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domingo, 22 de setembro de 2019

ISRAEL E O DESERTO


Assim que Israel deixou o Egito entrou para uma nova escola; pois, todos os israelitas precisavam continuar tendo experiências literais quanto à existência de Deus, Seu amor, Suas leis, o livre-arbítrio e Sua justiça. A primeira barreira que os impediam de alcançar a desértica escola era o mar vermelho; por isso, ainda em território egípcio, montaram seu primeiro acampamento. Mas não demorou muito, ouviram o barulho da cavalaria egípcia que se aproximava para vingar a morte de seus primogênitos, levando Israel de volta ao cativeiro. Acostumados ao trabalho escravo e aos fartos pratos de carnes que lhes eram oferecidos todos os dias, os israelitas queixaram-se de Moisés e Arão por terem libertos para morrer naquela situação desesperadora. Israel desaprendera o exercício da fé que seus antepassados patriarcas Abraão, Isaque e Jacó exerciam em Deus. Mas não tinha outro jeito, eles precisariam passar por pela escola que seus pais passaram e venceram, teriam que ter certeza da existência de Deus que os guiavam naquela jornada; caso contrário, seriam reprovados, não deixando exemplos às futuras gerações, pondo em risco o projeto divino de ter uma nação que O representasse entre todas as nações. Por isso, pacientemente, disse Moisés ao povo:

Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que Ele hoje vos fará; porque os egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver; o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis. (Êxodo 14: 13 e 14)

         Moisés iniciou sua oração pedindo orientação, mas disse Deus, “por que clamas a Mim? Diga ao povo que marchem”! E tu, “com o teu cajado, fira as águas para o mar se abrir e passe o povo a seco”. Todos, inclusive Moisés, continuava aprendendo sobre o poder, amor e disposição de Deus em continuar com o projeto nacional, formando um povo que O represente nessa guerra político-religiosa que envolve as forças do bem e do mal que têm alcançado os políticos de todas as nações, e, de modo crescente, envolverá todas as religiões e denominações religiosas que dizem ser representante da verdade divina contida na Bíblia, que resultará no último conflito político-religioso que precederá a segunda vinda de Cristo que porá fim ao império do mal instituído por Satanás que continua trabalhando para impedir que o projeto divino se concretize. De pronto, Moisés seguiu a recomendação divina ferindo o mar e o espetáculo aconteceu: “um vento forte oriental soprou toda aquela noite forçando o recuo das águas aparecendo terra enxuta” (Êxodo 14: 21 e 22). E o povo entrou pelo caminho aberto pelo recuo das águas, livrando-se dos egípcios. Esses, no afã de pegá-los, adentraram pelo caminho que Deus milagrosamente operara para salvar Israel da fúria egípcia. Chegando à outra margem, a salvos, Moisés viu que os egípcios estavam no meio do leito do mar pelejando em arrumar seus ginetes que, atolados, quebravam; então, Moisés voltou ferir as águas do mar que tomaram seu curso normal causando a morte de todos os soldados que os perseguiam. E assim, o mesmo caminho que Deus abrira para salvar Israel, usara para executar o juízo aos perseguidores egípcios. Após essa experiência, Moisés compôs um novo cântico, e todos cantaram o cântico do livramento providenciado pelo Senhor.
     O deserto usou-o Deus para instruir Israel através de manifestações miraculosas, para que eles tivessem certeza de Sua existência, amor e justiça. As dificuldades serviriam para o exercício da fé pessoal e de Israel como nação; pois, enquanto escravizados não se guardavam mais os mandamentos de Deus, e outras leis que os filhos de Deus devem ser fieis. Doravante tudo que fosse instituído por Deus seria registrado através da escrita. Deus fizera Israel depositário de suas leis, os dez mandamentos que define o que é pecado, comportamentos moral e ético com relação ao próximo, de saúde pessoal, ritos religiosos e civis que deveriam compor a constituição dos israelitas. A principal construção feita no deserto foi o santuário, onde, da tribo de Levi, foram escolhidos os Sacerdotes para o ministério, e Arão, irmão de Moisés, foi o primeiro. Futuramente, o templo que Salomão construíra substituiu as funções do tabernáculo construído no deserto. O templo construído por Salomão sempre fora objeto de inveja das outras nações porque prefigurava o nascimento, morte e ministério de Jesus Cristo; por isso os invasores buscavam destruí-lo, faziam isso instigados por Satanás que queria destruir a escola que ensinava que Jesus nasceria para resolver o problema do pecado e pôr a salvação à disposição dos seres humanos, único meio de voltar à perfeição edênica. Com o nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo, as leis dos sacrifícios foram penduradas na cruz, e o templo perdeu seu valor didático, pois, “o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” nascera segundo as profecias!

Jornada pelo deserto

     Em dois anos de caminhada o povo de Israel chegou à fronteira de Canaã. Mas, por causa do relatório apresentado pelos doze espias que Moisés mandara fazer um levantamento da situação das terras que lhes pertenciam, o povo temeu; pois, segundo o relatório, gigantes descendentes dos filhos de Esaú e Ismael habitavam a região. Dos doze espias enviados, apenas Josué e Calebe confiaram no poder de Deus para conquistar as terras que lhes eram de direito; mas o povo preferiu temer com os dez espias que não confiavam no poder de Deus. Por causa dessa incredulidade, Deus os fez vaguear mais trinta e oito anos pelo deserto, até que todos que saíram do Egito de vinte anos para cima morressem. Dos adultos que saíram do Egito, apenas Josué e Calebe entraram na terra prometida. Até mesmo Arão e Moisés, como exemplos aos futuros líderes religiosos foram reprovados. Moisés chegou ver a terra prometida, mas quem guiou o povo a possuí-la foi Josué que o substituíra. Para o ancião e paciente Moisés Deus tinha outros planos.
     Os gigantes habitantes das terras prometidas aos israelitas eram os descendentes de Esaú que se uniram em casamentos com os descendentes de Ismael, que iriam impedir que os israelitas habitassem a região que Deus dera a Abraão e sua fiel descendência. É o início do conflito belicoso entre os filhos de Deus e dos homens pelo direito de habitar o território prometido a Israel. Como a expulsão dos descendentes de Esaú não se concretizou por completo, eles passaram conviver juntos unindo-se em casamentos, por isso, a religiosidade de Israel fora uma constante de altos e baixos; sempre dependendo de heróis que os livrassem da escravidão impostas pelos descendentes de Esaú. É dentro desse contexto que aparece Sansão, Golias e outros (as) heróis que Deus levantara para advertir e livrar os israelitas das garras de seus irmãos infiéis. 

Porque, se de alguma maneira vos apartardes e vos achegardes ao resto destas nações que ainda ficou convosco, e com elas vos aparentardes, e vós a elas entrardes, e ela a vós, sabei, certamente, que o Senhor vosso Deus, não continuará a expelir estas nações de diante de vós, mas vos serão por laços, e rede, e açoites às vossas costas, e espinho aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus. (Josué, 23: 12 e 13)

Não puderam, porém, os filhos de Judá expelir os Jebuseus que habitavam em Jerusalém; e assim habitaram os Jebuseus com os filhos de Judá em Jerusalém até o dia de hoje. (Josué, 15: 63)

E não expeliram os cananeus que habitavam em Gezer; e os cananeus habitavam no meio dos efrainitas até o dia de hoje; porém serviam-nos, sendo-lhes tributários. (Josué, 16: 10)

Agora, pois, temei ao senhor e servi-O com sinceridade e com verdade, deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao Senhor. Porém, se parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: Se os deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus em cuja terra habitais; porém, eu e minha casa serviremos ao Senhor. (Josué, 24: 14 e 15)

Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram o Deus de seus pais que os tirara das terras do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e encurvaram-se a eles, e provocaram o Senhor à ira. Assim, o Senhor deixou aquelas nações e não as desterrou, nem as entregou nas mãos de Josué. (Juízes, 02: 11-12 e 23)                                                                         
     Esse conflito se prolongou por toda a história, passando pelos imperadores Nabucodonosor de Babilônia, Dário e Ciro dos Medos e Persas, Alexandre Magno da Grécia, Imperadores romanos, estendendo-se até o nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, findando com a morte de Estevão no ano 34, época em que os judeus foram oficialmente destituídos de ser representante de Deus na Terra. Com o ministério de Cristo, iniciou a última fase do plano de salvação. Como os judeus, últimos representantes dos hebreus e israelitas perderam o posto de representante de Deus na terra, o Cristianismo Primitivo fundado por Jesus Cristo substitui-os, formando através dos discípulos, apóstolos e cristãos conversos, o Israel espiritual, pois, como os israelitas, continuaram defendendo a validade dos dez mandamentos e Jesus como único meio do pecador arrependido alcançar o perdão dos pecados e a salvação. A única lei que perdera sua validade com o morte de Cristo foi a dos holocaustos.
     Com a ascensão de Cristo ao céu, o Espírito Santo passou ser o agente divino que capacita os cristãos a fazer a vontade de Deus explícita na Bíblia.

Todavia vos digo a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for o consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviá-lo-ei. (João, 16:7)

Cumprindo-se o dia do pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um ouvia falar na sua própria língua. (Atos, 10:1-6)

     O milagre do falar em diferentes idiomas pelos discípulos que falavam a mesma língua foi a repetição do poder divino demonstrado nos dias da torre de Babel quando Deus forçou os seres humanos habitar todo o planeta fundando novas nações segundo o idioma falado. Há pessoas que não crê na existência do Espírito Santo como sendo Deus, um ser semelhante ao Pai e ao filho Jesus que compõem a Santíssima Trindade. Mas foi Jesus quem disse que o Espírito Santo existe, a prova disso é que Sua presença marcou o início da pregação do evangelho a todas as nações, capacitando os discípulos pregar o evangelho em outros idiomas. Voltemos à história de Israel:
     A experiência na escola do deserto ilustra a todos os povos que Deus, além de amor, é justo. Toda pessoa em vida passa por esse deserto da experiência pessoal com Deus. Ninguém neste planeta, independentemente de religião adotada, está isento dessa experiência. Por isso, não nos enganemos, Deus não muda, então, tudo que for preciso fazer para conscientizar-nos nesta vida a respeito de Seu plano de salvação, Ele fará. O velho testamento precisa ser estudado por todos aqueles que dizem crer em Deus; pois, se não compreendermos o Deus de Israel, não compreenderemos o motivo porque Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou dentre os mortos. Nada que ali fora instituído é insignificante para os que buscam a verdade e a salvação no século XXI. Logo, a missão divina de fazer o plano de salvação conhecido de todas as pessoas através de uma religião contemporânea, que defende a validade das leis de Deus para os dias atuais é um cumprimento profético.
     O livro Apocalipse apresenta sete períodos da igreja Cristã: O primeiro é representado pela igreja de Éfeso que se estendeu da ressurreição de Cristo ao ano 100; o segundo foi Esmirna (100-313); o 3º Pérgamo (313-538); 4º Tiatira (538-1517); 5º Sardes (1517-1833); 6º Filadélfia (1833-1844); e o 7º é Laodiceia (1844 até a segunda vinda de Cristo). Laodiceia é a última fase do Cristianismo primitivo a advertir todas as nações que o Cristo que dividira a humanidade em antes e depois dele está prestes a voltar para restaurar a perfeição existente antes do pecado.
     Por isso, compreender o-todo de toda produção teocêntrica e antropocêntrica é necessário para deduzirmos qual é a verdade divina que muitos políticos, cientistas, filósofos, religiosos e outros trabalham para negá-la. E aí, entendes por que tanto empenho através da política, e das religiões para minar a influência dos escritos bíblicos, especialmente do Velho Testamento, proibindo que eles sejam ensinados nas igrejas católicas, protestantes, espiritualistas, nas escolas públicas e na maioria das privadas? É que essa guerra epistemológica que envolve religiões e políticas estatais é a mesma iniciada no céu por Lúcifer que resolvera por em dúvida a existência de Deus e seu plano de salvação. Por isso, a estratégia de dizer que o velho testamento fora somente para os judeus, continua sendo um dos meios de impedir que a humanidade compreenda o plano de salvação. E, segundo as profecias bíblicas, essa técnica do engano se intensificará quanto mais próximo do dia D da intervenção de Deus nos negócios da humanidade se aproxima. A função dos dez mandamentos, além de determinar o que é pecado, instrui como o ser humano deve relacionar-se com Deus e com o próximo:

1 – Não terás outros deuses diante de mim.

2 – Não farás para ti imagens de escultura, nem alguma semelhança do que há encima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.

3 – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar seu nome em vão.

4 – Lembra-te do dia do sábado para santificar. (...)

5 – Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.

6 – Não matarás.

7 – Não adulterarás

8 – Não furtarás.

9 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10 – Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. (Êxodo, 20: 1- 17)