Compreender o último livro da bíblia é
entender toda história do cristianismo, início meio e fim; caso você não sabe,
estamos vivenciando os últimos atos dessa história político-religiosa, e o
planeta Terra é o palco desse espetáculo onde eu e você direta ou indiretamente,
conscientes ou não, somos atores.
Embora este livro tenha uma linguagem
figurada, aparentemente misteriosa, seu título, Apocalipse, significa
revelação. Então, não há mistérios e sim uma linguagem figurada para a proteção
das profecias e mensagens do próprio livro.
O Apocalipse foi escrito no final do
primeiro século pelo Apóstolo João. Por causa da perseguição aos cristãos
primitivos, João, após lançado em um tambor de óleo fervendo para silenciar seu
testemunho a respeito do Cristo, morto, ressuscitado e assunto ao céu, como o óleo nada causou ao apóstolo, foi levado prisioneiro à ilha de Patmos para morrer de
fome ou pelos animais ferozes. Na ilha, no dia do Senhor, logo, no sábado, João
começou receber as visões sobre o que aconteceria aos seguidores de Cristo até
que Ele volte.
Participaram dessa revelação Deus, o pai; Jesus
Cristo e Seu anjo assistente que as notificou a João, que registrou tudo à
posteridade, os futuros seguidores de Cristo. Bem-aventurado aquele que lê e os
que ouvem as palavras desta profecia e guardam o que nela estão escritas;
porque o tempo está próximo. (Apoc. 1: 1-3)
O livro é dedicado às sete igrejas que
estão na Ásia, e quem dedica é o próprio Cristo: o Alfa e o Ômega; o princípio
e o fim; aquele que é, que era e que há de vir, o todo poderoso. Eis que vem
com as nuvens e todo olho verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas
as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. O que há de interessante nestes
versos é a revelação de que aqueles que participaram diretamente na morte de
Cristo O verão voltando nas nuvens do céu. Que triste experiência será ver que
mataram Aquele que viera dar lhes a oportunidade de vida eterna. (Apoc. 1: 4-8)
As sete igrejas da Ásia são Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Quando João virou-se para ver
quem falava com ele, viu o filho do homem em meio a sete candeeiros de ouro com
trajes reluzentes. Quando João percebeu quem era, caiu como morto, mas Cristo
despertou e identificou-se ao apóstolo, confortando-o, disse: o que tem visto
escreve, e as que são, e as que depois destas ao de suceder. (Apoc. 1: 9-19)
No último versículo (20) o anjo esclarece
todo o aparente mistério: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, o os
sete candeeiros são as sete igrejas.
As
mensagens de Cristo às sete igrejas não era para as igrejas literais que
existiam na Ásia, aquelas igrejas serviram como símbolos de futuras épocas do
desenvolvimento espiritual ou não da igreja de Cristo; esta igreja também não tem
uma denominação, mas está formada por um conjunto de pessoas que fazem a
vontade de Deus custe o que custar, e a vontade de Deus é que estudemos a
bíblia, pois fazendo isto descobriremos como servi-Lo.
Vou analisar todos os capítulos do
Apocalipse, mas não vou comentar verso por verso, quando houver algo mais
complexo acrescentarei algum comentário, então, é bom que aqueles que se
interessarem pelo estudo que leiam o capítulo na íntegra. Caso aja alguma
abordagem ou curiosidade filosófica correspondente à época, farei.
A patrística representa a síntese da filosofia grega clássica
com a religião cristã, tendo seu início com a escola de *Alexandria, que revela
um pensamento influenciado pelo espiritualismo neoplatônico e pela doutrina
ética do estoicismo. Destacam-se: são Justino Mártir (c. 150-c.165). Clemente
de Alexandria (c.150-c.215) e Orígenes (c.185-c.254). A escola de Capadócia
desenvolveu-se no Império Romano do Oriente (Constantinopla), com são Basílio
(330-389), são Gregório Nazianzeno (c.329-c.390) e são Gregório de Nissa
(c.335-c.395). Temos ainda na tradição grega do Oriente, o Pseudo-Dionísio, o
Areopagita (séc. VI), são Máximo, o confessor (580-662) e são João Damasceno
(c.674-c.749), todos de influência neoplatônica. O principal filósofo de
tradição patrística, pelo grau de elaboração de sua obra, por sua originalidade
e influência durante o desenvolvimento da filosofia cristã no período medieval,
foi sto. Agostinho, sendo seu tratado Sobre a doutrina cristã um dos mais
representativos dessa tradição. A principal fonte para o conhecimento de textos
de patrística é a Patrologia grega latina, editada por J.P. Migne no séc. XIX,
publicada em Viena. (Dicionário Básico de Filosofia Hilton Japiassú/Danilo
Marcondes. Ed. Zahar. Rio de Janeiro 1989)
Neoplatonismo, corrente filosófica do séc. III da era cristã, fundada por
Amônio Sacas e divulgada por Plotino e seus seguidores Porfírio, Iâmblico e
Proclo (séc. V). O neoplatonismo se caracteriza por uma interpretação espiritualista
e mística das doutrinas de Platão, com influência do estoicismo e do
pitagorismo. Segundo o neoplatonismo, o real é constituído por três hipóstases –
o Uno, a inteligência (Nous) e a alma, sendo que as duas últimas procederiam da
primeira por emanação. É considerado um sistema um tanto obscuro, embora tenha
tido grande influência no início da formação do pensamento cristão, sobre tudo
devido a seu espiritualismo. (Idem)
Filósofo Isaías Correia Ribas.