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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

VONTADE E RAZÃO


          Estes dois conceitos são inatos às pessoas, e ambos, cada um à sua força sensitiva e racional domina e classifica a todos. A vontade é a força que nos leva à ação, a conquistar nossos desejos, sejam eles bons ou ruins. Portanto, os dominados pelos desejos sem o conhecimento são súditos, submissos, escravos; e a razão está para o conhecimento, logo, o conhecimento é superior, classificador e selecionador dos desejos, o caminho consciente para a liberdade. Da vontade buscada e praticada forma-se o caráter. Então, o conhecimento que nasce da vontade julga-a. Quem alcança esse estágio é “livre” e está a caminho da genialidade.
Para Schopenhauer (1788-1860) filósofo alemão, “A vontade é, então, a essência do homem. E se for também a essência da vida em todas as suas formas e até mesmo da matéria ‘inanimada”? E se a vontade for a longamente __ procurada, a desesperadamente __ investigada “coisa em si” __ a realidade interior fundamental e a essência secreta de todas as coisas”?
Para o filósofo citado, a força da vontade é tanta que é comparada *a coisa em si, isto é, a um deus que cria, domina e controla a todos pelas paixões. Hume perguntou: O que é causalidade? Podemos responder, segundo Schopenhauer, *Vontade.
“A vontade é o único elemento permanente e imutável na mente; ... é a vontade que”, através da continuidade de objetivo, “dá unidade à consciência e mantém ligadas todas as suas ideias e pensamentos, acompanhando-os como uma harmonia contínua.”
“O caráter está na vontade e não no intelecto; o caráter também é continuidade de objetivo e de atitude que constitui a vontade. A linguagem popular está certa ao preferir o “coração” à “cabeça”; ela sabe (porque não raciocinou a respeito disso) que a “boa vontade” é mais profunda e de mais confiança do que a mente clara. [...] “Brilhante qualidades mentais despertam a admiração mas nunca a afeição”; e todas as religiões prometem recompensa... para os méritos da vontade ou do coração, não para as qualidades do cérebro ou da inteligência.”
          Se cada um de nós refletirmos sobre a nossa experiência de vida, perceberemos que o filósofo tem razão. “A vontade nunca se cansa, o intelecto sim”. [...] “O intelecto necessita do sono, mas a vontade trabalha mesmo durante o sono”. [...] “O cérebro se alimenta no sono, mas a vontade não necessita de alimento. Daí ser maior a necessidade de sono nos trabalhadores intelectuais”.
O coração, órgão autônomo, não está submisso a vontade e sua função é circular o sangue a todos os tecidos de nosso corpo. A questão é, por que os oradores religiosos ou não apelam ao coração e não as mentes, ao intelecto se o cérebro é o órgão que processa todas as informações? Fazendo isso colaboram para a perpetuação da ignorância cognitiva, levando as pessoas a acreditarem que o coração é o responsável pelo conhecimento e desejos quando na realidade não é. Todos os nossos sentidos são as janelas do cérebro; o espírito Santo fala a nós pelas corrente cerebrais por meio dos sentidos. Então, está na hora de pôr, organizar cada conceito em sua verdadeira função, fazendo isso, estamos colaborando para o crescimento cognitivo de toda população! Conscientizando as pessoas que, mais que entregar o coração a Jesus, precisamos na realidade entrega-Lhe nossa mente e vontade, pois a salvação, além de depender de Cristo, “depende” também de nosso conhecimento e consciência sobre o plano de salvação. Conhecimento é o que precisamos e não de falsos enlevos e apelos sentimentais. Já dizia o pastor Rubens nos anos noventa na igreja Adventista do Sétimo Dia da Lapa, SP: “pior que a ignorância só o pecado”.  
Schopenhauer, “Não pode haver uma vitória sobre os males da vida até que a vontade seja inteiramente subordinada ao conhecimento e à inteligência”.
          Ellen G. White (1827-1915): “A indolência é um grande mal. Homens, mulheres e jovens, concentrados em si mesmos, pensam estar em muito piores condições do que realmente estão. Nutrem suas indisposições, pensam nelas e nelas falam, até que sua utilidade parece chegar a termo. Muitos têm ido para a sepultura quando poderiam estar vivos, e deviam vivos estar. Sua imaginação estava enferma. Se tivessem resistido a disposição de ceder às fraquezas e por elas ser vencidos; tivessem chamado em seu auxílio o poder da vontade, poderiam ter vivido para com sua influência ser uma benção ao mundo”.
“A vontade é o poder que governa a natureza do homem, pondo todas as outras faculdades sob sua direção. A vontade não é gosto nem a inclinação, mas o poder que decide, o qual opera nos filhos dos homens para obediência a Deus, ou para desobediência. O tentado necessita compreender a verdadeira força de vontade. É este o poder que governa a natureza do homem__ o poder de decisão, de escolha. Tudo depende da devida ação da vontade. Os desejos em direção da bondade e da pureza são em si mesmos justos; mas, se aí ficamos, nada aproveitam. Muitos descerão à ruína, enquanto esperam e desejam vencer suas más propensões. Eles não entregam a vontade a Deus. Não escolhem servi-Lo. Mas deveis lembrar vos de que vossa vontade é a fonte de todas as vossas ações. Esta vontade, que constitui tão importante fator no caráter do homem, foi, pela queda, entregue ao domínio de Satanás; e desde então ele tem estado operando no homem o querer e o perfazer segundo a sua vontade, mas para inteira ruína e miséria humanas. [...] “Submete-te a Mim; dá-Me tua vontade; tira-a do domínio de Satanás, e dela Me apoderarei; então posso operar em ti o querer e o perfazer segundo a Minha boa vontade”. Quando Ele vos dá a mente de Cristo, vossa vontade se torna como a Sua vontade, e vosso caráter se transforma para ser semelhante ao caráter de Cristo”. (Mente, Caráter e Personalidade. Vol. II, págs. 683 e 684. CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Tatuí__ São Paulo. 1989).
          Para a filosofia a vontade tem que ser submetida ao conhecimento e a inteligência para vencermos os males da vida. Mas, segundo a profetisa Contemporânea Ellen G. White, nossa vontade tem que ser entregue a Cristo, pois somente Ele pode santifica-la, capacitando-nos a ter um caráter semelhante ao Dele, condição única para alcançarmos a salvação em Cristo, a eternidade!
          O evangelho, as boas novas de salvação chegará muito em breve a todos os lugares e cada um terá a oportunidade de compreendê-lo, aceitá-lo ou não. As várias mídias estão ao alcance de todos, cobrindo todo o planeta e cada um que conhece o plano de salvação pode, a seu modo, comunica-lo a seu grupo social, mas não necessariamente limitado a esses! Muito em breve “O alto clamor terá início”! Seguido da “grande apostasia” dos que dizem servir e seguir o Cristo por onde quer que vá e faz, mas na prática O negam. É frustrante perceber que a igreja que tem essa missão, parte dela diante das câmeras, na telinha, preferem apresentar sua imagem semelhante aos profissionais que não conhecem as boas novas, estamos no mundo, mas precisamos ser diferentes dos mundanos no falar, no vestir-se, no agir e no louvar. O impacto dá-se pelas diferenças, nunca pelas semelhanças. Creio eu, que o acesso à mídia por todas as pessoas representa o poder dos três anjos de Apocalipse. 14: 6-13 voando com todo poder; fazendo o último apelo à humanidade, proclamando que a intervenção divina nos negócios dos homens está prestes e que Jesus está pronto para voltar para buscar os seus!
DEUS SEMPRE TEVE UM POVO SEU
          “Deus conduz avante Seu povo, passo a passo. Leva-os a diferentes pontos, destinados a manifestar o que está no coração. Alguns resistem em um ponto, mas caem no seguinte. A cada ponto mais adiante, o coração é provado um pouco mais de perto. Se o professo povo de Deus verifica estar o coração contrário a esta penosa obra, isto os deve convencer de que têm alguma coisa a fazer a fim de vencer, uma vez que não queiram ser vomitados da boca do Senhor”.
          “Disse o anjo: “Deus operará mais e mais rigorosamente a fim de experimentar e provar cada um entre seu povo.” Alguns são prontos em receber um ponto; mas quando Deus os leva a outro ponto probante, recuam diante dele e ficam para trás, pois acham que isto golpeia diretamente algum ídolo acariciado. Aí têm eles ensejo de ver o que, em seu coração, está excluindo a Jesus. Prezam alguma coisa mais que a verdade, e o coração não está preparado para receber Jesus. Os indivíduos são experimentados e provados por um espaço de tempo a ver se sacrificarão seus ídolos e darão ouvidos ao conselho da testemunha verdadeira. Caso alguém não seja purificado pela obediência à verdade, e vença o egoísmo, o orgulho e as más paixões, os anjos de Deus têm a recomendação: “Estão entregues a seus ídolos; deixai-os”, e eles passarão adiante à sua obra, deixando esses com seus pecaminosos traços subjugados, à direção dos anjos maus. Os que satisfazem em todos os pontos e resistem a toda prova, e vencem, seja qual for o preço, atenderam ao conselho da Testemunha Verdadeira, e receberão a chuva serôdia, estando assim aptos para a trasladação”. ...
          “Oxalá todo morno professo adventista compreenda a obra de purificação que Deus está prestes a efetuar entre o povo que confessa pertencer-Lhe! Presados amigos, não vos iludais quanto a vossa condição. Não podeis enganar a Deus. Diz a Testemunha Verdadeira: “Eu sei as tuas obras.” O terceiro anjo está, passo a passo, guiando um povo cada vez mais para cima. A cada passo eles serão provados”. ELLEN G. WHITE. TESTEMUNHOS SELETOS V- I, PÁG. 64 e 65.
Referências bibliográficas:
A FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER. WILL DURANT. ED.TECNOPRINT LTDA (EDIOURO). RIO DE JANEIRO.
ELLEN G. WHITE. MENTE, CARÁTER E PERSONALIDADE. VOL. II, CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ- SÃO PAULO. 1989.
ELLEN G. WHITE. TESTEMUNHOS SELETOS. VOL. I, CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, TATUÍ- SÃO PAULO. 1984.
Filósofo e professor Isaías Correia Ribas.