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sábado, 22 de novembro de 2014

DEUS MORREU! OU É DELÍRIO FILOSÓFICO? I


“De fato, nós filósofos e “espíritos livres” sentimo-nos, a notícia de que o velho Deus está morto”, como que iluminados pelos raios de uma nova aurora; nosso coração transborda de gratidão, assombro, pressentimento, expectativa – eis que enfim o horizonte nos aparece livre outra vez, posto que não esteja claro, enfim podemos lançar outra vez ao largo nossos navios, navegar a todo perigo, toda ousadia do conhecedor é outra vez permitida, o mar, nosso mar, está outra vez aberto, talvez dantes houve tanto “mar aberto”. (NIETZSCHE, p, 212)
     As revelações contidas nos escritos bíblicos sempre foram problemas para o racionalismo antropocêntrico impor seu modo de interpretar o mundo à sociedade. Essa guerra epistemológica, iniciou com o poeta Hesíodo no final do século VIII e início do VII a.C. com o mito “Caos”:
“Do Caos surgiu Gaia, ou Géia (a Terra, elemento primordial), sozinha, deu origem a Urano (o céu). Em seguida, uniu-se a Urano, gerando os deuses e as divindades femininas. Um de seus filhos é Cronos (Tempo), que toma o poder do pai e é destronado pelo filho Zeus”.
     Essa foi a primeira tentativa do espírito antropocêntrico de lançar dúvidas epistemológicas às revelações bíblicas. Todas as hipóteses filosóficas e científicas quanto a origem da vida e do universo baseiam-se nas informações contidas nesse mito. O que deduzimos dessa intriga entre razão e fé é que ambas precisam de fé para aceitá-las. Ainda hoje, a origem da vida no planeta Terra e do próprio universo, é uma incógnita para o racionalismo científico-filosófico. Logo, afirmar que Deus morreu é anteceder as conclusões, são afirmações baseadas em hipóteses, assim sendo, Nietzsche, seus cúmplices e seguidores estão delirando, doentes.
Três mil anos de embate
     Segundo a cronologia bíblica, antes de Hesíodo criar seu mito, passaram-se dois mil e trezentos anos. Antes do racionalismo epistemológico lançar suas dúvidas às revelações bíblicas, já haviam pessoas que não seguiam os princípios e regras dadas por um Deus. Segundo a própria bíblia, Caim, filho de Adão foi o primeiro a duvidar quando ofereceu a Deus uma oferta segundo a sua visão de adoração em oposição a orientação divina. Dessa dúvida, gerou a intriga entre Caim e seu irmão Abel que culminou o primeiro assassinato, causando a separação entre seguidores e opositores às revelações de Deus.
     Essa guerra entre obedientes e desobedientes ultrapassa os limites do globo terrestre, é uma guerra que se estende ao mundo metafísico, isto é, Deus e o Diabo. Nessa trama há os interesses de Deus e de Satanás. Um quer nosso bem e felicidade eterna, o outro, nossa infelicidade e morte eterna. Deus é o criador de todas as coisas que há na Terra e no universo; Satanás é uma criatura divina que corrompeu-se por desejar ser igual a Deus; para isso se rebelou e espalhou a dúvida entre as criaturas que haviam no céu, com sua astúcia cognitiva conseguiu enganar a terça parte dos seres que habitavam o céu. Como Satanás e muitos dos anjos que o seguiam não aceitaram a graça divina para receber o perdão, caso voltassem atrás, foram expulsos do céu. Porém, a dúvida permanecera, por isso, Deus deu um tempo para suas criaturas inteligente tirar suas próprias conclusões quanto ao amor de Deus e a rebeldia de Satanás. É nesse contexto, segundo a bíblia, que todas as coisas boas e ruins acontecem no planeta Terra. Logo, nada acontece por acaso; esse planeta é um palco onde todos nós somos atores, ou melhor, guerreiros do bem ou do mal, representantes de Deus ou de Satanás, seja nas intrigas bélicas ou epistemológicas, religiosas ou ateístas. O pior é que não há espaço para elementos neutros, seja por causa da ignorância ou pelo excesso de saber.
Israel, o povo de Deus
     Por volta do ano dois mil antes de Cristo, Deus elegeu um povo como Seu representante na Terra. Era uma tentativa de, por meio da obediência de um homem de fé, formar uma nação politicamente organizada que O representasse por meio da fé. Abraão nasceu em 1948 a.C. e Sara, sua esposa, em 1938 a.C.; da descendência de Abraão nasceu Jesus Cristo. Os judeus são os semitas descendentes de Sem, filho de Noé.
     Jacó, filho de Abraão e sua descendência, quando houve fome em sua região, desceram até o Egito em busca de alimento. Nessa época um de seus filhos, José, havia sido vendido por seus irmãos aos ismaelitas que o venderam a faraó dos Hicso que governava o Egito, e, por sua fidelidade ao seu Deus, fora feito governador do Egito. Por influência de José todos os que desceram com Jacó gozaram de privilégios. Quando os Hicsos perderam o governo, e, com a morte de Jacó e José que o novo governo não conhecera, a descendência de Abraão fora escravizada pelo novo Faraó egípcio. Após quatrocentos anos de escravidão, os israelitas foram libertados por Moisés, um hebreu que fora criado e educado pela filha do Faraó. A partir do êxodo o povo de Israel volta a ficar em evidência entre todos os povos por causa dos feitos de Deus entre Seu povo livrando-os do poder de Faraó. Nessa época todos os primogênitos do reino de faraó foram mortos e seus guerreiro e carruagens foram destruídos pelas águas do rio vermelho quando eles tentavam alcançar os israelitas para vingá-los pelo o que acontecera aos egípcios. Durante a peregrinação pelo deserto de volta à terra prometida, Deus dá, por escrito os dez mandamentos de Sua santa lei, o código áureo de todo o universo. O povo hebreu deixou o Egito por volta de 1500 a.C.; O Estado de Israel era teocrático, isso significa que quem o governava era o próprio Deus através dos profetas e Sua lei dada no Sinai, porém, quando o povo se estabeleceu na terra prometida, viram que os outros povos tinham reis que os governavam, então, os israelitas pediram que fossem governados por um rei e não mais por Deus através dos profetas. Assim, Israel elegeu um rei para os governar, é o início da monarquia em Israel; seu primeiro rei foi Saul, o segundo foi Davi e o terceiro, Salomão. Com Saul iniciou a decadência, ou apostasia da nação. Após a morte de Salomão o reino de Israel foi dividido. Os israelitas eram divididos em doze tribos, essas representavam os doze filhos de Jacó. Por ocasião da divisão, dez tribos ficaram sendo Israel, parte norte; e as duas outras tribos, Judá, na parte sul. A capital de Judá era Jerusalém e a de Israel Siquém, posteriormente Samaria. Essa divisão ocorreu logo após a morte de Salomão que se deu por volta de 900 a.C.
Fim da tribo de Israel
     Passados dois séculos, a tribo de Israel, por causa de sua desobediência aos mandamentos e conselhos divinos dados através dos profetas, o reino foi atacado pelos assírios em 734 -732 a.C. fazendo os habitar entre seus povos, com a miscigenação entre Israelitas e assírios, acabou com a identidade dos israelitas, é o fim desse reino. Assim, Judá passa a ser o único representante de Deus na Terra.
VIII a.C.
     Com o fim de Israel, o poder e existência de um Deus como criador e mantenedor do universo é colocado em dúvida por Hesíodo. É nesse contexto que ele cria seu mito da origem da vida e do universo. Está decretada a batalha epistemológica entre antropocentrismo e teocentrismo. Essa guerra continua até hoje por meio da argumentação filosófica que não mede esforços para negar que a bíblia é um livro revelado. De mãos dadas com a filosofia temos hoje as ciências humanas e exatas tentando provar que Deus é um mito como o de Hesíodo. Para os atuais filósofos o velho “Deus morreu”. Com Hesíodo começou a batalha epistemológica entre os povos, dividindo-os entre os fiéis aos escritos bíblicos e aqueles que negam a veracidade desses escritos como sendo revelações de um Deus Criador e mantenedor do universo. Agora, diz Nietzsche, o mar está aberto para se navegar, livre para detonar Deus e seus seguidores. No século XX, por influência da filosofia de Nietzsche, todos os filósofos, cientistas, graduados, graduandos e o povo sem fé, seus seguidores, sentem-se livres para ousadamente zombar de Deus e daqueles que O seguem por meio dos escritos bíblicos. Mas nada está comprovado, tanto a filosofia quanto as ciências e acadêmicos que tratam da origem cosmológicas continuam questionando sem fundamento a-posteriori. Suas afirmações não têm nenhuma garantia, pois, estas continuam baseadas em hipóteses, e, como tais, são apenas posições a-priori, isto é, sem nenhuma conclusão definitiva. Logo, não passam de falácias. Então, assim sendo, a intriga entre racionalistas e teocráticos continua baseando-se apenas em crenças, uns no racionalismo antropocêntrico e outros nos escritos bíblicos. A saga continua rumo ao apogeu definitivo. Segundo os escritos bíblicos, o fim desse conflito dar-se-á com a segunda volta de Cristo!    
Propósito do autor
     Nos próximos textos postados nesse blog irei mostrar como a filosofia encabeçou ao longo desses quase três mil anos o propósito de eliminar o Deus bíblico do consciente da humanidade e as dificuldades que eles sempre encontraram na tentativa de ganhar essa guerra epistemológica

Filósofo Isaías Correia Ribas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Nietzsche. Os Pensadores. Ed. Abril Cultural – São Paulo. 1978



sábado, 15 de novembro de 2014

NIETZSCHE E A ORIGEM DO MAL


          Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), filósofo e músico, continua sendo o pensador mais influente da Idade Contemporânea. Isso se dá por causa de sua filosofia niilista. Para ele todo saber anterior caiu no niilismo, no vazio. Isto é, o homem sempre se enganou quanto a origem da vida, do universo, da religião bíblica, do mal e das forças que mantém as relações entre as pessoas. Para o filósofo alemão, “o mundo não é outra coisa que vontade de poder”. Não há sujeito em Nietzsche, as forças não são, então, algo. São ações, movimentos que só existem em relação a outros movimentos, a outras forças. Para Nietzsche não existe a coisa em si da metafísica e nem a força em si, já que só faz sentido tratarmos de força sempre em relação a outra força, pois na força em relação é que existe a vontade de potência. (SOUSA, p. 11) [...] Assim sendo, segundo pensa o filósofo, qualquer noção de causa e efeito fica anulada, já que não há causadores de forças e nem são elas as causadoras de alguma coisa, de algum efeito.
     Os pais e avós de Nietzsche foram pastores protestantes, como criança ele tinha vontade de seguir a tradição da família, ser pastor. Porém, aos treze anos, o problema da origem do mal o perseguia. “Nessa idade, quando se tem “metade de brinquedos de criança, metade Deus no coração”, dediquei meu primeiro brinquedo literário, meu primeiro exercício filosófico de escrita – e, no tocante à minha “solução” do problema daquela vez, dei a Deus, como é justo, a honra, e fiz dele o pai do mal”. (NIETZSCHE, p. 298) Toda filosofia do jovem Nietzsche é metafísica.
Falácias de Nietzsche
     A filosofia contemporânea nega a razão como sendo a essência do ser humano, esta, para eles, é a causa de todos os erros epistemológicos do passado Pré-Histórico, Histórico, Clássico, Medieval e Moderno. Para eles, a humanidade age segundo as pulsões orgânicas; a razão é apenas lapsos orgânicos que engana; assim, quando pensadores epistemológicos criaram a moral como condutor das pulsões que afloram naturalmente, eles inibiram o verdadeiro desenvolvimento do ser humano. Assim sendo, a proposta da filosofia contemporânea é que a humanidade viva como qualquer animal irracional. Isto é, sem moral, sem Deus, sem apresso ao outro; que o homem seja “o lobo do próprio homem”.
     Para Nietzsche, Deus é o pai do mal. Se Deus é o pai do mal, Deus existe. Se Deus existe, todo ateísmo defendido pelo Nietzsche jovem e maduro não passam de falácias.
     Segundo a tradição filosófica, o filósofo é aquele que ama o saber. Quando digo que sei alguma coisa, tenho que conhecer essa coisa, caso contrário, o verdadeiro espírito filosófico não está em mim. Quando o filósofo pega citações ou fatos fora de todo o contexto, ele deixa o espírito filosófico e passa a agir como um enganador, um divulgador de falácias.
Primeira conclusão niilista de Nietzsche
     Já tratei desse tema, por isso vou apenas pontuá-lo: O primeiro fato histórico que levou Nietzsche concluir que a esperança religiosa caiu no niilismo foi a decepção que passou os protestantes em 22/10/1844, quando Guilherme Miller e todas as religiões de então aguardarão a segunda volta de Cristo e Ele não veio. Para toda a cristandade e a família de Nietzsche foi uma grande decepção, por isso, desde criança ele resolveu acusar a Deus como o pai do mal. Esquecera ele que, como filósofo, tem que buscar conhecer as coisas como são e não, por suas decepções pessoais, passar a pregar falácias. O equívoco de Miller já fora profetizado no primeiro século do cristianismo por João no Apocalipse 10: 9 e 10. “E fui ter com o anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o e come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como o mel. Tomei o livrinho da mão do anjo e o comi; e na minha boca era doce como o mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo”.
O livrinho referido é o livro de Daniel que seria interpretado por Miller e outros fieis no fim dos tempos. O doce na boca como mel foi a interpretação de Daniel 8:14 que os levaram a concluir que no final das duas mil trezentas tardes e manhãs, seria o cumprimento da promessa de Cristo que viria buscar seus seguidores assim que preparasse-lhes lugar. O amargo na boca como fel foi a grande decepção que a interpretação estava errada, ou ainda, que Deus não existe e que as promessas bíblicas, são falácias. Mas o verso onze de Apocalipse 10, alerta: importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações e línguas e reis. Logo, a conclusão correta com respeito a decepção de 1844 é: o homem errou, mas a palavra de Deus não. Assim sendo, Nietzsche é um falacioso quando relaciona os escritos bíblicos como falaciosos baseando-se nesse equívoco de interpretação bíblica.
Segunda conclusão niilista de Nietzsche
     Para o filósofo, o grande nomeador do bom e do mal é a classe dos senhores, “que a origem da linguagem se deu com a exteriorização de potência dos dominantes: eles dizem “isto é isto e isto”, eles selam cada coisa e acontecimento com um som e, com isso, como que tomam posse dele”. (NIETZSCHE, p. 300) A elite dominante impõe e os escravos, a plebe, o rebanho ou como queira denominá-los valida as intenções da classe que domina. Em síntese, não existe empatia entre pobres e ricos, e sim domínio e exploração, qualquer coisa além disso é máscara. Por isso conclui o filósofo: “Com o medo ao homem perdemos também o amor a ele, a veneração por ele, a esperança nele, e até mesmo a vontade dele. A visão do homem agora cansa – o que é hoje niilismo, se não é isso?  . . . Estamos cansados do homem . . .  (NIETZSCHE, p. 303)
     Atualmente a humanidade busca livrar-se de toda e qualquer tipo de moral e leis que venha inibir a exteriorização de nossas pulsões, sejam elas boas ou ruins, por isso, até mesmo o judiciário está de mãos atadas para controlar a crescente criminalidade entre todas as classes sociais. Isso se dá por crer-se que os filósofos contemporâneos estão corretos nas leituras de mundo. Mas, a crescente maldade no mundo, indica que eles estão equivocados quando exaltam o homem e seus mitos em detrimento da existência de um Deus criador e mantenedor de universo.

Filósofo Isaías Correia Ribas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nietzsche: Viver intensamente, tornar o que se é – Sousa, Mauro Araujo de. Ed. Paulus. São Paulo, 2009.

Nietzsche. Os Pensadores. Ed. Abril Cultural. São Paulo, 1978.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O CONFLITO ENTRE O BEM E O MAL FUNDAM-SE NO CONHECIMENTO


     Todo conflito tem uma causa primeira. Se dá por interesses; e todo interesse tem que ter um fundamento; e este se faz pelo conhecimento. Logo, os conflitos fundam-se e mantêm-se pelo conhecimento. O bem e o mal são conceitos físico-metafísicos. Para a filosofia contemporânea são apenas entidades místicas criadas pela filosofia maniqueísta, inspiradas no Zoroastro pérsico Mané. Com Santo Agostinho, maniqueísta convertido ao cristianismo platônico, o mal é apenas a ausência do bem. Porém, o bem e o mal materializados na sociedade não confirmam a filosofia maniqueísta como sendo apenas entidades do pensamento, são realidades antagônicas que se materializam na maldade e bondade entre as pessoas. Logo, existem entidades metafísicas que estão além das criações de nossos pensamentos; assim sendo, podemos ser enganados por nossos próprios pensamentos ou seja, a razão engana a si mesma.
     O conflito entre o bem e o mal, ao longo da história da humanidade sofreu várias configurações epistemológicas, isto é, na medida em que o conhecimento avança, os fundamentos dessa intriga se molda segundo a vontade daqueles que fundamentam o conflito. A fundamentação é criação da razão, mas o conflito e as entidades metafísicas interessadas nesse conflito estão acima da razão, são, na verdade, inspiradoras dessas razões acima da razão comum. Logo, os grandes pensadores não falam por si, são instrumentos de entidades metafísicas que querem promover o bem e o mal na Terra. Assim, entendemos que nesse conflito há hierarquias epistemológicas; estas são, primeiro:  teses acadêmicas, se bem fundamentadas, são conhecimento científico, e como tal chega à todas as pessoas. O caminho epistemológico, seja do bem ou do mal, se sustentam atualmente via universidades e é espalhado a todos via universitários, os noviços que acatam tudo como sendo verdades inquestionáveis que se espalham via escolas e igrejas através dos professores e religiosos modificando todo comportamento da sociedade, seja para o bem ou para o mal.
     Não nos enganemos e nem deixemos enganar-nos, o bem e o mal não são criaturas da razão humana como querem os pensadores, especialmente os filósofos. São entidades metafísicas, que, se deixarmos nos levar, fazem de nós instrumentos para promover o bem ou o mal na Terra. Segundo a bíblia, o Bem é Deus, e o Mal é Satanás. Essas duas entidades, se desejarmos fazer sua vontade, seremos seus instrumentos nessa guerra como idealizadores de teses ou como meros seguidores dessas teses. Logo, ninguém vive isento dessas influências, seja através do conhecimento ou da ignorância. Por isso todos nós corremos o risco de perder a salvação oferecida por Deus e de ser instrumento do mal que promove a perdição que Satanás deseja dar a todos. Por isso disse escritores bíblicos: “Sede sóbrios e vigilantes, pois o Diabo anda bramindo como leão buscando a quem possa tragar”. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Nietzsche, Freud & Marx
     Para esses três pensadores, na interpretação de Michel Foucault, a razão é a grande responsável para criar signos primeiros, ou verdades absolutas, no contexto em questão, os escritores bíblicos são os responsáveis em manter esse engodo por tanto tempo. Para Nietzsche, a consciência racional é apenas a ponta do iceberg. A grande razão que precisa ser ouvida é nosso corpo e suas pulsões. A vida verdadeira é esta vida terrestre, por isso devemos vive-la intensamente, dando vazão às pulsões e desejos que afloram em nosso organismo. Não existe vida além desta, vida porvir é uma ilusão religiosa.
     Com Freud, o Ego, o Id e o Superego são estruturas animadas que nos falam a todo tempo, mas nunca fora compreendida pelos pensadores anteriores a ele. O Ego é aquela parte que demonstramos aos outros pela razão, o Ego está preso entre os desejos do Id. O id é o responsável pelos nossos impulsos mais primitivos: as paixões, a libido e a agressividade, o Id está conosco desde que nascemos e é norteado pelo princípio do prazer, mas seus desejos são frequentemente reprimidos. O Superego, também chamado de “ideal do Ego” tem a função de conter os impulsos do Id. Suas regras sociais e morais não nascem com a gente, temos que aprendê-la com a sociedade para que possamos conviver nela corretamente. Para Freud o consciente nasce do inconsciente. O Ego consciente criou propositadamente verdades absolutas, princípios originais para controlar as pessoas por meio da fé e da moral. Para Freud, a grande razão ignorada é o inconsciente, e todos nós somos controlados pelo inconsciente que é composto de nervos, músculos, ossos e outros órgãos, deste conjunto orgânico nascem os sentimentos, desejos, causa de enfermidades, alegrias e lapsos de consciência. Logo, a proposta de Freud é que ignoremos a razão consciente, pois esta, é a raiz de todos os erros epistemológico do passado.
     Marx, em “O Capital”, o valor é apenas valor de troca, que, equivocadamente tem-se transferido esse valor como valor moral e religioso. Karl Marx, judeu ateu, relacionou o valor capital, a Mais Valia ou lucro do patrão, são valores que têm valor de troca até mesmo no contexto moral. Tudo está relacionado à troca, inclusive no âmbito da religião que construíra verdades originais para manter o engano através da moral religiosa. Segundo ele e seus cumplices pensadores, as verdades ditas originais contidas na bíblia, são criações da razão, construídas afim de controlar a sociedade em nome de Deus e das religiões.
Gilles Deleuze (1925-1995)
     Deleuze em “Diferença e Repetição” e “Lógica do Sentido”, segundo comentários de Foucault, supera os três quando define tudo como sendo apenas interpretações do pensamento. Não há signo original, verdade primeira; até mesmo essas verdades aparentemente primeiras são produtos de interpretações. Tudo fora construído com propósitos em mente: controlar tudo e todos por meios de signos que significam aparentemente algo real. Logo, tudo é interpretação, construções antropocêntricas para o controle de todos mesmo que seja em nome de seres metafísicos (Deus e o Diabo). Nada vai além de simulacros, das aparências. ¹
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¹ A metafísica não é um ilusório como uma espécie dentro de um gênero; é a ilusão que é uma metafísica, o produto de uma certa metafísica que marcou a sua cisão entre o simulacro, por um lado, e o original e a boa cópia, pelo outro. Houve uma crítica cuja função consistia em designar a ilusão metafísica e fundamentar a sua necessidade; a metafísica de Deleuze empreende a crítica necessária para desiludir os fantasmas. [...] FOUCAULT, p. 52
O império do mal
     A maldade que controla a atual sociedade mundial tem causa. Nada é por acaso. Se não há uma moral original, nem princípios originários em um Deus criador e mantenedor de tudo, a humanidade está livre para dar vazão às suas volúpias mais vis. E as autoridades que seguem as interpretações desses ditos sábios, nada fazem para reprimir a maldade, a imoralidade e o espírito antiético que domina a sociedade contemporânea. A filosofia nasceu para eliminar Deus do consciente da humanidade, depois de quase três mil anos de luta epistemológica seus anseios estão se concretizando; Deus não faz mais sentido para a sociedade do século XXI. Até mesmo os religiosos não se sente mais livres para falar sobre a existência e validade de códigos morais para nortear a sociedade. A religião em vez de atacar, busca conciliar religião e ciência, como se aquela dependesse desta. Assim, fica fácil para a filosofia achar-se a detentora de todo saber, se até mesmo o atual Papa crê mais na ciência e no saber filosófico que no poder de um Deus que criou todas as coisas através do *logos e deu leis imutáveis para o bem da sociedade. Se as autoridades civis e eclesiásticas assumem as interpretações filosóficas como sendo verdade inquestionáveis, imagine a sociedade como um todo? Como diz o ditado popular: “o mundo está do jeito que o Diabo gosta”!
Noé e nós
     O próprio Cristo disse: Assim como aconteceu nos dias de Noé, acontecerá nos dias próximo a minha volta. Nos dias de Noé, Deus não era mais reconhecido como o criador de todas as coisas, por isso aquela sociedade vivia segundo as pulsões de suas paixões corporais, carnais. Não é esta a situação da sociedade do século XXI? Por isso tudo, eu creio no breve retorno de Cristo para intervir nos negócios da humanidade, salvando aqueles que continuam acreditando apesar de toda epistemologia-científico-filosófica dizer o contrário!

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Michel Foucault. NIETZSCHE, FREUD & MARX – THEATRUM PHILOSOFICUM. Ed. Princípio, São Paulo, 1997

Filósofo Isaías Correia Ribas