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domingo, 26 de janeiro de 2014

O SER É. O NÃO-SER NÃO É.


     Há um pensamento, uma máxima filosófica, que, a meu ver, é fundamental para estabelecer e propagar tanto o *Bem, quanto o *mal: “a ciência que nos torna capazes de fazer o mal com conhecimento de causa é a ciência do bem, e que esta ciência, se realmente adquirida e possuída, nos impede precisamente de querer fazer o mal”. (GOLDSCHMIDT, Victor. Os Diálogos de Platão. Estrutura e Método Dialético. P. 104. Ed. Loyola. 1993)
    A verdadeira fé que salva e a argumentação filosófica válida dependem do conhecimento; para ter ciência, ou, estar consciente de algo é necessário muito estudo e reflexão. Quando não há consciência, a fé é cega e a argumentação “filosófica” não vai além da opinião, do senso comum. Assim sendo, a fé que salva e a razão que argumenta dependem do saber. Logo, fé e argumentação, são duas epistemologias baseadas nas literaturas mais antigas da humanidade. Ambas, sustentam a autêntica, a falsa e a aparente honestidade das pessoas, todos nós optamos por uma ou duas delas quando defendemos nosso ponto de vista. Assim sendo, a fé a argumentação estão inseridas na teoria do conhecimento. Segundo a máxima filosófica citada acima, as intenções de cada um para com o conhecimento adquirido é o que determina o que se faz dele, podendo ser exímios malfeitores ou benfeitores em nome do *Bem. Logo, a ciência do *Bem, em alguns casos, poder ser é o fundamento do Bem e do Mal, o diferencial são as intenções do indivíduo que se diz em posse do *Bem. Então, independentemente da epistemologia, se religiosa ou não, corre-se o risco de ser propagador do *Mal em nome do *Bem.
Fundamento da Fé Cristã:
     A epistemologia da fé cristã está fundamentada na bíblia. Então, se existe uma epistemologia, existe uma ciência, e, se existe uma ciência têm que haver quem ensine e alguém que aprenda, assim, há consciência de, e, se há consciência, a fé não pode ser cega, embora, existam cegos inconscientes que diz ser cristão. A ciência bíblica não é a ciência da religião segundo a visão da sociologia e da teologia da libertação. A bíblia trata da ciência da salvação, estas, são superiores as argumentações filosóficas, sociológicas e teológicas; seu fundamento não é lógico, e sim ontológico, isto é, está alicerçado no Ser que É. O Deus Criador e mantenedor do universo. Ciente disso, a verdadeira fé que salva não é, e não pode ser cega.
Argumentação:
   Toda argumentação filosófica e as ciências primeiras nasceram da razão que queria anular a fé. Como a epistemologia religiosa está fundamentada em um bloco de livros que compõe a bíblia, livro escrito por aproximadamente quarenta autores de diferentes culturas e posição social, num período de mil e seiscentos anos, sob a inspiração do Espírito Santo, que, tem por finalidade, por meio da fé, levar a humanidade de volta a relacionar-se com Deus, o Criador do universo; a argumentação filosófica também está alicerçada em muitos livros e milhares de autores que tratam desse conhecimento antropocêntrico que nega a fé, a salvação e a impossibilidade de relacionar-se com o tal Criador bíblico. No lugar da fé optou-se pela dúvida, com a dúvida, fez-se necessário ás hipóteses, somou-se a elas o método, e de ambos, as conclusões. Da consciência desses passos o cientista não é ignorante, mas, os que se beneficiam da ciência, podem sim, ser ignorante do processo científico. Então, assim como há religiosos ignorantes, cegos religiosos, que agem com “fé cega”, há também ateus ou não religiosos ignorantes, cegos cientificamente e filosoficamente falando. Geralmente as pessoas que se atacam verbalmente ou por escrito criticando a atitude do outro com relação às crenças ou descrenças, independentemente de sua posição social, tal pessoa, religiosa ou não, não sabe o que diz, é um tolo que faz de suas opiniões o fundamento de sua crença.
O Bem e o Mal Bíblico:
     Segundo a bíblia, Deus é aquele que É; o Ser em Si, Eterno, Imortal, não gerado, Criador e mantenedor do universo. O mal é apenas um acidente temporal, logo, um ser que não é e jamais poderá ser, porém, por enquanto, atua no planeta Terra buscando todos os meios possíveis para deteriorar o que Deus criara, e seu alvo principal é: destruir a imagem do próprio Deus posta no ser humano. Esta é a verdadeira ontologia bíblica. O Ser que É, é Deus. O ser que não é e não pode ser, é Satanás. Satanás, como mostra a bíblia, é o pai da argumentação falaciosa; incorporado em uma serpente disse a Eva:
É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio d jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia que comerdes desse fruto, vossos olhos se abriram, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueiras, e fizeram para si aventais. (Gênesis, 3: 1-7)
Esse argumento falacioso, fazendo uso das próprias palavras de Deus, conseguiu fazer o mal que pretendera, levando Eva a desejar, como desejara Satanás, ser igual a Deus, era a criatura querendo ser como o criador. Assim, a argumentação conseguiu “vencer” a fé, causando todo tipo miséria, coroando-a com introdução da morte no planeta Terra.
     Com o pecado e a morte reinando temporariamente, o plano de salvação foi posto em ação: Deus pagaria o preço do pecado morrendo no lugar do pecador que desejasse voltar ao Éden que seria restaurado segundo a promessa de Deus àqueles que, pela fé em Sua palavra dita e escrita O aceitassem. A finalidade da bíblia é expor-nos esse plano, é uma “simples história”, onde, qualquer um, que, pela fé a aceitar e praticar será salvo. Apesar de Satanás continuar atuando para anular este plano e dos altos e baixos no comportamento daqueles que seguiam a vontade de Deus (Israel), Seus filhos mostrava aos seus contemporâneos que a palavra de Deus é justa e boa, e, àqueles que a aderiam venciam e conquistavam dia a dia mais adeptos ao plano divino. Neste contexto de conquistas e admiração devotada ao povo de Deus, Satanás pôs em ação seu vitorioso plano de argumentar em nome de Deus que aplicara à Eva, aplicando-o a todo mundo, ofuscando assim, as conquistas e influências que o povo causava aos reis e súditos do mundo. E essa argumentação teria que ser ontológica, isto é, tudo o que há teria vindo à existência, viera de outro modo e não como ensinava a bíblia dos hebreus. O criacionismo tanto temido pela educação pública e algumas escolas privadas, tem sua origem nos escritos bíblicos.
Ontologia Filosófica:
    O pai da argumentação antibíblica, Satanás, sabe que irá ser exterminado para sempre, logo, seu principal objetivo é levar com ele o maior número possível de pessoas à morte eterna. Por esse motivo, ele e sua hoste angelical não descansam bolando meios para continuar enganando a todos com eficiência. E ele insiste no argumento de que a morte não existe, portanto, para isso inspirou grandes mentes para ser seu agente na arte de argumentar; essas mentes estão, na sua maioria, ligados à filosofia que tem, como disciplina principal, a teoria do conhecimento; ficou assim a ontologia filosófica: O ser em si é o *Bem, a essência. A esse, não se tem acesso. O Bem criou as formas eternas, isto é, para tudo o que existe no mundo, há um modelo que não se corrompe, esse modelo está no mundo das ideias de Platão; o que se corrompe (morre) são as imagens desses modelos, (as coisas, ou mundo sensível) logo, às imagens temos acesso. Para que essa argumentação fosse válida, dividiu-se o indivíduo (o indivisível) em corpo mortal e alma imortal, morrendo o corpo, alma imortal, tem acesso ao mundo das formas perfeitas e eternas, ou mundo inteligível, lá, ela contempla por mil anos todo o que existe e ao se reencarnar passa a ensinar o novo indivíduo pela reminiscência (lembrança). Então, não é difícil percebermos que as palavras ditas à Eva no jardim do Éden continuam ecoando por todos os séculos, “Certamente não morrerás, mas serás como Deus, conhecendo o bem e o mal”.
Mas elas mesmas, as formas, não são devedoras de sua existência a outras formas. Que elas não sejam, contudo, causas de si mesmas, que o Bem-Gerador esteja acima delas como elas mesmas estão acima dos sensíveis, Platão não o diz. O Fédon não vai até o Bem. Ele se eleva para a essência o suficiente para poder demonstrar a imortalidade da alma. (Ibid, p. 191) A semelhança entre as formas e a alma não é nem contingente (Símias) nem imperfeita (Cebes), mas necessária e suficiente para conduzir à imortalidade da alma.(Ibib, P. 207) “O Bem e o Necessário”, eis o que liga e suporta tudo o que é, é o Atlas poderoso e imortal que obscuramente os físicos procuram. As noções de potência e de necessidade, ligadas ao princípio do melhor, são agora retomadas na exigência da hipótese “mais sólida”, da posição mais segura, mais “infalível”. _ O que constituía a fragilidade das explicações físicas é que elas eram uma presa fácil para a contradição. A nova certeza que Sócrates persegue deverá ser proveniente, precisamente, da força da “hipótese”, de uma hipótese “simples”, sem arte e, talvez, ingênua, mas infalível a ponto de jamais ser contradita por uma hipótese oposta. Assim, a exigência da força e da infalibilidade da hipótese é a mesma que a exigência oposta a Anaxágoras: o princípio do melhor. 2) “No tocante à causa e a todos os outros assunto”, diz Sócrates. A exigência essencial excede, portanto, o problema preciso que tinha Sido assinalado. Mais exatamente: o problema da causalidade física transforma-se no problema da causalidade geral. Ora, é próprio das formas ser causa. Como no Parmênides, estamos aqui diante do problema por excelência: quem se propõe o estudo do ser ou da causa, sempre deverá passar dos sensíveis, às formas, em seguida ao Bem, Ser verdadeiro e causa última. Em sua frase, Sócrates marca a ampliação do problema primitivo (a causalidade física). Mas, tendo chagado à causa última, não haverá mais “outros assuntos”. (Ibid, p. 188)
             Todas as teorias da evolução e origens do universo que rejeita o criacionismo bíblico têm sua origem nas argumentações científico-filosóficas.
     Expus ao leitor as duas ontologias, a bíblica que expõe claramente a origem de todas as coisas e a filosófica que argumenta contrário da epistemologia bíblica. A primeira, apesar de ser clara e condizente com a realidade existente, faz-se necessário exercer a fé para que seus ensinamentos influenciem no meu viver presente e me prepare para participar das promessas do futuro. A filosófica não passa de uma pseudo- ontologia, uma argumentação válida, porém, não verdadeira, isto é, não passa de hipóteses científico-filosóficas.
     Um dos principais Bens filosófico é a política. Essa, se bem administrada, faria do bem público um bem a todos. Mas, o que fazem os políticos que se apossam desse Bem? No caso brasileiro, todos os políticos usam o Bem Estado, em benefício próprio em detrimento de toda a população trabalhadora. É como o ladrão que faz um curso de chaveiro para poder roubar com classe “perfeição”. Maquiavel, em O Príncipe, demonstra ser o pai de toda política corrupta que há no mundo, é um clássico que ensina como se apossar do bem público para fazer o mal com perfeição. Por que isso se dá? Porque ignoram a verdadeira ontologia bíblica, a única que, se apossada verdadeiramente, pode livrar o indivíduo de fazer o mal ao outro.
     Do mesmo modo, aqueles que dizem crer nos escritos bíblicos, podem cair no mesmo erro político: apossar-se da ontologia verdadeira para enganar o outro em nome de Deus, mas, se pela verdadeira fé buscamos ser fiel aos ensinos bíblicos, jamais seremos instrumentos do Diabo para enganar o outro, alegando que alguns dos escritos bíblicos, principalmente o santo decálogo, não são mais aplicáveis à atual sociedade; estes se enganam e engana.
     A fé cega dá-se, quando, multidões desfilam elevando uma imagem como digna de adoração, ou, quando o indivíduo no seu aposento, curva-se diante de imagens de esculturas, isso sim, é pior que fé cega; é uma irracionalidade, curvar-se diante de um objeto que o próprio homem faz. Mas tudo isso acontece porque a união do Estado com as religiões idealizam meios para manter o povo na ignorância, e o melhor meio é não dar educação de qualidade à população trabalhadora, assim, o Estado mantém a escravidão e a igreja a exploração da fé conduzindo todos à perdição em nome de uma falsa religiosidade, e tudo isso é feito em nome de Deus. Não nos espantemos com o crescimento da criminalidade e toda sorte de mal, porque o comportamento da humanidade irá de mal para pior. Hoje com tanta informação, apesar de não ter boa educação ninguém mais está disposto a ser proletário, escravo de uma minoria dominante escravocrata. Todos os seguimentos sociais convergem para o caos e niilismo total. As profecias bíblicas nunca falharam e jamais falhará Deus, muito em breve intervirá nos negócios da humanidade para pôr fim a toda injustiça e salvar quem Lhe deu crédito!

Filósofo Isaías Correia Ribas