Teoria do conhecimento
A filosofia é a fundadora do conhecimento
antropocêntrico. Este objetivo se deu com os filósofos da natureza que
decidiram não aceitar mais o Deus bíblico como sendo o centro do conhecimento.
Logo, toda teoria do conhecimento, tem, entre outros objetivos, negar a
existência literal do Deus bíblico, finalmente, se possível for, eliminá-Lo do
consciente humano.
Antes da filosofia o conhecimento se dava
entre a palavra e o objeto referido, era objetivo. No início da filosofia
humana e política, com Heráclito e Parmênides, algumas palavras obtiveram o
status de conceito, assim, foi possível ir além dos objetos
concretos, possibilitando, inclusive, apreender conceitos mentais e os vazios
de significado literal, tornando possível a psicologia e a ontologia. Logo, a
criação do conceito possibilitou ampliar o movimento epistemológico. Pois, além
de conhecer os objetos concretos, tornou-se possível refletir e conhecer o
conteúdo pensado e negar o que está além do pensamento, o metafísico, ou Deus, conceito
vazio de significado literal.
A
ciência derivou dos questionamentos filosóficos, tornando-se uma ferramenta
para chegar-se à verdade ou negá-la. Para se conhecer os objetos concretos,
mentais e metafísicos três passos são necessários: “a priori, empírico e a posteriori”.
A priori
A priori, de modo simples, significa antes
da experiência, mas, em se tratando do conhecimento, referem-se àquelas
criações oriundas da razão pura, às criações
mentais, tais como a aritmética, a álgebra, a geometria e alguns sistemas
filosóficos. Não gostamos das ciências exatas justamente por isto, para apreendê-las
a que se pensar como pensou o criador desta ciência; no caso da filosofia, a que
se conhecer muito para apreender o que pretende e qual é o objetivo final ao se
criar um sistema filosófico. É uma espécie de entrar na mente da pessoa, e isto
é um exercício mental cansativo, por isso, poucos são os que gostam e se
identificam “naturalmente” com as ciências exatas e filosóficas.
Empirismo
De modo simples, empirismo é
o caminho de se chagar a verdade, ou, simplesmente, negá-la. O empirismo se dá
por dois caminhos, o sensível e o científico. O sensível é o mais simples
porque utilizamos os sentidos, ou seja, nosso próprio corpo para conferir o que
foi afirmado. (se digo que esta parede é branca, basta olhar para conferir, se
afirmo que esta fruta é azeda, basta experimentá-la para comprovar, enfim, tudo
que depende apenas dos sentidos pode-se afirmar ou negar de imediato). O
empirismo científico é mais complexo, somente os sentidos não dá conta, por
isso, a invenção de uma simples luneta foi o suficiente para derrubar conclusões
falaciosas sobre nosso sistema solar; com o microscópio foi possível conhecer o
universo dos micro-organismos, tornando possível a fabricação de vacinas e
outros remédios para combater doenças que assolam milhares de pessoas. Muitos
são os aparelhos inventados para auxiliar o homem na busca e ampliação do
conhecimento e para aferi-lo, confirmando ou negando opiniões e teses hipotéticas.
A posteriori
A posteriori significa após a experiência.
Nesta última fase decreta-se o que é conhecimento cientificamente comprovado.
Logo, opiniões e hipóteses não confirmadas empiricamente não são conhecimentos
cientificamente comprovados.
Continuando,
analisarei três teorias do conhecimento, de Platão, de David Hume e a do
próprio conceito geral de conceito para mostrar como a filosofia quer, em nome
do conhecimento, negar a existência de Deus e, se possível, eliminá-Lo da mente
humana.
Platão
Este é foi um dos maiores filósofos que já surgiu no
Ocidente, ainda hoje, crentes e descrentes seguem sua filosofia sem nunca ter
ouvido seu nome, outros, sequer, lido um só de seus pensamentos. O conceito
principal de sua filosofia é a alma e a teoria filosófica é a
do mundo
das ideias. Platão tem uma teoria do conhecimento, porém, não está
limitada a este mundo, ainda está conectada à metafísica, isto é, dependente de
uma alma que migra, após a morte, a diferentes corpos. Platão através do
conceito alma, não quer negar Deus, e sim a pessoa como sendo o resultado da
manipulação do barro mais o sopro divino, melhor, a pessoa como sendo criatura
de Deus. Para isto ele teve que dividir a pessoa em corpo mortal e alma
imortal. Com sua teoria do conhecimento o relato bíblico foi posto em dúvida,
levando as pessoas a ter como verdade o conhecimento antropocêntrico. Pois,
segundo Platão, a verdade é o que está na mente, não na realidade aparente
deste mundo, onde tudo é movimento, ilusório e passageiro. Segundo sua teoria
do conhecimento o conhecer se dá através da alma que reencarna e relembra o que
vira no mundo das ideias, onde tudo são perfeitos e eternos, fazendo a pessoa
em desenvolvimento conhecer através da lembrança (reminiscência). Esta teoria
do conhecimento elaborada por Platão não é mais aceita pela academia, pois, é
contrária à realidade educacional que precisa de escolas e universidades para
concretizar o aprendizado, ou o conhecimento. Logo, a alma, como meio de
educação formal não condiz com a realidade educacional, restando à filosofia de
Platão, a dialética e a religião. Na Idade Média, através de Santo Agostinho, a
filosofia do mundo das ideias de Platão alcançou o status de teologia, sendo
posta no cristianismo como doutrina cristã, fundamento de todas as formas de cultos
espiritualistas onde se cultuam a imortalidade da alma. Sob a batuta desta
doutrina, com aspectos diferentes, incluem católicos, espíritas e protestantes.
Logo, os religiosos correm o risco de seguir a filosofia de Platão e não a
doutrina de Cristo. Por isso, para Nietzsche, “cristianismo é platonismo”.
David Hume
Hume é um exemplo clássico de quem elaborou uma teoria do
conhecimento capaz de conduzir quem crê na existência de Deus, mas queira
conhecer os fundamentos do antropocentrismo, caia no conceito vazio de qualquer
significado literal. Pois, sua teoria do conhecimento é mais uma que tem o
objetivo de anular Deus do consciente humano, conduzindo a humanidade ao
ceticismo.
Para
Hume o conhecimento não se dá através do hábito,
costume ou entre causa e efeito, isto são crenças, algo muito diferente dos
“processos intelectuais de inferência
lógica”. Sua teoria do conhecimento se dá pelas impressões e destas, pelo
processo empírico, surgem ideias que vão concluir o que é
conhecimento a posteriori. Assim, “as percepções mais vivas são as impressões e
as menos fortes são os pensamentos ou ideias”. Segundo a teoria do
conhecimento de Hume, ao vermos a coisa ou objeto, a mente é impactada, neste
primeiro impacto nada se conhece, pois são apenas feixes de luzes que impactam
a mente. Após o impacto, caso o impactado tenha curiosidade de conhecer a que
dar o passo seguinte, experimentar. Após a experiência nascem os pensamentos ou
ideias conclusivas sobre o que pretendera conhecer. Adão, ao ver um lago com peixes,
se ele não mergulhasse, jamais saberia dizer que a mesma água que mantém vivo
aqueles peixes o mataria caso ele tentasse imitá-los. Logo, para Hume, o
conhecimento antropocêntrico de seus dias só era possível por este caminho.
Atualmente, além de saber que a água sufoca os animais terrestres, através de
análises com instrumentos mais precisos, pode se conhecer os sais e outros
micro-organismos contidos na água.
Agora,
aplique a teoria do conhecimento de Hume para conhecer Deus. Sentiu? Deus é um
conceito vazio, quando muito, um pensamento ou ideia de Deus elaborado apenas
para fechar alguma lógica de interesse religioso. É vazio porque não há como
obter impressões, muito menos como experimentá-lo, para, através do
desenvolvimento de pensamentos ou ideias para concluir algo sobre a existência
literal de Deus. Logo, toda descrição sobre Deus não vai além de imaginações,
deduz Hume. Portando, Deus, segundo sua teoria do conhecimento, não existe, Sua
existência se limita a fé. É baseado neste empirismo acadêmico que a filosofia
cria uma sociedade cética, uma elite que desafia a existência de Deus através
de seu jeito contemporâneo de ser cristão, onde, restou às instituições religiosas
o mercado da fé, onde se vende o medo da morte e a esperança na vida pós-morte,
a vida eterna. Por isso o crescente número de instituições religiosas e igrejas
particulares nos dias atuais sem nenhuma preocupação com o modo de ser cristão
explícito e implícito na bíblia. Pois, são apenas mercado e nada mais. Por
isso, é difícil alguém passar por uma universidade pública ou religiosa e
continuar crendo em um Deus que salva, logo, não é por acaso a invasão do
mundanismo no seio das igrejas protestantes, até mesmo daqueles que até poucos
anos atrás se diziam pautarem seu comportamento segundo as instruções bíblicas,
sendo um povo diferenciado por não seguir os costumes do mundo cético.
E aí, você continua duvidando que a
filosofia forma mestres e doutores, para, em nome de Deus direcionar as pessoas
através da fé a negar os princípios bíblicos, seguindo a moda mundana? Por isso,
entendo que a filosofia é a forma mais avançada de espiritismo, pois, em nome
do conhecimento, através das faculdades e universidades, leva muitos a negarem
a Deus através de seu comportamento anticristão.
O Apóstolo Paulo fala de uma fé racional,
onde, todos os dias, o cristão deve apresentar o seu culto racional. Paulo era
um apóstolo que conhecia filosofia, por isso ele apresenta esta teologia que
nem mesmo seus companheiros de missão conseguia entendê-lo por dizer coisas
difíceis. Mas o que Paulo está dizendo é: A verdadeira fé começa quando a razão
não consegue explicar a existência e origem de Deus, mas crê no testemunho
daqueles que O viram e através de modos diversos receberam mensagens divinas
para orientar os que creem. Nossa mente não é impactada pelo Ser Deus porque
Ele fez-se presente a poucos, logo, a fé genuína baseia-se no testemunho destes
poucos, portanto, Deus não é um conceito vazio. E os cristãos que não zelam
pelo seu jeito de se apresentar como cristão, negão a existência de Deus
através de sua postura não condizente com as instruções bíblicas. Logo, quem
não compreende todas as artimanhas de Satanás dificilmente apresentará um culto
racional. Talvez você esteja perguntando, então todo cristão têm que entender
de filosofia? Não, somente aqueles que duvidam e a espalha, pois, assim,
poderão perceber que negam ou representam a Cristo conscientemente. Não duvides, pois, o que mais
existe são líderes religiosos que quer viver bem neste mundo explorando
profissionalmente a fé alheia sem crer em uma só palavra da bíblia, mas, hipocritamente, faz uso da palavra de Deus para enganar aquele que está, através da fé, buscando uma saída para seus dilemas espirituais.
Conceito de conceito
Para a filosofia contemporânea, a teoria
do conhecimento acadêmico alcançou a popularidade, não com algumas palavras,
mas todas as palavras alcançaram o status de conceito. O conceito abarca o
gênero todo. O conceito de livro refere-se a todos os livros existentes, logo,
quando quero me referir a um livro específico eu o isolo do todo. E assim
acontece com todas as coisas. O sapato que você está usando é um calçado e um
conceito. O seu carro é um automóvel e
um conceito. A sua calça é uma peça de roupa e um conceito. O seu vestido é uma
peça de roupa feminina e um conceito. O seu animal de estimação contém vida e é
um conceito de ser vivo. O que você come para manter-se vivo é alimento e um
conceito. E o que você bebe para matar a sede é água e um conceito. A sua religião
é uma instituição e um conceito. E o que você adora e serve por meio da
religião é Deus, ou um conceito? Percebeu quando falou em Deus você caiu no
vazio, pois não há nada que te leve a admitir a existência literal de Deus a não
ser a fé? Mas a pessoa de fé, para a filosofia, não passa de um idiota. Não sei
precisar quantas vezes ouvi isto de alguns professores de filosofia na minha
graduação, mas foi muitas vezes, especialmente nas aulas de pesquisas
acadêmicas. Diante desta indagação sobre Deus, entra a filosofia questionando:
Se Ele existe, como Ele te impacta como ser real? Você o vê, se não, você crê
apenas em um conceito de Deus, em uma palavra que inventaram para fechar uma
lógica, em especial, a criacionista; por isso Ele precisa ser eliminada do
consciente humano. Mas, como sempre, a bíblia continua sendo uma pedra no meio
do caminho das teorias do conhecimento filosófico.
Logo,
ser cristão consciente é para poucos, ser filósofo cristão é ser um tipo de
Apóstolo Paulo que exalta, em qualquer circunstância, os ensinamentos bíblicos, vivendo para Cristo e seu evangelho sem nenhuma intenção de ser
pesado à comunidade cristã, muito menos de construir um império institucional ou particular explorando a fé
alheia, enganando as pessoas de boa fé. “Todos
os que com Deus não ajunta espalha”. Logo, a filosofia, em nome do
conhecimento, sempre foi e será a mais perfeita forma de espiritismo existente,
pois, em nome do conhecimento, consegue enganar a maioria composta de, “cristãos” e ateus.
Este texto é parte do livro que lançarei no final do ano.
Este texto é parte do livro que lançarei no final do ano.
Filósofo
Isaías Correia Ribas.