Os
cristãos primitivos eram os genuínos seguidores do Cristo que ressuscitou e
prometera voltar para buscar seus seguidores! Essas boas novas eram a energia
que movia os doze discípulos e outros seguidores a pregar essa mensagem ao
mundo não cristão e aos próprios compatriotas pagãos. A igreja primitiva tinha
como prioridade fazer a vontade de Deus, em segundo plano estava o Estado e
seus governadores. Diante de tamanha revolução inimaginável, os líderes
políticos idealizaram estratégias para minar a influência desses cristãos na
sociedade.
Após as conquistas bélicas de
Alexandre Magno sobre o domínio Medo-Persa, iniciou-se um novo período
filosófico, o Helenístico. Por causa dessa guerra os escritos de Aristóteles foram
para o Oriente e os de Platão ficaram no Ocidente.
Conviviam naquela região: Persas,
gregos, judeus, egípcios, romanos e alguns outros povos do antigo Ocidente.
Naquela época, o individualismo começara ser privilegiado pelos diferentes
seguimentos filosóficos, até então, a felicidade do cidadão estava condicionada
à evolução moral da Polis (cidade Estado) ocidental, onde “todos” poderiam ser
felizes em comunidade.
As principais escolas filosóficas
desse período foram: Cinismo, epicurismo, estoicismo, ceticismo, ecletismo e o
florescimento das ciências particulares. Nessa época a filosofia platônica
especialmente o Mundo das Ideias tornara-se teologia, subjugando os livros e
ritos sagrados de diferentes povos; era a filosofia se impondo às crenças, até
mesmo o judaísmo foi contaminado com o pensamento filosófico das escolas
helenísticas. Filon (25 a. C. - 50 d. C.), filósofo hebreu da Alexandria foi o
primeiro e único a dizer que os escritos bíblicos são alegóricos.
Jesus Cristo nasceu nesse período
histórico dividindo a história em antes e depois Dele. A bíblia acabara de ser
escrita no ano cem depois de Seu nascimento. Cerca de quarenta autores num
período de mil e seiscentos anos escreveram o livro sagrado dos judeus e
cristãos. Ainda hoje esse livro, a bíblia, é o mais intrigante e lido em todo o
Ocidente, servindo de fundamento para todos os credos ocidentais, e seu valor
sagrado e histórico é reconhecido entre todos os povos.
Bom, o que pretendo, é mostrar como
os filósofos e políticos da Idade Média fizeram para minar a influência dos
cristãos primitivos naquela sociedade anticristã, pagã. Líderes pagãos
converteram-se ao cristianismo, por exemplo, Constantino. Agostinho, filósofo
maniqueísta, também se converteu, tornando-se Santo Agostinho. Qual era a filosofia
dos maniqueístas? Deus, o bem e Satanás, o mal, são forças antagônicas que dá
equilíbrio à ordem universal. Todos os cristãos que conhecem a bíblia sabem que
Deus e Satanás não são princípios filosóficos, e sim ensinamentos bíblicos,
onde Deus, é o Criador e Satanás a criatura que pretendera ser Deus, como era
impossível tal feito, Satanás rebelou-se tornando o maculador e vingador de
Deus, usando para esse fim a decadência do ser humano. “Santo” Agostinho para
anular a personalidade do mal, Satanás, denominou-a, ausência do bem. Isto é,
não existe um ser que causa o mal, este é apenas a ausência do bem. Boa jogada
essa de Agostinho.
Constantino, pagão cristão, conseguiu
alterar os mandamentos de Deus: O santo sábado, quarto mandamento da lei de
Deus, perdeu sua validade, passando essa santidade para o domingo. “O
mais antigo reconhecimento da observância do domingo como um dever legal é uma
constituição de Constantino em 321 d. C., ordenando que todas as cortes de
justiça, os habitantes das cidades, e o comércio, deviam descansar no domingo
(venerabili die solis), com exceção dos trabalhadores do campo. __The
encyclopedia Britannica, 11 th ed., art. Sunday”. Reconhece o papado a
mudança do sábado? “Aprouve a igreja de Deus em sua sabedoria, que as celebrações
religiosas do dia de sábado sejam transferidos para o dia do Senhor. __The
Catechism of the council of Trent pág. 398. O primeiro, terceiro e
outros mandamentos também foram alterados, dando lugar ao culto às imagens de
escultura condenado pela própria bíblia.
Santo Agostinho conseguiu implantar a
filosofia de Platão ao cristianismo; por isso muitos cristãos creem na
reencarnação e adoram imagens de esculturas e outros santos beatificados.
Em quem cremos atualmente, em
Jesus segundo os escritos bíblicos, nos filósofos ou nos reis pagãos?
Referências bibliográficas:
História da filosofia. Geovanni Reale/Dario Antiseri. Vol. I. Ed. PAULUS. 1990.
Princípios de Vida. Associação
Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, pág. 218 e 219. Ed. CASA PUBLICADORA
BRASILEIRA. Tatuí, São Paulo. 1988
Isaías Correia Ribas, filósofo e
professor.