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terça-feira, 13 de novembro de 2012

RELIGIÕES: SÃO INVENÇÕES HUMANAS? – II



          *Ethos (ética), quando traduziram ethos do grego para o latim, ficou *mores (moral). Embora não devemos tê-las como sinônimas, surgiu um grande problema filosófico e religioso para a época; é que ambas não poderiam ser a ciência que analisa os costumes, pois a moral judaica já era objeto de análise da ética. Então, os mandamentos judaicos que se tornaram cristãos teriam que passar pela análise filosófica e política; sendo assim, se preciso fosse, poderiam ser alterados porque os judeus e cristãos da época estavam sob o jugo romano. Mas a lei moral dos judeus e cristãos, segundo a bíblia, é santa e eterna, dada por Deus, logo, não poderia ser transgredida e muito menos alterada.
Mais uma vez os escritos bíblicos aparecem aos racionalistas: filósofos, teólogos e políticos como um grande problema a ser resolvido. A tarefa agora se apresenta bem maior que no início, onde Platão e Aristóteles conseguiram redirecionar os conceitos bíblicos. Agora se trata dos mandamentos, a lei divina que os judeus e cristãos obedeciam e as tinham como santa e eterna. Quem, ou que poder teria a petulância de desafiar o Deus de Israel?
          À bem aventurança da nação eleita, o povo de Israel, dependia de sua obediência aos mandamentos e outras orientações legais que Deus lhes dera. Os altos e baixos desse povo estão relatados na bíblia para servir de exemplo aos que se dizem seguidores das orientações bíblicas. Quando Nabucodonosor subjugou os judeus (605-539 a. C.), o jovem Daniel foi chamado a ser profeta entre os cativos de Babilônia. O rei tivera um sonho e seu espírito ficou perturbado por causa do que vira e não entendera; o único sábio que entendia dos mistérios divinos era Daniel, logo, este foi levado à presença de Nabucodonosor e deu-lhe a interpretação do sonho, segundo Deus lhe dissera. Assim, Daniel tornou-se um dos grandes profetas escatológico da bíblia. Este sonho está registrado em Daniel 02; É Deus falando aos terrestres sobre os futuros reinos universais que se levantariam dali pra frente, são eles: “Babilônia (605-539 a. C.); Medo-Pérsia (539-331 a. C.); Grécia (331-168); Roma (168 a. C.-476 d. C.); Roma Papal do século V - XV;  e o quinto reino Universal, segundo a profecia é o reino de Cristo, que se dará com com sua segunda vinda”. Por ter muito material escrito sobre esta profecia não vou entrar em seus detalhes de interpretação.
Quero focar em especial o movimento filosófico, e percebemos que o nascimento da filosofia, o conhecimento antropocêntrico, coincide com a subjugação dos judeus em Babilônia.
Quando a Grécia, por meio de Alexandre da Macedônia, o Grande, chegou ao poder em 331 a. C., os escritos filosóficos de Platão ficaram no Ocidente e os de Aristóteles foram para o Oriente. Os de Platão, principalmente a alegoria do Mundo das Ideias, aos poucos, por meio de outros filósofos místicos, foram se adaptando ao sagrado, alcançando o status de “teologia” platônica.
Em 168 a. C., Roma chegou ao poder universal e sob o reinado romano nasce o prometido salvador que os judeus anunciavam por meio dos ritos do santuário: Jesus Cristo; O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES! Nesse período havia grandes problemas que agitavam a humanidade, todos os povos subjugados clamavam por libertação, principalmente os judeus que aguardavam um libertador miraculoso. Todos queriam se livrar da opressão romana por meio da força ou da fuga, a Roma que governava era a pagã; vários seguimentos cognitivos buscavam impor sua verdade naquela babilônia político-religiosa: os judeus e suas leis reveladas; as diversas correntes filosóficas que se diziam os donos da verdade antropocêntrica; os romanos como os donos da verdade política e do código legal; o maior representante da verdade de todos os tempos, o jovem *Jesus, o Deus que se encarnara e se apresentava como a solução para todos os problemas pessoais e do mundo; e outros tantos costumes e códigos morais e filosóficos dos diversos povos que estavam subjugados.
Outro movimento filosófico que filosofou a partir de conceitos bíblicos foi o Maniqueísmo. Fundado pelo persa Manes (séc. III), sua seita propagou-se entre os cristãos, alcançando seu apogeu no império romano do Ocidente. Essa seita filosófica era dualista, segundo ela, o Bem, Deus e o mal, o diabo, são forças antagônicas, princípios absolutos em permanente e eterno confronto que dão equilíbrio ao universo. Santo Agostinho, antes de converter-se ao cristianismo católico, fora adepto do Maniqueísmo, mas combateu-o, diz a literatura cristã católica.
Deus, o bem, e Satanás, o mal, segundo a bíblia, são sim forças contrárias, mas não é esse antagonismo que dá equilíbrio ao Universo, pelo contrário, é a causa dos conflitos pessoais e sociais, onde Deus, por meio de Jesus se apresenta como a solução para o bem de tudo e todos; e o mal, Satanás, é e será a causa de todo o mal pessoal e social. São as pessoas quem decide qual das forças vai predominar em sua vida. Ambos, Deus e Satanás nos querem pra si, mas nenhum pode forçar-nos fisicamente, apenas nos apresentam propostas (vida eterna em Jesus, ou morte eterna com os prazeres da carne) e nós decidimos a quem servir como pessoa e comunidade.
“Filon (séc. I), filósofo grego de origem judaica, cognominado “o Platão judeu”, viveu na Alexandria e é um dos principais representantes daquela escola. Chefiou uma embaixada de cinco judeus que foram a Roma pedir ao imperador que dispensasse os membros da comunidade judaica de prestarem culto divino à estátua do imperador. Como filósofo, procurou conciliar os ensinamentos do Velho Testamento com a filosofia de Platão e Aristóteles. Foi o inspirador do *neoplatonismo e da literatura cristã”. Obras principais: Sobre a vida contemplativa e Deus é um ser imutável. (Dicionário Básico de Filosofia, Hilton Japiassú\Danilo Marcondes. 2008. Ed. ZAHAR.
Nessa batalha intelectual, bélica e política, filosófica e religiosa que marcou o domínio da Roma Pagã, a filosofia platônica se impôs como verdade teológica, aliando-se à política conseguiu dominar o Estado levando Roma Papal ao poder em 476. A partir daí, o Ocidente estava sob o poder da igreja Católica. É o início da Idade Média; e as forças filosóficas e religiosas platônicas, contrárias aos mandamentos do Deus de Israel, também já haviam se organizados para acabar de vez com esse problema: os mandamentos de Deus e suas leis que causavam sérios problemas ao Estado Romano Pagão estava com os dias contados, o Deus bíblico iria ser destronado e a igreja cristã filosófica reinaria sem maiores problemas. As leis bíblicas teriam que ser alteradas, pois estas, o Estado Papal não as aceitavam. Roma Papal priorizava o politeísmo e outros rituais particulares que não tinham fundamentos bíblicos. O racionalismo mitológico, místico e filosófico chegou ao poder. O pano de fundo foi a discurso entre fé e razão. *Fé e razão, daquele momento em diante eram dois conceitos antropocêntricos que se mostravam contrários, mas, na verdade era apenas pano de fundo para filosofar a mentira. Por que a essa altura os dois conceitos antagônicos *fé e razão são antropocêntricos, deve estar perguntando?  É que a igreja que assumiu o poder, o cristianismo católico é também um movimento filosófico defensor da filosofia de Platão, não da bíblia e suas leis, embora façam o discurso bíblico e defendem a fé, a razão ou o racionalismo imperava em ambos os conceitos. Mas para que isso desse certo, bons argumentos políticos, filosóficos e religiosos teriam que ter fundamentos lógicos, e segundo a própria lógica, nem toda verdade lógica corresponde à verdade real, isto é, uma verdade lógica pode sim ser uma falácia, é nesse contexto que aparece o filósofo Maniqueísta, Aurelius Augustinus, após sua "conversão" ao cristianismo (Santo Agostinho), de Numídia, África, (354–430) para fazer o discurso filosófico religioso que deu sustentabilidade ao discurso e a política da igreja durante toda a Idade Média. 
          É a esse pervertido cristianismo católico e ao judaísmo que Friedrich W. Nietzsche (1844-1900) faz as mais pesadas e debochadas criticas. Mas, entendo eu, que Nietzsche não fez questão de diferenciar esse cristianismo das outras verdades religiosas, julgando que tudo é a mesma coisa, logo, juízo vulgar para um filósofo de sua estirpe. Mas, ele também afirmou que no futuro outros filósofos dariam conta de desmascarar essas manobras político-religiosas. Digo também, que ele ousadamente disse verdades irrevogáveis aos padres e teólogos protestantes que brinca com a verdade, seja ela filosófica ou religiosa, faltando-lhes, acima de tudo, honestidade, verdade e fé.
 ”O idealista, nem mais nem menos que o padre, tem todos os grandes conceitos na mão (e não só na mão), ele brinca com eles com um benévolo desprezo pela “razão”, pelos “sentidos”, a “honra”, o “bem viver”, a “ciência”, ele vê essas coisas como algo inferior, como forças sedutoras e nocivas sobre as quais o “espírito” paira em sua auto suficiência: como se humildade, castidade, pobreza – numa palavra, santidade – não tivessem causado mais danos à vida do que qualquer horror e vício... O espírito puro é puro engodo... Enquanto o padre ainda for tido como homem superior, esse enganador, esse difamador, envenenador profissional da vida, não existirá resposta para a pergunta: o que é verdade? A verdade é colocada de cabeça para baixo, quando o consciente advogado do nada e da negação passa pelo representante da “verdade” ... " A barbárie doentia chegou ao poder como igreja". (NIETZSCHE O Anticristo Maldição do Cristianismo. CLÁSSICOS ECONÔMICOS NEWTON. PÁG. 31. (*Aforismos 9 e 37). 1992.
Diz a bíblia referindo-se ao poder papal que se instalara em 476: “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues em sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Daniel 7: 25. Repito, há muita literatura que trata desse assunto por isso não vou comentá-lo. O livro: O Grande Conflito de Ellen G. White dá em detalhes toda essa trama. Ed. CASA PUBLICADORA BRASIELIRA. Tatuí, SP.
Listarei algumas mudanças que esse poder fez com relação aos escritos bíblicos: Mudou o primeiro mandamento: Não terás outros deuses diante de Mim. A igreja adotou o politeísmo.
Não farás para ti imagens de esculturas. Ela adotou todos os cultos às imagens e criou deuses para o povo adorar.
O dia bíblico é de um pôr do sol ao outro. A igreja mudou, ficando da meia noite a outra.
O dia Santo para a adoração e reconhecimento que há um Deus criador de tudo é o sábado. A igreja santificou e cultua seus deuses no domingo. Outras tantas mudanças aconteceu e continua acontecendo e continuará até a volta de Cristo.
       Atenção! Todos protestantes que se aliam ao catolicismo nessas práticas contrárias a bíblia, faz parte desse cristianismo impuro.