O bem: refere-se ao Deus criador do universo e o que nele contém; o mal:
refere-se à Satanás, a antiga serpente; e a cognição é o conhecimento. Há um
sábio ditado que diz: “quem conhece
domina”. Independente do dito popular, toda pessoa que conhecer; desde que
seu conhecimento seja interessante e explícito, ela é admirada e seguida ou
imitada. Satanás quando se aproximou de Eva para engana-la, apresentou-se com
forte argumento que apelava para o conhecimento. “Porque Deus sabe que no dia em que comeres desse fruto, vossos olhos se
abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” (Gên. 3:5)
Já parou para imaginar o deparar-se com um animal irracional falando, tentando
se comunicar no seu idioma de modo inteligível? Mesmo hoje, estando nós
acostumados a ver filmes e desenhos animados com essa característica, qualquer
um, em semelhante situação, provavelmente sairia correndo e gritando estar
diante de um animal possesso pelo espírito do mal. Apesar do absurdo, Eva não correu
e nem gritou, mas admirada pelo fenômeno incomum, dialogou com a serpente que
falara inteligentemente e mostrava-se conhecedora do próprio Deus que ela
conhecia e obedecia. Eva já provara o prazer do conhecer, pois os anjos e o
próprio Criador os visitavam para instrui-los em todo o saber. Manhoso e
astuto, Satanás instigou em sua interlocutora o desejo não apenas de saber
sobre Deus, mas, de ser igual a Ele, conhecedora do bem e do mal. Satanás, por
experiência própria sabia das consequências dessa pretensão de ser igual a
Deus, pois fora essa ambição que fizera perder seu posto no céu; e por seu
orgulho decidira não aceitar o perdão de Deus e como anjo líder retornar à sua
posição, preferindo continuar por outros meios atingir a concretização de seus
desejos: provar para todos os seres inteligentes do universo que Deus é um
ditador e que com Ele não há liberdade. Por isso, Deus deu-lhe a liberdade, por
tempo determinado, para ele pôr o seus planos malignos em prática. Então, nada
melhor do que começar pelo casal que fora coroado com a semelhança divina; criados
para habitar o planeta Terra e dominar sobre todas as outras criaturas, lugar para
onde Satanás fora expulso. Logo, tudo o que aqui acontece nessa trama é um
espetáculo a todo o universo, Deus mostrando a todos os entes inteligentes o que
é o bem por meio do amor, e Satanás o que é o mal, buscando desfazer e
desqualificar o bem e o amor de Deus pelo o universo. Nosso planeta, a Terra, é
o palco onde se desenrola todos os atos desse negro “espetáculo”, onde, eu e
você somos atores do bem ou do mal. (WHITE, G. Ellen, HISTÓRIA DA REDENÇÃO. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP –
2010.)
O conhecimento, o bem e o mal se desenvolveram paralelamente ao crescimento
demográfico da humanidade. Deus, por meio dos descendentes de Sem, o terceiro
filho de Adão e Eva, separou uma linhagem desses para se revelar e transmitir o
conhecimento de Si e Sua vontade para com os homens. Dessa linhagem surgiram os
patriarcas, reis, juízes e profetas para alertar a todos, homens e mulheres, como
deveriam viver no presente e sobre o desejo último de Deus àqueles que O
seguissem. A vontade de Deus está explícita na bíblia que fora escrita ao longo
de 1.600 anos por cerca de 40 autores da “linhagem de Sem”. Somente o Novo
Testamento não seguiu essa linhagem e provavelmente algumas exceções no Velho
Testamento.
Caim, o primeiro dos descendentes de Adão e Eva a rebelar-se contra a
vontade de Deus, que culminou no assassinato de seu irmão Abel, tornou-se o representante do desenvolvimento do conhecimento
antropocêntrico e de sua rebeldia à vontade de Deus. Logo, os representantes de
Deus e dos homens se desenvolviam paralelamente, eles são chamados na bíblia
de: filhos dos homens e filhos de Deus. Essa separação é apenas didática, ela
não determina a salvação e nem a perdição de indivíduo algum. Está apenas
demonstrando que há dois caminhos em desenvolvimento, que existe uma guerra
cognitiva, epistemologias contrárias em desenvolvimento com objetivos bem
claros a todos.
Por meio da bíblia conhecemos a vontade de Deus para com os homens: Sua
lei moral, de saúde, de justiça e o plano de salvação que aniquilará esse
dualismo bem e mal, estabelecendo no final o reino do bem, da justiça e da vida
eterna, isto é, fim das finitudes causadas pelo pecado. Mas até que isso
aconteça o mal tentará de todos os meios paras impor-se, e se possível fosse,
destruiria o bem e sua influência. Nessa intriga cognitiva, ao longo da
história, muitas vezes concretizou-se em guerras bélicas, porém, o que perdura
diariamente são as intrigas ideológicas, e essas, dão-se entre os descendentes
de Caim e os de Sem, e que, muitas vezes, direta e indiretamente isso acontece
entre os próprios descendentes de Caim; e também entre os de Sem; percebe-se,
então, que, perceber com clareza o que são uns e outros não é tarefa fácil, não
é fácil porque depende do conhecimento, e as pessoas de modo geral não gostam
de conhecer, preferem a ignorância que empenhar-se no conhecer, mas, cuidado! Essa
apatia proposital diante do conhecimento pode pesar negativamente no juízo
final. Logo, uma política de Estado que não educa seus cidadãos segue a
estratégia satânica. E de igual modo, organizações religiosas que não incentiva
seus fiéis a buscarem boa educação formal, como o Estado, negligencia o plano
de Deus para os homens e mulheres. Satanás sabe jogar com o conhecimento e a
ignorância, ele sabe que têm que desenvolver as duas frentes, pois, somente
assim conseguirá enganar o maior número possível de indivíduos.
Antropocentrismo Filosófico
A filosofia, nas diversas frentes
cognitivas que atua, é a concretização máxima de todo antropocentrismo
politeísta, mitológico, científico, ético e político; a responsável por toda
argumentação a priori, e inclusive pelo fundamento empírico. Desenvolveu-se a
partir da natureza, indagando sobre como tudo veio a existir; sobre o que é o
ser (ontologia); se é possível conhecer o ser (epistemologia); pensou ter descoberto
o Eu que conhece e o como se conhece; o sujeito cognitivo, transcendental, quem
estabelece a argumentação a priori independente de toda metafísica, dos fatos,
da experiência e do hábito; que tenta voltar à ontologia, dividindo o
indivisível indivíduo em várias ontologias-cognitivas, compondo assim uma nova estrutura
filosófica contemporânea e finalmente, com o Pós-Estruturalismo, a partir de
1960, com Foucault, Michel (1926-1984), sob a influência da filosofia “a
vontade de poder” em Nietzsche, ele estrutura a “microfísica do poder”, deixando o Estado-Político “sem” comando
central, instituindo assim, as bases de uma sociedade “livre” e injusta, sem
princípios éticos e morais, afirmando assim a banalização generalizada da vida
do próprio indivíduo e dele em relação ao outro.
Fundamentos Básicos
Criticar e desconstruir a filosofia epistemológica e dualista de
Descartes (Mente e Corpo); o cogito ergo sum (“penso, logo existo”) é
fundamental para prosseguir com o antropocentrismo. Mas porque criticar
Descartes? Porque ele estabeleceu toda a metafísica e toda a ciência
fundamentada em Deus. Isto é, sem Deus não há conhecimento algum. Os céticos
empiristas franceses, Locke e Hume e o alemão Kant, em especial este último,
estabeleceu o conhecimento sobre o sujeito transcendental, isto é, a
possibilidade de todo o conhecimento está nesse sujeito, o meio pelo qual é
possível construir argumentos a priori, independentes de Deus, e da
experiência, pelo contrário, sem essas bases argumentativas a priori não é
possível à epistemologia. A filosofia contemporânea continua seus ataques à
filosofia de Descartes, mas faz um retrocesso a Platão e à ontologia. Platão
alcançou sucesso e se estabeleceu como o maior filósofo do Ocidente porque
dividira a indivisível indivíduo em corpo mortal e alma imortal; a filosofia
contemporânea dividiu o mesmo indivisível indivíduo em consciência, em
expressão (fala), em dialética, em corpo, em vontade, em potência, em lógico
formal, antropológico, sociológico e outros seres; diante de tamanha
fragmentação Foucault indaga, “o homem
existe”? Outros filósofos são mais ousados, e dizem, “esta vida que vivemos é apenas um sonho”. Para cada ser ontológico
citado há vários filósofos que constrói suas argumentações, criando assim,
seres conceituais, independentes do conjunto homem; com esse jogo conceitual
muito bem articulado eles são capazes de dar vida ao conceito como este fosse
um ser de existência no mundo, como tudo isso faz parte de uma epistemologia
acadêmica, os Estados, por meio dos ministérios da educação, gastam milhões de
reais e dólares na formação de mestres e doutores para manter viva e
interessante essa epistemologia antropocêntrica, sem a qual, como eles querem,
não haveria as bases do conhecimento científico, metafísico e outros
conhecimentos. Logo, não há meio melhor para manter alienada todas as
sociedades. Satanás aliena tanto pela educação quanto pela ignorância
cognitiva.
Microfísica do Poder
Por meio da microfísica do poder, não existe mais um poder, e sim
poderes que atuam concomitantemente defendendo interesses particulares, sem
levar em conta os direitos dos indivíduos ou de comunidades mais necessitadas. Assim,
o capitalismo voraz se estabilizou e dita às regras de todos os jogos
políticos, filosóficos e religiosos e, por meio da produção de bens
semiduráveis, “descartáveis”, criou uma sociedade consumista que, por meio da
mídia, ao criar ídolos populares faz com que toda essa sociedade alienada
mantenha-se de ilusões ditadas pelas diferentes modas que surgem todos os dias,
modelos inventados pelos capitalistas que controlam as mídias, mantendo assim,
o alto consumo de seus semiduráveis produtos, na realidade, descartáveis. Buscando
assim, destruir “todo” indivíduo autêntico, de princípios morais e éticos que
possam ainda existir. Não há mais justiça, nem mesmo nos tribunais, e está
parecendo, que nem mesmo no Superior tribunal de justiça brasileiro. O Superior Tribunal de Justiça do Estado brasileiro está para deixar claro que quem manda na justiça é o poder
monetário do vandalismo político que se instalou no país juntamente com a democracia.
Se o princípio ético do Superior tribunal de justiça falhar, podemos esperar
que a criminalidade que já está em alta, aumentará. O indivíduo comum, que não
participa do mundo da epistemologia acadêmica, que não está fragmentado como
pensam os filósofos e cientistas, embora não tenham boa educação formal, é
inteligente o bastante para não cair nessa ilusão alienante acadêmica de achar
que são dominados segundo essa ilusão epistemológica. Uma sociedade sem
educação de qualidade e sem direitos comuns a todos é um convite a rebeliões e
muitos já estão se rebelando e deixando claro aos dominadores que, se não
distribuir as riquezas e direitos iguais a todos a barbárie social vai se
instalar, pois, ninguém em sã consciência consentirá em ser explorados
eternamente. Se os ministros do superior tribunal pagar para ver absolvendo os
ladrões do congresso nacional, vão se arrepender por tirar todos os brasileiros
de burros e idiotas. Esse jogo da microfísica do poder é uma cilada do mal para
desconstruir todas as bases morais e éticas que sempre norteou as sociedades do
planeta.
Paralelamente à epistemologia acadêmica contemporânea, Deus, por meio da
profetisa Ellen G. White, revelou Sua vontade àqueles que buscam a vida eterna
segundo o plano de Deus. White é a profetisa desses últimos dias, seus escritos
nos levam à compreensão dos escritos bíblicos, é uma luz menor que clareia a
luz maior que estava “ofuscada” pelo racionalismo filosófico e tradições
místicas medievais, modernas e contemporâneas; seus escritos estão redigidos em
uma linguagem comum, e o propósito divino é que cada indivíduo que queira
conhecer o modo de agir segundo as revelações de Deus, possam ter acesso e
compreendê-los sem precisar de curso superior algum, é claro que, aqueles que
tenham esse privilégio terão “mais facilidade de compreensão” que os de
educação básica, ali não há jogos de conceitos criados para o engano, e sim, um
relato transparente da vontade de Deus para Seu povo dos últimos dias. Seus
escritos não foram dados para substituir a bíblia, mas sim, levar-nos a ela,
para compreendermos melhor o plano de salvação. A salvação não está baseada em
conhecimentos temporais, embora conhecer seja um dos planos de Deus para Seus
filhos, a fé é o fundamento que garante a salvação de qualquer um que decida
confiar em Cristo Jesus, Este é o meio pelo qual a salvação está garantida a
quem O aceitar! Independente de nacionalidades e culturas, Ele é a única saída!
Filósofo Isaías Correia Ribas