O que justifica um departamento de segurança policial em todas as
instâncias dos governos federal, estadual e municipal se não for para instruir,
coibir e prender os foras das leis? Nenhum cidadão, dos mais simples às mais
altas classes sociais e autoridades judiciais se quer cogitam justificar outros
objetivos além dos expressos. Em toda sociedade organizada sempre houve o bom e
o mal caráter, aqueles que querem viver além do bem e do mal, isto é, livres de
uma moral reguladora do comportamento para todos. É impossível entendermos a
utilidade de um departamento de segurança se não compreendermos o que é ética e
moral.
Ética: ciência
filosófica que investiga os costumes.
Moral: princípios
norteadores dos bons costumes, isto é, como se viver na prática do bem e da
justiça.
Por mais de cinco mil anos, os princípios morais dos ocidentais estavam
fundamentados na bíblia, livro sagrado dos judeus e cristãos.
Filosofia: No
século VI a. C. surgiu os primeiros
filósofos questionando os fundamentos da moral e do conhecimento. Queriam eles
provar por meio da natureza que Deus era uma utopia, logo, incapaz de ser o
norteador de tudo. Várias hipóteses foram levantadas para justificar a origem
da vida e do universo independente dos deuses e da fé. Porém, frustraram-se
diante de tamanho problema. Assim, no século IV, com os filósofos clássicos,
Sócrates, Platão e Aristóteles admitiram continuar seus questionamentos a
partir da possibilidade da existência de Deus, porém, isso não significa que
eles tinham fé segundo a fé dos judeus. Esse período filosófico chama-se
metafísica (o que está além da física), isto é, Deus, a alma e o mundo. Os
questionamentos filosóficos a partir da metafísica foi de: (400 a. C. – 1800 d.
C.).
No início do cristianismo a Patrística (escola dos padres) ou filósofos
neoplatônicos, aproveitaram a confusão social causada pelas intrigas entre Roma
pagã e os judeus, mais a fuga dos cristãos primitivos com medo da morte, para
assumir o poder político e religioso do mundo de então. Isso foi possível com a
conversão do imperador Constantino e do filósofo maniqueísta Agostinho. Roma
Pagã ficou no poder de 168 a.C. – 476 d.C.). Assim, após cinco séculos de
preparo os filósofos assumiram o poder religioso e político em nome do cristianismo
fazendo-se representantes de Deus. Logo, a ideologia aplicada na Idade Média é
filosófica e não cristã.
Com a Escolástica, primeiras universidades, pela influência da filosofia
de Aristóteles que estava em poder dos muçulmanos que Santo Tomás de Aquino
interpretara, abriu-se as portas para os questionamentos contra os ideais
impostos às nações da Idade média. Desses questionamentos escolásticos ocorreu
o Renascimento Humanista, a Reforma Protestante e a Idade Moderna.
Com Immanuel Kant (1724 – 1804),
um protestante luterano alemão, Deus é a coisa-em-si, e, como tal, impossível
de se conhecer pelo método científico. Assim, com Kant, a ética e a moral passam a
ser fundamentadas no sujeito, isto é, na razão e não mais em Deus; é o
nascimento do iluminismo, do positivismo científico. Momento em que a ciência
começa ignorar a utilidade da filosofia para o conhecimento verdadeiro. Restou
a filosofia a fundamentação do conhecimento e a ética, é a luta filosófica por
um lugar ao sol frente as verdades empíricas.
Guilherme Miller (1782-1849)
Miller, filho de um capitão do exército da revolução americana (1776-1783)
e sua mãe, fiel cristã da igreja Batista. Quando criança e jovem, seguindo os
passos da mãe era membro da igreja, porém, já adulto, influenciado pelo
racionalismo duvidou de que a bíblia fosse um livro revelado por Deus; assim, como
deísta, acreditava em Deus, mas não na revelação bíblica. Em 1812 alistou-se
como voluntário na revolução e terminou em 1815 como capitão. Como deísta e
capitão tinha tudo para ser rico e viver em paz; mas a paz que ele buscara no
deísmo não a encontrara. Assim, em meio a angústia de espírito, em sua fazenda,
resolveu investigar a bíblia verso por verso, dizendo para si: se esse livro
for realmente a palavra de Deus revelada aos humanos irei compreendê-lo e
encontrar a paz prometida! Miller era um homem íntegro e honesto. Em suas
investigações reencontrou a paz que procurava e interpretou a profecia de
Daniel 8:14. Por nove anos ele angustiara com a dúvida, devo ou não divulgar
minhas conclusões a respeito dessa profecia? Revolveu pela divulgação; em 1831
começou mostrar para alguns e esses eram convencidos pela matemática aplicada à
profecia. Pelos seus cálculos a segunda vinda de Cristo ocorreria 22/10/1844. Os
líderes da igreja foram convencidos, e deram-lhe o título de pastor
conferencista. Porém, chegou a data e Cristo não veio. Estava aberto o caminho
para a apostasia generalizada dos modernos cristãos.
Friedrich Wilhelm Nietzsche
Coincidentemente, em 15/10/1844, no vilarejo Röcken, próximo a Leipzig, Alemanha,
nasce Friedrich Wilhelm Nietzsche, seu pai Karl Ludwig era uma pessoa culta, seus
dois avós eram pastores protestantes e Nietzsche pretendia seguir a mesma
carreira. Na universidade, por influência de seu professor Friedrich Ritschl, o
filósofo decidiu abandonar os estudos de teologia e dedicar-se a filologia.
Finalmente como filósofo, filólogo e conhecedor da bíblia, tornou-se o ateu que
admitiu filosofar como uma dinamite que implodiria toda arquitetura filosófica
científica e teológica idealizada até então. Para ele, todos esses ensinamentos
estavam alicerçados na mentira. E o que sobrasse da implosão ele despedaçaria com
seu martelo filosófico.
Miller, White e Nietzsche
Esses três pensadores coincidem com o início da Idade Contemporânea. Período em
que a sociedade mundial opta por viver sem parâmetros éticos e morais. A partir
das frustrações protestantes com relação a data marcada para a segunda vinda de
Cristo, Nietzsche cria o conceito niilismo (vazio). Isto é, a esperança dos
protestantes cai no vazio; e Nietzsche conclui, Deus morreu. O que significa a
morte de Deus para Nietzsche? Significa:
a) a filosofia clássica e helenística
conseguiram deturpar a crença dos judeus, levando-os matarem e rejeitarem Jesus
Cristo seu prometido salvador.
b) O cristianismo é platonismo. Isto
é, a metafísica neoplatônica e a Patrística, unidos ao politeísmo pagão passaram a
ser doutrinas do cristianismo medieval.
c) O mesmo espírito filosófico
protestante desenvolveu a exploração capitalista em oposição a defesa da
pobreza defendida pelos medievais.
d) Os fundamentos do enriquecimento
pelo acúmulo de capital em nome de Deus, defendida pelos protestantes modernos "cai no vazio" com as previsões frustradas de Miller.
Assim, só resta à humanidade contemporânea a perspectiva de um viver
dissoluto, isto e, sem parâmetros morais e éticos. Nietzsche é um
filósofo ateu metafísico; Em nome do Zaratustra profetizou que surgiria os
super-homens que iriam propor a transvaloração de todos os valores. Então,
quando os filósofos atuais, os cientistas, os teólogos, os empresários, os
políticos, os artistas da grande e pequena mídia e as universidades,
responsáveis pela evolução do ceticismo generalizado, a uma só voz dizem: a
bíblia é um livro de contos míticos, inútil à moralidade, estão todos na mesma
ótica de Nietzsche. Já é possível ouvir o clamor desses super-homens: Vamos
liberar tudo, “é proibido proibir”, cada um que viva segundo a sua vontade, dê
vazão às suas pulsões sensuais, apela Nietzsche, pois, só assim sereis livres;
assim, deduz-se que uma sociedade livre não se faz mais necessário um
departamento de segurança para instruir, coibir e prender transgressores, pois
não há mais transgressores, apenas cidadãos livres. Mas Nietzsche não é só
caos, esse caos tem causa, e a causa do caos é a não educação de qualidade às
crianças e jovens, diz ele: “A educação que nivela por baixo é feita para o
rebanho, é a educação da decadência¹”. (SOUSA, p. 188)
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¹ O mais desejável continua sendo, em todas as
circunstâncias, uma rígida disciplina na época
certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é
exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra a escola da dureza como boa escola: que muito é
exigido, que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido
como normal; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se
impõe certeira, objetiva, sem exceção para o talento e origem. Uma escola assim
é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto
para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Ibid P,190)
Dentro desse contexto cético, Deus, em cumprimento a profecia
apocalíptica, (Apoc.19:10) chamou pessoas para a missão de profeta
contemporâneo, responsável à verdadeira interpretação dos escritos e profecias
bíblicas; os dois primeiros rejeitaram, a terceira, uma jovem de dezessete anos,
Ellen G. White aceitou a missão. O livro de sua autoria que fala deste contexto
é “O GRANDE CONFLITO”. Ed. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP.
Como filósofo entendo que a implementação de uma nova perspectiva
educacional para nossas crianças e jovens depende de elegermos políticos que
estejam desejosos de fazer de nosso país, um Brasil que contemple a todos com
nossas riquezas sem ter que estar dando migalhas assistencialistas para o povo.
O que precisamos é de cidadãos que sejam capazes de produzir 100 ou 1000% a
mais do que produzem atualmente, e o meio para isso é a educação de qualidade
para todos os cidadãos.
O candidato ao governo de estado de São Paulo Laércio Benko (Nº 31), o candidato a deputado federal Victor Perina (Nº 3131) e a candidata a deputada estadual Clélia Gomes (Nº 31031), entendem que o fim da “Progressão
Continuada” aplicada na educação de nossos filhos é a saída para formar
cidadãos conscientes, capazes de reverter a barbárie anunciada pelas péssimas
ideologias aplicadas pelos velhos políticos na educação dos brasileiros,
deixando-nos presos à Idade Média.
Então, vamos ser protagonistas de um
novo Brasil para todos os brasileiros!
Filósofo Isaías Correia Ribas
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
SOUSA, Mauro Araújo de. NIETZSCHE ASCETA. Ed. Unijuí,
Ijuí, RS, Brasil, 2009