O Pré-Histórico dilúvio (XVIII a. C.)
aos nossos dias (XXI d. C.) dá para fazer uma analogia (comparação), do
comportamento humano referente às desilusões das pessoas com relação à
existência de um Deus criador, Seu plano de salvação e interesse em
trazer/levar a humanidade à eternidade Universal, isto é, acabar com as
finitudes vegetais e animais, restabelecendo assim a perfeição, harmonia entre
as diferentes formas de vida: SUSTENTABILIDADE. Esta só será
possível com a intervenção divina nos negócios da economia globalizada, pois
onde há a ganância, a exploração do outro e da natureza através das atuais
técnicas não será possível.
Segundo Flávio Josefo, ele, Noé/Moisés, “nota que a
chuva que causou esse dilúvio geral começou a cair no dia vinte e sete do
segundo mês do ano dois mil duzentos e cinquenta e seis, depois da criação de
Adão”. “A sagrada escritura, faz o
cálculo disso e anota com cuidado muito particular o nascimento e a morte dos
grandes personagens daquele tempo.” (História dos Hebreus. pág. 48.
Flávio Josefo. Ed. Das Américas. 1958)
Nos dias de Noé os habitantes desse
planeta se distanciaram tanto das orientações divinas que o mal e os deuses
criados pelos homens eram os guias daquela geração, o mal era tamanho que Deus
arrependeu-se de haver criado o homem, porém, deu-lhes cento e vinte anos para
uma introspecção, arrependimento e a possibilidade de salvar-se. Noé, único
justo, foi o responsável para anunciar o plano divino de destruição e salvação.
Noé construiu a Arca enquanto anunciava o fim e a salvação, somente sua família
e os animais irracionais entraram na arca, quando os racionais viram os
irracionais entrarem misteriosamente na arca espantaram-se.
“O mundo olhava com admiração, e
alguns com medo. Foram chamados os filósofos para explicarem a singular
ocorrência, mas em vão. Era um mistério que eles não podiam penetrar. Mas os
homens se haviam tornado tão endurecidos pela sua persistente rejeição da luz,
que mesmo esta cena não produziu senão uma impressão momentânea”. “Ao
contemplar a raça condenada, o Sol a resplandecer em sua glória, e a Terra
vestida quase em edênica beleza, baniram seus temores crescentes com
divertimento ruidoso, e, com suas ações de violência, pareciam convidar sobre
si o castigo da ira de Deus já despertada”. (Ellen G. White. PATRIARCAS
E PROFETAS. Pág. 94, Ed. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA. Tatuí. SP 1989).
Blaise Pascal (1623-1662) “É doença natural
do homem acreditar que possui a verdade diretamente e disso decorre que está
sempre disposto a negar tudo o que lhe é
incompreensível. E ainda: todos os homens são quase sempre levados a crer, não
pelo caminho da demonstração, mas pelo caminho que lhe agrada”. E, nos
pensamentos, ele acrescenta: “O homem é ser cheio de erro natural que não pode
ser eliminado sem a graça”. (Giovanne Reale e Dario Antiseri. HISTÓRIA
DA FILOSOFIA. Vol. II. Pág. 598-624, Ed. PAULUS. 8° edição. 2007. SP).
A técnica aplicada ao trabalho tem provocado
a alienação do trabalhador e o esgotamento dos recursos naturais. De fato, a exaltação
do progresso indiscriminado não tem respeitado o que hoje chamamos de
desenvolvimento sustentável. O consumismo alienado degenera em consumismo
quando se torna um fim em si mesmo, provocando desejos nunca satisfeitos, um
sempre querer mais, um poço sem fundo. A ânsia do consumo perde toda relação
com as necessidades reais, o que leva as pessoas a gastar mais do que precisam
e, às vezes, mais do que têm. (Maria Lúcia de Arruda Aranha/Maria
Helena Pires Martins. FILOSOFANDO/ introdução à filosofia. Ed. MODERNA. 4°
edição, 2009).
É isso, a humanidade, embora
desenvolva tecnicamente, o seu estado emocional e racional continuam os mesmos,
sempre buscando o satisfazer-se em detrimento do outro e da natureza,
preferindo orientar-se pelas suas criações que a dependência de um ser além de
si.
Isaías Correia Ribas, filósofo e
professor.