Não existe sociedade organizada sem
leis; num passado remoto, segundo Montesquieu (1689-1755), “Existiam apenas as leis
naturais. As Leis tratam de relações necessárias”. (Os Pensadores -
Montesquieu. São Paulo, Abril Cultural, 1973).
Todas as leis dos Estados
(constituições) têm funções: mostrar os deveres e direitos dos cidadãos; e
todas as leis são auxiliadas pela graça, o perdão, *e nisto está o espírito da lei.
A lei mostra-nos o erro, ou o nosso pecado para corrigir-nos, harmonizar-nos às
leis do Estado; e aos mandamentos bíblicos escritos em tábuas de pedras por
Deus, com o próprio dedo, portanto, *princípio pétreo (que não pode ser
alterado); posteriormente registrados por Moisés em “papiros” que compunham a
bíblia, para que todas as sociedades alcancem a harmonia, a paz pessoal,
regional e mundial; também, todas as leis prevê a transgressão imperdoável, aquele
delito que revela a maturidade do caráter do transgressor, mostrando às
autoridades que tal indivíduo não é mais possível viver em sociedade, logo,
castigando-o à pena de morte, a prisão perpétua e outras penas semelhantes.
Então, entender essa relação entre lei e graça no contexto bíblico não é tão
difícil como parece. Nós do planeta Terra, que vivemos à mercê de muitas leis
federais, estaduais e municipais, inconscientemente detestamos as leis porque
seu caráter principal é estabelecer limites e educar-nos dentro de certos
princípios sociais e morais construídos ao longo do tempo por nossos
antepassados; e muitos de nós entendemos que ante as leis não somos livres, assim,
esquecemos que a verdadeira liberdade está relacionada à prática da lei, pois o
espirito livre é para os praticantes. Diante dos deveres legais cumpridos, os
direitos acompanham-nos, é uma relação de causa e efeito que rege tanto para o
bem quanto para o mal.
Montesquieu abordou o espírito da lei
na visão política de acordo com o regime político adotado pelo grupo, sem
relacioná-lo às leis universais, divinas, bíblicas. Mas quando olhamos para o
todo, incluindo o universo bíblico, logo, todos os racionais e irracionais,
percebemos que tudo é regido por leis eternas, inalteráveis. Toda forma de vida,
animal e vegetal, têm sua gênese naquele que É; no Ser
em Si, que, por meio do *Logos (palavra), estabeleceu tudo o
que há, por isso, na contemplação da natureza: no germinar de uma semente, na
formação de outro ente semelhante aos pais podemos perceber Aquele
que tem a vida em Si. A lei de Deus é eterna como é eterno o Universo regido pela
lei de Seu eterno autor. A vida finita dos terrestres: nascer, viver e
morrer, é um caso a parte de todo o resto do Universo. Somos “vítimas”,
mas somos “especiais”, e nossas leis são finitas como nós.
LIBERDADE
*Entendo que somos livres quando não temos
nada a evitar. *Livre-Arbítrio não é sinônimo de
liberdade. Se preciso escolher, como posso ser livre? Só houve liberdade antes
do pecado, onde tudo o que as criaturas faziam era bom, não existia o mal a
evitar, a harmonia era plena, logo, o pecado é um mistério que pode até ser
explicado e compreendido dentro de nossas limitações, Mas onde está o mistério,
podes estar perguntando? Na ousadia de um ente, Lúcifer, querer ser igual a
Deus e criar como Ele criou; ser adorado como era o Criador; nisso está o
mistério: o que levou Lúcifer querer ser Deus? Sua beleza? Inteligência? Sua musicalidade? Seu
alto posto entre os anjos? Tudo isso junto? São indagações e indagações
envoltas em muitos mistérios para nossas limitações, mas o fato é que foi assim
e vivemos nesse contexto universal, nossa existência faz parte dessa trama, e é
desse contexto que os salvos por Cristo chegarão à verdadeira liberdade
Universal. *ONDE NÃO TEREMOS MAIS MAL A EVITAR! E creio que depois desta
triste experiência de quase seis mil anos, ente nenhum dotado de razão se
aventurará em querer ser igual a Deus.
GRAÇA
A função da lei universal, os
dez mandamentos bíblicos, é revelar o amor de Deus, Sua longanimidade,
bondade e disposição para salvar; a lei mostra nossas falhas, erros, pecados, e
ao mesmo tempo mostra-nos o meio pelo qual podemos ser perdoados e capacitados
a não viver uma vida de constante pecar. O sacrifício de Cristo na cruz do
Calvário é suficiente para salvar todos os que O aceitarem como seu salvador!
O único meio pelo qual podemos ser transformados é pela graça! Mas o que é a
graça? É o poder de Deus agindo naqueles que desejarem serem capacitados a
praticar a lei. A graça é para todos que almejam e desejam fazer a vontade de
Deus, mas essa obediência vai além do legalismo, do simples praticar a lei, por
isso disse Cristo: *“Amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo”. É
esse o papel da graça: capacitar-nos a *amar a Deus e ao próximo, nisso está
à prova de que pedimos a graça e Deus nos deu; se realmente estamos sendo
transformados à semelhança divina não dependemos de datas especiais para lembrar-nos
de que temos Deus e o próximo para honrá-los. Ah! Bom seria se todos nós
cristãos crescemos no poder da graça! O mundo seria bem melhor e provavelmente
não estaríamos mais aqui, Deus já teria nos resgatados das mãos de Satanás!
Declarando-nos como Seus! A Sua
longanimidade continua dando-nos mais um pouco de tempo, mas não esqueçamos, um
dia o período de graça passará, acontecendo isso, Satanás assumira de vez o
controle das paixões humanas, e os salvos em Cristo passarão por um tempo de
angústia como nunca houve.
ANALOGIA ENTRE A GRAÇA HUMANA E A DIVINA
Os transgressores das leis do
Estado, julgados, recebem suas penas: prisão por tempo determinado, prisão
perpétua, pena de morte, amputação de parte do corpo, trabalhos social e
outros, é óbvio, essas penas mudam segundo a legislação dos países. Muitos
desses transgressores, por bom “comportamento”, recebem a graça de serem libertos,
espera o Estado que esses agraciados deem provas de que o castigo previsto nas
leis os fez refletir, adaptando-se às leis sociais. Mas, infelizmente poucos
são os que aprendem com o castigo legal; os transgressores estão tão distantes
de si e do outro que não se veem parte do todo, estão tão longe de compreender
o seu valor comportamental para o bem de todos que, assim que recebem a graça
não sabem o que fazer com ela e acabam praticando os mesmos delitos que os
levaram à prisão. Nada nesse mundo é capaz de mudar o indivíduo a não ser ele
mesmo, a partir dessa consciência os indivíduos já aumentariam a alto-estima
que está baixa, e teria forças para buscar ajuda do outro em vez de agredi-lo.
O planeta Terra é, na verdade,
uma grande prisão para a humanidade; estamos isolados fisicamente dos outros
planetas, e o plano de salvação é justamente para isto, acabar com esse
isolamento. Logo, a legislação Universal, divina, é melhor, mais justa,
prevendo que a “liberdade” é o melhor caminho para a reflexão; o pior castigo é
estar consciente do pecado e mesmo assim, saber que o grande legislador espera
que o transgressor, “em liberdade”, entenda o seu delito e se arrependa, isso
acontecendo, mais um pecador ajustou-se ao plano divino! E dentro dessa prisão
interplanetária, criamos mais um sistema legal com prisões para livrar-nos de
nossos semelhantes transgressores, encarcerando os “piores”. Precisamos
entender que todos nós estamos condenados à morte eterna e livrar-se-ão dessa
pena, os que aceitarem se reintegrar ao plano de salvação elaborado por Deus!
A graça da lei divina, quando buscada, faz o indivíduo refletir na sua
miséria e mostra a saída. Deus, através do Espírito Santo, *a verdadeira graça divina,
transforma a pessoa por inteiro, principalmente nossa vontade, o sentimento que
nos leva a fazer tanto o bem quanto o mal. Segundo os filósofos Schopenhauer
(1788-1860) e Nietzsche (1844-1900), o mundo e as pessoas são apenas vontade.
BABILÔNIA (CUNFUSÃO)
Atualmente, devido a grande confusão
religiosa que há, é difícil para os leigos diferenciar entre o certo e o
errado, até porque, os crentes, na sua grande maioria têm pouco estudo, então,
eles preferem acreditar mais na palavra de seus líderes espirituais pastores, padres e outros guias que investigar o que diz a
bíblia. O andar com a bíblia embaixo do braço não passa de mera formalidade.
Apesar de dizerem estudantes da bíblia, seguem, na verdade, as decisões da
igreja Católica, suas leis em detrimento da lei de Deus. Isso se dá por
inocência religiosa, ignorância e propositalmente, mas quem julga as intensões dos
indivíduos nessa babilônia é o *Onisciente Criador, Porém, chegará
o dia em que se unirão os três espíritos imundos: catolicismo, espiritismo e
protestantismo apostatado que, com o aval dos poderes políticos, legislarão
contra os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. A
partir dessa época, os dois caminhos estarão claros onde, cada pessoa por mais
simples que seja perceberá os dois grupos e poderá facilmente decidir a quem
servir, a Deus ou a Satanás; saindo esse decreto, a porta da graça estará
aberta por mais um pouco de tempo para que os sinceros tomem suas decisões
abraçando ou não as verdades bíblicas. Fechando a porta da graça *(o
fim da obra do Espírito Santo) não haverá mais oportunidade para os
pecadores, cada um tomou sua decisão para a vida ou para a perdição eterna. Em
todos os seguimentos religiosos há pessoas sinceras, esses, Deus julgará com
Sua justiça e não é a igreja que ele frequenta que vai lhe dar a perdição ou a
salvação, mas o justo Deus, baseado na luz que cada um teve, e o que fez com
essa luz!
Isaías Correia Ribas, filósofo e
professor.