O movimento popular pela democracia começou na Grécia antiga (IV a. C.).
Democracia (do grego: demos (povo), e Kratos: (poder)). “Regime político no
qual a soberania é exercida pelo *povo, pertence ao conjunto de cidadãos, que
exercem o voto universal, (assim), o povo detém o soberano *poder”.
(Montesquieu) então, o povo jamais esteve no poder, apenas vota dando o poder a
um representante, e esses representantes, por muitas razões que não vou entrar
em detalhes, não é povo, e, assim sendo, o que fazer pelo povo a não ser
sujeita-lo às leis. Logo, não há como dar liberdade ao sujeito, mas, apenas
dar-lhe a liberdade de sujeitar-se livremente às diversas formas de poder, à
microfísica do poder que “anula” poderes centrais e enfraquece os próprios
poderes das diversas instituições, e assim, nessa luta de poderes o indivíduo
está submisso a todas as formas de poderes e por elas são explorados. Olhando
para a história das civilizações, o homem ainda não foi capaz de idealizar um
modelo político que seja justo a todos os homens. Há outro problema que merece
uma reflexão: a ideia ou conceito de liberdade. Como entender o que é liberdade
em um mundo feito de parâmetros que devem ser respeitados, onde esses
parâmetros são contingentes, isto é, podem ser verdadeiros ou falsos? Percebe!
O sujeito tem somente a liberdade de escolher, uma vez feito a escolha ele
submeteu-se, e uma vez submisso, acabou a liberdade, e fica pior se ele fez a
escolha errada. Então, qual é a saída? É esta a grande questão posta aos homens
de todas as épocas, e, por ela ideologias, filosofias, políticas e teologias
são construídas e desconstruídas todos os dias, e estas têm sido as causas de
tantas guerras e guerrilhas civis ao longo da história da humanidade. Está à
humanidade fadada ao fracasso com o seu projeto antropocêntrico, racionalismo
puro, ou é apenas uma questão de tempo para idealizar uma política perfeita,
que atenda todos os anseios de cada indivíduo? Para mim, o antropocentrismo e o
racionalismo puro são apenas utopias, projetos filosóficos-políticos niilistas,
elaborados para enganar a todos, doutos e ignorantes.
Conhecereis a verdade e esta vos libertará! A verdade não é subjetiva,
isto é, do sujeito. Logo, eu e você não somos e nem temos a verdade, temos
apenas opiniões, e estas não passam disso, não são fundamentos sólidos para se
construir nada. Das opiniões melhores elaboradas surgem filosofias, ideologias,
políticas e as falsas teologias, por isso, são utopias, projetos niilistas. Chegamos
novamente aos dualismos: fé & razão; filosofia & bíblia; Deus &
Satanás; bem & mal; verdade & mentira; criacionismo &
evolucionismo; deuses & Deus; etc. Essas dualidades sempre estiveram
presentes, provocando as mais diversas formas de interpretações e
comportamentos da humanidade, são verdades impossíveis de serem ignoradas. Logo,
a saída para todos os problemas está ligada a *uma delas.
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (João 8: 32) “Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade”. (João 17: 17) Paralela às verdades
bíblicas desenvolveram-se as verdades contingentes políticas, filosóficas e
científicas. Fazendo uma análise lógica, estes versos pedem um princípio de
identidade: A=A, isto é, segundo Aristóteles: “Todo objeto é idêntico a si mesmo”.
Segundo esses versos a verdade é a palavra de Deus, a bíblia. Ela está contida
no próprio Deus, e revelada aos homens por meio dos profetas e do próprio
Cristo, Seu filho. Deus nunca deixou de revelar sua vontade aos homens e também
não condicionou suas criaturas a obedecer-Lhe. Deus é a própria liberdade, e
para que haja indivíduos livres no universo a contingência não pode estar
presente, por isso, antes da entrada do pecado no universo não havia o certo e
o errado, apenas o certo, o bom, o belo e o inefável. Por isso o pecado é um
mistério, isto é, não pode ser justificado, pois, se houvesse a possibilidade
de justifica-lo não seria mistério e nem pecado.
Por meio da racionalidade podemos
compreender os fundamentos da fé e do racionalismo sem anular um em função do
outro. Já, o racionalismo antropocêntrico, luta com todas as suas forças
cognitivas para anular a fé e o próprio Deus do consciente da humanidade. Essa guerra
epistemológica é prova inequívoca da existência da luta entre o bem e o mal,
Deus e Satanás, em prol da salvação e da perdição dos indivíduos. Assim como
não há desculpas justas para o pecado, não há também como justificar-se diante
do juiz do universo por não alcançar a salvação. Deus proveio todos os meios
para salvar a todos, porém, a salvação é para quem quiser e aceitar o plano
divino. Assim como há abundante literatura política, filosófica e científica,
há também, literaturas que expõe o plano de salvação a quem desejar, elas estão
contidas na bíblia e no Espírito de profecia, os escritos da profetisa
contemporânea Ellen G. White, e, para quem desejar fontes não primarias,
existem milhares de escritores religiosos, porém, esses últimos a que se fazer
a seleção, eles já estão dentro das contingências, isto é, podem ou não estar falando
a verdade segundo a vontade de Deus. A salvação não é uma ilusão mística, exige-se
do salvando compreensão do plano e uma experiência própria, e essa se dá na
aplicação do conhecimento à práxis vivida, é um estilo de vida segundo a
vontade de Deus; é um processo epistemológico gratificante que nos liberta de
todo antropocentrismo político-filosófico-científico e falsos teólogos. Vivemos
entre eles, mas não somos mais influenciados por eles, somos livres em Cristo!
Filósofo Isaías Correia Ribas