Com o nascimento de Cristo a plenitude dos
tempos chegara, pois, até então, nunca houve uma época com tantas disputas
religiosas por ser o representante da divindade original, aquela que criara o
universo e adaptara o planeta Terra às diversas formas de vida. Sócrates foi
condenado à morte por negar o poder e divindade dos deuses gregos, exaltando a
existência de um Deus “Inteligência
Superior”, cobrar postura ética e moral das pessoas e políticos de Atenas.
O comportamento de Cristo era semelhante aos de Sócrates, Ele negava o
politeísmo romano, a divindade dos imperadores, classificou o judaísmo de hipocrisia
e afirmou ser igual a Deus: “Eu e o pai somos um”. Aí, não deu
outra, os judeus e romanos O acusaram de proferir blasfêmia e O condenaram à
morte. Cristo nasceu segundo indicavam as profecias, mas seis meses antes,
nascera João Batista pregando e batizando no deserto da Judeia, dizendo:
Arrependei-vos, porque é chegado o
reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas (...)
(Mateus, 3: 2 e 3)
E muitos de Jerusalém, da Judeia e
províncias adjacentes ao Jordão iam até João para serem batizados (as). Certo
dia, para surpresa de João, entre o povo, apareceu Jesus pedindo para ser
batizado; de imediato, João recusou perguntando: “Eu careço ser batizado por ti e
vens tu a mim”? Respondeu-lhe Jesus: “Deixa por agora, porque assim nos
convém cumprir toda justiça”. Então João O batizou. Ao sair das águas,
João viu o Espírito de Deus descendo em forma de pomba sobre Jesus; e ouviu uma
voz vinda do céu dizendo: “Este é o meu filho amado em quem me comprazo”.
(Mateus, 3: 13 – 17). Após o batismo, Jesus, aos trinta anos de idade, iniciou
Seu ministério para completar o plano de salvação, dirigindo-se ao deserto, e
lá, a sós, Satanás tentou para fazer que desistisse da missão caindo em suas
tentações; mas Jesus o venceu citando a bíblia:
Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito
ao deserto. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
e, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o filho de Deus, anda que
estas pedras se transformem em pães. Ele respondeu: Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. (...) (Mateus
4: 1-11)
Após esses ocorridos, Jesus iniciou seu
ministério chamando pessoas de diversos seguimentos para segui-Lo. Assim
iniciou o Cristianismo primitivo que substituiria a nação israelita que se
perdera entre as políticas e falácias filosóficas.
O
batismo cristão foi instituído para substituir o cerimonial judeu de imolar animais
que prefiguravam o ministério de Cristo. Com o nascimento, ministério, morte e
ressurreição de Jesus, a lei de imolar animais e aves em reconhecimento que era
pecador dado aos hebreus, Israelitas e judeus, chegou ao fim. A partir da morte
de Cristo, todas as pessoas que O reconhece como salvador, basta se batizar por
imersão nas águas para iniciar a caminhada cristã vivendo em novidade de vida
como fizera Jesus que fora fiel a Deus não cedendo às tentações de Satanás;
preferindo seguir o explícito na bíblia. Detalhe, a bíblia dos dias de Cristo
era a Torá (velho Testamento). Os
sacrifícios diários que faziam os judeus foram substituídos pelo batismo,
estudo da bíblia, orações, ofertar e dizimar para manter a pregação das boas
novas a todas as nações. Então, entende-se, que, os cristãos devem buscar fazer
a vontade de Deus como fizera Jesus Cristo, seus discípulos e Apóstolos que
viveram como vivera Jesus. Logo, Jesus viera pôr ordem na casa que se perdera
entre as formalidades religiosas; definindo a nova religiosidade que valeria
até que ele viesse outra vez; por isso, antes de ser elevado ao céu para
terminar sua obra de intercessor, fez a promessa que voltaria para buscar
aqueles (as) que fossem fieis, pondo fim à história do pecado. Aqueles que O
viram ascender ao céu recebeu a missão de continuar a obra que Ele iniciara que
seus discípulos dera continuidade com ajuda do Espírito Santo que continua
auxiliando os discípulos e Apóstolos, capacitando-os no que fosse preciso. É o
início do cristianismo que substituíra todas as formalidades religiosas
judaicas e politeístas; recolocando em evidência o monoteísmo bíblico segundo
pregara Abraão, o pai da fé. Então, com Jesus, iniciara a última etapa para
concretizar o plano de salvação; e é claro, Satanás iria intensificar seu
projeto de enganar a todos (as), aumentando a luta entre o bem e o mal com o
objetivo de frustrar todos os planos de Deus para salvar quem Nele crer. A
partir do assassinato de Estevão que pregava essa nova ordem religiosa, o
filósofo Saulo (Paulo) se converteu e fora, de modo miraculoso, chamado para
ser o pregador dessas boas novas entre os gentios; assim, com os discípulos e os
Apóstolos, o evangelho propagou-se entre todos os povos, incomodando os
imperadores romanos que decidiram pôr fim ao crescimento do cristianismo
primitivo, perseguindo e matando quem se atrevesse continuar divulgando a nova
religiosidade monoteísta cristã. Mas algo estranho acontecia; quanto mais
cristãos morriam o número destes aumentava.
Como
os imperadores romanos tinham status divino, eles esperavam que os cristãos
também os reconhecessem como tal; como os cristãos não prestavam cultos às
estatuas dos imperadores que estavam expostas nas praças, foram perseguidos e
mortos. O primeiro imperador a se opor aos cristãos foi Claudio durante os anos
(41-54 d. C.). Com ele os cristãos foram equiparados aos magos e feiticeiros;
classificados como ignorantes por não possuir educação filosófica. Magia é a fé
contra o racional, conhecimento popular contra o filosófico. Com essas comparações
o Estado Romano buscou denegrir o cristianismo.
Ainda
no ano 54, Nero determinou a perseguição e morte de todos os cristãos. Em 65,
10 dos 14 bairros de Roma foram queimados e o imperador Nero foi acusado pelo
povo de ser o autor, mas ele lançou a culpa sobre os cristãos. Iniciara a
primeira grande perseguição aos cristãos primitivos que durou três anos.
Morreram, entre outros cristãos, os Apóstolos Pedro e Paulo. No ano 89, afirmou
o historiador grego Dione Cássio, no livro 87 de sua História Romana, que o
imperador Domiciano acusou os cristãos de ateus por não considerar a majestade
imperial como divindade absoluta.
Marco Aurélio (161-180)
Marco Aurélio, imperador e filósofo, por 19 anos governou Roma, mas 17
passaram envolvidos em guerras. Aurélio tinha grande desprezo pelos cristãos e
os consideravam como loucos porque propunha à gente comum, ignorante, uma
maneira de comportar-se em busca de uma fraternidade universal, fazia o bem
pelos outros sem esperar recompensa. Atitude que só os filósofos podiam
compreender e praticar ao final de longas meditações e disciplinas. Com medo
que a nova religião pusesse em perigo a religião do Estado, proibiu a prática
do cristianismo. As guerras entre os imperadores da época e a peste que atingia
os romanos foram, segundo concluíram os intelectuais, porque os deuses estavam
encolerizados contra Roma por causa das práticas cristãs. Essas acusações
continuaram nos primeiros anos do imperador Cômodo, filho de Marco Aurélio. Sob
o reinado de Marco Aurélio, a ofensiva dos intelectuais de Roma contra os
cristãos atingiu o auge. Os cristãos foram considerados “à poeira humana”.
Disseram mais: “É preciso eliminar os cristãos como transgressores da civilização
humana”.
Após
mais ou menos dois séculos de perseguição aos cristãos e não elimina-los. O
Imperador Constantino, convicto que o Cristianismo não seria destruído com
perseguições e morte dos cristãos, no concílio de Milão, no ano 313, acabou com
as perseguições romanas reconhecendo os direitos dos cristãos. Porém, não fez
do Cristianismo primitivo religião oficial do Estado. As perseguições enceram
totalmente com o edito do dia 7 de março de 321. Constantino fora adepto do
mitraísmo, adorava o deus sol no domingo. Ele declarou-se adepto do
cristianismo para parar o desenvolvimento dos cristãos primitivos que adoravam
o Deus bíblico no sábado.
No ano 325, no primeiro concílio de
Niceia, o domingo fora confirmado como dia de descanso também aos cristãos. E
no concílio de Laodiceia, a guarda do sábado foi abolida definitivamente. Em
380, o imperador bizantino Teodósio I, através de uma lei denominada “édito de Tessalônica”, o Cristianismo
tornou-se religião oficial do Império Romano ao unir à Antiguidade clássica às
raízes judaico-cristãs do continente europeu. Em 391, os cultos pagãos foram
proibidos, seus templos e escolas foram fechados. Em 395 o imperador Teodósio I
dividiu definitivamente o império em duas partes: Império Romano do Ocidente,
com capital em Roma; e Império Romano do Oriente, com capital em
Constantinopla. De fato, as diferenças entre as igrejas causaram essa divisão; mas
era só uma igreja cristã. O Papa era a autoridade máxima do continente europeu;
mas havia mais duas autoridades chamadas de Patriarcas, uma sede (sé) ficava em
Alexandria (Egito) e outra em Constantinopla (Turquia). Quando Alexandria foi
anexada pelo Egito ao Império Muçulmano, deixou de ser importante, restando
apenas Constantinopla (antiga Bizâncio), que depois veio ser Istambul. Com
essas divisões administrativas, acreditava-se que fortaleceria o império. Mas
não foi o que aconteceu, a crise aumentou na cidade forçando o povo ir para o
campo plantar a fim de sobreviver, nascendo o feudalismo; com a invasão de
outros povos conhecidos como Bárbaros, a crise aumentou e tentaram derrubar o
poder romano. Em 476, com os hérulos seguidos pelos ostrogodos, o imperador
Rômulo Augusto foi deposto, pondo fim ao Império Romano do Ocidente. Assim,
chegara o fim da Antiguidade e dera início a Idade Média sob o comando do
império do Oriente, integrando elementos romanos e germânicos. Estabelecia-se
uma nova religiosidade para o poder. No lugar do desgastado título de Augusto,
pelo qual o imperador era divinizado, governava-se agora em nome Jesus Cristo.
Assim,
no século V, começou o período conhecido como Idade Média ou período das trevas.
A autoridade maior do cristianismo medieval passara ser o Papa que se declarou
representante de Deus na Terra, assumindo o controle político, filosófico e
religioso; agora, dona de todo poder, em condições de alterar as leis dos dez
mandamentos, de saúde e outras contidas na Bíblia jogando-as por terra,
exaltando as tradições de Roma pagã que se tornara igreja Católica Apostólica
Romana. A partir dos anos 800, houve várias tentativas para derrubar o absolutismo
religioso causando a morte do papa e muitos padres. No ano 1054 aconteceu novo
cisma dentro da igreja romana, dividindo o território mundial entre duas
igrejas como era no início; renascia a antiga figura do Patriarca bíblico que
passara ser título para a Igreja do Oriente e o Papa continuou sendo a maior
autoridade para a igreja ocidental. Nesse cisma, os dois líderes católicos se
excomungaram mutualmente.
No dia 12/02/2018, em Cuba, o Papa
Francisco e o Patriarca ortodoxo russo deram um passo importante para a
reconciliação entre as igrejas divididas em 1054.