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sábado, 7 de janeiro de 2012

A DESTRUTIVA ARMADILHA DA IGNORÂNCIA

Junto com o crescimento da sociedade brasileira a partir dos séculos XVII e XVIII, cresceram também os mecanismos criados pelas elites para excluírem a população comum dos centros das decisões e acontecimentos do país. No Brasil imperial, revoltas populares surgiram, mas foram sufocadas pelo governo através da violência. Porém, a população crescia e a repressão física ficaria cara e cada vez menos eficiente. Descobriram então que concedendo alguns direitos, gradativamente, a população se acalmaria. Vinham então as constituições, que concediam a passos de formiga, direitos como o do voto e trabalhistas. A sociedade brasileira aprendia assim, a viver de migalhas, a se acostumar com a injustiça e a ver a política como algo distante e um privilégio de poucos. O golpe final e mais alienante foi sem dúvida o uso da industria do entretenimento e do consumismo, por parte das elites, que seguindo a velha lógica do “pão e circo”, empregada pelos romanos no inicio da era cristã, tem distraído a atenção da sociedade com futilidades e valores distorcidos, enquanto essa é saqueada brutalmente por corruptos de diversos seguimentos, em especial por políticos.
Enfim, a armadilha da ignorância já foi jogada a muito tempo em nós brasileiros. E isso está tão enraizado em nossa cultura, que mesmo hoje com maior liberdade de expressão e com um sistema democrático mais consolidado, nos acostumamos com o “mau feito” (como diz nossa ilustríssima presidente Dilma Roussef) e ignoramos a política. As nações cujo seus cidadãos ignoram a política e a deixa nas mãos de qualquer um, estão eminentemente fadadas ao fracasso.

Renato Campos

Pedagogo e Professor de História