A palavra graça, de modo
geral, não é compreendida pelos religiosos, eles confundem graça com gratuidade.
Graça é o poder de Deus dado às pessoas que desejam a salvação, pois, para
sermos salvos a que fazermos a vontade de Deus explícita na Bíblia, algo
impossível ao homem natural, no entanto, aos que desejam a salvação, Deus dá
sua graça (poder) para o ser humano adaptar o novo estilo de vida à vontade de Deus. Assim
sendo, a salvação não é de graça; pois, caso fosse, seria para todos sem exigência
alguma. Como foi necessário o sacrifício de Jesus, aos que desejam a salvação, é necessário obedecer a Deus guardando os dez mandamentos e outra leis que define o que é o
pecado. Caso contrário, não haveria necessidade de religiões e missão de pregar o evangelho.
O preço pago para salvar o ser humano foi alto e a salvação é de
graça! Porém, não é gratuita. Nos custa renunciar viver a vida segundo a nossa
vontade, substituindo-a pela vontade de Deus expressa na Bíblia. Então, ingerir
bebidas alcoólicas, fumar, drogar-se, comer carnes classificadas como imundas,
adulterar, roubar, matar, cobiçar, trabalhar aos sábados e outras orientações
contidas na Bíblia são práticas contrárias à vontade de Deus; e são elas que
determinam o que é pecado. Logo, quem conscientemente as pratica, sem
abandoná-las por amor a Deus não será salvo. E aí, você que diz seguir a Deus
através de alguma denominação religiosa, ainda acha que a salvação se reduz a
ser adepto de alguma religião que canta e dança em nome de Jesus? Se sim, está
se enganando ou sendo enganado; pois, para sermos salvos, a que fazer a vontade
de Deus em detrimento da nossa que é naturalmente contrária a de Deus. Negar o
eu só é possível através do poder do Espírito Santo agindo no ser humano. Logo,
parar de fazer a minha vontade contrariando o explícito na Bíblia só é possível
com a ajuda do Espírito Santo que nos capacita a ter o mesmo estilo de vida de
Jesus, de submissão à vontade do Pai explícita na Bíblia! Por isso concluiu o
filósofo alemão Friedrich W. Nietzsche: “Ser
cristão é ser como Cristo foi”.
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o
que eu vos mando. Já não vos chamareis servos, porque o servo não sabe o que
faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu
Pai tenho-vos feito conhecer. (São João, 15: 14 2 15)
Política
e lei
O fundamento do governo divino como o dos seres humanos seja democrático
ou absolutista, necessariamente, tem que ser composto por leis, único meio de
detectar quem são os transgressores e os leais para fazer justiça. No caso do
regime democrático que é o mais parecido com o divino, além das leis, há o
livre-arbítrio para o indivíduo escolher ser ou não fiel a Deus ou as leis de
seu país. Fora desse princípio composto
por leis e livre-arbítrio é impossível detectar quem são os bons e maus caráteres,
meio eficaz para fazer justiça entre os homens e Deus executar seu juízo
salvando apenas os que, de boa vontade, buscam fazer Sua vontade explícita na Bíblia.
O Esclarecimento é a saída do homem da
condição de menoridade autoimposta. Menoridade é a incapacidade de servir-se de
seu entendimento sem a orientação de outro. Esta menoridade é autoimposta
quando a causa da mesma reside na carência não de entendimento, mas de decisão
e coragem em fazer uso de seu próprio entendimento sem orientação alheia.
Sapere aude! Tenha coragem em servir-te de teu próprio entendimento! Este é o
mote do Esclarecimento.
Preguiça e covardia são as causas que
explicam porque uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza
tê-los declarado livres da orientação alheia (naturaliter maiorennes), ainda
permanecem com gosto e por toda vida, na condição de menoridade. As mesmas
causas explicam porque parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores.
É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim,
um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve a dieta etc.:
então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar quando posso pagar
outros assumiram a tarefa espinhosa por mim; a maioria da humanidade (aí
incluído todo o belo sexo) vê como muito perigoso, além de bastante difícil o
passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de
bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente
protegido seu gado, para que estas pacatas criaturas não ousem dar qualquer
passo fora dos trilhos nos quais devem andar os tutores lhes mostram o perigo
que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é
assim tão grande, pois, após algumas quedas aprenderiam facilmente a andar;
basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por
completo para que não façam novas tentativas. – Para o esclarecimento, porém,
nada é exigido além da liberdade; e mais especificamente a liberdade menos
danosa de todas, a saber: utilizar publicamente sua razão em todas as
dimensões. Mas agora escuto em todos os cantos: não raciocineis! O oficial diz:
não raciocineis, exercitai-vos! O Conselho de Finanças: não raciocinais, pagai!
O líder espiritual: não raciocineis, credes! (um único senhor do mundo pode
dizer: raciocinai o quanto quiser e sobre o que quiser; mas obedecei!) Por todo
canto há restrição da liberdade. E qual restrição serve de obstáculo para o
esclarecimento? Qual não o impede e até mesmo o sustenta? Respondo: o uso
público do entendimento deve ser livre em qualquer momento, e só ele pode gerar
o esclarecimento entre os seres humanos; o uso privado do mesmo pode
frequentemente ser bastante restrito, sem que, todavia, o progresso do
esclarecimento seja por si só, impedido. (...) (KANT)
Danilo Marcondes. Textos básicos de Ética de Platão A Foucault, p. 88 e 89.