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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O GERAL E O INDIVÍDUO


     Há uma sociedade geral, e nela, o indivíduo. No geral todos nós nos escondemos, principalmente quando me submeto às modas; a moda tem esse poder, de deixar toda uma sociedade semelhante, parecida. A mídia capitalista é perita em fazer heróis e ídolos, feito isso, é só moldá-los e trajá-los segundo os interesses capitalistas, e toda uma sociedade fã e idólatra consumirá todos os itens usados pelos personagens. Essa ideologia capitalista faz com que todos nós vivamos em constante paradoxo. Como assim? Todo indivíduo se adere à moda para aparecer, mas, como isso é possível se o indivíduo está na multidão de semelhantes? Logo, quem se ilude com a moda para aparecer como indivíduo de personalidade é apenas mais um que não será notado, até porque, está perdido na multidão. Viver como indivíduo de personalidade, não iludido com os costumes gerais, não é fácil, requer princípios, sabedoria e autonomia; semelhante indivíduo é raro encontrar na vida pública, privada, religiosa ou não.
Religião
     A moral é geral, para todos. Entre a moral bíblica, que é para todos e a fé genuína do indivíduo, há uma aparente contradição. Pois, o mesmo Deus que diz: "não matarás", também disse: “amas o teu próximo como a ti mesmo”. Mas, esse mesmo Deus pediu que Abraão sacrificasse seu filho como prova de sua fé; diante de tamanho paradoxo Abraão emudeceu-se; Se ele falasse, quem o entenderia sem o acusar de assassino? Todos os seus, certamente o teriam como louco e fariam de tudo para que Isaque se livrasse de seu pai e o patriarca esquecesse tal pedido de seu Deus. Abraão estava indo além da moral geral, como indivíduo de fé teria que superar a própria moral que Deus instituíra a seus filhos conversos. O indivíduo de fé silenciosamente confiou em Deus, sabia que o próprio Deus que lhe dera seu filho Isaque na velhice lhe providenciaria outro para manter sua geração, por isso, em silêncio caminhou rumo ao monte Moriá, não se sentira assassino enquanto caminhava, só queria obedecer a Deus, seu companheiro que sempre o assistira; Abraão tinha uma experiência viva com Deus, por isso não duvidou e nem questionou, mas, como bom cavaleiro da fé estava disposto a sacrificar o filho da promessa por amor e obediência a Deus. Por sua atitude indubitável, o filho da promessa, Isaque, fora salvo e Abraão fora confirmado o pai da fé! Que grande responsabilidade achar-se seguidor de Cristo, Seu representante neste mundo, como missionário, pastor, padre e pregador das verdades bíblicas em geral; esse andar com Deus ou achar seu representante vai além de palavras, o que tem força para atrair outros a Cristo, ao caminho da salvação é somente o agir, ou melhor, coerência entre o dizer e o agir.
     Ao longo da história bíblica e cristã, muitos indivíduos foram “chamados” a ir além do comum; ainda hoje, espera-se dos cristãos atuais que supere os hábitos mundanos, que deixe de idolatrar os ícones das modas capitalistas e sejam autênticos representantes de Cristo. Espera-se de nós, que deixemos de nos esconder na multidão da mesmice e sejamos indivíduos de fé, crentes de que a modéstia cristã é o suficiente para representarmos O Cristo Salvador; deixemos a crença de que é preciso assemelhar-se aos costumes mundanos; nunca foi esse o método divino para pregar o evangelho e apresentar Deus como a solução para os problemas da humanidade. Deus precisa de indivíduos de fé, não de uma multidão que fala de fé, mas, O nega no agir.

Filósofo Isaías Correia Ribas