Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 –
1900), “criticou o dualismo de Platão, a quem apontava como responsável pela
inversão de valores que vigorou em nossa cultura: a valorização de um outro
mundo – o mundo das Ideias – com a desvalorização deste mundo em que vivemos –
o mundo sensível. Atacou a metafísica platônica e a valorização da alma em detrimento
do corpo, sendo esse o “cárcere da alma”. Para ele, também Sócrates – mestre de
Platão – foi responsável pela introdução do “homem teórico” na filosofia, isto
é, por colocar os conceitos, a teoria e a definição dos conceitos atrelados a
uma “verdade” pré-existente como principal meio para se atingir uma vida
virtuosa. Sócrates, segundo Nietzsche, uniu essa verdade apriori e a moral para
fazer surgir esse homem “virtuoso”, o que atribuiu espaço para todo tipo de moralina
(expressão nietzschiana: esse tipo humano teórico e moralista em sentido
pejorativo). Além disso, o racionalismo de Sócrates fortaleceu uma postura
antropocêntrica na filosofia, tomando o homem teórico e moral como medida para
a construção do homem de bem – isto é, tornando o próprio Sócrates um modelo de
homem. Platão levou essa ideia adiante. Assim é que os inimigos do mestre e do
discípulo, a quem denominavam de sofistas, tiveram seus nomes ligados à
mentira, ao mal, já que os sofistas, para eles, não estavam preocupados com a
verdade e com a moral. Mas a questão, para Nietzsche, é se Sócrates e Platão
não seriam, eles também, tipos sofistas ao nomearem “a verdade” e “a moral”,
ambas absolutas. Além dessas críticas, o filósofo alemão tomou Platão como um
cristão mesmo antes de Cristo, afirmando que o cristianismo não passa de um
platonismo para o povo, como podemos ver no prefácio de Para o além do bem e do mal. A crítica de Nietzsche ao
cristianismo é a própria crítica à metafísica platônica". (Mauro Araujo de Sousa.
NIETZSCHE: Viver intensamente, tornar-se o que se é. Ed. PAULUS – 2009).
A crítica de Nietzsche ao platonismo,
em primeiro lugar, é uma crítica a Santo Agostinho (354 – 430), maniqueísta que
se convertera ao cristianismo, o responsável por pôr o mundo das Ideias de
Platão no cristianismo primitivo, aliado a Constantino, imperador romano que também
se convertera e alterara os mandamentos bíblicos, Fizeram isso com a intensão
de minar a força dos cristãos primitivos que estavam destruindo o paganismo,
levando as pessoas a crerem no Cristo que viera, segundo as profecias, ressuscitara
e prometera voltar para restabelecer o Éden àqueles que o aceitassem como seu
salvador pessoal. Nessa época o politeísmo grego foi também introduzido aos
cultos cristãos pagãos para destruir de vez a força dos primeiros cristãos, até
hoje essa prática faz parte do catolicismo, patrocinador daquele paganismo primitivo
que quer ofuscar a influencia dos ensinos bíblicos às pessoas de moral cristã e
fé no Criador que quer dar vida eterna àqueles que O seguem em nossos dias. Platão
e Sócrates não foram cristãos antes de Cristo, a igreja católica com a
Patrística fez isso, não Nietzsche, esse apenas denunciou a ideologia pagã cristã
que a igreja romana aplicara no cristianismo primitivo.
A primeira medida de ordem pública
impondo a observância do domingo foi a lei feita por Constantino no ano 321.
Esse edito exigia que o povo da cidade repousasse no “venerável dia do sol”,
mas permitia aos homens do campo continuar com suas fainas agrícolas. Posto que
virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo imperador depois de ser
nominalmente aceito pelo cristianismo. O Conflito dos Séculos, pág. 622.
Como a ordem real não parecia
substituir de modo suficiente a autoridade divina, Eusébio, bispo que procurava
o favor dos príncipes e que era amigo íntimo e adulador de Constantino, propôs a alegação de que Cristo
transferira o sábado para o domingo. Nenhum testemunho das escrituras, sequer,
foi aduzido em prova da nova doutrina. O próprio Eusébio inadvertidamente
reconhece sua falsidade, e indica os verdadeiros autores da mudança. “Todas as
coisas”, diz ele, “ que se deveriam fazer no sábado, nós os transferimos para o
dia do Senhor.” _ Leis e deveres Sabáticos, de R. Cox. _ O Conflito dos
Séculos, pág. 622.
REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HISTÓRIA DA FILOSOFIA, VOL. I,
PAULUS – 2003. GIOVANNI REALE/DARIO ANTISERI
NIETZSCHE: Viver intensamente, tornar-se o que
se é. Mauro Araujo de Sousa. PAULUS – 2009
PRINCÍPIOS DE VIDA, CASA
PUBLICADORA BRASILEIRA – TATUÍ – SÃO PAULO. Associação Geral dos adventistas do
Sétimo Dia. Tradução de Carlos A. trezza.
Isaías Correia Ribas, filósofo e professor.