A filosofia como epistemologia
(teoria do conhecimento), sempre se preocupou em compreender todo o cosmo e sua
influência na vida terrestre. Assim sendo, a visão do todo e suas partes são
fundamentais para deduzir o que é ciência, separando-a da ciência das ciências
(*O Bem e O Mal); fundamentos de
toda argumentação mística, mítica, teológica e filosófica das religiões. Da *ciência das ciências, a partir dos
escritos bíblicos e dos da profetisa Ellen G. White (1827-1915), luz menor para
iluminar as trevas que o racionalismo filosófico político medieval envolvera os
escritos bíblicos, tratam do plano de salvação elaborado por Deus quando
lançara os fundamentos para organizar a vida no planeta Terra; aos que rejeitam
este plano de salvação, consequentemente sofrerá os danos da perdição eterna. Para
os místicos filosóficos que não creem em salvação e perdição, há a hipótese
filosófica platônica, popularmente conhecida como mundo das ideias, onde, a
alma, após a morte, migra eternamente de um corpo para outro perpetuando a
bondade e a maldade em plena ação no planeta Terra. A mitologia grega criou
deuses e deusas antropomorfos com biotipos atléticos, dignos de admiração e
culto, principalmente pelos racionalistas letrados. Antes da mitologia, o
politeísmo, deuses criados pelos homens na forma de imagens de escultura que
representavam astros celestes, animais e vegetais terrestres já fora inventado
pelos homens que não aceitara o Deus bíblico como criador do universo. A
mitologia grega é um simples avanço nessa arte de negar o monoteísmo bíblico
por aqueles que não querem pacto nenhum com um Deus que está envolto em “silêncio”,
longe do alcance da visão, do tato, e, que espera ser aceito pela fé segundo as
orientações bíblicas. Assim, é possível deduzir que há espaço para o ateísmo
mítico-místico-filosófico, que engloba todas as pessoas de aparente fé. Porém,
fiquemos atentos, pois, apesar das muitas formas de se crer, há apenas dois
caminhos a seguir que nos garante a salvação ou a perdição segundo a
religiosidade bíblica.
Ciência e o Fazer:
A ciência funda-se num recorte que se
faz no todo, por esse motivo, os cientistas são especialistas que sabem “muito
do pouco”, mas é graças a esse saber especializado que a evolução tecnológica
se dá, desenvolvendo técnicas que nos proporciona viver com mais saúde e outros
tantos incontáveis benefícios para a vida de todo ecossistema. Cada recorte
feito no todo tem que ter um objeto de estudo, sem o objeto específico não há
ciência e se não a temos não há trabalho, e sem trabalho, o que fazer para
ganharmos o pão de cada dia onde a terra pertence aos poucos latifundiários? A
ciência é a responsável pelo avanço da criação de ofertas de empregos que
exigem apenas mão de obra, alienando esses trabalhadores da possibilidade de
ter conhecimento formal que os habilite à visão do todo, fazendo esses escravos
assalariados pensarem que trabalhar para ter algo é tudo o que se precisa para
ser feliz neste mundo, que o fazer é tudo. É óbvio que, sem os pensadores
cientistas não haveria evolução técnica e mão de obra avançada, garantindo
assim, principalmente, alta produção de alimentos para todas as pessoas do
planeta, se muitos morrem de fome é por causa da ganância de uns poucos e não pela
falta de produtos alimentícios. O problema que a evolução científica causa
àqueles que só pensam no fazer é a alienação do trabalhador da existência de
uma ciência superior: *ciência das
ciências. Mantendo todos trabalhando para apenas comer e ter coisas, onde está a real possibilidade de
transpor a ignorância da visão limitada que a ciência do trabalho envolve a
maioria das pessoas. Por isso, educação de qualidade pública é a saída para um
mundo melhor, com cidadãos capazes, de, por si só, ser útil à família, à
comunidade, ao estado, país e o mundo. A ciência limita-nos ao mundo do fazer e
ter, enquanto que a ciência das ciências eleva-nos ao universo do ser e do
saber.
Ciência das Ciências:
Ciência das ciências, seu grande
problema é ontológico (o ser). Os grandes problemas filosóficos de todos os tempos
é encontrar um objeto ontológico passível de análise; todas as tentativas, dos
Pré-socráticos à contemporaneidade, são discutíveis, de “fácil refutação”. Isso
se dá pelo fato de se confundir fenômeno do objeto com o objeto. Exemplos
Pré-Socráticos, Pitágoras de Samos (580/78-497/6 a. C.) e sua escola: o homem é
uma criatura; o *Ser em Si, segundo a
bíblia o criou. Porém, dessa criatura emana muitos fenômenos: a capacidade de
pensar, falar, raciocinar, comer para se alimentar, a própria digestão dos
alimentos transformando-os em energia para a manutenção do organismo, a composição
do próprio organismo em órgãos controlados pela vontade da criatura e outros
autônomos, enfim, há centenas de milhares de fenômenos em uma única criatura. A
esses fenômenos temos acesso, mas o fenômeno não é a coisa e muito menos o Ser
em Si. Pitágoras se eternizou por causa de seus teoremas, fazendo uso da
inteligência, fenômeno humano, conseguiu desenvolver teoremas capazes de medir
a altura de uma árvore sem utilizar instrumentos de medidas, relacionando a
sombra projetada com a exatidão da altura do objeto a medir, a largura de um
rio, e outros tantos a partir das medidas de um triângulo, enfim, Pitágoras,
fazendo uso do fenômeno manifestado em sua mente (cérebro), espantado com a
exatidão das fórmulas, deduziu-se que, o Ser em Si originador do universo é uma
correta combinação de números, “O número é a essência própria das coisas”. Combinados
em fórmulas corretamente ordenadas em teoremas e tantas outras fórmulas
possíveis, tudo surgiu e se mantém ordenadamente numa lógica matemática infalível.
Pitágoras chegou a essa conclusão porque confundiu o fazer com o ser, a ciência
com a ontologia.
Heráclito (540-470 a. C.) também fez essa confusão: Não é possível
entrar no mesmo rio mais que uma vez. Por que ele disse isso? Porque na medida
em vamos entrando no rio as moléculas de água se passam e nunca mais volta a
passar naquele mesmo lugar que coincida com a próxima vez que vou me banhar no mesmo
rio, isso, sem dizer que, na medida em que vou pisando a areia vai se
deslocando e sendo carregada pela força da corrente. Outra de suas teorias é
com relação ao fogo que tudo se transforma à sua ação. Deduziu também que ações
da vida passa por esse movimento, o que sou neste exato momento já não sou mais
no momento seguinte porque toda a ação do meu corpo já é outra e que não coincide
mais com o momento anterior. Daí, sua dedução: o ser é e não é
concomitantemente, a existência está fundamentada nesse movimento antagônico/contraditório.
Parmênides, desconfiado dessas deduções de seus contemporâneos, pôs fim
afirmando que: o *Ser é, o *não-Ser não é e não pode ser. Definindo de uma vez
por todas o que é ontologia (estudo do ser). Dessa dedução só restou à própria
filosofia admitir a ciência das ciências como expressa nos ensinos bíblicos, o
Bem sendo Deus, e o Mal, Satanás. Por isso a ciência das ciências não consegue
encontrar um objeto para análise, e essa é a causa desses seres superiores
serem qualificados pelos racionalistas como efêmeros, desobrigando-os de agir
pela fé no que diz os escritos bíblicos.
Ciência e Religião na Atualidade:
O mesmo erro que cometeu a filosofia
comete os religiosos atuais: confundir o fazer ciência com o ser ontológico. Fazer
dos fenômenos da religião um objeto de análise científico religioso criando
hipóteses e métodos hermenêuticos que possa justificar o ser religioso sem se
desligar dos costumes dos descrentes. Ir à igreja e participar de seus ritos
está na área do fazer religioso, algo possível ao crente como ao descrente.
Agora, submeter-se pela fé para fazer a vontade de Deus é o início do ser rumo
à igualdade do criador, isto é, reconhecer que a bíblia é a cartilha que nos
conduz à vida eterna e a fonte da felicidade enquanto esperamos que o plano
divino para a felicidade eterna se desenvolva e concretize. As igrejas exigem de
seus membros o fazer e não o ser segundo a vontade de Deus revelada nas
escrituras, isso se dá porque o objetivo primeiro da igreja é a exploração
financeira dos fiéis. O fazer religioso, aparentes cristãos, restringe-se às
horas de comunhão nos dias de culto; quando tiro minha mascara mundana para pôr
a cristã, assim, meu modo de ser cristão é uma contradição. Para cultuar não
poso ir trajada de vestes masculinas, com pinturas e joias, mas, ao sair da
igreja e em alguns outros programas religiosos posso parecer com os descrentes,
repito, o seu modo de agir como cristão está fundamentada na contradição. O
religioso pode fazer uso moderadamente de bebidas alcoólicas e outros alimentos
proibidos pela bíblia. Segundo os ensinos bíblicos, não. Esse argumento também
é contraditório. Pular, gritar, dançar, bater palmas ao som de ritmos populares
para prestar louvores a Deus, o que achas? Deus se agrada dessas manifestações
místicas e/ou populares como um culto de adoração? É essa a alegria cristã
ensinada na bíblia?
E se me fizeres um altar de pedras, não o construirás de pedras lavradas; pois, se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Também não subiras ao meu altar por degraus, para que não seja ali exposta a tua nudez. Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação para o Senhor teu Deus. (Êxodo
20: 25 e 26; Deuteronômio 22: 5)
Religião ontológica se expressa no ser igual a Deus: “Sede Santo porque
Eu sou santo”. Então, pergunto: Se a ciência das ciências não tem um objeto de
análise, como posso ter uma experiência com Deus? Deus é santo, justo, paciente,
bom, amor (...). Então, se consigo definir e entender esses conceitos e apregoá-los
para todo o mundo preenchendo essas exigências posso dizer que sou um autêntico
cristão? Não. Ser cristão é ser santo, justo, paciente, bondoso, amoroso como é
Deus e como foi Cristo quando por aqui passou. Logo, o cristão é o próprio
objeto de análise do cristianismo pelos descrentes.
Devemos não somente publicar a teoria da
verdade, mas também apresentar no caráter e vida uma ilustração prática da
mesma. Nossos estabelecimentos de publicações devem estar perante o mundo como
uma concretização dos princípios cristãos. Se nessas instituições se cumpre o
propósito de Deus para com elas, o próprio Cristo Se encontra à testa dos
obreiros. Santos anjos superintendem o trabalho em todas as seções. E tudo
quanto é feito em qualquer ramo, deve levar o selo da aprovação do céu, para
apresentar a excelência do caráter de Deus. [...] Ao escolher Deus homens e
mulheres para seu serviço, Deus não indaga se possuem saber, eloquência ou
riquezas mundanas. Pergunta: “Andam eles com tanta humildade, que Eu lhes possa
ensinar os meus caminhos? Posso pôr-lhes nos lábios as Minhas palavras?
Representar-Me-ão eles?
Deus pode servir-Se de cada pessoa na proporção exata que Lhe é possível
pôr o Seu Espírito no templo da alma. A obra que aceita, é aquela que Lhe
reflete a imagem. Seus seguidores devem apresentar, como credenciais perante o
mundo, os indeléveis característicos de Seus princípios imortais. (WHITE, G.
Ellen. Testemunhos Seletos. Vol. III. P. 143-146. Ed. Casa Publicadora
Brasileira, Santo André – São Paulo, 1985)
Cristo nasceu como homem para
apresentar-nos a caráter do pai, Sua vida é o exemplo a seguir por aqueles que
almejam a vida eterna por meio da salvação apresentada na bíblia. Cristo: “Eu
sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim”. Paulo teve
a ousadia de dizer: “sedes meus imitadores como sou de Cristo”. E eu e você,
que fazemos para representar nosso Salvador ao mundo sem compactuar com os
costumes mundanos? Sendo imitadores de Cristo e não operários do fazer-se parecer
cristãos.
Filósofo Isaías correia Ribas