Para a comunidade científica mundial, essa
hipótese é pseudociência, pois é impossível provar a existência desse
projetista sem o auxílio da fé, logo, o a-priori e o a-posteriori (antes e
depois da experiência) científicos estão descartados. Evolucionistas e
criacionistas são fundamentalmente antagônicos, logo, harmonia conceitual é
impossível. O primeiro é filosófico-científico, logo, antropocêntrico, argumentações
abstratas respaldadas pelas ciências naturais e hipotéticas, tem o apoio da
comunidade científica por causa de suas bases. E o segundo é religioso, teocêntrico, e tem como fundamento a fé,
mesmo que a linguagem seja aparentemente científica o DESIGN são seres
imaginários, metafísico-filosóficos. Então, ciência e religião, embora façam parte
de nossa realidade cognitiva e social, úteis à boa qualidade de vida física e
psicológica, são essencialmente antagônicas. O bom dessa discussão é que os
criacionistas podem ser cientistas e filósofos profissionais e cientistas e
filósofos podem ser criacionistas e agir pessoalmente pela fé, e isso só é
possível porque suas bases são antagônicas. Agora, buscar harmonia conceitual e
tentar conciliá-las por causa de crenças pessoais é ingenuidade acadêmica, ingenuidade, talvez, com certeza propósitos e interesses institucionais por trás dessa discusão. A fé
é independente do racionalismo profissional, e este não deve afetar aquela. Precisamos
entender e aceitar que são as diferenças que provocam os por quês, e sem esses,
tanto a ciência quanto a religião e a filosofia estariam paralisadas, então,
qual a razão dessa busca pelas semelhanças se são as diferenças que causam
impactos e nos provocam a análises mais profundas tanto na religião quanto na
ciência e na filosofia?
FILOSOFIA E RELIGIÃO
Esses dois conceitos também são
aparentemente harmônicos e se completam, mas são fundamentalmente antagônicos.
A filosofia está para a ciência e esta nasceu daquela; a filosofia foca seu
olhar no todo, mas a ciência faz um recorte no todo e analisa-o, logo, a
ciência sabe muito do pouco e a filosofia tem por objetivo harmonizar e dar
sentido a esse recorte analisado no todo filosófico. Então, filosofia e ciência
andam de mãos dadas e estas, não demonstram, mas são antípodas da religião
bíblica. A intriga universal entre
o bem e o mal faz uso desses antagonismos para ofuscar a existência de um Deus
criador e salvador, de um ente criado que se rebelara e está em busca do caos
universal para denegrir a imagem de Deus segundo nos informa a bíblia, é aqui
que entra esses profissionais cristãos para dar sentido à fé, a filosofia e a
ciência.
Primeiro, segundo a bíblia, Deus criou tudo o que há,
posteriormente surgiu as religiões e similares. Depois de mais de dois milênios
surgiram os filósofos para contesta-las, principalmente o Deus e fé bíblica.
Mais que contestar, os filósofos naturalistas queriam descobrir um elemento
natural que fosse a causa de todo o Universo, por duzentos anos os
Pré-Socráticos analisaram os vários elementos naturais em busca desse princípio
originador do Universo e da vida, mas não encontraram; deduziram apenas que a
natureza no seu movimento de geração e corrupção (nascimento e morte) se mantém
sem intervenção de forças externas. Percebemos então, que essa discussão nasceu
a mais de três mil anos e assim se mantém, mudam os conceitos e as hipóteses,
mas o objetivo continua o mesmo: anular a fé em um Deus criador e mantenedor do
Universo, de que houve o pecado e o filho de Deus morrendo em prol desses
pecadores na cruz do Calvário. Parece uma discussão simples, mas não é, até
porque onde há tramas para o engano e a mentira, as hipóteses, a argumentação e
as conclusões precisam ser bem elaboradas, caso contrário, seria muito fácil
para os opositores descobrirem a trama e acabar com as possíveis verdades e
mentiras. Mas, sejam ciências e aparentes religiões, onde o empirismo e a
metafísica não conseguem provar por si só suas conclusões, entra a filosofia
com suas argumentações fazendo uso do silogismo e da lógica formal para dar
sustentabilidade aparente às conclusões propostas, e assim a trama da mentira e
da verdade continuam acesas sem que alguém possa ofuscá-las e ou apagá-las. Mas,
esquecem os antropocêntricos cientistas, filósofos e cristãos racionalistas que
toda construção cognitiva humana é passível de análise e conclusões certeiras.
Pode demorar milênios, mas um dia a casa cai, até porque, a mentira e a verdade
têm que estar transparentes para todos poderem decidir se creem ou não em um
Deus Criador e Mantenedor do Universo.
A METAFÍSICA E O SOBRENATURAL
Entendendo esses dois conceitos antigos,
fica mais fácil para desvendar essa trama entre evolucionistas e criacionistas
que tem como foco atual o *Intelligent Design. (Design
inteligente), o discurso e o conceito são Contemporâneos, mas suas bases são
antigas, (séc. IV a. C.), da Grécia; Polis: (cidade Estado) de Atenas.
METAFÍSICA, o que está
além da física, que é nada mais e nada menos que um discurso abstrato,
imaginário ou não. Por exemplo, o deus para Sócrates era uma inteligência
superior, pois segundo o raciocínio filosófico nada pode vir do nada, logo,
para não admitir a realidade de um criador bíblico como cria os hebreus,
israelitas e judeus, Sócrates lançou a ideia de um "Design inteligente", um deus
imaginário, metafísico, além da física natural.
SOBRENATURAL, Aquele que
está acima da natureza, uma referência ao Deus criador do Universo e da vida
segundo o relato bíblico, como acreditava o povo que se estabeleceu segundo o
mesmo. Então, todo deus metafísico é uma referência aos deuses filosóficos que
foram criados ao longo dos séculos e milênios com a finalidade de ofuscar a
verdadeira teologia do Sobrenatural, criando falsas teologias filosóficas,
sendo Platão o principal deles com o seu Mundo das Ideias que Santo Agostinho
(IV d. C.), introduziu-a ao cristianismo primitivo denegrindo-o, ousando no
desafio ao criador ao cúmulo de dar sustentabilidade para os líderes políticos alterarem
os mandamentos bíblicos. De lá para cá,
no desenrolar da história, notamos vários deuses metafísicos imaginados pelos
filósofos para construírem suas filosofias evolucionistas ou não.
DEUSES METAFÍSICOS FILOSÓFICOS
Defensores da ideia de um "design inteligente" na
Grécia, Sócrates: deus, uma inteligência superior; Platão: demiurgo, o deus
plasmador que molda a partir da matéria pré-existente, aquele que não cria a
partir do nada; Aristóteles: o motor imóvel que move tudo sem se mover, causador
de todas as causas sem ser causado. Esses três clássicos, são os criadores da
ideia de um design inteligente, da ideia de um deus metafísico, um ser
imaginário que fosse o antípoda do Deus sobrenatural bíblico. Precisamos
entender que os filósofos que não creem no Sobrenatural, embora discutam e
fundamentam muitas crenças, inclusive alguns seguimentos cristãos, seu objetivo
principal é anular, apagar da mente da humanidade a fé no Deus Sobrenatural
segundo os ensinamentos bíblicos. E não subestimemos a filosofia, é ela a
criadora do conhecimento antropocêntrico que surgiu com o objetivo único de
provar a não inexistência do Deus bíblico, seja através do empirismo ou do puro
argumento filosófico-científico-religioso.
DEUSES METAFÍSICOS AO LONGO DA HISTÓRIA:
Deus, uma mônoda (“unidade”), a menor
partícula espiritual de Laibniz (1646-1716); O Panteísmo (deus é tudo e está em
tudo, logo, uma extensão de tudo), de Spinoza (1632-1677); a vontade de Schopenhauer
(1788-1860) pode ser a coisa em si procurada por milênios; a teoria
evolucionista (seleção e adaptação natural) de Darwin e o Neodarwinismo; o Big
Bang; o politeísmo católico herdado dos antigos antípodas dos adoradores do
verdadeiro Deus bíblico; a negação das verdades legais do Velho Testamento para
a atualidade por parte dos católicos e protestantes; e fechando esta lista para
citar alguns, o maior crítico de todos os tempos Nietzsche (1844-1900), como
filósofo e filólogo, e sem medir consequências desvendou as mentiras
filosóficas, metafísicas, políticas, teológicas e científicas de todas as
épocas. Para ele, o homem deve valorizar a vida terrestre, pois é esse o nosso
habitat. A filosofia de Nietzsche não é metafísica e nem sobrenatural e
mudanças só acontecerão com o "devir" de outro homem, “O Além do Homem”, isto
é, uma sociedade sem metafísica e sem esperança num paraíso celeste, uma
sociedade que viva esta vida sem esperanças efêmeras, que aceite a dor e a
morte como as únicas realidades desta vida, pois isto é a vida. Então, viva
intensamente os sentimentos aflorados em nossa vontade, pois somos apenas isso,
o assim ser é para os fortes, os terrestres, o homem sem temor de Deus e dos
deuses. A filosofia de Nietzsche é naturalista, seus exemplos filosóficos foram
o Pré-Socrático Heráclito de Éfeso (V-IV a. C.) e Schopenhauer. Seu principal
conceito filosófico é o *Devir, que significa movimento. Movimento
foi o principal conceito de Heráclito. E o movimento é o único que conta, pois
ele começa a cada um de nós quando nascemos e termina quando morremos, mas o
próprio movimento é eterno. A razão pouco importa porque obedecemos nossa vontade
e desejos, sejam eles bons ou não. Então, percebemos que o mundo vai de mal a
pior porque sempre há alguém corroborando religiosamente, filosoficamente, cientificamente
e politicamente para isso. Se todos esses seguimentos fossem verdadeiros o
comportamento da sociedade estaria melhorando e não piorando, logo, há algo
errado e precisamos encontrar o equilíbrio para vivermos “melhor” até que as
profecias se cumpram e Cristo volte!
A filosofia de Nietzsche é objeto de
intensa investigação, pois escreveu para os doutos. E esses, na medida em que
vão interpretando expõe ao senso comum em forma de filmes e novelas e outros
programas de TVs, que são os maiores educadores da população a visão filosófica
de Nietzsche ao mundo. Todos os apelos à sensualidade e outras paixões imorais
já estão sendo observada no comportamento da atual sociedade, e sem dúvida
alguma, a imoralidade, o individualismo, a exploração e o desrespeito pela vida
do outro, a ganância capitalista, a moda a qualquer custo, e as práticas dos
desejos carnais, estão sendo o eixo moral imposto à sociedade do século XXI; e
tudo indica que a imoralidade será a moral deste século.
A televisão é a ferramenta que constrói e
destrói na mesma proporção, que educa e deseduca, faz e desfaz ídolos para o
povo. Todas as religiões ou denominações religiosas atualmente estão dominando
essa ferramenta para propagar suas doutrinas, pregar o seu evangelho, as suas
boas novas. Mas no meio dessa babilônia “evangélica” há pessoas bem intencionadas
com o propósito de pregar as boas novas de Cristo, de anunciar que Cristo em
breve voltará! Então, precisa-se ter consciência de que a igreja está na TV e
mais que a mensagem bíblica o exemplo do apresentador, do pregador, do cantor,
das brincadeiras dos jovens contam mais que a próprias palavras, as pessoas
querem exemplos que vem das mídias, logo, todos os profissionais cristãos que
estão na TV deve representar o exemplo de Cristo e não dos mundanos. Estamos no
mundo, mas cremos que estamos nos preparando para o novo mundo que Cristo irá
nos proporcionar, e isso tem que ser demonstrado no nosso modo de ser às
pessoas que estão do outro lado da TV.
PARA PENSAR
Se
existe o aparelho reprodutivo e as características dos vegetais adormecidas nas
sementes, o que justifica a teoria da evolução o neodarwinismo, a não ser negar
a existência de um Deus sobrenatural criador de tudo o que há?
Se a bíblia é a palavra de Deus e tem por
fundamento a fé, qual a pretensão daqueles que se dizem viver pela fé
esforçar-se para provar a existência de Deus pelos métodos antropocêntricos, se
não a falta de fé nesse Deus da bíblia?
Ciência, filosofia, política e teologia
fazem parte de nossa cultura, e todas corroboram para a evolução cognitiva da
humanidade. Estão elas em sua esfera de atuação em busca da verdade ou do engano,
do mero comércio ou promovendo meramente o preconceito e as intrigas para
obterem lucros?
Sendo apenas racionais e confiando no
assim diz o Senhor, teremos uma experiência pessoal e eterna com Ele, sem
precisar lançar mão das dúvidas racionalistas. Então, sejamos racionais e nunca
racionalistas, pois o racionalismo tem como fundamento principal a dúvida.
Filósofo e professor Isaías
Correia Ribas.