Esses três conceitos sempre foram fundamentais para o desenvolvimento
das mais diversas teorias do comportamento humano. A liberdade é usada como
princípio de alegação para incrementar a libertinagem generalizada daqueles que
querem viver sem regras morais e éticas para si, e, se possível, para todos. Por
outro lado, os racionalistas têm na razão o fundamento seguro de que o homem é
capaz de administrar a si mesmo e o mundo fundamentando a moral e a ética na
razão do sujeito, admitindo que esta é a verdadeira liberdade, porém, uma
liberdade com responsabilidade legal. E a fé é o fundamento daqueles que creem
que há um Deus criador, e que esse Deus está acima das convenções do uso da
razão e da liberdade. Que a razão e a liberdade encontram seu verdadeiro
significado e convenções seguras quando a fé em Deus vir em primeiro lugar. Não
uma mera fé com um fim em si mesma, mas, como diz Nietzsche, “um agir, ser como ele foi”¹.
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¹ É falso até o
absurdo ver numa “fé”, por exemplo, na fé na redenção de Cristo, o emblema do
cristão: somente a prática cristã, uma vida como a dele, que morreu na cruz, é
cristã... Ainda hoje uma vida assim é possível, para alguns homens até
necessária: o cristianismo verdadeiro, o original, será possível em todas as
épocas... Não uma fé, mas um agir, sobretudo não-fazer-muitas-coisas, ser de
outra forma. [...] (NIETZSCHE, p. 61)
Liberdade
Para os seres racionais a liberdade é inata. Logo, tanto os que buscam a libertinagem a partir da
liberdade sem parâmetros legais; e os racionalistas por meio da liberdade de agir
segundo os ditames da razão; quanto os que confiam em Deus fazendo uso da
liberdade, provam que a liberdade é imanente aos racionais.
A
tradição criacionista herdada dos descendentes de Adão e seu filho Sem por
Moisés, que foram eternizadas no livro dos Gênesis, e nos outros sessenta e
cinco livros da bíblia, mostram que a liberdade é o princípio fundamental sobre
o qual Deus criou os seres inteligentes; fundamento capaz de reger todo o
universo racional, e que, sem o qual, seria impossível aplicar qualquer juízo.
Por isso, Deus é tido como justo quando faz justiça a partir da liberdade. Se
Deus determinasse que os seres de razão agissem segundo outro fundamento que
não fosse a liberdade, não haveria justiça e, consequentemente um dia de juízo
final para julgar a todos segundo suas obras.
Portanto, a liberdade é o fundamento
que os racionalistas de todos os tempos, sejam filósofos, cientistas, teólogos e
humanistas em geral, têm para questionar e, se possível, anular a veracidade
histórica e revelações contidas na bíblia.
Segundo a bíblia, onde Deus tem estabelecido seu trono, há criaturas
racionais dotadas da mesma liberdade que temos no planeta Terra. Esses seres
são santos, isto é, não pecaram, obedecem as leis que regem o universo e adoram
a Deus livremente. Mas nem sempre foi assim; em uma época remota, um desses
seres, fazendo uso da liberdade e seu posto de comandante, utilizou-se da razão
para questionar seu próprio criador. Na verdade, esse racionalista, Lúcifer,
queria ser reconhecido como superior e adorado pelos anjos como era o criador
do universo. Logo, Lúcifer é o pai do racionalismo,
isto é, aquele que usa a razão para enganar a si e, se possível outros
desapercebidos. E foi o que ele fez no céu com relativo sucesso; antes de ser
julgado e condenado, Deus alertou-o sobre o mal uso da razão; porém, ignorando
os apelos e a graça salvadora que Deus lhe oferecera antes de dar lhe o
veredito, preferiu continuar no seu projeto de ser adorado como era Deus o
criador do universo. Fazendo uso da liberdade Lúcifer argumentou muito bem, tão
bem que foi capaz de enganar a terça parte dos anjos que habitavam onde Deus
tem seu trono estabelecido. Assim, o voluntarioso Lúcifer e seus anjos preferiram
pagar para ver as consequências de sua ousadia que submeter-se ao amor
perdoador que Deus lhes oferecera. Não havendo outro meio para salva-los, Deus
lançou-os ao inabitado planeta Terra, onde aguardariam o desenrolar das
consequências das dúvidas lançadas ao caráter de Deus e o cumprimento da pena
que foram condenados, a morte eterna. A partir desse episódio, essas dúvidas
pairaram na mente de todos os seres criados: Deus é justo ou injusto? Um ser de
amor ou um ditador? Quem está com a razão, Lúcifer ou Deus? O que é melhor, a
liberdade sem leis onde se possa viver segundo a vontade própria sem sofrer
nenhuma consequência, ou a liberdade segundo os ditames das leis, onde eu posso
escolher o que fazer e ser dentro dos limites da lei? Enfim, os seres racionais
queriam provas de que Deus é amor a pesar da liberdade, e que lúcifer é um racionalista
enganador que usa a liberdade em benefício próprio ignorando o bem do outro. É
neste contexto que o planeta Terra fora adaptado à vida vegetal e animal, onde
o homem, obra prima do criador, fora criado à semelhança de Deus, isto é, um
ser racional capaz de pensar e executar o pensado como eram as outras criaturas
do universo. A raça humana e tudo que há no planeta seriam o campo de provas
para Satanás e Deus demonstrar para todo o universo o fundamento de seus
caráteres. Caso o homem fosse enganado por Satanás Deus providenciaria um meio
para que a humanidade tivesse a mesma oportunidade de perdão que Satanás e seus
anjos tiveram no céu, depois de todo esse drama, Deus estabeleceria novamente a
paz universal.
São esses os motivos que justificam a existência da bíblia, por isso,
seus escritos são frutos de revelações dadas aos profetas e relatos históricos
de sinceros homens de todas as classes sociais, que, apesar de pecadores foram
fieis em seus relatos segundo a inspiração do Espírito Santo. O Velho
Testamento tem como tema principal a promessa de que o filho de Deus, Jesus
Cristo, nasceria como homem para vencer a Satanás, provando para todos os seres
inteligentes que é possível ser fiel a Deus mesmo diante de argumentos que
colocam dúvidas no caráter de Deus. Jesus foi tentado como nenhum outro ser
inteligente e venceu. Satanás, no seu desespero para fazer Cristo pecar levou
os homens a matarem o prometido salvador. Com a morte de Cristo, todos aqueles
que O aceitam como seu salvador pessoal e praticam a lei de Deus segundo está
revelada na bíblia serão salvos. E Satanás com seus anjos que levaram a humanidade
cair em pecado e matarem a Jesus Cristo, além de demonstrar para todo o
universo o seu verdadeiro caráter, selaram a sua destruição eterna, a qual se
dará quando Deus for purificar o universo de toda maldade que Satanás causara.
Assim, através da morte de Cristo, já está comprovado para todo o universo
que Deus é amor e Satanás o mal. Mas ainda somos espetáculos para o universo
quando correspondemos ao amor de Deus ou a rebeldia de Lúcifer ².
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² Pudesse ele
voltar a ser como quando era puro, verdadeiro, leal, alegremente abandonaria
sua pretensão de autoridade. Mas estava perdido, além da redenção, por sua
presunçosa rebeldia! E isto não era tudo; tinha guiado outros à rebelião e à
sua própria condição perdida – anjos que nunca pensaram questionar a vontade do
céu ou recusar obedecer a lei de Deus, até que ele introduziu em sua mente,
argumentando diante deles que podiam desfrutar um bem maior, uma elevada e mais
gloriosa liberdade. Tinha sido este o sofisma pelo qual os enganara. (WHITE p. 25)
Razão
O racionalismo filosófico, científico, teológico, político e humanista,
continuam, ainda hoje, fazendo de tudo para anular a influência dos escritos
bíblicos como verdade divina. A filosofia é a grande responsável por toda
argumentação física, metafísica, lógica, epistemológica e semântica para negar
a existência de Deus segundo os escritos bíblicos. O que é pior e lamentável é
que os grandes racionalistas são professos crentes em Deus que fazem uso de
argumentos lógicos para negar a própria bíblia. Eles estão infiltrados em todas
as instituições religiosas, são os grandes super-homens nietzschianos que estão
enganando a população em nome de Deus.
No período metafísico (IV a.C. – XV d.C.) os filósofos se esforçaram
para justificar a existência de Deus através de argumentos lógicos. Santo
Anselmo (1033 – 1109) fez sua formulação a priori ³ (antes da experiência) e a
posteriori ¹ (após a experiência) ficando assim:
_________________
³ A priori, Deus
é “aquilo do qual nada de maior pode-se pensar” (id quo maius cogitari nequit). E isso é pensado até pelo ateu e
pelo tolo de que fala o Salmo, que,
no seu coração diz: “Deus não existe.” Para negar a Deus, ele sabe estar
falando de um ser do qual não é possível pensar nada de maior. Portanto, se o
ateu pensa em Deus, Deus está em seu intelecto ___ caso contrário, não pensaria
nem negaria sua existência. [...] (REALE,
p. 496)
_________________
¹ A posteriori, tudo aquilo que
existe, existe em virtude de alguma coisa ou em virtude de nada. Mas nada
existe em virtude de nada, isto é, do nada não provém nada. Assim, ou se admite
a existência do ser em virtude do qual as coisas existem ou o nada existe. Mas,
como existe algo, existe o ser supremo. (Ibid,
p. 496)
Expressões denotativas
Expressões denotativas
Expressões denotativas, são
denotativas unicamente devido suas formas: 1) pode ser denotativa e não denotar
nada, (ex): “o atual rei da França”. 2) Pode denotar um objeto definido, (ex): “o
atual rei da Inglaterra” denota um certo homem. 3) Pode ser ambígua, (ex): “um
homem” não denota muitos homens, mas um homem ambíguo.
O objeto da denotação é de grande
importância para a lógica, a matemática e para a teoria do conhecimento.
Conhecimento de trato
Podemos chamar conhecimento de trato
como literal; coisas que temos representações pelas percepções ___ pelo pensamento
temos conhecimento de trato dos objetos de um caráter lógico, os abstratos.
Porém, não temos necessariamente conhecimento de trato dos objetos denotados
por expressões compostas de palavras de cujos significados não temos conhecimento
de trato. (ex): Parece não haver razão para acreditar que temos conhecimento de
trato das mentes de outras pessoas, visto que estas não são diretamente
percebidas; portanto, o que conhecemos a respeito delas é obtido pela
denotação. Todo pensamento deve começar pelo conhecimento de trato; mas ele é
bem sucedido em pensar acerca de muitas outras coisas das quais não temos
conhecimento de trato (aquilo que é percebido pelos sentidos).
Expressões conotativas
Expressões conotativas referem, logo,
toda denotação tem que haver conotação. Quando uma criança nasce, embora ela
não possui um nome, ela tem referências: filho (a) de X e Y, irmão de A, B, C, (...); por ocasião de seu registro de nascimento ela recebe um selo, seu nome. A
partir daí, enquanto viver, muitas conotações ou referências boas, más, falsas e verdadeiras estarão ligadas ao
seu nome. A partir desse exemplo entendemos que é possível aceitar a existência
e feitos de alguém pelas conotações referidas à sua pessoa, quando isso não é
possível, a ciência denotativa e conotativa descarta a existência dessa pessoa
ou ser, sendo apenas objetos inesistentes ou seres irreais. Fundamentados nessa teoria os ateus consideram falacioso o argumento de
Santo Anselmo quanto a existência de Deus.
Argumento ateu que considera falacioso o argumento de Santo Anselmo ²
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² “O mais
perfeito Ser tem todas as perfeições; a existência é uma perfeição; logo, o
mais perfeito ser existe”, torna-se: “existe uma e somente uma entidade x que é
mais perfeita; essa entidade tem todas as perfeições; a existência é uma
perfeição; logo essa entidade existe”. Como prova, esta prova falha por falta
de prova da premissa “existe uma e somente uma entidade x que é mais perfeita”.
[...] Com nossa teoria da denotação somos capazes de sustentar que não existe
indivíduos irreais; de tal forma que a classe vazia é a classe que não contém
membros e não a classe que contém como membros todos os indivíduos irreais. (RUSSELL, p, 13)
E aí? Deus existe? Não? E Emanuel, Deus
conosco, existe? Há dezenas de referências proféticas que antecederam Seu
nascimento; como há também, após receber seu selo, Jesus Cristo; dezenas de
referências quanto a Seus feitos além da capacidade humana e, o que não falta, são
referências à Sua morte e ressurreição; a história confirma que após Sua ressurreição Ele conviveu com a humanidade mais quarenta dias antes de Sua ascendência ao céu. E para terminar, há dezenas de referências
quanto a Sua segunda vinda para pôr fim a esse parêntese feito na eternidade e
às condições sub-humanas que chegaria a sociedade mundial próximo à Sua segunda
vinda.
Se Jesus não é Deus conosco, então, toda religião que se esforça para
justificar suas crenças em Deus ou em alguma entidade metafísica fundamentando-a
em argumentos lógicos, e não na observância da lei de Deus, correm o risco de
cair em meras formalidades religiosas, ou, fazer destas instituições apenas um
bom negócio do século XXI para seus donos, líderes e funcionários. A única
coisa que posso dizer é: o Deus bíblico, está acima de todas as convenções
racionais, e estas, jamais serão condições necessárias e nem mesmo contingente para Deus existir e ser o que é. O
uso da razão alienada de Deus é um argumento contra si mesma. Isto é, o
racionalismo se autodestrói e causa mau a todos os que são iludidos pelas
falácias lógicas ³; sejam para justificar ou negar a existência de Deus, pois, nosso relacionamento com Deus se dá pela fé mediada pela racionalidade (uso da inteligência).
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³ Deveriam fazer
tremer aos que declaram ser de pouca importância obedecer ou não à lei de Deus.
Todos os que exaltem suas próprias opiniões acima da revelação divina, todos os
que mudem o sentido claro das escrituras para acomodá-lo à sua própria
conveniência, ou pelo motivo de se
conformar com o mundo, estão a trazer sobre si terrível responsabilidade. A palavra
escrita, a lei de Deus, aferirá o caráter de todo homem, e condenará a todos a
quem essa infalível prova declarar em falta. (WHITE, p. 286)
Fé
Quando Pilatos apresentou Cristo e
Barrabás ao povo, perguntou, “qual quereis que eu solte? Barrabás, ou Jesus
chamado Cristo? [...] Disseram: Barrabás. Que farei de Jesus chamado Cristo?
Disseram todos: seja crucificado”. (Mateus 27: 11-26)
O povo preferiu o ladrão que o filho
de Deus; e ainda disseram: o sangue dele caia sobre nós e nossos filhos.
E aí? Você é capaz de fazer uma
leitura social e política do século XXI de sua cidade, estado e país? Por que os
políticos querem o poder? Por que a criminalidade é crescente em todo o globo
terrestre? Por que as instituições religiosas e igrejas particulares são o que
são? Por que o narcotráfico e maus caráteres comandam muitas políticas
públicas? Por que partidos políticos pregam a liberação de todas as drogas como
meio de acabar com o narcotráfico? Por que partidos políticos que estão há mais
de vinte anos no poder mantém a má educação para os pobres trabalhadores, mascarando-a
com a PROGRESSÃO CONTINUADA OU APROVAÇÃO AUTOMÁTICA, certificando
assim, a ignorância generalizada? Por que não existe uma política de segurança
eficaz? Por que a saúde pública não pode ser boa? Não são esses ideais políticos o resultado de
ignorarmos a existência de Deus, preferindo um ladrão, exemplo de
criminalidade generalizada como exemplo a ser seguido?
Em 2014 vote consciente, vote em novos políticos que defendem uma boa
educação para todos, pois, humanamente falando, a educação é o caminho para
sanar os problemas de segurança, saúde e ignorância generalizada que dizima cidadãos brasileiros e do mundo.
Filósofo Isaías Correia Ribas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NIETZSCHE. O Anticristo – Maldição do Cristianismo. Ed.
Clássicos Econômicos Newton – Rio de Janeiro, RJ – 1996.
RUSSELL, Bertrand.(1904) Da Denotação.
REALE/ANTISERI. História da Filosofia, Vol. 1. Ed. Paulus.
São Paulo, SP, 2007
WHITE, Ellen G. História da Redenção. Ed. Casa Publicadora
Brasileira. Tatuí, SP. 2008.
WHITE, Ellen G. – O Grande Conflito. Ed. Casa Publicadora
Brasileira. Tatuí, SP. 2014.