Estes dois conceitos são inatos às
pessoas, e ambos, cada um à sua força sensitiva e racional domina e classifica
a todos. A vontade é a força que nos leva à ação, a conquistar nossos desejos,
sejam eles bons ou ruins. Portanto, os dominados pelos desejos sem o
conhecimento são súditos, submissos, escravos; e a razão está para o
conhecimento, logo, o conhecimento é superior, classificador e selecionador dos
desejos, o caminho consciente para a liberdade. Da vontade buscada e praticada
forma-se o caráter. Então, o conhecimento que nasce da vontade julga-a. Quem
alcança esse estágio é “livre” e está a caminho da genialidade.
Para Schopenhauer (1788-1860)
filósofo alemão, “A vontade é, então, a essência do homem. E se for também a essência da
vida em todas as suas formas e até mesmo da matéria ‘inanimada”? E se a vontade
for a longamente __ procurada, a desesperadamente __ investigada “coisa em si”
__ a realidade interior fundamental e a essência secreta de todas as coisas”?
Para o filósofo citado, a força
da vontade é tanta que é comparada *a coisa em si, isto é, a um deus que
cria, domina e controla a todos pelas paixões. Hume perguntou: O que é
causalidade? Podemos responder, segundo Schopenhauer, *Vontade.
“A vontade é o único elemento permanente
e imutável na mente; ... é a vontade que”, através da continuidade de objetivo,
“dá unidade à consciência e mantém ligadas todas as suas ideias e pensamentos,
acompanhando-os como uma harmonia contínua.”
“O caráter está na vontade e não
no intelecto; o caráter também é continuidade de objetivo e de atitude que
constitui a vontade. A linguagem popular está certa ao preferir o “coração” à
“cabeça”; ela sabe (porque não raciocinou a respeito disso) que a “boa vontade”
é mais profunda e de mais confiança do que a mente clara. [...] “Brilhante
qualidades mentais despertam a admiração mas nunca a afeição”; e todas as
religiões prometem recompensa... para os méritos da vontade ou do coração, não
para as qualidades do cérebro ou da inteligência.”
Se cada um de nós refletirmos sobre a
nossa experiência de vida, perceberemos que o filósofo tem razão. “A
vontade nunca se cansa, o intelecto sim”. [...] “O intelecto necessita do sono,
mas a vontade trabalha mesmo durante o sono”. [...] “O cérebro se alimenta no
sono, mas a vontade não necessita de alimento. Daí ser maior a necessidade de
sono nos trabalhadores intelectuais”.
O coração, órgão autônomo, não
está submisso a vontade e sua função é circular o sangue a todos os tecidos de
nosso corpo. A questão é, por que os oradores religiosos ou não apelam ao
coração e não as mentes, ao intelecto se o cérebro é o órgão que processa todas
as informações? Fazendo isso colaboram para a perpetuação da ignorância cognitiva,
levando as pessoas a acreditarem que o coração é o responsável pelo
conhecimento e desejos quando na realidade não é. Todos os nossos sentidos são
as janelas do cérebro; o espírito Santo fala a nós pelas corrente cerebrais por
meio dos sentidos. Então, está na hora de pôr, organizar cada conceito em sua
verdadeira função, fazendo isso, estamos colaborando para o crescimento
cognitivo de toda população! Conscientizando as pessoas que, mais que entregar
o coração a Jesus, precisamos na realidade entrega-Lhe nossa mente e vontade,
pois a salvação, além de depender de Cristo, “depende” também de nosso conhecimento
e consciência sobre o plano de salvação. Conhecimento é o que precisamos e não
de falsos enlevos e apelos sentimentais. Já dizia o pastor Rubens nos anos
noventa na igreja Adventista do Sétimo Dia da Lapa, SP: “pior que a ignorância só o
pecado”.
Schopenhauer, “Não pode haver uma vitória
sobre os males da vida até que a vontade seja inteiramente subordinada ao
conhecimento e à inteligência”.
Ellen G. White (1827-1915): “A
indolência é um grande mal. Homens, mulheres e jovens, concentrados em si
mesmos, pensam estar em muito piores condições do que realmente estão. Nutrem
suas indisposições, pensam nelas e nelas falam, até que sua utilidade parece
chegar a termo. Muitos têm ido para a sepultura quando poderiam estar vivos, e
deviam vivos estar. Sua imaginação estava enferma. Se tivessem resistido a
disposição de ceder às fraquezas e por elas ser vencidos; tivessem chamado em
seu auxílio o poder da vontade, poderiam ter vivido para com sua influência ser
uma benção ao mundo”.
“A vontade é o poder que governa
a natureza do homem, pondo todas as outras faculdades sob sua direção. A
vontade não é gosto nem a inclinação, mas o poder que decide, o qual opera nos
filhos dos homens para obediência a Deus, ou para desobediência. O tentado
necessita compreender a verdadeira força de vontade. É este o poder que governa
a natureza do homem__ o poder de decisão, de escolha. Tudo depende da devida
ação da vontade. Os desejos em direção da bondade e da pureza são em si mesmos
justos; mas, se aí ficamos, nada aproveitam. Muitos descerão à ruína, enquanto
esperam e desejam vencer suas más propensões. Eles não entregam a vontade a
Deus. Não escolhem servi-Lo. Mas deveis lembrar vos de que vossa vontade é a
fonte de todas as vossas ações. Esta vontade, que constitui tão importante
fator no caráter do homem, foi, pela queda, entregue ao domínio de Satanás; e
desde então ele tem estado operando no homem o querer e o perfazer segundo a
sua vontade, mas para inteira ruína e miséria humanas. [...] “Submete-te
a Mim; dá-Me tua vontade; tira-a do domínio de Satanás, e dela Me apoderarei;
então posso operar em ti o querer e o perfazer segundo a Minha boa vontade”. Quando
Ele vos dá a mente de Cristo, vossa vontade se torna como a Sua vontade, e
vosso caráter se transforma para ser semelhante ao caráter de Cristo”. (Mente,
Caráter e Personalidade. Vol. II, págs. 683 e 684. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Tatuí__ São Paulo. 1989).
Para a filosofia a vontade tem que
ser submetida ao conhecimento e a inteligência para vencermos os males da vida.
Mas, segundo a profetisa Contemporânea Ellen G. White, nossa vontade tem que
ser entregue a Cristo, pois somente Ele pode santifica-la, capacitando-nos a
ter um caráter semelhante ao Dele, condição única para alcançarmos a salvação
em Cristo, a eternidade!
O evangelho, as boas novas de
salvação chegará muito em breve a todos os lugares e cada um terá a
oportunidade de compreendê-lo, aceitá-lo ou não. As várias mídias estão ao
alcance de todos, cobrindo todo o planeta e cada um que conhece o plano de
salvação pode, a seu modo, comunica-lo a seu grupo social, mas não necessariamente
limitado a esses! Muito em breve “O alto clamor terá início”! Seguido
da “grande
apostasia” dos que dizem servir e seguir o Cristo por onde quer que vá
e faz, mas na prática O negam. É frustrante perceber que a igreja que tem essa
missão, parte dela diante das câmeras, na telinha, preferem apresentar sua
imagem semelhante aos profissionais que não conhecem as boas novas, estamos no mundo,
mas precisamos ser diferentes dos mundanos no falar, no vestir-se, no agir e no
louvar. O impacto dá-se pelas diferenças, nunca pelas semelhanças. Creio
eu, que o acesso à mídia por todas as pessoas representa o poder dos três anjos
de Apocalipse. 14: 6-13 voando com todo poder; fazendo o último apelo à
humanidade, proclamando que a intervenção divina nos negócios dos homens está
prestes e que Jesus está pronto para voltar para buscar os seus!
DEUS SEMPRE TEVE UM POVO SEU
“Deus conduz avante Seu povo, passo a passo. Leva-os a diferentes pontos,
destinados a manifestar o que está no coração. Alguns resistem em um ponto, mas
caem no seguinte. A cada ponto mais adiante, o coração é provado um pouco mais
de perto. Se o professo povo de Deus verifica estar o coração contrário a esta
penosa obra, isto os deve convencer de que têm alguma coisa a fazer a fim de
vencer, uma vez que não queiram ser vomitados da boca do Senhor”.
“Disse o anjo: “Deus operará mais e
mais rigorosamente a fim de experimentar e provar cada um entre seu povo.”
Alguns são prontos em receber um ponto; mas quando Deus os leva a outro ponto probante,
recuam diante dele e ficam para trás, pois acham que isto golpeia diretamente
algum ídolo acariciado. Aí têm eles ensejo de ver o que, em seu coração, está
excluindo a Jesus. Prezam alguma coisa mais que a verdade, e o coração não está
preparado para receber Jesus. Os indivíduos são experimentados e provados por
um espaço de tempo a ver se sacrificarão seus ídolos e darão ouvidos ao
conselho da testemunha verdadeira. Caso alguém não seja purificado pela
obediência à verdade, e vença o egoísmo, o orgulho e as más paixões, os anjos
de Deus têm a recomendação: “Estão entregues a seus ídolos; deixai-os”, e eles
passarão adiante à sua obra, deixando esses com seus pecaminosos traços
subjugados, à direção dos anjos maus. Os que satisfazem em todos os pontos e
resistem a toda prova, e vencem, seja qual for o preço, atenderam ao conselho
da Testemunha Verdadeira, e receberão a chuva serôdia, estando assim aptos para
a trasladação”. ...
“Oxalá todo morno professo adventista
compreenda a obra de purificação que Deus está prestes a efetuar entre o povo
que confessa pertencer-Lhe! Presados amigos, não vos iludais quanto a vossa
condição. Não podeis enganar a Deus. Diz a Testemunha Verdadeira: “Eu sei as
tuas obras.” O terceiro anjo está, passo a passo, guiando um povo cada vez mais
para cima. A cada passo eles serão provados”. ELLEN G. WHITE. TESTEMUNHOS
SELETOS V- I, PÁG. 64 e 65.
Referências bibliográficas:
A FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER. WILL
DURANT. ED.TECNOPRINT LTDA (EDIOURO). RIO DE JANEIRO.
ELLEN G. WHITE. MENTE, CARÁTER E
PERSONALIDADE. VOL. II, CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ- SÃO PAULO. 1989.
ELLEN G. WHITE. TESTEMUNHOS
SELETOS. VOL. I, CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ- SÃO PAULO. 1984.
Filósofo e professor Isaías
Correia Ribas.