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domingo, 15 de setembro de 2013

O BEM, O MAL E A COGNIÇÃO


     O bem: refere-se ao Deus criador do universo e o que nele contém; o mal: refere-se à Satanás, a antiga serpente; e a cognição é o conhecimento. Há um sábio ditado que diz: “quem conhece domina”. Independente do dito popular, toda pessoa que conhecer; desde que seu conhecimento seja interessante e explícito, ela é admirada e seguida ou imitada. Satanás quando se aproximou de Eva para engana-la, apresentou-se com forte argumento que apelava para o conhecimento. “Porque Deus sabe que no dia em que comeres desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” (Gên. 3:5)
     Já parou para imaginar o deparar-se com um animal irracional falando, tentando se comunicar no seu idioma de modo inteligível? Mesmo hoje, estando nós acostumados a ver filmes e desenhos animados com essa característica, qualquer um, em semelhante situação, provavelmente sairia correndo e gritando estar diante de um animal possesso pelo espírito do mal. Apesar do absurdo, Eva não correu e nem gritou, mas admirada pelo fenômeno incomum, dialogou com a serpente que falara inteligentemente e mostrava-se conhecedora do próprio Deus que ela conhecia e obedecia. Eva já provara o prazer do conhecer, pois os anjos e o próprio Criador os visitavam para instrui-los em todo o saber. Manhoso e astuto, Satanás instigou em sua interlocutora o desejo não apenas de saber sobre Deus, mas, de ser igual a Ele, conhecedora do bem e do mal. Satanás, por experiência própria sabia das consequências dessa pretensão de ser igual a Deus, pois fora essa ambição que fizera perder seu posto no céu; e por seu orgulho decidira não aceitar o perdão de Deus e como anjo líder retornar à sua posição, preferindo continuar por outros meios atingir a concretização de seus desejos: provar para todos os seres inteligentes do universo que Deus é um ditador e que com Ele não há liberdade. Por isso, Deus deu-lhe a liberdade, por tempo determinado, para ele pôr o seus planos malignos em prática. Então, nada melhor do que começar pelo casal que fora coroado com a semelhança divina; criados para habitar o planeta Terra e dominar sobre todas as outras criaturas, lugar para onde Satanás fora expulso. Logo, tudo o que aqui acontece nessa trama é um espetáculo a todo o universo, Deus mostrando a todos os entes inteligentes o que é o bem por meio do amor, e Satanás o que é o mal, buscando desfazer e desqualificar o bem e o amor de Deus pelo o universo. Nosso planeta, a Terra, é o palco onde se desenrola todos os atos desse negro “espetáculo”, onde, eu e você somos atores do bem ou do mal. (WHITE, G. Ellen, HISTÓRIA DA REDENÇÃO. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP – 2010.)
     O conhecimento, o bem e o mal se desenvolveram paralelamente ao crescimento demográfico da humanidade. Deus, por meio dos descendentes de Sem, o terceiro filho de Adão e Eva, separou uma linhagem desses para se revelar e transmitir o conhecimento de Si e Sua vontade para com os homens. Dessa linhagem surgiram os patriarcas, reis, juízes e profetas para alertar a todos, homens e mulheres, como deveriam viver no presente e sobre o desejo último de Deus àqueles que O seguissem. A vontade de Deus está explícita na bíblia que fora escrita ao longo de 1.600 anos por cerca de 40 autores da “linhagem de Sem”. Somente o Novo Testamento não seguiu essa linhagem e provavelmente algumas exceções no Velho Testamento.
     Caim, o primeiro dos descendentes de Adão e Eva a rebelar-se contra a vontade de Deus, que culminou no assassinato de seu irmão Abel, tornou-se o representante do desenvolvimento do conhecimento antropocêntrico e de sua rebeldia à vontade de Deus. Logo, os representantes de Deus e dos homens se desenvolviam paralelamente, eles são chamados na bíblia de: filhos dos homens e filhos de Deus. Essa separação é apenas didática, ela não determina a salvação e nem a perdição de indivíduo algum. Está apenas demonstrando que há dois caminhos em desenvolvimento, que existe uma guerra cognitiva, epistemologias contrárias em desenvolvimento com objetivos bem claros a todos.
     Por meio da bíblia conhecemos a vontade de Deus para com os homens: Sua lei moral, de saúde, de justiça e o plano de salvação que aniquilará esse dualismo bem e mal, estabelecendo no final o reino do bem, da justiça e da vida eterna, isto é, fim das finitudes causadas pelo pecado. Mas até que isso aconteça o mal tentará de todos os meios paras impor-se, e se possível fosse, destruiria o bem e sua influência. Nessa intriga cognitiva, ao longo da história, muitas vezes concretizou-se em guerras bélicas, porém, o que perdura diariamente são as intrigas ideológicas, e essas, dão-se entre os descendentes de Caim e os de Sem, e que, muitas vezes, direta e indiretamente isso acontece entre os próprios descendentes de Caim; e também entre os de Sem; percebe-se, então, que, perceber com clareza o que são uns e outros não é tarefa fácil, não é fácil porque depende do conhecimento, e as pessoas de modo geral não gostam de conhecer, preferem a ignorância que empenhar-se no conhecer, mas, cuidado! Essa apatia proposital diante do conhecimento pode pesar negativamente no juízo final. Logo, uma política de Estado que não educa seus cidadãos segue a estratégia satânica. E de igual modo, organizações religiosas que não incentiva seus fiéis a buscarem boa educação formal, como o Estado, negligencia o plano de Deus para os homens e mulheres.  Satanás sabe jogar com o conhecimento e a ignorância, ele sabe que têm que desenvolver as duas frentes, pois, somente assim conseguirá enganar o maior número possível de indivíduos.
Antropocentrismo Filosófico
     A filosofia, nas diversas frentes cognitivas que atua, é a concretização máxima de todo antropocentrismo politeísta, mitológico, científico, ético e político; a responsável por toda argumentação a priori, e inclusive pelo fundamento empírico. Desenvolveu-se a partir da natureza, indagando sobre como tudo veio a existir; sobre o que é o ser (ontologia); se é possível conhecer o ser (epistemologia); pensou ter descoberto o Eu que conhece e o como se conhece; o sujeito cognitivo, transcendental, quem estabelece a argumentação a priori independente de toda metafísica, dos fatos, da experiência e do hábito; que tenta voltar à ontologia, dividindo o indivisível indivíduo em várias ontologias-cognitivas, compondo assim uma nova estrutura filosófica contemporânea e finalmente, com o Pós-Estruturalismo, a partir de 1960, com Foucault, Michel (1926-1984), sob a influência da filosofia “a vontade de poder” em Nietzsche, ele estrutura a “microfísica do poder”, deixando o Estado-Político “sem” comando central, instituindo assim, as bases de uma sociedade “livre” e injusta, sem princípios éticos e morais, afirmando assim a banalização generalizada da vida do próprio indivíduo e dele em relação ao outro.
Fundamentos Básicos
     Criticar e desconstruir a filosofia epistemológica e dualista de Descartes (Mente e Corpo); o cogito ergo sum (“penso, logo existo”) é fundamental para prosseguir com o antropocentrismo. Mas porque criticar Descartes? Porque ele estabeleceu toda a metafísica e toda a ciência fundamentada em Deus. Isto é, sem Deus não há conhecimento algum. Os céticos empiristas franceses, Locke e Hume e o alemão Kant, em especial este último, estabeleceu o conhecimento sobre o sujeito transcendental, isto é, a possibilidade de todo o conhecimento está nesse sujeito, o meio pelo qual é possível construir argumentos a priori, independentes de Deus, e da experiência, pelo contrário, sem essas bases argumentativas a priori não é possível à epistemologia. A filosofia contemporânea continua seus ataques à filosofia de Descartes, mas faz um retrocesso a Platão e à ontologia. Platão alcançou sucesso e se estabeleceu como o maior filósofo do Ocidente porque dividira a indivisível indivíduo em corpo mortal e alma imortal; a filosofia contemporânea dividiu o mesmo indivisível indivíduo em consciência, em expressão (fala), em dialética, em corpo, em vontade, em potência, em lógico formal, antropológico, sociológico e outros seres; diante de tamanha fragmentação Foucault indaga, “o homem existe”? Outros filósofos são mais ousados, e dizem, “esta vida que vivemos é apenas um sonho”. Para cada ser ontológico citado há vários filósofos que constrói suas argumentações, criando assim, seres conceituais, independentes do conjunto homem; com esse jogo conceitual muito bem articulado eles são capazes de dar vida ao conceito como este fosse um ser de existência no mundo, como tudo isso faz parte de uma epistemologia acadêmica, os Estados, por meio dos ministérios da educação, gastam milhões de reais e dólares na formação de mestres e doutores para manter viva e interessante essa epistemologia antropocêntrica, sem a qual, como eles querem, não haveria as bases do conhecimento científico, metafísico e outros conhecimentos. Logo, não há meio melhor para manter alienada todas as sociedades. Satanás aliena tanto pela educação quanto pela ignorância cognitiva.
Microfísica do Poder
     Por meio da microfísica do poder, não existe mais um poder, e sim poderes que atuam concomitantemente defendendo interesses particulares, sem levar em conta os direitos dos indivíduos ou de comunidades mais necessitadas. Assim, o capitalismo voraz se estabilizou e dita às regras de todos os jogos políticos, filosóficos e religiosos e, por meio da produção de bens semiduráveis, “descartáveis”, criou uma sociedade consumista que, por meio da mídia, ao criar ídolos populares faz com que toda essa sociedade alienada mantenha-se de ilusões ditadas pelas diferentes modas que surgem todos os dias, modelos inventados pelos capitalistas que controlam as mídias, mantendo assim, o alto consumo de seus semiduráveis produtos, na realidade, descartáveis. Buscando assim, destruir “todo” indivíduo autêntico, de princípios morais e éticos que possam ainda existir. Não há mais justiça, nem mesmo nos tribunais, e está parecendo, que nem mesmo no Superior tribunal de justiça brasileiro. O Superior Tribunal de Justiça do Estado brasileiro está para deixar claro que quem manda na justiça é o poder monetário do vandalismo político que se instalou no país juntamente com a democracia. Se o princípio ético do Superior tribunal de justiça falhar, podemos esperar que a criminalidade que já está em alta, aumentará. O indivíduo comum, que não participa do mundo da epistemologia acadêmica, que não está fragmentado como pensam os filósofos e cientistas, embora não tenham boa educação formal, é inteligente o bastante para não cair nessa ilusão alienante acadêmica de achar que são dominados segundo essa ilusão epistemológica. Uma sociedade sem educação de qualidade e sem direitos comuns a todos é um convite a rebeliões e muitos já estão se rebelando e deixando claro aos dominadores que, se não distribuir as riquezas e direitos iguais a todos a barbárie social vai se instalar, pois, ninguém em sã consciência consentirá em ser explorados eternamente. Se os ministros do superior tribunal pagar para ver absolvendo os ladrões do congresso nacional, vão se arrepender por tirar todos os brasileiros de burros e idiotas. Esse jogo da microfísica do poder é uma cilada do mal para desconstruir todas as bases morais e éticas que sempre norteou as sociedades do planeta.
     Paralelamente à epistemologia acadêmica contemporânea, Deus, por meio da profetisa Ellen G. White, revelou Sua vontade àqueles que buscam a vida eterna segundo o plano de Deus. White é a profetisa desses últimos dias, seus escritos nos levam à compreensão dos escritos bíblicos, é uma luz menor que clareia a luz maior que estava “ofuscada” pelo racionalismo filosófico e tradições místicas medievais, modernas e contemporâneas; seus escritos estão redigidos em uma linguagem comum, e o propósito divino é que cada indivíduo que queira conhecer o modo de agir segundo as revelações de Deus, possam ter acesso e compreendê-los sem precisar de curso superior algum, é claro que, aqueles que tenham esse privilégio terão “mais facilidade de compreensão” que os de educação básica, ali não há jogos de conceitos criados para o engano, e sim, um relato transparente da vontade de Deus para Seu povo dos últimos dias. Seus escritos não foram dados para substituir a bíblia, mas sim, levar-nos a ela, para compreendermos melhor o plano de salvação. A salvação não está baseada em conhecimentos temporais, embora conhecer seja um dos planos de Deus para Seus filhos, a fé é o fundamento que garante a salvação de qualquer um que decida confiar em Cristo Jesus, Este é o meio pelo qual a salvação está garantida a quem O aceitar! Independente de nacionalidades e culturas, Ele é a única saída!

 Filósofo Isaías Correia Ribas