O real é o que existe na natureza, os objetos e teorias aplicadas; isso
tanto faz para o senso comum como para as mentes mais críticas. Logo, definir o
que é metafísica dentro deste contexto, segundo as conclusões da filosofia
contemporânea, não é tarefa fácil. Pois, para os pensadores contemporâneos toda
metafísica são pseudoproblemas, algo que não deve ser levado em conta, assim
pensam os positivistas, “físicos”, “matemáticos”, “geômetras” e filósofos
naturalistas.
O que é a luz?
Durante a noite, antes da descoberta da eletricidade, a luz era o
resultado da queima de um combustível que gerava o fogo e consequentemente a
luz. Sem dúvida, todos esses fenômenos existem e são reais enquanto há queima
de combustível; apagando-se o fogo, acaba-se a luz e reina a escuridão, mas a possibilidade
da realidade continua existindo. Nesse contexto onde há combustível, fagulha,
oxigênio, fogo e luz, não está presente o metafísico, todos os fenômenos são
físicos, reais.
O átomo é uma teoria. Não o vemos; como também não vemos o elétron, os
prótons e os nêutrons, percebemos apenas os fenômenos dessa teoria aplicada,
cujos resultados são: luz elétrica, o choque elétrico que nos faz tremer e que,
dependendo da amperagem (carga elétrica) pode causar a morte do sujeito, no
girar de um motor e outros milhões de aparelhos que funcionam a partir da
geração da tensão elétrica gerada a partir de uma hidrelétrica ou outra fonte
qualquer que gere uma tensão ou força. Para que todos esses fenômenos aconteçam
à nossa percepção, não existe nenhuma interferência metafísica, tudo é produto
da razão pura aplicada empiricamente, isto é ciência positivista. Logo, dizer
que há um deus por trás de toda essa engenharia é delírio, ignorância. E, caso
alguém queira criar um problema metafísico por causa da impossibilidade de
vermos o átomo e os elementos que o contém, esse problema será um
pseudoproblema. Pois, o que interessa à ciência positivista é a realidade
existindo a partir de uma teoria aplicada.
Ciências exatas e leis:
A matemática, a física, a geometria e
as legislações também são criações da razão pura. E, assim sendo, não cabe a
ninguém em sã consciência deduzir qualquer tipo de metafísica nessas ciências¹.
________________
¹ Se dissermos, por exemplo – como ocorre de há muito
tempo a esta parte –, que a metafísica é a doutrina sobre “o ser verdadeiro”,
sobre “a realidade em si mesma”, sobre o “ser transcendente”, não podemos
deixar de observar que a expressão “ser verdadeiro” e “ser real” dá a entender
que se lhe contrapõe um ser não verdadeiro e não genuíno, inferior e aparente,
como supõe todos os metafísicos desde dos Eleatas e Platão.
Este ser aparente seria o ser das aparências ou
“imagens” (species). Ao passo que as realidades verdadeiras e transcendentais
só seriam atingíveis, com esforço, para os metafísicos, as ciências
particulares só teriam que ocupar-se com as “imagens”, sendo-lhes o seu
conhecimento plenamente acessível.
A diferença e oposição entre as duas “espécies” de
ser, no que diz respeito à sua cognoscibilidade, estaria em que as imagens nos
seriam conhecidas diretamente, nos seriam “dadas”, enquanto que a realidade
metafísica só poderia ser deduzida delas por vias indiretas.
Com isso parece havermos chegado a um dos conceitos
fundamentais dos positivistas, pois também eles falam constantemente do “dado”,
e formulam geralmente o seu princípio fundamental no enunciado de que tanto o
filósofo como o pesquisador das ciências naturais devem ater-se ao “dado”, e de
que um ir além – como tenta fazer o metafísico – seria impossível ou careceria
de sentido. [...]
Se a rejeição da metafísica por parte do positivismo
equivale à negação da realidade transcendente, parece ser a conclusão mais
natural do mundo que ele só reconhece realidade ao ser transcendente. Assim, o
princípio básico do positivismo parece rezar: “somente o dado é real”. (CARNAP
p. 40 e 41)
Dia e noite:
O sol, as demais estrelas, a lua e os planetas que conhecemos fazem
parte do ilimitado universo que o planeta Terra está inserido. O sol é uma
estrela que ilumina e aquece nosso planeta. Como a Terra gira em torno do sol e
de seu próprio eixo, temos o dia e a noite e as diferentes estações climáticas.
Como a lua é um satélite natural da Terra, e ela recebe alguma luz do sol, a
escuridão da noite é diminuída pela ação desse satélite. Desde que o homem
existe essa mecânica celeste permanece inalterada. E eu e você sabemos que
homem algum criou esse sistema, porém, ele
existe e é real, tanto para os iletrados como para os letrados. Apesar dos
milhares de anos de ação dessa engenharia universal, o combustível do sol não
diminui e a temperatura permanece a mesma, as variações que há dão-se por causa
dos movimentos (rotação e translação) da Terra. Diante desses fatos, a cognição
humana, tanto do senso comum como a dos mais célebres e letrados homens, vê com
admiração e espanto a impenetrável engenharia celeste como se fosse um Deus em si.
O sol é o astro de maior grandeza da galáxia em que estamos inseridos, por isso
foi eleito pelos célebres letrados como o grande Deus do universo, digno de
culto. E, em memória desse deus, escolheram um dia da semana para adorá-lo.
Esse dia é o domingo (Sunday) dia do sol. Então, quando os adoradores
católicos, protestantes e espiritualistas vão às suas igrejas nesse dia, estão
adorando o deus sol. Como o homem é contraditório! Ele não criou nada no
universo, mas foi capaz de separar um dos astros celeste e elegê-lo como seu
deus. O deus sol é criação da razão pura adotado pelo cristianismo, logo, todos
os cristãos adoram esse falso deus como se o sol fosse o criador de todas as
coisas. Pergunto, existe metafísica nessa realidade religiosa? Não. Pois essa
realidade é razão pura, invenção humana, logo, pseudoteologia,
pseudometafísica, pseudofilosofia e pseudociência, porém, os problemas existem
e são reais, pois afetam diretamente a boa fé dos indivíduos enganando a todos.
Vida e morte:
A vida e a morte também existem e são
reais. Mas a questão que perturba qualquer um que reflete sobre a origem da
vida e da morte é: de onde viemos e para onde vamos além da realidade
biológica? Até hoje nenhuma teoria científica, filosófica e religiosa conseguiu
avançar além das revelações bíblicas. Muitas hipóteses já foram formuladas e
pesquisadas, mas nenhuma se confirmou verdadeira ou falsa segundo os métodos do
empirismo positivista.
Deus e o logos:
Segundo a bíblia Deus criou todas as coisas através do ‘logos’
(palavra); Ele falou e, a Seu mando, o planeta Terra que era coberto de águas e
escuridão foi-se moldando segundo a vontade do Criador que resolvera habitar o
planeta com seres vivos, e assim, o céu astral, a natureza, e os animais foram aparecendo
conforme a vontade do Deus Criador. Tudo foi criado em sete dias literais. No
sexto dia ele criou Sua obra prima, um ser à Sua semelhança; logo, o homem foi
criado à imagem de Deus. A semelhança física é comprovada por meio de Jesus,
Seu único filho que se encarnou para salvar a humanidade. A semelhança racional
é comprovada pela capacidade que temos de pensar e executar o pensado, da
comunicação através da fala transmitindo cultura e conhecimento; Essa
capacidade intelectual foi dada somente ao ser humano; mas o bem maior dado aos
homens foi, liberdade de agir segundo a sua vontade. Logo, o homem não foi
determinado para obedecer e nem para desobedecer, mas foi capacitado para
entender, compreender, ter consciência e agir segundo seu entendimento, baseado
nessa capacidade intelectual, Deus orientou o homem de que sua felicidade
eterna dependia de seguir Suas instruções. Nos outros animais a inteligência é
instintiva, isto é, o comportamento se mantém o mesmo, único em cada espécie,
isto é, os animais não agem segundo sua vontade, mas pela necessidade biológica,
foram condicionados. Toda criação ocorreu no contexto da eternidade; isto é,
tudo foi criado fora do contexto da morte, a eternidade estava condicionada à
fidelidade às instruções divinas, pois, a desobediência já ocorrera no
universo; mas, como Deus é o Deus da liberdade, o mal causado por Lúcifer teria
que desenvolver para que as criaturas racionais do universo fizessem suas
escolhas, pois, Deus determinara um tempo para Satanás desenvolver seus ideais
pondo-os em prática diante das criaturas racionais.
O ser humano é especial porque nele
se manifesta o físico e o metafísico. A natureza e o Divino compõe o homem.
Nossa parte física Deus moldou do barro; e o metafísico deu-se através do Seu
sopro vital. Isto é, o espírito de vida é a razão que há em nós, por isso o
homem é uma alma vivente, racional e inteligente. Então, o homem existe e é
real, porém, há uma realidade metafísica expressa na realidade física, natural.
Na morte, dá-se ao contrário da vida: o pó, matéria física volta ao pó. E a
vida, que é o sopro divino, volta a Deus que o deu.
A teoria ou filosofia de que o homem é composto de um corpo mortal e uma
alma imortal que reencarna, é filosofia platônica, copiada dos orientais
pitagóricos que Platão trouxe para Atenas, ensinando através do mundo das
ideias que, a realidade é expressa no que pensamos e não no que se vê, posteriormente,
na Idade Média, seu mundo ideal foi incorporado ao cristianismo como teologia,
porém, essa teoria não condiz com o ensino bíblico, se parece, mas é falácia
filosófica.
Filosofia do sagrado além do cristianismo:
Os fundamentos científicos e/ou
naturais quanto ao dia e a noite são universais. A divergência se dá em relação
ao objeto sagrado. Para os cristãos, o sol é o objeto de culto, um deus pagão,
e o dia sagrado separado para cultuá-lo é o domingo. O idealizador e mantenedor
do sagrado dos cristãos é o Vaticano através do papado que se diz representante
de Deus na Terra. No Vaticano não existe metafísica, somente razão pura.
Para os árabes e mulçumanos, Alá é Deus único e o objeto que o
representa é a Caaba (pedra negra). Maomé é o profeta, a figura mais importante
do Islamismo; nasceu em Meca no ano 570, e idealizou política e religiosamente
o mundo islâmico.
Abraão, elo comum entre judeus, cristãos e
árabes:
Abraão é o pai da fé dos judeus, cristãos e árabes. Os
cristãos seguem a tradição bíblica onde os descendentes de Isaque deu origem
aos judeus e tradicionalmente aos cristãos, dessa linhagem nasceu Jesus Cristo.
Os árabes descendem de Abraão segundo a linhagem de Ismael, filho de Abraão com
sua serva egípcia, Agar. Disse o anjo do Senhor a Agar quando fora expulsa da
casa de Abraão para cumprir com a vontade de sua esposa Sara, com o consentimento
do próprio Deus; assim seria a descendência de Ismael: “Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será
contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos
os seus irmãos”. (Gênesis 16: 12)
Diferente
dos cristãos, o dia santo para os árabes mulçumanos é a sexta-feira.
“Diferenças religiosas no mundo”:
Fundamentalmente existem quatro teorias e quatro sagrados dignos
de cultos que distinguem todas as denominações religiosas do planeta, a saber:
o sol para os cristãos; a Caaba (pedra preta) para os mulçumanos; o interior do
sujeito para os budistas; e o Deus bíblico para os Adventistas do Sétimo Dia:
1 - O
sol é o deus dos cristãos, me parece
que, o que há de comum entre cristãos e budistas, é o dia santo, o domingo.
2 - Alá,
reverenciado através da Caaba, é o deus dos árabes muçulmanos, o dia santo para
adoração é a sexta-feira.
3 - Os
budistas se voltam para o seu interior, pois, entendem eles, que a meditação é
o meio eficaz para resolver todos os problemas e encontrar o nirvana (estado de
paz interior permanente alcançado quando se perdem os sentimentos negativos). Atualmente,
Buda não é uma pessoa, mas um título; o primeiro Buda foi Sidarta Gautama, é
considerado o mais brilhante, nasceu no século VI a. C.; Sidarta (aquele que
realiza todos os desejos) nasceu em Lumbini, região das planícies do Terai,
norte da Índia, território pertencente hoje ao Nepal.
4 - E
por último temos a orientação bíblica que nos revela o Deus Criador e
Mantenedor de tudo o que há.
_ A
igreja defensora de todos os princípios bíblicos vigentes para a atualidade é a
instituição Adventista do Sétimo Dia.
_ Ela
tem uma profetisa que a orienta sobre a validade dos princípios bíblicos e como
aplicá-los na vida cristã, “afastando a hipocrisia de seu meio”: Ellen G. White
(1817-1915).
_ Tem
consciência de que a mensagem bíblica de apocalipse 3: 14-22, o último período
da igreja cristã, Laodicéia, é aplicado
aos adventistas do sétimo dia.
_ Sabe
que há devotos falsos e verdadeiros convivendo no mesmo recinto (igreja).
_ Não
ignora que muitos se tornam membros, pastores e profissionais legais da igreja
para usufruir profissionalmente da instituição.
_
Declara abertamente que ser profissional da instituição não significa garantia
de salvação, que, em todas as igrejas (religiões) há pessoas fiéis que serão
salvas, pois, Deus é o justo juiz que julga segundo as intenções do indivíduo,
porém, uma vez consciente da verdade, não segui-la, o indivíduo se torna
pecador por opção, logo, ciente de sua perdição; pois Deus não se deixa enganar
e nem convive com o engano. Então, a ignorância por opção com relação aos
escritos bíblicos e os escritos do Espírito de Profecia de Ellen G. White é
sinônimo de perdição, mas quem julga é Deus, não a igreja.
_
Exorta a todos que as formalidades legalistas e às tradições sem consciência e
compromisso com a sua salvação e a do outro não é o caminho condizente com a
obra de Cristo, podendo levar o indivíduo cair na hipocrisia.
_ Que,
só há um meio de ser salvo: aceitar a Jesus como seu salvador pessoal e buscar
ter consciência própria por meio do exame das escrituras sagradas com a
disposição de incorporar suas instruções à vida. Qualquer coisa menos que isso
é autoengano.
_ Bem
aventurado o que lê e bem aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e
guardam as coisas que nelas estão escritas; porque o tempo está próximo.
(Apocalipse. 1: 3) Então, deduz-se que, o fundamento da salvação é Cristo, mais
a incorporação dos ensinamentos bíblicos ao modo de vida. Pois ninguém será
salvo sem uma experiência pessoal com Deus através dos meios que Ele
disponibilizou a todas as pessoas.
_ Por
último, mas não é tudo; os únicos e legítimos representantes de Deus na Terra
são: suas duas testemunhas, o Velho e Novo Testamento como a luz maior; o
Espírito de Profecia, escritos da profetisa White, a luz menor que encaminha à
luz maior; e o Espírito Santo que convence o pecador da justiça, do juízo e do
pecado quando ele busca compreender por si mesmo o plano de salvação.
Metafísica
A metafísica foi a principal disciplina e
preocupação filosófica de todos os tempos, logo, o maior período filosófico;
corresponde ao período histórico da época antiga, medieval e início da moderna;
os grandes nomes são: Platão, Aristóteles, Santo Tomás e Descartes. O conceito
chave é o ‘ser’. A partir de Immanuel Kant (1724-1804), um protestante
Pietista, a metafísica, ou revelação, foi questionado como sendo conhecimento
digno de crédito como fundamento da moral e do juízo, logo, a razão é superior
a revelação e, assim sendo, a razão aliada ao empirismo deve ser o fundamento
de todo conhecimento. A metafísica só serve para criar ídolos, e Deus, O Criador,
é impossível conhecê-lo. O neokantismo é um esforço para o renascimento da
filosofia, de Kant, pois, para ele, Deus, o absoluto, não se tem acesso empírico.
Internet:
Uma ferramenta que está sendo usada para
derrubar todas as fronteiras já levantadas para separar. Políticas totalitárias
e abusivas contra o outro estão caindo em todo o mundo. Monopólios das grandes
mídias (TVs) estão sendo invadidas por essa “pequena” mídia que constrói e
destrói valores. Fronteiras estatais e blocos políticos de negócios estão
ultrapassados, por isso são desmantelados. Segredos de Estados se tornam cada
vez mais públicos. As metafísicas religiosas construídas para alienar e enganar
se ruem, e as opiniões particulares infundadas se vão como folhas do outono. A
filosofia não consegue mais manipular com seus discursos elaborados,
incompreensível ao homem comum; Fronteiras geográficas se foram e o mundo é
cada vez único. Os princípios morais de todas as religiões são desfeitos porque
todas as religiões banalizam o sagrado em nome do egoísmo e da fama. Enfim, a
verdade e a falsidade de tudo vão aparecer. Então, as vitórias temporal e
atemporal são para os sábios e verdadeiros!
Filósofo
Isaías Correia Ribas
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
CARNAP,
Schlick. OS PENSADORES, Ed. Abril Cultural – São Paulo – SP, 1980.