desprezados por ele, põem em evidência apenas seu ceticismo à moral cristã, mas, para Nietzsche, toda arquitetura antropocêntrica foi arquitetada para enganar, meios de controlar a todos pelo falso conhecimento ou mentira. Nietzsche quando diz que não quer seguidores fala acertadamente, pois, sabia que poucos o entenderiam na íntegra, disfarçado de filósofo da desconstrução é um dos mais profundos teólogos contemporâneo. É um tipo de Balaão, profeta politeísta que fora chamado por Balaque para amaldiçoar o povo de Israel, mas na hora de amaldiçoá-lo, o abençoava.
Primeira leitura de mundo de Nietzsche
     Ele lê o mundo a partir do homem sem Deus; onde, o homem que governa, segundo Pitágoras, passou a “ser a medida de todas as coisas”. Ou ainda, segundo imperativo categórico de Kant ao homem moderno: “Age como sua ação, através de sua vontade, seja uma lei universal”. Assim, sem Deus, agimos segundo nossa vontade em detrimento da moral bíblica ou divina; logo, o que reina em nossa vontade é o espírito da mentira, ou seja, o príncipe das trevas, o mestre do engano, Satanás. Mesmo Deus ao longo da história tendo buscado estar presente entre os homens por diversos meios, sempre preferimos atender o nossa vontade pecaminosa, criando morais segundo a ótica humana; assim, por meio da linguagem, escolhendo bem as palavras, os aristocratas nobres definiram que suas ações são boas e as do povo pobre, ruim. Quem seria capaz dessa proeza senão os nobres que sempre se sentiram além do bem e do mal? Assim, Deus, Sua justiça e verdade ficariam em segundo plano. E o homem preferira a mentira; a injustiça; a incerteza; a corrupção e outras formas de exploração do outro. Diante disso Nietzsche pergunta: Como a verdade, a justiça e a sabedoria poderiam nascer da vontade de enganar?
Certo, queremos a verdade: mas por que não, de preferência, a inverdade? Ou a incerteza? Ou mesmo a insciência? – O problema do valor da verdade apresentou-se à nossa frente – ou fomos nós a nos apresentar diante dele? Como poderia algo nascer de seu oposto? Por exemplo, a verdade do erro? Ou a vontade de verdade da vontade de engano? Ou a ação desinteressada do egoísmo? Ou a pura e radiante contemplação do sábio da concupiscência? Semelhante gênese é impossível; quem com ela sonha é um tolo, ou algo pior. (MARCONDES. Ibid. p. 102)
     A humanidade do século XXI está em crise, diversas crises naturais, psicológicas, políticas, religiosas, preconceituosas entre tantas outras. Por que chegamos a esse ponto se houve tantos desenvolvimentos tecnológicos e epistemológicos? Será que não está na hora de reavaliarmos as máximas de Pitágoras e Kant? É o homem realmente a medida de todas as coisas? Deve nossa vontade e ações egoístas ser o princípio de legislações universais?
O bom e o ruim no Brasil
     Em 1.500 a aristocracia europeia, em busca de novas terras para impor sua visão de bondade, por acaso, descobriram novas terras ricas em pau-brasil, surgindo posteriormente o Estado brasileiro. De início, a bondade europeia tentou escravizar os índios habitantes nessas terras, como não foi fácil procurou exterminá-los. Como sua bondade queria fazer destas “terras em que se plantando tudo dá”, região exportadora de riquezas para a Europa, compraram africanos para escraviza-los, fazendo os bondosos cada vez mais ricos, enquanto os africanos morriam de tanto trabalhar para os conscientes e bondosos europeus engordar suas contas bancárias na Europa. Isto aconteceu também com a invasão dos espanhóis na América do Sul e Central e com os ingleses protestantes que invadiram a América do Norte entre outras invasões europeias pelo mundo. Mas, no Brasil, em janeiro de 2003, o povo escravizado, com o sindicalista Lula chegando à presidência da República, quebrou-se a lógica da bondade europeia instituída no Brasil! É onde começa a força dos fracos pobres minar o império escravocrata estrangeiro imposto aos brasileiros que só entendia que trabalho são apenas ocupações braçais. Os pobres não tinham direitos a estudar para não poder pensar e executar trabalhos intelectuais. Com um sindicalista na presidência, mais universidades federais foram construídas e abertas aos pobres, somando-se às federais, bolsas de estudos foram pagas via PROUNI a quem conseguisse boa pontuação no novo modelo de vestibular (ENEM), foi quando tive o privilégio de terminar o que sempre busquei desde jovem, o conhecimento. Mas os aristocratas não estão passivamente vendo o Brasil ser território para os brasileiros. As posturas dos grandes partidos políticos juntamente com os pequenos de plantão querem o fim dessa abertura dada aos pobres brasileiros através do PT, que, em consonância com os ideais democráticos busca o desenvolvimento do Brasil, e agora, com a presidenta Dilma, a política e os políticos estão sendo passados a limpo através das ações da polícia federal que tem o aval da presidenta para a caça aos corruptos políticos e empresários que sempre saquearam os cofres públicos. Nesse contexto temos as brigas atuais, onde, os antigos saqueadores dos cofres públicos estão sendo identificados, mas, como eles estão no poder, o Brasil parou e paralisado ficará enquanto esses maus políticos administrarem o país para eles e os estrangeiros em detrimento de todo os brasileiros. Logo, o retrocesso nas produções industriais, agropecuárias e comerciais são consequências dos interesses egoístas desses bandidos infiltrados no poder de modo legal para praticar todo tipo de ilegalidade. E não nos enganemos com políticos ditos de oposição ao PT; eles estiveram no poder e nada fizeram para acabar com a cultura da corrupção e ignorância generalizada. Por isso, nós eleitores temos que saber votar eliminando os velhos políticos elegendo novas pessoas desligadas dessas velhas raposas que apenas engana, pois, já é passada a hora de abandonarmos a alienação, deixando o idiotismo mantenedor desses crápulas e seus descendentes se eternizando no controle do Brasil e exploração dos brasileiros.
Segunda leitura de mundo de Nietzsche
As coisas de valor mais elevado devem ter uma origem que seja outra, própria – não podem derivar desse fugaz, enganador, sedutor, mesquinho mundo, desse turbilhão de insânia e cobiça! Devem vir do seio do ser, do intransitório, do deus oculto, da ‘coisa em si’ – nisso e em nada mais, deve estar sua causa! (Ibid. p. 103)
     Por essas aparentes contradições, Nietzsche não queria seguidores, pois ele estava a fim de confundir e zombar de todos os crentes e céticos. O filósofo era traumatizado pelas frustrações religiosas da família que aguardara a segunda vinda de Cristo para 1844 segundo pregara o batista Guilherme Miller e não aconteceu; por isso esse fugaz espírito de se levantar contra tudo e todos meio as tontas, caindo em constantes contradições, negando e exaltando a religiosidade judaico-cristã. Nietzsche como Heráclito compôs sua filosofia dionisíaca versos apolínea. Onde, Dionísio exalta a vida mundana em detrimento da religiosidade e esperanças apolíneas. Logo, segundo Nietzsche, esse tempo de vida que temos é único; por isso, deve ser vivido intensamente na valorização do corpo e suas pulsões, em detrimento dos limites moralizantes da razão e moral bíblica.
     “Nietzsche”, através de seus seguidores que estudam sua filosofia na maioria das universidades do mundo está levando a humanidade a desvalorizar todas as atitudes que prega a moral e bons costumes ligados à Bíblia; priorizando o desenvolvimento da vontade humana sem Deus. Não será essa a causa de tantas ações desumanas entre os humanos de todo o planeta?  

“O homem é vontade de potência, poder” (Nietzsche)