Uma das definições de graça é: dom
sobrenatural, como meio de salvação ou santificação. (Minidicionário da Língua
Portuguesa, SILVEIRA BUENO, Ed. FTD. 1996).
Na linguagem teológica, dom gratuito
concedido por Deus a um crente concernente à sua salvação, à remissão de seus
pecados ou à sua constância na provação – graça natural, quando o eleva ao
estado sobrenatural; graça atual, quando lhe permite praticar o bem e evitar o
mal. (Dicionário Básico de Filosofia, HILTON JAPIASSÚ / DANILO MARCONDES, Ed.
ZAHAR. 2008).
Do Gênese ao Apocalipse, a salvação
de cada pessoa tem um preço altíssimo para Deus. Ele deu seu filho único para
morrer no lugar do homem! O filho, por meio de quem o planeta Terra fora
organizado para a vida, dispôs-Se a seguir a vontade do Pai, correndo o risco
de ser enganado por Satanás e receber a mesma condenação de Adão e Eva, mas,
por amor à humanidade e à própria ordem universal, decidiu provar a todo
Universo que Deus é amor! A ressurreição de Jesus foi à prova de que Satanás
não O vencera com suas tentações, Ele saiu vencedor da morte, e o enganador, a
antiga serpente, selara sua morte eterna, juízo que receberá quando este mundo
for purificado de todo mal. A mesma morte que selou a destruição do enganador,
selará a salvação daqueles que O aceitarem como seu salvador pessoal. Então, a
salvação não tem preço que possa ser pago, porque ela envolve atitudes imensuráveis.
Quando a pessoa tem contato com essa
graça e a compreende, percebe de pronto que não há como comprar e nem negociar
a salvação, diante das atitudes da Santíssima Trindade, às pessoas, só restam
ter também atitudes que correspondam ao amor dispensado pelo Criador. Começa
aqui a parte do “sacrifício” pessoal, ou privilégio de corresponder ao amor
demonstrado a nós! Não há nada que possamos fazer que mereçamos a salvação,
todo mérito é divino! Cabe a nós o prazer de corresponder a esse amor, essa
estranha atitude divina. Então, cabe a nós, pôr a nossa vida, modo de viver
segundo os ensinamentos bíblicos, mas até isso é impossível aos homens, por
isso e graças a Deus, é Sua graça que nos capacita a vivermos segundo a Sua
vontade, logo, não há méritos em nós, esses pertencem a Deus. Então, qual é a
nossa parte nesse processo? Submetermo-nos à vontade do pai, e isso se faz pela
fé, que é também, um dom de Deus. Então, quando guardamos o sábado, santificando-o
segundo a orientação do próprio Deus; quando não comemos carnes imundas, o fazemos
por amor a Deus; quando não fumamos e não bebemos bebidas alcoólicas fazemos
por amor ao pai; quando mantemos a obra divina de salvação por meio de nossos
bens materiais, o fazemos por amor; em fim, nossas atitudes precisam
corresponder às atitudes divinas e se esse processo for até o fim de nossa vida
ou até a volta de Cristo estaremos capacitados por Ele a herdar o reino que Ele
nos preparou!
A profetisa Contemporânea,
Ellen G. White (1827 – 1915) diz: "Custar-nos-á esforço conseguir a vida eterna. Será somente por meio de longo e perseverante esforço, severa disciplina e renhido conflito que sairemos vitoriosos. Mas, se nós, paciente e decedidamente, no nome do Vitorioso que venceu em nosso benefício no deserto da tentaçao, venceremos assim como Ele o fez, alcançaremos a recompensa eterna. Nossos esforços, nossa abnegação e perceverança devem ser proporcionais ao infinito valor do objetivo que perseguimos".
Filósofo e professor Isaías Correia Ribas.