Há um pensamento, uma máxima filosófica, que, a meu ver, é fundamental
para estabelecer e propagar tanto o *Bem, quanto o *mal: “a ciência que nos torna capazes de fazer o mal com conhecimento de
causa é a ciência do bem, e que esta ciência, se realmente adquirida e
possuída, nos impede precisamente de querer fazer o mal”. (GOLDSCHMIDT,
Victor. Os Diálogos de Platão. Estrutura e Método Dialético. P. 104. Ed.
Loyola. 1993)
A verdadeira fé que salva e a argumentação filosófica válida dependem do
conhecimento; para ter ciência, ou, estar consciente de algo é necessário muito
estudo e reflexão. Quando não há consciência, a fé é cega e a argumentação “filosófica”
não vai além da opinião, do senso comum. Assim sendo, a fé que salva e a razão
que argumenta dependem do saber. Logo, fé e argumentação, são duas
epistemologias baseadas nas literaturas mais antigas da humanidade. Ambas,
sustentam a autêntica, a falsa e a aparente honestidade das pessoas, todos nós
optamos por uma ou duas delas quando defendemos nosso ponto de vista. Assim
sendo, a fé a argumentação estão inseridas na teoria do conhecimento. Segundo a
máxima filosófica citada acima, as intenções de cada um para com o conhecimento
adquirido é o que determina o que se faz dele, podendo ser exímios malfeitores
ou benfeitores em nome do *Bem. Logo, a ciência do *Bem, em alguns casos, poder
ser é o fundamento do Bem e do Mal, o diferencial são as intenções do indivíduo
que se diz em posse do *Bem. Então, independentemente da epistemologia, se
religiosa ou não, corre-se o risco de ser propagador do *Mal em nome do *Bem.
Fundamento da Fé Cristã:
A epistemologia da fé cristã está
fundamentada na bíblia. Então, se existe uma epistemologia, existe uma ciência,
e, se existe uma ciência têm que haver quem ensine e alguém que aprenda, assim,
há consciência de, e, se há consciência, a fé não pode ser cega, embora, existam
cegos inconscientes que diz ser cristão. A ciência bíblica não é a ciência da
religião segundo a visão da sociologia e da teologia da libertação. A bíblia
trata da ciência da salvação, estas, são superiores as argumentações filosóficas,
sociológicas e teológicas; seu fundamento não é lógico, e sim ontológico, isto
é, está alicerçado no Ser que É. O Deus Criador e mantenedor do universo.
Ciente disso, a verdadeira fé que salva não é, e não pode ser cega.
Argumentação:
Toda argumentação filosófica e as ciências primeiras nasceram da razão que
queria anular a fé. Como a epistemologia religiosa está fundamentada em um
bloco de livros que compõe a bíblia, livro escrito por aproximadamente quarenta
autores de diferentes culturas e posição social, num período de mil e
seiscentos anos, sob a inspiração do Espírito Santo, que, tem por finalidade,
por meio da fé, levar a humanidade de volta a relacionar-se com Deus, o Criador
do universo; a argumentação filosófica também está alicerçada em muitos livros
e milhares de autores que tratam desse conhecimento antropocêntrico que nega a
fé, a salvação e a impossibilidade de relacionar-se com o tal Criador bíblico.
No lugar da fé optou-se pela dúvida, com a dúvida, fez-se necessário ás
hipóteses, somou-se a elas o método, e de ambos, as conclusões. Da consciência
desses passos o cientista não é ignorante, mas, os que se beneficiam da
ciência, podem sim, ser ignorante do processo científico. Então, assim como há
religiosos ignorantes, cegos religiosos, que agem com “fé cega”, há também
ateus ou não religiosos ignorantes, cegos cientificamente e filosoficamente
falando. Geralmente as pessoas que se atacam verbalmente ou por escrito
criticando a atitude do outro com relação às crenças ou descrenças,
independentemente de sua posição social, tal pessoa, religiosa ou não, não sabe
o que diz, é um tolo que faz de suas opiniões o fundamento de sua crença.
O Bem e o Mal Bíblico:
Segundo a bíblia, Deus é aquele que É; o Ser em Si, Eterno, Imortal, não
gerado, Criador e mantenedor do universo. O mal é apenas um acidente temporal,
logo, um ser que não é e jamais poderá ser, porém, por enquanto, atua no
planeta Terra buscando todos os meios possíveis para deteriorar o que Deus
criara, e seu alvo principal é: destruir a imagem do próprio Deus posta no ser
humano. Esta é a verdadeira ontologia bíblica. O Ser que É, é Deus. O ser que
não é e não pode ser, é Satanás. Satanás, como mostra a bíblia, é o pai da
argumentação falaciosa; incorporado em uma serpente disse a Eva:
É assim que Deus disse: não comereis de
toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do
jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio d jardim, disse
Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a
serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia que
comerdes desse fruto, vossos olhos se abriram, e sereis como Deus, conhecendo o
bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu
fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram abertos os
olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de
figueiras, e fizeram para si aventais. (Gênesis,
3: 1-7)
Esse argumento falacioso, fazendo uso
das próprias palavras de Deus, conseguiu fazer o mal que pretendera, levando
Eva a desejar, como desejara Satanás, ser igual a Deus, era a criatura querendo
ser como o criador. Assim, a argumentação conseguiu “vencer” a fé, causando
todo tipo miséria, coroando-a com introdução da morte no planeta Terra.
Com o pecado e a morte reinando temporariamente, o plano de salvação foi
posto em ação: Deus pagaria o preço do pecado morrendo no lugar do pecador que
desejasse voltar ao Éden que seria restaurado segundo a promessa de Deus
àqueles que, pela fé em Sua palavra dita e escrita O aceitassem. A finalidade
da bíblia é expor-nos esse plano, é uma “simples história”, onde, qualquer um,
que, pela fé a aceitar e praticar será salvo. Apesar de Satanás continuar
atuando para anular este plano e dos altos e baixos no comportamento daqueles
que seguiam a vontade de Deus (Israel), Seus filhos mostrava aos seus
contemporâneos que a palavra de Deus é justa e boa, e, àqueles que a aderiam
venciam e conquistavam dia a dia mais adeptos ao plano divino. Neste contexto
de conquistas e admiração devotada ao povo de Deus, Satanás pôs em ação seu
vitorioso plano de argumentar em nome de Deus que aplicara à Eva, aplicando-o a
todo mundo, ofuscando assim, as conquistas e influências que o povo causava aos
reis e súditos do mundo. E essa argumentação teria que ser ontológica, isto é, tudo
o que há teria vindo à existência, viera de outro modo e não como ensinava a
bíblia dos hebreus. O criacionismo tanto temido pela educação pública e algumas escolas
privadas, tem sua origem nos escritos bíblicos.
Ontologia Filosófica:
O pai da argumentação antibíblica, Satanás, sabe que irá ser exterminado
para sempre, logo, seu principal objetivo é levar com ele o maior número
possível de pessoas à morte eterna. Por esse motivo, ele e sua hoste angelical
não descansam bolando meios para continuar enganando a todos com eficiência. E
ele insiste no argumento de que a morte não existe, portanto, para isso
inspirou grandes mentes para ser seu agente na arte de argumentar; essas mentes
estão, na sua maioria, ligados à filosofia que tem, como disciplina principal,
a teoria do conhecimento; ficou assim a ontologia filosófica: O ser em si é o
*Bem, a essência. A esse, não se tem acesso. O Bem criou as formas eternas,
isto é, para tudo o que existe no mundo, há um modelo que não se corrompe, esse
modelo está no mundo das ideias de Platão; o que se corrompe (morre) são as
imagens desses modelos, (as coisas, ou mundo sensível) logo, às imagens temos
acesso. Para que essa argumentação fosse válida, dividiu-se o indivíduo (o
indivisível) em corpo mortal e alma imortal, morrendo o corpo, alma imortal,
tem acesso ao mundo das formas perfeitas e eternas, ou mundo inteligível, lá,
ela contempla por mil anos todo o que existe e ao se reencarnar passa a ensinar
o novo indivíduo pela reminiscência (lembrança). Então, não é difícil
percebermos que as palavras ditas à Eva no jardim do Éden continuam ecoando por
todos os séculos, “Certamente não
morrerás, mas serás como Deus, conhecendo o bem e o mal”.
Mas elas mesmas, as formas, não são
devedoras de sua existência a outras formas. Que elas não sejam, contudo,
causas de si mesmas, que o Bem-Gerador esteja acima delas como elas mesmas
estão acima dos sensíveis, Platão não o diz. O Fédon não vai até o Bem. Ele se
eleva para a essência o suficiente para poder demonstrar a imortalidade da
alma. (Ibid, p. 191) A semelhança entre as formas e a alma não é nem
contingente (Símias) nem imperfeita (Cebes), mas necessária e suficiente para
conduzir à imortalidade da alma.(Ibib, P.
207) “O Bem e o Necessário”, eis o que
liga e suporta tudo o que é, é o Atlas poderoso e imortal que obscuramente os
físicos procuram. As noções de potência e de necessidade, ligadas ao princípio
do melhor, são agora retomadas na exigência da hipótese “mais sólida”, da
posição mais segura, mais “infalível”. _ O que constituía a fragilidade das
explicações físicas é que elas eram uma presa fácil para a contradição. A nova
certeza que Sócrates persegue deverá ser proveniente, precisamente, da força da
“hipótese”, de uma hipótese “simples”, sem arte e, talvez, ingênua, mas
infalível a ponto de jamais ser contradita por uma hipótese oposta. Assim, a
exigência da força e da infalibilidade da hipótese é a mesma que a exigência
oposta a Anaxágoras: o princípio do melhor. 2) “No tocante à causa e a todos os
outros assunto”, diz Sócrates. A exigência essencial excede, portanto, o
problema preciso que tinha Sido assinalado. Mais exatamente: o problema da
causalidade física transforma-se no problema da causalidade geral. Ora, é
próprio das formas ser causa. Como no Parmênides, estamos aqui diante do
problema por excelência: quem se propõe o estudo do ser ou da causa, sempre
deverá passar dos sensíveis, às formas, em seguida ao Bem, Ser verdadeiro e
causa última. Em sua frase, Sócrates marca a ampliação do problema primitivo (a
causalidade física). Mas, tendo chagado à causa última, não haverá mais “outros
assuntos”. (Ibid, p. 188)
Todas as teorias da evolução e origens do universo que rejeita o
criacionismo bíblico têm sua origem nas argumentações científico-filosóficas.
Expus ao leitor as duas ontologias, a bíblica que expõe claramente a
origem de todas as coisas e a filosófica que argumenta contrário da
epistemologia bíblica. A primeira, apesar de ser clara e condizente com a
realidade existente, faz-se necessário exercer a fé para que seus ensinamentos
influenciem no meu viver presente e me prepare para participar das promessas do
futuro. A filosófica não passa de uma pseudo- ontologia, uma argumentação
válida, porém, não verdadeira, isto é, não passa de hipóteses científico-filosóficas.
Um dos principais Bens filosófico é a política. Essa, se bem
administrada, faria do bem público um bem a todos. Mas, o que fazem os
políticos que se apossam desse Bem? No caso brasileiro, todos os políticos usam
o Bem Estado, em benefício próprio em detrimento de toda a população
trabalhadora. É como o ladrão que faz um curso de chaveiro para poder roubar com
classe “perfeição”. Maquiavel, em O Príncipe, demonstra ser o pai de toda
política corrupta que há no mundo, é um clássico que ensina como se apossar do
bem público para fazer o mal com perfeição. Por que isso se dá? Porque ignoram
a verdadeira ontologia bíblica, a única que, se apossada verdadeiramente, pode
livrar o indivíduo de fazer o mal ao outro.
Do mesmo modo, aqueles que dizem crer nos escritos bíblicos, podem cair
no mesmo erro político: apossar-se da ontologia verdadeira para enganar o outro
em nome de Deus, mas, se pela verdadeira fé buscamos ser fiel aos ensinos
bíblicos, jamais seremos instrumentos do Diabo para enganar o outro, alegando
que alguns dos escritos bíblicos, principalmente o santo decálogo, não são mais
aplicáveis à atual sociedade; estes se enganam e engana.
A fé cega dá-se, quando, multidões desfilam elevando uma imagem como digna
de adoração, ou, quando o indivíduo no seu aposento, curva-se diante de imagens
de esculturas, isso sim, é pior que fé cega; é uma irracionalidade, curvar-se
diante de um objeto que o próprio homem faz. Mas tudo isso acontece porque a
união do Estado com as religiões idealizam meios para manter o povo na
ignorância, e o melhor meio é não dar educação de qualidade à população
trabalhadora, assim, o Estado mantém a escravidão e a igreja a exploração da fé
conduzindo todos à perdição em nome de uma falsa religiosidade, e tudo isso é
feito em nome de Deus. Não nos espantemos com o crescimento da criminalidade e
toda sorte de mal, porque o comportamento da humanidade irá de mal para pior. Hoje
com tanta informação, apesar de não ter boa educação ninguém mais está disposto
a ser proletário, escravo de uma minoria dominante escravocrata. Todos os seguimentos
sociais convergem para o caos e niilismo total. As profecias bíblicas nunca
falharam e jamais falhará Deus, muito em breve intervirá nos negócios da
humanidade para pôr fim a toda injustiça e salvar quem Lhe deu crédito!
Filósofo Isaías Correia Ribas