Há uma sociedade
geral, e nela, o indivíduo. No geral todos nós nos escondemos, principalmente
quando me submeto às modas; a moda tem esse poder, de deixar toda uma sociedade
semelhante, parecida. A mídia capitalista é perita em fazer heróis e ídolos,
feito isso, é só moldá-los e trajá-los segundo os interesses capitalistas, e
toda uma sociedade fã e idólatra consumirá todos os itens usados pelos
personagens. Essa ideologia capitalista faz com que todos nós vivamos em
constante paradoxo. Como assim? Todo indivíduo se adere à moda para aparecer,
mas, como isso é possível se o indivíduo está na multidão de semelhantes? Logo,
quem se ilude com a moda para aparecer como indivíduo de personalidade é apenas
mais um que não será notado, até porque, está perdido na multidão. Viver como
indivíduo de personalidade, não iludido com os costumes gerais, não é fácil,
requer princípios, sabedoria e autonomia; semelhante indivíduo é raro encontrar
na vida pública, privada, religiosa ou não.
Religião
A moral é geral, para todos. Entre a moral bíblica, que é
para todos e a fé genuína do indivíduo, há uma aparente contradição. Pois, o
mesmo Deus que diz: "não matarás", também disse: “amas o teu próximo como a ti mesmo”. Mas, esse mesmo Deus pediu que
Abraão sacrificasse seu filho como prova de sua fé; diante de tamanho paradoxo
Abraão emudeceu-se; Se ele falasse, quem o entenderia sem o acusar de
assassino? Todos os seus, certamente o teriam como louco e fariam de tudo para
que Isaque se livrasse de seu pai e o patriarca esquecesse tal pedido de seu
Deus. Abraão estava indo além da moral geral, como indivíduo de fé teria que
superar a própria moral que Deus instituíra a seus filhos conversos. O
indivíduo de fé silenciosamente confiou em Deus, sabia que o próprio Deus que
lhe dera seu filho Isaque na velhice lhe providenciaria outro para manter sua
geração, por isso, em silêncio caminhou rumo ao monte Moriá, não se sentira
assassino enquanto caminhava, só queria obedecer a Deus, seu companheiro que
sempre o assistira; Abraão tinha uma experiência viva com Deus, por isso não
duvidou e nem questionou, mas, como bom cavaleiro da fé estava disposto a
sacrificar o filho da promessa por amor e obediência a Deus. Por sua atitude indubitável,
o filho da promessa, Isaque, fora salvo e Abraão fora confirmado o pai da fé! Que
grande responsabilidade achar-se seguidor de Cristo, Seu representante neste mundo,
como missionário, pastor, padre e pregador das verdades bíblicas em geral; esse
andar com Deus ou achar seu representante vai além de palavras, o que tem força
para atrair outros a Cristo, ao caminho da salvação é somente o agir, ou melhor,
coerência entre o dizer e o agir.
Ao longo da
história bíblica e cristã, muitos indivíduos foram “chamados” a ir além do
comum; ainda hoje, espera-se dos cristãos atuais que supere os hábitos mundanos,
que deixe de idolatrar os ícones das modas capitalistas e sejam autênticos representantes
de Cristo. Espera-se de nós, que deixemos de nos esconder na multidão da mesmice
e sejamos indivíduos de fé, crentes de que a modéstia cristã é o suficiente para
representarmos O Cristo Salvador; deixemos a crença de que é preciso assemelhar-se
aos costumes mundanos; nunca foi esse o método divino para pregar o evangelho e
apresentar Deus como a solução para os problemas da humanidade. Deus precisa de
indivíduos de fé, não de uma multidão que fala de fé, mas, O nega no agir.
Filósofo Isaías Correia Ribas