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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O MAIOR PROBLEMA PARA OS FILÓSOFOS É O "SER"



1º período filosófico e seus objetivos (VI-IV a.C.)
     A filosofia como qualquer outro seguimento do conhecimento tem objetivos para impor à sociedade. Os primeiros filósofos surgiram no século VI a. C. com o objetivo de fundamentar o conhecimento antropocêntrico, isto é, centralizado no homem, pois, até então, o conhecimento estava fundamentado no Deus dos judeus e nos deuses gregos. A literatura judaica era a bíblia que estava sendo escrita e a dos gregos os mitos. A filosofia do 1º período é conhecida por dois nomes: da natureza (Physis) ou Pré-Socrática; eles queriam encontrar algum elemento natural que fosse a origem da vida e, se possível, do cosmos. Na busca desse desafio levantaram algumas hipóteses; por exemplo: Tales de Mileto defendeu a hipótese de que a vida surgira da água ou umidade, Anaximandro do ar. Anaxímenes do a peiron, força ilimitada, Pitágoras, que tudo é número, equações, uma força denominada mônadas , Heráclito do fogo, pois, à sua ação tudo se transforma, entre outras. Porém, nenhuma hipótese foi conclusiva, afirmando ou negando. Por isso ainda hoje há essa busca da origem da vida e do universo pelos cientistas. As únicas conclusões das observações dos Pré-Socráticos foram: tudo é movimento, no caso dos seres vivos é: nascer, viver e morrer; e no cosmos tudo também é movimento, isto é, todos os astros siderais têm sua órbita.
2º período e seus objetivos (IV a.C.)
     Devido às frustrações dos primeiros filósofos, os pensadores clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles não se preocuparam mais com a natureza, essa ficou a cargo dos cientistas que surgiram logo após as frustrações filosóficas. Os clássicos dirigiram suas pesquisas e objetivos focando outros problemas na sociedade, porém, o objetivo primeiro, de ser o fundamento do conhecimento antropocêntrico em detrimento do Deus dos judeus continuou, mas, de modo mais implícito que explicito. Isto é, iriam eliminar o Deus dos judeus usando o nome de Deus, só, que, em vez de dizer Deus, a palavra utilizada seria o Ser, uma referência ao grande Eu Sou, o Deus dos judeus. Além desse objetivo, eles pensaram a política, principalmente a democrática, a educação para os jovens e voltaram a valorizar a mitologia grega. Quando Sócrates elegeu um Deus denominando-o “Inteligência Superior”, e Platão o “demiurgo”, o deus manipulador, não o criador através do logos e Aristóteles O “Motor Imóvel” causador de todas as causas sem ser causado; eles estavam elegendo deuses para fechar uma lógica, pois, os filósofos da natureza haviam falhados em encontrar algo natural que eliminasse o Deus dos judeus como  criador e mantenedor de tudo que há, nada mais inteligente que admitir politicamente a existência de Deus. Ainda hoje, o maior problema para a filosofia se declarar o fundamento do conhecimento, é o “Ser”, pois este é anterior ao conhecimento antropocêntrico.
3º Período (III a.C. a  V d.C.)
     Com a morte de Aristóteles (322 a, C,) iniciou o período Helenístico, se estendendo até 525 d. C., quando Justiniano, imperador do império oriental fechou as escolas pagãs de filosofia. O período helenístico é marcado pelo desenvolvimento de escolas vinculadas a determinadas tradições, destacando a Academia de Platão, a escola aristotélica, a espicurista, a cética, a estoica, e o pitagorismo. Nessa época houve uma tendência predominante ao ecletismo e muitos filósofos sofreram a influência de diferentes escolas. O principal centro cultural do helenismo foi Alexandria no Egito.
     Perseguindo o ideal de eliminar o Deus dos judeus do consciente humano, Filon, filósofo grego de origem judaica e cognominado “o Platão judeu”, foi o primeiro a se aventurar a dizer que o livro sagrado dos judeus, a bíblia, era um livro de contos míticos, semelhante à mitologia grega. Filon viveu na Alexandria no século I da era cristã e foi um dos principais representantes daquela escola. Como filósofo, procurou harmonizar os escritos bíblicos às filosofias de Platão e Aristóteles. Foi o inspirador do neoplatonismo, da literatura cristã e da Patrística (escola dos padres). Deus para ele, como para Aristóteles era um ser imóvel.
     Santo Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste, África, chegando a ser Bispo de Hipona. Gradou-se em retórica após estudar em Cartago, Roma e Milão, por muitos anos foi professor de retórica. No século três, Constantino, imperador pagão, se converteu ao cristianismo, era o paganismo mantando estratégias para conter o avanço das influências judaico-cristãs na política romana. O pai de Agostinho era ateu e sua mãe cristã, aos dezenove anos tornou-se seguidor do maniqueísmo, filosofia que defende a tese de que o universo é mantido por duas forças opostas, o bem e o mal. Devido às influências da mãe, resolveu estudar a bíblia, mas não a entendeu por causa da simplicidade de seu estilo de escritura que apresentava um deus antropomorfo, isto é, que tinha sentimentos semelhantes aos dos humanos. Por isso abandonou-a voltando ao maniqueísmo. Depois, em contato com Santo Ambrósio que lhe ensinou como entender a bíblia passou a compreendê-la convertendo-se ao cristianismo, chegando a ser eleito Bispo de Hipona.  Como filósofo cristão conhecedor da filosofia de Platão, dos maniqueístas e dos escritos de Paulo, suas ideias filosóficas e cristãs compôs a filosofia para a Idade Média.
     A Idade média começou no século V, se estendendo até o XV. A religião e a política desta época estavam em poder da igreja Católica Romana. Senhora de todo o poder, por isso ficou fácil para os escritos bíblicos dos judeus sofrer alterações, era a oportunidade que os filósofos tanto buscavam, em nome da religião, enfraquecer a religiosidade dos judeus. E assim, O dia santo dos judeus, o sábado, foi mudado para o domingo, o final de um dia e começo do outro passou do pôr do sol para a meia noite, a crença na existência e imortalidade da alma segundo a filosofia de Platão, passou a ser doutrina do cristianismo medieval, as carnes classificadas como imundas pela bíblia, perderam essa classificação, as imagens de esculturas representando o politeísmo voltou para dentro das igrejas, dignas de admiração e culto e o Papa se elegeu representante de Deus na Terra com poder para perdoar pecados, entre outras mudanças. Para a filosofia esta foi a maior de suas vitórias, era filosofia em nome da religião negando a fé na Divindade bíblica o Deus dos judeus e cristãos.

Filósofo Isaías Correia Ribas  

  

terça-feira, 15 de setembro de 2015

"PROGRESSÃO CONTINUADA" - O MAL INFILTRADO NAS ESCOLAS PÚBLICAS


     A ignorância generalizada nunca foi um projeto do bem, ou seja, de Deus. Logo, como o mal, segundo os maniqueístas e a filosofia medieval, é ausência do bem, a ignorância generalizada, segundo o pensamento bíblico, é um projeto de oposição ao divino, ou seja, do Diabo. Pois, através da ignorância não há como ter desenvolvimento pessoal, de comunidades e muito menos de uma nação, sem falar que, o atual crescimento da criminalidade se dá devido à falta de conhecimento da grande massa urbana, principalmente de jovens que, sem perspectiva de vencer na vida de maneira digna, são facilmente recrutados por aqueles que fazem do mal, ou seja, da corrupção generalizada seu meio de vida.
O projeto de educação fundamentada no paradigma “Progressão Continuada” (aprovação automática), é do PSDB; aplicado nas escolas públicas pelas secretarias da educação estadual e municipal de seus governos. E, caso eles cheguem novamente ao poder federal, será aplicado em todo país, Brasil.
Em 1998, o Conselho Estadual de Educação (CEE, deliberação nº 09/97) institui no sistema educacional de ensino do Estado de São Paulo o regime de progressão continuada, no Ensino Fundamental, com duração de oito anos, na forma de ciclos – ciclo I (1ª a 4ª série) ciclo II (5ª a 8ª série) – para o Ensino Fundamental, regular ou supletivo. Esse novo regime de progressão continuada previa a avaliação do processo de ensino e aprendizagem, o qual deveria ser objeto de recuperação contínua e paralela, a partir de resultados periódicos parciais e, se necessário, ao final de cada período letivo; bem como uma nova forma de organização escolar e, consequentemente, outra concepção de avaliação. Se antes se aprovava ou se reprovava ao final de cada série, com a progressão continuada se esperava que a escola contratasse diferentes formas de ensinar, que assegurassem a aprendizagem dos alunos ao longo do processo e não ao final de cada período letivo.
Talvez os pais não saibam, mas este projeto não consegue ir além de aprovação automática, onde, os alunos em poucos dias de ingresso às escolas, ficam sabendo pela comunidade que não é preciso estudar para passar para a próxima série, começa ai a impossibilidade dos professores conseguir ensinar alguma coisa aos atuais estudantes da rede pública. Então, penso eu, o governo alcançou seu objetivo de manter a ignorância generalizada através da própria educação, pois, com esse paradigma conseguiu anular tanto o interesse dos alunos com o ideal dos professores; logo, este é um projeto do mal, algo bem feito para anular toda uma nação do conhecimento através do próprio meio de se obter conhecimento formal.
O projeto da ONU e ECA, formulado na Tailândia é de boa formação escolar para todos, não uma patifaria desta que eles dizem se inspirar no projeto das Organizações das Nações Unidas para todos os países em desenvolvimento.
Para piorar, em 2016 algumas escolas paulistas serão piloto, onde, os alunos poderão compor seu currículo para o Ensino Médio, isto significa que o aluno e seus pais serão os responsáveis pelo fracasso, não o Estado.
Sem falar que os professores do estado de São Paulo não terão mais o direito de fazer mestrado ou doutorado para subir na carreira profissional, quem quiser fazer carreira dentro do sistema terá que se contentar com a formação continuada oferecida pela gestão escolar, isto significa que o governo quer sucatear o ensino e os professores.
Diante disso eu me pergunto: O que é pior, os políticos saqueando o Estado através das estatais, Petrobras, Ferrovias entre outras, ou sacaneando os brasileiros através da má educação que mantém todos dentro da lógica da escravidão do Brasil Colônia?
Nietzsche, apesar de ser contra toda moral judaico-cristã, tem um projeto de educação, que, a meu ver, é infalível para o desenvolvimento de uma nação:
O mais desejável continua sendo, em todas as circunstâncias, uma rígida disciplina na época certa, ou seja, ainda numa idade em que desperte orgulho ver que muito é exigido de si mesmo. Pois isso diferencia de qualquer outra escola da dureza como boa: que muito é exigido; que é exigido com rigor; que o bom, que até o excepcional é exigido como natural; que o louvor é raro, que não há indulgência; que a punição se impõe certeira, objetiva, sem exceção para talento e origem. Uma escola assim é necessária em todos os sentidos: isso vale tanto para o mais corpóreo quanto para o mais espiritual: funesto seria querer separar aqui! (Nietzsche, 202a, p. 151-152, § 14 [161]).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUSA, Mauro Araujo de. Nietzsche Asceta, p. 190: Ijuí, RS. Ed. Unijuí, 2009.


Filósofo Isaías Correia Ribas