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quinta-feira, 21 de março de 2013

A MULHER, O HOMEM, A IGUALDADE E OS PROBLEMAS.


     Analisando a partir das verdades bíblicas, tudo que há vida e os movimentos do Cosmo foram criados em seis dias literais. O homem e a mulher, seres à semelhança divina foram criados no sexto dia. Embora a mulher tenha sido criada a partir de uma das costelas de Adão, era semelhante em direitos e deveres, ambos receberam conselhos para estarem juntos, assim, um seria a fortaleza do outro, pois separados seria presa fácil das ciladas de Lúcifer (Satanás) que fora lançado a terra por causa de seu pecado no céu. A organização do planeta Terra deu-se na eternidade, logo, tudo era muito bom e a paz reinava, mas não sabemos quanto tempo o casal desfrutou dessa paz até pecarem. O fato é que Eva se distanciou e o casal por um momento separou-se, e esse instante foi o suficiente para o inimigo fazer sua obra e levar Eva, depois Adão a desobedecerem.
Com o pecado veio suas consequências: o fim da eternidade na Terra, a doença e a morte de todos os entes vivos animal e vegetal. Eva foi a mais penalizada por ser o primeiro meio para a entrada do pecado: “em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. (Gênesis 3: 16)
Ellen G. White (1827-1915), profetisa Contemporânea diz: “Depois da queda de Eva, porém, como ela houvesse sido a primeira na transgressão, o Senhor lhe disse que Adão teria domínio sobre ela. Devia ser sujeita a seu marido, o que constituía parte da maldição. Em muitos casos essa maldição tem tornado a sorte da mulher demasiado dolorosa, fazendo de sua vida um fardo. O homem tem abusado a muitos respeitos da superioridade que Deus lhe deu, exercendo poder arbitrário. A sabedoria infinita idealizou o plano da redenção, pelo qual a raça humana tem segundo tempo de graça mediante outra prova”. (TESTEMUNHOS SELETOS, VOL. I. Pág. 412. Ed. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ, SP. 1984).
     Ao homem disse Deus: “Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela; maldita é a Terra por tua causa; em fadigas comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor de teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás”. (Gênesis 3: 17-19)
     O homem e a mulher foram penalizados segundo a gravidade de sua transgressão. Mas nenhum ficou sem seu espinho a lhe relembrar diariamente o seu pecado edênico. Porém, a pesar das penalidades individuais, toda humanidade e os seres vivos sofrem as consequências do todo. No caso da mulher, é pior porque seu infortúnio, muitas vezes, é o seu próprio companheiro que se comprometeu compreendê-la e amá-la; e essa contradição por toda vida deve ser uma verdadeira desgraça para as mulheres, é realmente algo irracional, incompreensível, mas é assim que se dá em todos os lares do mundo, por mais harmônico que seja o casal, algumas vezes essa maldição e o infortúnio se revela.
Ao homem, a natureza decaída seria o seu pesadelo diário: toda desgraça que surgira e surgiria na terra, diz aos homens: vocês são os culpados devido o seu pecado, por causa de sua transgressão terás que trabalhar e com o suor de seu rosto, sob o cansaço proverá sua sobrevivência e de sua família. Essas marcas sempre acompanharam homens e mulheres ao longo da história em todas as culturas.
     É possível perceber a sabedoria de Deus até mesmo na punição: à mulher, apesar de sua maior fragilidade física, da dor ao dar a luz e da submissão ao seu marido, foi lhe dada oportunidade de virar o jogo. Como? Sendo ela a mãe, os filhos teriam maiores afinidades e cuidados para com ela e no mais, seriam elas as moldadoras do caráter e da educação de seus queridos. Apesar da influência dos pais na educação, prevaleceria, sem dúvida, a educação materna, seria apenas uma questão de sabedoria feminina e seu sofrimento no relacionamento entre o casal, no lar e na sociedade diminuiria. Pena que elas preferiram participar da penalidade imposta aos homens, que se aperfeiçoarem estrategicamente no lugar que Deus lhes pôs, assim, em vez de aliviarem o seu lado preferiram acumular-lhes mais problemas a si e à sociedade. Quando analisamos essa trama aos humanos as soluções parecem fáceis. Mas infelizmente estamos tratando de uma guerra além do bem e do mal, superior às expectativas humanas, envolve nessa trama o retorno ao lar edênico, e o mesmo causador do pecado no Éden (Satanás), quer levar esse engano entre a humanidade até o juízo final; selando definitivamente a morte eterna de “todos” juntamente com ele.
     Para piorar a situação das mulheres, infelizmente, muitas ideologias, filosofias e culturas regionais inferiorizaram sua ação na sociedade, tratando-as a seres inúteis e descartáveis. Para os gregos as mulheres não eram cidadãs, igualavam-se aos escravos prisioneiros de guerras. Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão teve uma péssima mãe, por isso detestava as mulheres e o casamento, mas, mesmo assim disse: “Somos infelizes casados e não sendo casados somos infelizes. Somos infelizes quando estamos sós e infelizes quando em companhia de outros. Somos como ouriços que se ajuntam em grupos, procurando calor. Mas quando apertados uns contra os outros provam visível desconforto. Tudo isso é muito engraçado e a “vida de cada indivíduo, tomada como um todo... é na verdade uma tragédia; mas, analisada em detalhes, afigura-se uma comédia”. (A filosofia de Shopenhauer. Will Durant. EDIOURO. Pág. 66)
      A igreja Católica Romana é contrária ao casamento dos padres (celibato). Logo, são contra a instrução bíblica e contra a natureza masculina, então, não é surpresa a promiscuidade, a pedofilia e o homossexualismo na cúpula da igreja. Pior é a humanidade esperar que tal instituição tenha seu chefe maior como intercessor e representante de Deus entre os homens; a quem todos os poderosos políticos se curvam, mas esse curvar-se, não passa de lobby, de estratégia política diante de seus eleitores, ou é ignorância religiosa? Pode descartar a última que político é pior que religioso, o perigo é quando o indivíduo político joga também com a religião privilegiando a ignorância do povo.
A profetisa Contemporânea Ellen G. White assim se expressa: “Os mais revoltantes pecados da época se abrigam sob a capa do cristianismo. Muitos proclamam a abolição da lei de Deus, e certamente sua vida se acha em harmonia com essa fé. Se não há lei, então não há transgressão, portanto não há pecado; pois o pecado é a transgressão da lei”. (TESTEMUNHOS SELETOS. Vol. I. pág. 439)
IGNORÂNCIA COGNITIVA
     Por isso afirmo e reafirmo: EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL TEM QUE SER RUIM. É este o único meio dos políticos e religiosos se darem bem manipulando facilmente o povo. Com educação de qualidade esses seguimentos do mal não se dariam tão bem. Com a escola ruim mantêm-se a pobreza, a ignorância cognitiva, a escravidão, a corrupção e a desgraça generalizada, pois sem esta, a educação ruim, como manter o criadouro de heróis, falsos líderes políticos-religiosos. Povo sem conhecimento não passa de ovelhas, rebanhos fáceis de conduzir aos matadouros. As Escolas Estaduais públicas paulistas na atual gestão do PSDB não passa de verdadeiras câmaras da ignorância, não mata asfixiado como fez Hitler, mas mata para a vida útil, para a produção técnica e intelectual de qualidade. Mata também a docência, principalmente os professores categoria O, que trabalham sem direitos trabalhistas; findo o contrato anual, ficam sem direito ao salário desemprego, logo, em Fevereiro, Março e Abril eles têm que sair atrás de arrumar qualquer subemprego para sobreviverem, pois todos os anos são os últimos a pegarem aulas. É esse o projeto educacional do ex-governador José Serra e o atual governador Geraldo Alckmin para o estado de São Paulo, já imaginou esse povo novamente na presidência da República?
     Então, qual é a saída para tantos problemas da sociedade Pós-Moderna? Simples, mas será impossível pratica-la. Por que, deves estar perguntando? Porque nenhum de nós se sente culpado por tal desgraça generalizada que presenciamos todos os dias, sempre é o outro, nunca sou eu o causador, é a mesma resposta que o casal deu a Deus quando interrogados: o que fizestes? Adão disse: A mulher que tu me deste me enganou; e a mulher: A serpente me enganou e eu comi, então, Deus era o culpado. A raiz do problema está nos indivíduos desde o início; os problemas serão resolvidos quando assumo minha participação no erro, assumo minha culpa. Caso contrário perdurará as acusações e cada um buscando a sua saída para o seu problema, mas o engraçado, ou trágico, é que não estamos sozinhos no mundo, só somos o que somos em função do outro e para o outro, mesmo que seja a desgraça e a felicidade do outro. É “impossível”, mas você já pensou que a solução para todos os problemas está na célula mãe da sociedade, a família? Que bom seria se as mães pudessem ficar em casa cuidando do lar e da educação dos filhos, claro que para isso os homens teriam que ter condições de prover moradia de qualidade, o alimento, sua educação profissional e educação para a esposa, quando necessário, para ter condições de ajudar na educação escolar dos filhos e acima de tudo, respeitar e amar sua esposa e seus filhos, não só em palavras, mas principalmente no exemplo. Utópico não? Sim, para uma sociedade que ignora a sabedoria divina, mas foi essa a intenção divina quando especificou as consequências da culpa do homem e da mulher, que eles se unissem para aliviarem seus sofrimentos. Mas, como estamos em estado de guerra o inimigo não vai permitir que toda a humanidade se de bem, por isso a salvação é para os poucos que se submetem à vontade e conselhos de Deus.
     Jesus foi o único sábio que enalteceu a mulher. Quando esteve nesse mundo igualou a mulher aos homens dando-lhes dignidade valorizando-as. E para encerrar o ciclo profético ao seu povo, deu essa missão à mulher, pois os homens se acovardaram diante da difícil missão de advertências e conselhos para os dias finais. Ellen G. White (1827-1915) foi a jovem de fé que se dispôs, creu e aceitou o convite divino, confiante nas promessas de Cristo, por toda a vida dedicou-se a esse ministério, pena que os próprios pastores Adventistas do Sétimo Dia fazem questão de negar-lhe o status profético, não foi sempre assim, creio que isso acontece atualmente porque os escritos da profetisa servem apenas para legitimar mestrados e doutorados da instituição. Até porque há voto da associação geral reconhecendo o ministério profético de Ellen G. White. Por isso percebe-se que há essa mordaça nos profissionais (obreiros) da instituição ao falarem da profetisa como fundamentadora de seu conhecimento. Mas isso também já era previsto para os dias finais da história deste mundo, e assim, o eu eclesiástico dos adventistas cresce paralelo à ignorância religiosa do povo em geral e dos próprios adventistas que se diz ter a verdade, mas o que transparece, na real, é um povo sem conhecimento, que vivem das migalhas de sermões quando poderiam ser sábios segundo a luz revelada aos seguidores de Cristo dos últimos dias. O Espírito de Profecia é, por si só, a maior e melhor literatura para compreendermos os profundos ensinamentos bíblicos, nos convencendo que há um Deus que nos salva, e sua linguagem, por providência divina é simples, mas impreciona os letrados e dá conhecimento aos de pouca escolaridade. Então, cabe aos obreiros do Senhor, assalariados para tanto, divulgar e não ocultar o excelente método divino de evangelização.  “Em Sua providência, tem o senhor achado bem ensinar e advertir Seu povo de várias maneiras. Por ordens diretas, pelos sagrados escritos e pelo Espírito de Profecia, tem-lhes Ele dado conhecer Sua vontade”. “O espírito desta geração, é”: “Dizei-nos coisas agradáveis”. Isaías 30: 10. “Mas o Espírito de Profecia só diz a verdade”. “A humanidade é a humanidade em todo o mundo, desde os tempos de Adão, até a geração atual; e o amor de Deus é, através de todos os séculos um amor incomparável”. (Idem, pág. 439 e 442)
     “Cada um de vós necessita de nova e viva experiência na vida divina, a fim de fazer a vontade de Deus. Qualquer que seja a experiência passada, isto não basta para o presente, nem nos fortalece para vencer as dificuldades que encontramos no caminho. Precisamos diariamente nova graça e renovada resistência se queremos ser vitoriosos”. Quanto a nossos primeiros pais, o desejo de uma única satisfação do apetite abriu as comportas da miséria e do pecado sobre o mundo. Oxalá, presadas irmãs, sentísseis que todo passo que dais talvez tenha duradora e dominante influência sobre vossa própria vida e o caráter de outros. Oh! Quão necessário é então termos comunhão com Deus! Que necessidade da graça divina para dirigir cada passo, e mostrar-nos como aperfeiçoar caráter cristão!” (Ellen G. White. TESTEMUNHO SELETOS. VOL. I Pág. 424 e 425. Ed. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ SP 1984).

Isaías Correia Ribas, filósofo e professor.
     
  


domingo, 17 de março de 2013

O ESTADO DO MUNDO



     A humanidade vem construindo um mundo que está indo de mal a pior. As nações com todos os seus aparelhamentos humanos têm constantemente se perdido ao tomarem as decisões para o bem estar social de todos. E a culpa não está no sistema político adotado, pois todos eles sejam Democracias, Ditaduras, Socialismos e outras, não têm dado conta de melhorar o mundo para nos interagirmos melhor e promover a tão “almejada” paz mundial. E entre esses homens de Estado temos todos os seguimentos sociais e religiosos representados: Protestantes, Católicos, espíritas, Maçons, Ambientalistas, Cientistas, Filósofos, Sociólogos, etc. Mas o que tem transparecido é que esses seguimentos querem mesmo se aproximar e apoderar do Estado em benefício de seus pares, seus iguais; na verdade não há uma união dos diversos seguimentos em prol do bem estar comum, mas sim, para saquear o Estado em benefícios particulares.
     A profetisa Contemporânea Ellen G. White (1827-1915) diz o seguinte: “Foi me mostrado o estado do mundo, que ele estava enchendo rapidamente a taça de sua iniquidade. Enchem o mundo de violência e crime de toda sorte; e Satanás está empregando todo meio para tornar populares o crime e o vício aviltante. Os jovens que andam pelas ruas acham-se rodeados de cartazes e noticiários de crimes e pecado, apresentados em novela, ou a serem apresentados em algum teatro. Sua mente é educada assim na familiaridade com o pecado. O caminho seguido pelos baixos e vis são-lhes constantemente apresentados nos jornais diários, e tudo quanto possa excitar curiosidade e despertar as paixões animais lhes é apresentado em histórias emocionantes e próprias para excitar”.
     “A literatura que procede de cérebros corrompidos, envenena a mente de milhares em nosso mundo. O pecado não parece excessivamente maligno. Ouvem e leem tanto acerca de degradantes crimes e vilanias que a consciência outrora tenra, que disso recuaria horrorizada, torna-se tão embotada que, com sôfrego interesse, se pode demorar no que é baixo e vil em palavras e atos humanos”.
     “Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do filho do homem”. (Luc. 17: 26). “Deus terá um povo zeloso de boas obras, que permanecerá firme entre as corrupções deste século degenerado. Haverá um povo que se apegará tão firmemente à força divina, que estará à prova de toda tentação. As más sugestões dos excitantes cartazes talvez lhe procurem falar aos sentidos e corromper a mente; todavia achar-se-ão tão unidos a Deus e aos anjos, que serão como os que não veem e não ouvem. Têm a fazer uma obra que ninguém poderá fazer por ele, a qual é combater o bom combate da fé e lançar mão da vida eterna. Não confiarão em si mesmos nem serão presunçosos. Conhecendo a própria fraqueza, unirão sua ignorância à sabedoria de Cristo, sua fraqueza ao poder de Deus”.
     “Não há tempo agora para a leviandade, vaidade e frivolidade. Presto encerrar-se-ão as cenas da história terrestre. Precisam mudar-se as mentes abandonadas ao sabor dos pensamentos”.
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 A igreja 'não funciona mais', afirma d. Claudio Hummes.
Folha:
  Desde o Concílio Vaticano 2º, há um grande esforço para o diálogo inter-religioso, principalmente com as religiões mais antigas. No caso da América Latina, como é o diálogo neste momento entre a igreja e o neopentecostalismo, que não para de crescer?
O diálogo ecumênico com as outras igrejas cristãs não católicas existe de forma muito forte, sobretudo a partir do Concílio Vaticano 2º. Com as grandes igrejas: ortodoxa, oriental, as igrejas protestantes de origem luterana, calvinistas, que são igrejas históricas. Mesmo com o judaísmo, há um grande diálogo. E também com o islamismo, mas isso é outro setor porque, para eles, Jesus Cristo não é como para nós cristãos. Esse diálogo é lento, mas vai caminhando.
Com as igrejas neopentecostais, onde existe muito uma teologia da prosperidade, se dá muito acento ao exorcismo, ao dízimo e coisas assim, elas se diferenciam das igrejas pentecostais. Mas tanto uma com a outra são muito semelhantes. Com elas, é mais difícil, porque muitas delas simplesmente não aceitam o diálogo, mesmo se nós quiséssemos dialogar. Porque não aceitam pensar numa unidade um dia. E muitas vezes são agressivamente anticatólicas, então é muito complicado.
Folha (pesquisa-cientifica@uol.com.br)
16/03/2013
A profetisa afirma e faz perguntas para nossa reflexão: “Há entre o povo de Deus grande necessidade de reforma. O atual estado da igreja nos leva à pergunta: É isto uma fiel representação dAquele que deu a vida por nós? São estes os seguidores de Cristo, e os irmãos dos que não reputaram sua vida por preciosa? Os que atingem à norma bíblica, à descrição feita pela escritura dos seguidores de Cristo, serão na verdade raros. [...] (Ellen G. White. Testemunhos Seletos Vol. I. Pág. 397-401. Ed. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ, SP. 1984).

Filósofo e professor Isaías Correia Ribas.

segunda-feira, 11 de março de 2013

JESUS: A RELIGIÃO, A POLÍTICA E A NEGATIVA CATEGÓRICA


 Folha (pesquisa-cientifica@uol.com.br) 10/03/2013; 08:18

Muitos têm uma visão demasiada sensível no tocante à pessoa de Jesus Cristo.

O Próprio Jesus antagonizou esse paradigma ao declarar:
  [...] Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está muito longe de mim. (Mateus 15: 8)
      É notório a todo estudante de Teologia ou ao singelo apreciador das Sagradas Escrituras que desde as invasões helênicas, tendo como seu expoente maior a figura de Alexandre o Grande, a forma primitiva de judaísmo elencado no Pentateuco fui esvaída em seu cerne. Os judeus partidários de Alexandre abandonaram a proteção dos persas por entenderem que o advento de Alexandre se coadunava com profecias que estavam assentadas ao livro profético de Daniel. Flavio Josefo, historiador do primeiro século, e testemunha ocular das celeradas facções judaicas contra o domínio romano. É honesto fazer aventar que, por sua vez, tem valor de verdade por outros historiadores do período.   Veja alguns exemplos!
 Saduceus:
[...] O tempo exato do aparecimento dos saduceus como seita religiosa não é conhecido. A primeira menção histórica deles por nome ocorre nos escritos de Josefo, indicando que se opunham aos fariseus na última metade do segundo século AEC. (Jewish Antiquities) [Antiguidades Judaicas], XIII, 293 [x, 6]) Josefo fornece também informações sobre os ensinos deles. Todavia, há dúvida se a apresentação dele é inteiramente segundo os fatos. Dessemelhantes dos fariseus, diz Josefo: os saduceus negavam os caprichos do destino, sustentando que a própria pessoa, pelas suas ações, era a única responsável pelo que lhe sobrevinha. (Jewish Antiquities, XIII, 172, 173 [v, 9]) Rejeitavam as muitas tradições orais observadas pelos fariseus e também a crença farisaica na imortalidade da alma e em punições ou recompensas após a morte. Nos seus tratos entre si, os saduceus eram um tanto rudes. Dizia-se que eram litigiosos. Segundo Josefo, seus ensinos agradavam aos ricos. — Jewish Antiquities, XIII, 298 (x, 6); XVIII, 16, 17 (i, 4); The Jewish War (A Guerra Judaica), II, 162-166 (viii, 14).
Fariseus:
[...] Destacada seita religiosa do judaísmo, que existia no primeiro século EC. Segundo alguns peritos, o nome significa literalmente “(Separados; Separatistas)”, referindo-se talvez a se evitar impureza cerimonial ou a manter-se separado dos gentios. Não se sabe com exatidão quando os fariseus tiveram início. Os escritos do historiador judeu Josefo indicam que no tempo de João Hircano I (da segunda metade do segundo século AEC) os fariseus já constituíam um corpo influente. Josefo escreveu: “E sua influência é tão grande junto às massas, que até mesmo quando falam contra um rei ou um sumo sacerdote, imediatamente são cridos.” — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), XIII, 288 (x, 5).

Josefo fornece também pormenores sobre as crenças dos fariseus. Ele observa: “Eles creem que almas têm poder de sobreviver à morte e que há recompensas e punições debaixo da terra para os que levaram uma vida de virtude ou uma de vício: encarceramento eterno é o destino das almas más, ao passo que as almas boas recebem passagem fácil para uma nova vida.” (Jewish Antiquities, XVIII, 14 [i, 3]) “Eles sustentam que toda alma é imperecível, mas que só a alma dos bons passa para outro corpo, ao passo que a alma dos iníquos sofre punição eterna.” Sobre as ideias deles a respeito do destino ou da providência, Josefo relata: “[Eles] atribuem tudo ao Destino e a Deus; acreditam que agir corretamente ou de outro modo depende, na realidade, na maior parte dos homens, mas que em cada ação o Destino coopera.” — The Jewish War (A Guerra Judaica), II, 162, 163 (viii, 14).
Escribas:
[...] Jesus declarou que os escribas, assim como os fariseus, haviam acrescentado muitas coisas, tornando a Lei penosa para o povo cumprir, sobrecarregando as pessoas. Além disso, como classe, eles não tinham genuíno amor às pessoas, nem desejavam ajudá-las, não estando dispostos nem mesmo a mover um dedo para aliviar as cargas sobre o povo. Gostavam das aclamações do povo e dos títulos altissonantes. Sua religião era uma fachada, um rito, e eles eram hipócritas. Jesus mostrou quão difícil sua atitude e suas práticas tinham tornado eles obterem o favor de Deus, dizendo-lhes: “Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena?” (Mat. 23: 1-33) Os escribas tinham grande responsabilidade, porque conheciam a Lei. Mas, tiravam a chave do conhecimento. Não se contentavam de negar-se a reconhecer Jesus, de quem as cópias das Escrituras que usavam davam testemunho, mas aumentavam sua condição repreensível por lutar implacavelmente para impedir que outros o reconhecessem, sim, que escutassem Jesus. — Luc. 11: 52; Mat. 23: 13; João 5: 39; I Tim. 2:  14-16.

Os escribas, como “rabis”, no seu cargo, não somente eram responsáveis pelo desenvolvimento teorético da Lei e pelo ensino dela, mas tinham também autoridade jurídica, proferindo sentenças nos tribunais de justiça. Havia escribas na alta corte judaica, Sinédrio. (Mat. 26: 57; Mar. 15:1) Não deviam receber nenhuma remuneração pelos julgamentos, porque a Lei proibia presentes ou subornos. Alguns rabinos talvez tivessem herdado sua riqueza; quase todos tinham um ofício, do qual se orgulhavam, por serem capazes de se sustentar à parte do seu cargo rabínico. Embora não pudessem corretamente receber nada por trabalharem como juízes, eles talvez esperassem receber e recebessem remuneração por ensinar a Lei. Isto talvez possa ser inferido das palavras de Jesus, quando advertiu as multidões sobre a ganância dos escribas, também quando falou sobre o empregado que não se importava com as ovelhas. (Mar. 12: 37-40; João 10: 12 e 13) Pedro advertiu os pastores cristãos contra tirarem lucro do seu cargo. — I Ped. 5: 2 e 3. 
Essa dita sensibilidade não se coaduna com a personalidade de Jesus Cristo que abandonou todo o tipo de invectivas e adulações para se tornar membro de alguma casta dominante que supostamente ostentavam defender os interesses do povo simples da Galileia e da Judéia.  
Em suas menções finais, poucos momentos de sua morte, Jesus vociferou contra toda hipocrisia religiosa que figurava em seus dias.  
Ele argumentou em termos claros:  
[...] Jesus falou então às multidões e aos seus discípulos, dizendo: “Os escribas e os fariseus sentaram-se no assento de Moisés. Portanto, todas as coisas que eles vos dizem, fazei e observai, mas não façais segundo as ações deles, pois dizem, mas não realizam. Amarram cargas pesadas e as põem nos ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos nem a movê-las com o dedo. Fazem todas as suas obras para serem observados pelos homens; pois ampliam as suas caixinhas [com textos], que usam como proteção, e alargam as orlas [de suas vestes]. Gostam dos lugares mais destacados nas refeições noturnas e dos primeiros assentos nas sinagogas, e dos cumprimentos nas feiras, e de ser chamado Rabi pelos homens. Mas vós, não sejas chamado Rabi, pois um só é o vosso instrutor, ao passo que todos vós sois irmãos. Além disso, não chameis a ninguém na terra de vosso pai, pois um só é o vosso Pai, o Celestial.  Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo. Mas o maior dentre vós tem de ser o vosso ministro. Quem se enaltecer, será humilhado, e quem se humilhar, será enaltecido.
 [...] “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que estão em caminho para entrar”. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas”! Por que percorreis o mar e a terra seca para fazer um prosélito, e, quando se torna tal, fazeis dele objeto para a Geena duas vezes mais do que vós mesmos”?  “Ai de vós, guias cegos, que dizeis: ‘Se alguém jurar pelo templo, isto não é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do templo, ele está sob obrigação.’  Tolos e cegos! O que, de fato, é maior, o ouro ou o templo que santifica o ouro?  Também: ‘Se alguém jurar pelo altar, isso não é nada; mas, se alguém jurar pela dádiva nele, ele está sob obrigação.’  Cegos! O que, de fato, é maior, a dádiva ou o altar que santifica a dádiva?  Portanto, quem jurar pelo altar, está jurando por ele e por todas as coisas sobre ele; e quem jurar pelo templo, está jurando por ele e por aquele que habita nele; e quem jurar pelo céu, está jurando pelo trono de Deus e por aquele que está sentado nele.  “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o décimo da hortelã, e do endro, e do cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais importantes da Lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Estas eram as coisas obrigatórias a fazer, sem, contudo, desconsiderar as outras. Guias cegos, que coais o mosquito, mas engolis o camelo! “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas”! Porque limpais por fora o copo e o prato, mas por dentro estão cheios de saque e de intemperança. Fariseu cego, limpa primeiro por dentro o copo e o prato, para que também por fora se torne limpo. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas”! Porque vos assemelhais a sepulcros caiados, que por fora, deveras, parecem belos, mas que por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda sorte de impureza. Do mesmo modo, vós também, deveras, pareceis por fora justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e do que é contra a lei”. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas”! Porque construís os sepulcros dos profetas e decorais os túmulos memoriais dos justos, 30 e dizeis: ‘Se nós estivéssemos nos dias de nossos antepassados, não seríamos parceiros deles no sangue dos profetas.’ Portanto dais testemunho contra vós mesmos de que sois filhos daqueles que assassinaram os profetas.  Pois bem, enchei a medida de vossos antepassados. “Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena? Por esta razão eu vos estou enviando profetas, e sábios, e instrutores públicos. A alguns deles matareis e pregareis em estacas, e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que venha sobre vós todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquías, a quem assassinastes entre o santuário e o altar. Deveras, eu vos digo: Todas essas coisas virão sobre esta geração. “Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas”! “Mas vós não o quisestes. Eis que a vossa casa vos fica abandonada”. (Mateus 23: 1: 38) 
Essa minha argumentação não tem por fito regimentar um antissemitismo estupido, tacanho e ordinário que se arrolou durante milênios ao longo da historia eclesiástica e, mais recentemente, pelo fervor descabido por protestantes.  Os apontamentos feitos mostram em um imperativo categórico que Jesus se absteve de qualquer ranço politico dos seus dias. E, portanto, é perfeitamente possível que um homem ordenado possa se abster desse mesmo alvitre virulento que contamina e oxida todo o tecido da fé e da caridade cristã.

[...] O Sinédrio era o supremo tribunal judaico. Estava situado em Jerusalém. Este supremo tribunal constituía-se de 71 membros e era chamado de Grande Sinédrio. Na época do ministério terrestre de Jesus, os 71 membros incluíam o sumo sacerdote e outros que haviam detido o cargo de sumo sacerdote (é possível que vários destes ainda vivessem numa mesma época, pois o cargo, sob o governo romano, passara a ser ocupado por nomeação). Também incluía membros das famílias dos sumos sacerdotes, anciãos, chefes de tribos e de famílias, e escribas, homens versados na Lei. (Atos 4: 5 e 6) Tais homens eram membros das seitas dos fariseus e dos saduceus. — Atos 23: 6.

As premissas históricas dão conta que Jesus não quis fazer parte de uma elite corrupta e nociva aos interesses dos mais pobres. É inconcebível imaginar conceber Jesus Cristo, portando uma bandeira de cunho partidário das múltiplas facções politicas e religiosas de seus dias. O sinédrio- corte judaica de 71 membros- ao vilipendiar a Cristo com seus escárnios pejorativos e tendenciosos era sabedor da resolução de Jesus frente a tantas disparidades politicas e religiosas.  
[...] No ínterim, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando testemunho contra Jesus, para o entregarem à morte, mas não encontravam nenhum.  Muitos, de fato, davam testemunho falso contra ele, mas os seus testemunhos não estavam em acordo. (Marcos 14: 55-56) 
[...] Consequentemente, os principais sacerdotes e os fariseus ajuntaram o Sinédrio e começaram a dizer: “Que devemos fazer, visto que este homem realiza muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.” Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: “Vós não sabeis nada e não deduzis logicamente que é para o vosso proveito que um só homem morra a favor do povo e não que toda a nação seja destruída.” Isto, porém, não dizia de sua própria iniciativa; mas, porque era sumo sacerdote naquele ano, profetizava que Jesus estava destinado a morrer pela nação, e não só pela nação, mas, a fim de que os filhos de Deus, que se acham espalhados, fossem também por ele ajuntados numa unidade. Portanto, daquele dia em diante deliberaram matá-lo. (João 11: 47-53)
 [...] Naquela ocasião, portanto, Pilatos tomou Jesus e o açoitou.  E os soldados trançaram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça dele, e vestiram-no com uma roupa exterior de púrpura; e começaram a chegar-se a ele e a dizer: “Bom dia, ó Rei dos judeus!” Davam-lhe também bofetadas. (João 19:1-3)
Curiosidade:
Todos os envolvidos no processo fraudulento que levou a condenação e morte de Jesus Cristo tiveram julgamentos adversos pelas autoridades romanas. Punição Divina? Deixo que a subjetividade e o livre-arbítrio de cada leitor responda a si essa questão. 
[...] Escritores judeus, tais como Filo, retratam Pilatos como homem inflexível e arrogante. (The Embassy to Gaius, XXXVIII, 301) No entanto, é possível que as ações dos próprios judeus fossem grandemente responsáveis pelas fortes medidas tomadas pelo governador contra eles. Seja como for, os Evangelhos fornecem certa medida exata do perfil de tal homem. Sua maneira de enfocar os assuntos era típica dum governante romano, com sua linguagem sucinta e direta. Exteriorizando a atitude céptica dum cínico, como ao dizer: “Que é verdade?”, Pilatos, não obstante, mostrou temor, provavelmente do tipo supersticioso, ao ouvir dizer que estava lidando com alguém que dizia ser filho de Deus. Embora obviamente não fosse do tipo aquiescente, ele demonstrava a falta de integridade dum político. Preocupava-se primariamente com a sua posição, com o que diriam seus superiores se ouvissem falar de distúrbios adicionais em sua província, receando parecer leniente demais para com os acusados de sedição. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus e a inveja que motivava seus acusadores. Todavia, cedeu aos desejos da multidão e entregou-lhes uma vítima inocente para que fosse morta, em vez de arriscar-se a prejudicar a sua carreira política. 
[...] Josefo relata que Pilatos foi posteriormente removido do cargo em resultado de queixas apresentadas pelos samaritanos ao superior imediato de Pilatos, o governador da Síria, Vitélio. A queixa foi de que Pilatos matara vários samaritanos, que haviam sido iludidos por um impostor a se reunirem no monte Gerizim, na esperança de descobrirem tesouros sagrados, supostamente escondidos ali por Moisés. Vitélio ordenou que Pilatos fosse a Roma, para apresentar-se perante Tibério, e colocou Marcelo em seu lugar. Tibério morreu em 37 EC, enquanto Pilatos se dirigia a Roma. (Jewish Antiquities, XVIII, 85-87 [iv, 1]; XVIII, 88, 89 [iv, 2]) A história não fornece dados confiáveis a respeito dos resultados finais do seu julgamento. O historiador Eusébio, de fins do terceiro e início do quarto século, diz que Pilatos viu-se obrigado a suicidar-se durante o reinado de Caio (Calígula), sucessor de Tibério. — The Ecclesiastical History (A História Eclesiástica), II, VII,
Atenciosamente,
 (pesquisa-cientifica@uol.com.br) 10/03/2013, 08: 18https://a.gfx.ms/is/invis.gif.

O autor da pesquisa prefere o anonimato.
 
"E você corre e corre atrás do sol, mas ele está se pondo. Fazendo a volta para nascer outra vez atrás de você, de uma maneira relativa o sol é o mesmo, mas você está mais velho. Com menos fôlego e um dia mais perto da morte”...