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quinta-feira, 23 de abril de 2015

FILOSOFIA DOMINA CATÓLICOS, PROTESTANTES, EVANGÉLICOS E ESPÍRITAS


     Muitos foram os pesadores que se levantaram para direcionar os povos dentro de outros parâmetros políticos – filosóficos – religiosos – epistemológicos posteriores a Idade Média. O conhecimento e como se conhece foi a preocupação principal dos pensadores. Após o medievalismo houve separação entre políticas, filosofias, religiões e ciências. Corriam separados, porém, unidos pelas necessidades e dependências pela visão do todo. A política, a religião, a filosofia, o conhecimento e o individualismo teriam que ser respeitados, pois, querendo ou não, somos um corpo inserido entre vários corpos com interesses diferentes, e são o respeito às diferenças que dão legitimidade a individualidade. Assim sendo, o preconceito gratuito, sem fundamento, é um mal que pode pôr o desenvolvimento individual em risco. Por outro lado, o conhecimento exige que todas as práticas individuais ou de grupos passem pelo crivo crítico, evitando assim, que toda sociedade seja enganada por espertalhões que, em nome de sua liberdade faça com que todos sigam suas ideias como sendo a verdade. Lembremos que foi esse o mal que imperou na Idade Média.
Immanuel Kant (1724-1804)
     Kant chegou ao posto de reitor da universidade de Königsberg, Alemanha, onde foi estudante e professor. Segundo Kant, Hume o fez despertar do sonho dogmático, “fazendo dele” o precursor da filosofia contemporânea. A filosofia de Kant é um esforço para provar que a razão está acima das paixões, que os sentimentos são controlados pela razão que investiga e apreende as coisas que estão no mundo, compreendendo e transformando-as. Logo, o ser humano é um composto físico metafísico, onde os sentimentos, as paixões, a vontade e a razão faz do ser humano um ente diferenciado das outras criaturas. A luta pelo domínio entre sentimentos, paixões, vontade e razão não se dá entre essas características do ser humano, mas são nossas discussões ideológicas que nos passam a ideia de que há essa luta. Por isso, dependendo de cada um agir livremente, uns se tornam presas das paixões, outros dos sentimentos, outros da vontade e outros da razão sem nenhum equilíbrio de sua própria composição como ser humano. Assim, se somos um composto, há momentos que somos sentimentais, outros apaixonados, outros volitivos e racionais, mas, segundo Kant, a razão é aquela qualidade que nos faz diferentes dos animais irracionais e dos homens arracionais, como diz David Hume. Logo, se somos racionais, a razão deve direcionar nossas práticas com sabedoria e não como dogma.
Arthur Schopenhauer (1788-1860)
     Schopenhauer foi contemporâneo de Hegel. Foi um dos raros casos de precocidade filosófica; aos 31 anos de idade publicou a exposição completa de seu sistema (O Mundo como Vontade e Representação). Como filósofo Schopenhauer tinha dois objetivos:
     Completar a filosofia de Kant e destruir a de Hegel. Hegel era o protótipo do argumentador capcioso que faz o falso passar por verdadeiro e o verdadeiro por falso, a dialética só podia ser incorporação do espirito da mentira. Daí que, para Schopenhauer, só existem dois métodos de pensar: a lógica, caminho rigoroso da demonstração da verdade, e a dialética, arte de argumentar independentemente da verdade. (Arthur Schopenhauer. Como vencer um Debate sem Precisar Ter Razão. P. 28/53)
     Apenas uma observação àqueles que não conhece a linguagem filosófica: a coisa-em-si elaborada por Kant é uma referência a Deus, e, como tal, é inacessível, como inacessível, nada podemos, empírica e cientificamente, deduzir Dele. Logo, Deus só é compreensível através da revelação bíblica, em suma, pela fé. Continua Schopenhauer:
     A diferença, a única diferença substancial, entre Kant e Schopenhauer é que o primeiro nada diz sobre a coisa-em-si, ao passo que o segundo deduz, da sua incognoscibilidade mesma, a sua total irracionalidade – uma conclusão que Kant não quis tirar, mas que se segue inapelavelmente das suas premissas. De fato, se a lógica é apenas o esquema da razão humana, que se ergue na ponta do processo de manifestação cósmica da coisa-em-si sem poder retroagir para abarcar cognitivamente a causa que a criou, a coisa-em-si está eternamente fora do alcance de todo conhecimento racional, é portanto irracional, a-racional ou pré-racional. Tal como os sentidos, a razão é uma das formas do mundo da representação, a casa das formas do mundo da representação, a casca de aparências que encobre a misteriosa vontade universal. [...] Pois a consciência e a razão estão ainda mais afastadas da origem do que o está a natureza, e, para conhecer essa origem teriam de primeiro abdicar de si mesmas, dissolvendo-se na obscuridade ainda mais funda da arbitrária vontade universal. (Ibid. p, 68/69)
     Para Shopenhauer a vontade é superior a razão, é um poder universal, isto é, domina todos os animais, inclusive os dotados de razão.
     Em o Jardim das Aflições escreveu schopenhauer a respeito da filosofia de Hegel:
     Uma certa desonestidade aparece já nas bases mesmas de sua metafísica, onde ele proclama que o conceito de ser, enquanto indeterminado, equivale a nada – conferindo sub-repticiamente validade ontológica absoluta a esse juízo que só tem sentido gnosiológico, isto é, confundindo a ordem do ser com a ordem do conhecer, o que, num homem de sua habilidade lógica verdadeiramente virtuosística, não pode ser um erro involuntário, mas um truque proposital.
     Novamente O Jardim das Aflições, Hegel que se declarava fiel protestante e nunca foi membro de qualquer grupo esotérico ou sociedade secreta, recebia no entanto dinheiro de agremiações maçônicas interessadas em promover a ideia de uma religião de Estado para se substituir à Igreja cristã (católica ou reformada). Com requintada habilidade sofística, o autor da filosofia da história argumenta, de fato, em favor do cristianismo, mas sublinhando que, como o Estado moderno incorpora e realiza em suas leis a essência perfeita do cristianismo, a Igreja se tornou desnecessária e o Estado vem a ser a suprema autoridade religiosa. Isso não faz de Hegel um intelectual de aluguel, pois a opinião que ele aí expressa não é só de quem lhe paga, mas também a sua própria. Mas até que ponto o prêmio financeiro não ajudou a cegar o filósofo para inconsistências que de outro modo ele teria percebido? Pois se de um lado não há como duvidar da sinceridade com que ele defende a liberdade da consciência individual, de outro lado é fato que, ao fazer do Estado moderno a condição necessária e suficiente dessa liberdade (omitindo-se de defende-la contra o Estado mesmo –, ele acaba se colocando, meio as tontas, a serviço da causa que mais nitidamente caracteriza a política do Anticristo sobre a terra: investir o Estado de autoridade espiritual, restaurar o culto de Cesar, banir deste mundo a liberdade interior que é o reino de Cristo. (Ibid. p, 50, 51 e 52 (rodapé))
     Schopenhauer faz de parte das críticas de Hume ao empirismo, em especial a vontade, fazendo desta a essência humana que controla todos os nossos desejos, e, não a razão defendida por Kant. Continua Schopenhauer:
     Consciência é mera superfície de nossa mente, da qual, como da terra, não conhecemos o interior mas apenas a crosta. Sob o intelecto consciente está a vontade consciente ou inconsciente, uma força vital esforçada e persistente, uma atividade espontânea, uma fonte de desejo imperioso. Pode, as vezes, parecer que o intelecto dirige a vontade, mas apenas como um guia dirige seu amo; a vontade é o “cego robusto que carrega em seus ombros o coxo que vê”. Não queremos uma coisa porque encontramos razões para isso, encontramos razões para isso porque a queremos; podemos até elaborar filosofias e teologias para cobrir nossos desejos. Daí Schopenhauer chama o homem de “animal metafísico”; os outros animais desejam sem metafísica. “Nada é mais irritante do que discutir com um homem, usar argumentos e explicações para convencê-lo, e no fim descobrir que ele não quer compreender, que estamos lidando com sua vontade”. Daí a inutilidade da lógica; ninguém nunca convenceu alguém pela lógica; e até mesmo os cultores da lógica a utilizam apenas como fonte de renda. Para convencer um homem, é necessário apelar para seus interesses próprios, seus desejos, sua vontade. Observem como durante muito tempo nós nos recordamos de nossas vitórias e como depressa nos esquecemos de nossas derrotas; a memória é serva da vontade. “Ao fazermos conta é muito mais frequente fazermos erros a nosso favor do que contra nós e isso sem a menor intensão de desonestidade”. “Por outro lado, a compreensão do homem mais imbecil torna-se muito aguda quando se trata de assuntos que afetam de perto seus desejos”. Em geral, o intelecto é desenvolvido pelo perigo, como na raposa, ou pela necessidade, como no criminoso. Mas parece sempre estar subordinado ao desejo e lhe servir de instrumento; quando tenta suplantar a vontade, segue-se a confusão. Ninguém é mais passível de erros do que aquele que age só por reflexão. [...] O intelecto é meramente ministro das relações exteriores; ... a natureza o produziu para prestar serviço à vontade individual. [...] O caráter está na vontade e não no intelecto; o caráter também é continuidade de objetivo e de atitude que constitui a vontade. A linguagem popular está certa ao preferir o “coração” à “cabeça”; ela sabe (porque não raciocinou a respeito disso) que a “boa vontade” é mais profunda e de mais confiança do que a mente clara. E quando chama um homem de “astuto”, “sabido” ou “esperto” insinua suas suspeitas e desagrado. “Brilhantes qualidades mentais despertam a admiração mas nunca a afeição”; e todas as religiões prometem recompensa... mas os méritos da vontade ou do coração, não para as qualidades do cérebro ou da inteligência”.  (SCHPENHAUER. A Filosofia de Schopenhauer. P. 41-44)
     Em suas argumentações contra a razão, Schopenhauer deixa claro seu ceticismo: O intelecto é meramente ministro das relações exteriores; ... a natureza o produziu para prestar serviço à vontade individual”. Logo, somos produtos da natureza e não entes criados por um Deus que nos fez à sua semelhança. É a filosofia de Hume levada às últimas consequências pelos céticos posteriores, admiradores e cúmplices na arte filosófica de negar os escritos bíblicos. Entendo, que a relação entre a substância que compõem nosso físico com todos os órgãos, cérebro, coração, e outros tantos que há, mais a sensibilidade física e a metafísica vontade, alegria, ira, orgulho, empatia, antipatia, simpatia e outros sentimentos, somados aos pensamentos, são inseparáveis, são atributos físicos e metafísicos que define o ser humano como superior às outras criaturas; nós as dominamos porque Deus disse que as dominaríamos. Logo, não há qualidade superior ou inferior, pelo contrário, é um composto harmônico que nos capacita a sermos o que somos independentemente de formação filosófica. O que faz a diferença entre um indivíduo que quer compreender e o que não quer é a preguiça em usar o cérebro, a vontade de não fazer nada o domina, daí, prefere-se acreditar que pesquisar. Por isso entendo que o conhecimento escolar e universitário é necessário para capacitar-nos a compreender nossa composição e o mundo, aí sim, cientes de nossa harmônica composição, conscientemente venceremos a preguiça, crescendo rumo ao saber sem decompor-nos, pois, é nossa composição que nos define como indivíduos. Logo, o homem racional e consciente é capaz de controlar todos os seus desejos, paixões e vontades selecionando-as entre maus e bons. Daí, deduz-se, que, no afã de negar a existência de um Deus criador e mantenedor de tudo o que há, os filósofos e outros céticos, defendem ideias falaciosas e até contraditórias à nossa própria composição físico-metafísica e de como usá-las.
Friedrich W. Nietzsche (1844-1900)
      A filosofia de Schopenhauer, como a de Hume, influenciou diretamente Nietzsche. Com o filósofo, a vontade recebe atenção especial e um aprofundamento conceitual: a vontade universal não é somente a essência, mas uma necessidade, é Vontade de Potência (VP) é uma lei originária. A vontade de potência não é algo criado, ela advém da própria realidade das coisas. “Esse mundo é vontade de potência”.
     Nietzsche era filho e neto de pastores protestantes, aos quatorze anos também queria ser pastor. Mas em contato com filósofos na universidade, transformou-se no maior dos céticos. O inimigo número um do cristianismo. Para Nietzsche a razão é serva das paixões, dos sentimentos e da vontade.
     O seu ateísmo é portanto o mais radical do que se possa imaginar, pois tem a ver com o próprio conceito de Deus: “Negamos Deus enquanto Deus... Se nos demostrassem este Deus dos cristãos, só poderíamos acreditar menos ainda” O Deus original dos hebreus era a expressão de um poder natural do povo hebraico: e era portanto concebido antropomorficamente como pai e rei, poderoso e vingativo. Quando este poder começou a faltar, em lugar de abandonarem o seu símbolo, os sacerdotes hebreus deram início a um processo de moralização e purificação do conceito de Deus que encontrou seu coroamento no cristianismo. Moralidade e pureza tornam-se atributos de Deus como reação contra o fato dele não ser mais real: o conceito moral de Deus fundamenta-se portanto na sua morte: “O nada divinizado, a *vontade do nada santificada em Deus!”
     O cristianismo, para Nietzsche, é apenas a continuação e a evolução do hebraísmo. Paulo de Tarso e os primeiros cristãos, não podendo suportar a morte de Jesus, distorcem seus ensinamentos em sentido moral, introduzindo a perspectiva do pecado, da culpa, do além, que nada tinha ver com o Jesus histórico: na base do cristianismo há portanto um ressentimento a respeito da realidade, da vida e do ser, que justamente se manifesta na superfetação moral que o distingue. O cristianismo é portanto a mais niilista de todas as religiões: a sua origem está na tentativa de disfarçar a derrota histórica de Jesus, a sua vergonhosa morte na cruz, para que pareça uma vitória, em algum mundo além. (NIETZSCHE. O Anticristo Maldição do Cristianismo. P, 11)
     Nietzsche nasceu num ano muito significativo para os protestantes. Segundo as interpretações de uma das profecias bíblicas (Daniel 8:14) por Guilherme Miller, Jesus Cristo voltaria no dia 22/10/1844. Porém, chegou a dada predita e Cristo não apareceu. Certamente Nietzsche conviveu com a decepção de seus pais e parentes. Como estudante perspicaz, não foi difícil de se convencer, através de seus mestres de filosofia que os escritos bíblicos não passavam de estratégias políticas dos hebreus, israelitas, judeus e cristãos. A decepção dos protestantes em 1844 fora a inspiração para Nietzsche criar o conceito niilismo, que significa, nada ou vácuo. Por isso sua conclusão: “O cristianismo é portanto a mais niilista de todas as religiões”. A partir desta convicção, Nietzsche passa a desconstruir todo e qualquer ideal político religioso do passado e do futuro.
     Nietzsche é portanto o filósofo de uma oposição forte, não das oposições fracas: é assim que lhe parece o socialismo, o anarquismo, o feminismo... No entender dele, estes movimentos representam apenas a continuação leiga da moral cristã, assim como a filosofia é a continuação da teologia. Tudo prometem mais nada cumprem, nascem e se desenvolve num estado profundo de mal estar em relação à realidade, e transformam esta situação mórbida num privilégio e até mesmo de um dever; estão desprovidos de uma força autônoma e só vivem de ressentimento, de compaixão, de indignação; pretendem “direitos iguais” e desta forma eliminam de saída as diferenças entre eles; são portanto movimentos de renúncia que se contentam com promessas e esperanças, que têm em relação à vida uma atitude projetiva, pois sempre colocam o essencial alhures, num futuro que nunca se realizará. [...]
     O pensamento nietzschiano recusa portanto de saída o conceito de ideologia, de verdade prática, de teoria a serviço da nação. A ideia tipicamente hebraica e cristã do livro que muda a vida, herdada e tipicamente assimilada pelo socialismo (onde os intelectuais tomam o lugar dos padres) baseia-se numa reviravolta completa da relação natural entre a experiência do livro, entre a vida e a teoria: ela atribui sub-repticiamente ao livro e aos intérpretes privilegiados a autoridade de tirar os leitores e seguidores do seu presente e da sua realidade, impondo-lhes leis, preceitos e comportamentos desprovidos de qualquer relação com suas exigências concretas. Nietzsche contrapõe à bíblia o código de Manu, que lhe parece totalmente desprovido de preocupações morais e pedagógicas: ao contrário do evangelho, ele não espera sua realização no futuro e está, ele mesmo, intimamente ligado à realidade do povo que o produziu. Os livros programáticos, parenéticos, ideológicos, por sua vez, pedem ao futuro aquilo que não têm, procuram esconder a sua irrealidade sugando a vida dos outros: são como “vampiros” que vivem do sangue de quem lhe presta atenção. [...] (Ibid. p, 13)
     Vou parar as citações, elas são pesadíssimas àqueles que de algum modo ou de outro pautam suas perspectivas de vida na esperança religiosa e/ou nas ideologias de políticas sociais. Nietzsche como filólogo e filósofo, com seu martelo, destrói todas as arquiteturas filosóficas, políticas e religiosas do passado e do futuro. O leitor que não tem a visão do todo, ao ler Nietzsche, será afetado por seu realismo mundano. Para ele este mundo é nossa morada eterna, não há vida no além, a não ser no mundo das ilusões. Por isso, Nietzsche defende que devemos viver esta vida segundo nossos desejos e paixões desprovidos de morais que tentam limitá-las. Negar as paixões, os desejos e a vontade, é negar a própria vida.
Verdade em Nietzsche
     O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismo, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poéticas e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efigie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas. (NIETZSCHE. Os Pensadores. P, 48)
     Movimentos sociais, políticos e religiosos, ao lerem Nietzsche, pensam duas vezes para continuar com seus projetos idealistas. Mesmo sua interpretação de mundo estando errada, Nietzsche é o pensador estudado e seguido nos centros acadêmicos céticos e religiosos. É ele quem influenciou a filosofia do século XX e continua influenciado o comportamento social do século XXI. A alta sociedade acadêmica pauta-se pela leitura de Nietzsche, e assim, através da alta sociedade, todas as classes sociais estão seguindo Nietzsche sem nunca haver lido uma só frase de seus escritos. Isto se dá porque a sociedade quer viver a vida destituídas de regras e morais limitantes; e Nietzsche, como um maestro do engano, consegue embalar a todos com suas falácias filológicas-filosóficas.
     Em oposição a moral, Nietzsche se esforça para espiritualizar as paixões valorizando-as, além do bem e do mal. O homem é um composto de sensações, de pulsões hormonais. Assim sendo, viver a vida mundana é dar vasão à essas sensações e pulsões, ignorando toda e qualquer moral limitante. Pois, somente assim, viveremos vida autêntica. Quanto a razão diz Nietzsche:
     O corpo é a grande razão. Toda a luta no corpo é para “um a mais” de vida, para mais força. Disso podemos compreender corpo como Vontade de Potência e a filosofia de Nietzsche como altamente experimental, com valores que servem à vida, o valor dos valores, vida enquanto referencial de todos os valores, porque vida enquanto VP. Nesse sentido é que podemos superar a nós mesmos e deixar de ser metafísicos, racionalistas, racistas alienados deste mundo em nome de um mundo no além. Devemos construir nossos novos valores assentados em nossas experiências vitais com relação ao corpo como a nossa maior riqueza, a nossa própria vida terrena, a única que temos e livre de qualquer especulação de ordem metafísica. (SOUSA. Nietzsche, Viver Intensamente, tornar o que se é. P. 24)

Contrapondo os filósofos que defendem os sentimentos, a vontade e todo tipo de pulsões como sendo nossos guias para o bem suceder em detrimento da Razão, cito a mais antiga definição referente a este tema:
     Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? E se não procederes bem o pecado jaz à porta, e sobre ti serás o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar. Gênesis, 5:7

Logo, se o homem se deixar dominar pelos sentimentos, seja lá de que origem for, não os inibindo pela razão, todo tipo de mal jaz à porta; desde uma simples ira ao assassinato. A vida de Caim e suas gerações é o exemplo clássico do crescimento da maldade na Terra por deixar-se guiar pelos sentimentos, não os inibindo pela reflexão racional.
Guilherme Miller (1782-1849)
       Miller foi uma das grandes mentes capaz de interpretar profecias bíblicas que estavam escritas em linguagem simbólica. Filósofo algum seria capaz desse feito, até porque, o trabalho do filósofo é inventar conceitos, ideologias, enfim, o filósofo é o mestre do conhecimento antropocêntrico que quer negar a realidade da existência de um Deus criador; assim sendo, se ele não partir da premissa de que Deus existe, e pela fé crer e agir a favor desse Deus, jamais ele estará em condições de ser iluminado pelo Espírito Santo. Já o homem comum, pelas circunstâncias da vida, mesmo que tenha se tornado incrédulo, de igual modo, pelas circunstâncias da vida, em sua sinceridade, querendo honestamente se convencer para se converter, nestas circunstâncias, Deus o ilumina; mas continua provando sua fé segundo a luz que lhe foi dada. É dentro deste contexto que podemos compreender o capitão do exército americano se tornando no grande capitão da fé para estabelecer o início do último período apocalíptico da igreja fiel aos princípios bíblicos na Terra; que se estabeleceria para fazer o último convite à humanidade, a reconhecer o único Deus verdadeiro que tudo criou e, que virá outra vez para pôr fim ao mal, ao pecado, pecadores e o originador do pecado, Satanás e sua hoste do mal.  
     O pai de Miller foi capitão do exército da revolução americana (1776-1783). O filho, a exemplo do pai, alistou-se como voluntário na revolução de 1812 e terminou como capitão em 1815. Influenciado pelo racionalismo, tornou-se deísta, isto é, continuou crendo na existência de Deus, porém, duvidava da autoridade bíblica, mas desejava sinceramente conhecer a verdade. Miller possuía espírito independente, amava a liberdade e era ardente patriota. Durante a revolução ocupou vários cargos civis e militares, logo, a porta das riquezas e honras pareciam lhe abertas de par em par. Terminada a revolução voltou à fazenda da família. Após doze anos como deísta, aos trinta e quatro anos ficou impressionado com seu estado pecaminoso e não encontrava no deísmo relação alguma com o além-túmulo, o futuro era lhe negro e tétrico. Refletindo em sua experiência com o cristianismo quando estava junto de sua mãe, decidiu pesquisar a bíblia em busca de respostas às suas dúvidas alimentadas pelo deísmo. Foi este o homem que revolucionou o cristianismo protestante contemporâneo ao interpretar a profecia de Daniel 8:14. Baseado em suas pesquisas marcou a data para a segunda vinda de Cristo para 22/10/1844. A família de Miller eram membros da igreja Batista. O resultado se suas pesquisas foram apresentadas aos pastores de sua igreja, convencidos, deram-lhe licença formal para pregar nas igrejas. Em pouco tempo toda cristandade americana, europeia e outras partes do mundo foram impactadas com a interpretações bíblicas do novo pregador. Todo protestantismo, independente dos diferentes credos existentes esperaram, com Miller, a segunda volta de Cristo. Entre eles estavam a família Gold Harmon, metodistas que se convencera, e, convicta convertera-se à esperança apresentada por Miller. Como o previsto por Miller não aconteceu, “toda” cristandade, decepcionadas, voltaram ao cotidiano mundano dispostos a desfrutarem do melhor que a vida lhes pudesse oferecer. Porém, um pequeno grupo, entre eles Miller e a família Harmon, que estavam convictos da correta interpretação bíblica, continuaram humildemente analisando a bíblia para ver onde estava o erro, e assim, chegaram à conclusão de que erraram quanto ao evento que não estava relacionado com a segunda volta de Cristo, e sim com o início do juízo investigativo que começara nessa data, no céu. No decorrer das investigações, a filha da família Harmon, aos dezessete anos começou a receber visões. Antes, porém, dois outros jovens foram convidados por Deus a ser o profeta dos últimos dias, mas eles recusaram. A mesma visão que Deus lhes deu, deu-a também a Ellen Gold. Ellen, mesmo frágil aceitou o desafio. Quando ela relatou seu chamado em público, os dois jovens (Willian Ellis Foy (1818-1893) e Hazen Foss (?-1893), estavam presentes e confirmaram a veracidade do chamado, pois eles tiveram a mesma visão e convite. Ellen, aos dezenove anos casou-se com Tiago White, doravante, Ellen G. White, a profetisa contemporânea. Desse grupo de remanescentes surgiu a igreja Adventista do Sétimo Dia como detentora de todas as verdades bíblicas, pois, até então, desde o nascimento do protestantismo, nenhuma das igrejas protestantes havia conseguido aceitar toda a bíblia como norma a ser seguida pelos protestantes, que não foram além de tirar as imagens de esculturas e outros costumes que a igreja Católica colocara no lugar das verdades bíblicas que ela alterara. Logo, o protestantismo que não reconhece toda a bíblia como norma a ser seguida, embora proteste alguma coisa, continua sendo um braço que apoia a igreja medieval, pois, com o catolicismo pagão e cristão continuam ignorando a lei de Deus (os dez mandamentos) as leis sobre saúde (selecionando, conforma a bíblia, as carnes imundas das limpas), enfim, a Igreja Adventistas do Sétimo Dia, como instituição tem a bíblia como o único livro que fundamenta a fé cristã. A profetisa Ellen G. White foi e é, através de seus escritos, uma conselheira que insiste em manter os adventistas apegados ao assim diz o Senhor segundo está escrito na bíblia. Mas também, devemos saber que a história do pecado continua, e Satanás, certamente, fez e fará tudo que for possível para levar os adventistas à apostasia. Ele usa tudo que for possível, membros da própria igreja, “professores” e “pastores” para promover a apostasia na Igreja. Se Satanás usa os de dentro, é inimaginável o que ele é capaz de fazer usando elementos externos. Por isso advertência bíblica relatada em I Pedro, 5: 8: “Sede sóbrios, vigiai, o vosso adversário, o Diabo, vosso inimigo anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa tragar”. Sou especialista em filosofia por acaso. Quando pensei em fazer um curso superior para ser professor, fiz uma pesquisa para saber o que fazer e não ficar desempregado após a formação. Na época tive a informação que a filosofia, em três anos, voltaria a compor o currículo do Ensino Médio. Sem pestanejar, decidi, é a faculdade que vou fazer. Na verdade nem sabia o que significava filosofia nem nunca tinha lido algo sobre algum filósofo, depois dessa decisão, enquanto me preparava para os vestibulares e ENEM em busca de uma bolsa, li um livro de Platão e outro de Schopenhauer, gostei de como eles escreviam bem, mas pouco ou nada entendi o que estava por trás de suas filosofias. Quando consegui a bolsa do PROUNI e comecei o curso comecei a descobrir qual era a finalidade da filosofia; como eu conhecia a bíblia, pois, já havia lido umas doze vezes de capa a capa e todos os escritos da profetisa White, então, ficou fácil para perceber o que estava por trás da filosofia. Foi angustiante terminar o curso, mas, mesmo graduado, ainda sentia que faltava algo para acabar de compreender toda arquitetura filosófica, foi então que decidi fazer a Pós-Graduação em “Filosofia da Linguagem na Filosofia Contemporânea” me tornando um especialista em filosofia da linguagem. Hoje, me sinto capaz de ler filosofia e entender o que está por trás de suas arrumadas, boas e coesas argumentações, os caras são capazes de, através da escrita, dar realidade ao irreal e ao real a irrealidade. Por isso entendo que, através das universidades, o mal, o bem, e tudo mais que possa existir, na forma de conhecimento, verdadeiro e falacioso, facilmente chega à todas as pessoas transformando-as em elemento úteis e inúteis à sociedade cristã, política e céticos.
Política mundial
     A política mundial está se reestruturando para continuar direcionando a humanidade para continuar garantindo o enriquecimento dos ricos em detrimento e exploração dos pobres, priorizando apenas a manutenção de sua ração diária, não permitindo que mais pobres deixe sua classe social de mero trabalhador, de preferência braçal. A maioria das economias que davam condições de pobres se enriquecerem chegou ao fim, por isso essa nova reestruturação por imposição dos ricos, com apoio total dos políticos e das instituições religiosas de todo o mundo. Vou citar o Brasil como exemplo, pois, como professor do estado de São Paulo, estou vivenciando esse processo. A câmara dos deputados federais aprovou, ontem, 22/04/2015 a PL 4330. Logo, se fossemos depender apenas deles todas as atividades fins das empresas podem ser privatizadas, isto significa que de cara, o trabalhador brasileiro vai perder perto de 30% de seu salário atual. E mais, após trêss anos no mesmo emprego, o funcionário é dispensado ficando duzentos dias impedido de trabalhar formalmente, isto é, não poderá arrumar outro emprego com carteira assinada obrigando-o a sobreviver de subempregos, garantido assim que ele jamais consiga economizar para ascender de classe social. Esse método está sendo testado com os professores do estado de São Paulo, e dá certo, pois o camarada fica, pela necessidade de sobrevivência, não fazer greve para reivindicar reajustes salariais e outros direitos. O PSDB, PMDB apoiado pelo sindicalista Paulinho da força, estão encabeçando esse processo e a maioria dos pequenos partidos estão apoiando. O ex-presidente Lula desaprova a aprovação deste projeto de lei, mas, caso ele passe pelo Senado e a presidenta Dilma não o vete, entendemos que o PT também está a favor da escravidão dos brasileiros. Caso esse projeto vire lei, nós, cidadãos trabalhadores temos que partir pra cima desses ricos empresários que, através dos políticos estão financiando a aprovação e imposição dessa maldita lei, creio que temos que ir às últimas consequências, a dificuldades que os professores de São Paulo estão tendo para ter seus direitos constitucionais garantidos diante dos desmandos do governador do PSDB, Geraldo Alckmin, é um exemplo que todas as classes trabalhadoras vão enfrentar. Mas aprovando esta lei, nem forças para brigar vamos ter mais. Pois seremos uma China piorada. Já não bastava a escravidão espiritual promovida pela igreja da Idade Média, teremos agora, é claro, com o apoio do Papa, a escravidão física. Por isso, como filósofo, continuo confiando que a bíblia é a palavra de Deus, e toda essa reestruturação e outros bárbaros acontecimentos que vivenciamos todos os dias estão confirmando o que diz a bíblia, Deus irá intervir nos negócios da humanidade, pois, conforme as profecias bíblicas, a taça de Sua paciência, amor, longanimidade e compreensão está à transbordar, e jesus virá pela segunda vez para pôr fim à história do pecado! Povo brasileiro! Isto não é um sonho e nem somos atores do filme Matrix, é nossa liberdade como seres humanos que está em jogo, são os escravocratas  voltando a ameaçar os pobres trabalhadores.
Epílogo
     Vou terminar essa reflexão bíblica-filosófica, que é também o final de um livro que acabo de escrever, e que pretendo editá-lo no segundo semestre de 2015, citando parte de um comentário de Ellen G. White sobre o capítulo dezoito de apocalipse:
     Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão. Muitos deles, há, que nunca souberam das verdades especiais para este tempo, Não poucos se acham descontentes com sua atual condição e anelam mais clara luz. Debalde olham para a imagem de Cristo nas igrejas a que estão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais das verdades, e aliando-se mais intimamente com o mundo, a diferença entre as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação. Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais poderão permanecer unidos aos que são “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo a aparência de piedade mas negando a eficácia dela.”

     O capítulo 18 do apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem angélica do capítulo 14, versos 6-12, a igreja terá atingindo completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá sua obra. Quando os que “não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade” (II tessalonicenses, 2:12) forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam a mentira, a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações (mentes) que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão o chamado: “Sai dela, povo meu.” Apocalipse, 18:4 (Esta citação encontra-se no capítulo “A Causa da Degradação Atual do livro O grande Conflito) 

Filósofo Isaías Correia Ribas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARTHUR SHOPENHAUER. Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão. Ed. TOPBOOKS. RJ, 1997
ELLEN G. WHITE. O Grande Conflito. Ed. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, 2014
MAURO ARAUJO DE SOUSA. Nietzsche: Viver Intensamente, Tornar-se o que se é. Ed. PAULUS. SP, 2009
NIETZSCHE. O Anticristo Maldição do Cristianismo. Ed. CLÁSSICOS ECONÔMICOS NEWTON. RJ, 1992

NIETZSCHE. Os Pensadores. Ed. Abril Cultural. SP, 1978