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quinta-feira, 27 de junho de 2013

"AS NAÇÕES, A CIÊNCIA E O HOMOSSEXUALISMO"


     Os pecados da luxúria e o aumento da criminalidade fizeram com que Deus intervisse nas sociedades que antecedeu o dilúvio e do pós-dilúvio, os sodomitas. O dilúvio destruiu todas as pessoas que não aceitaram as advertências e o convite de Noé para abandonar as paixões carnais e entrarem na arca da salvação que ele providenciara segundo orientações do próprio Deus. Segundo a bíblia, no dia “D”, somente Noé e sua família se salvaram; dessa família todos os atuais povos descendem. Então, independente de cor, traços fisionômicos e cultura, somos irmãos.
     Após o dilúvio, a história de rebeldia contra os princípios divinos foram notados em diferentes povos, na antiguidade, Sodoma se destacara na luxúria e outros pecados capitais à semelhança dos ante-diluvianos. Ló, sobrinho de Abraão, saíram de Ur dos Caldeus rumo a terra de Canaã segundo as orientações de Deus. Aconteceu que seus servos se desentenderam e Abraão propôs a separação dando prioridade para que o sobrinho escolhesse a que região habitar dizendo: “se escolheres a direita, irei para a esquerda ou vice versa”. Ló, percebendo que a região de Sodoma era fértil e que havia certo desenvolvimento urbano, escolheu morar lá. Passados alguns anos os servos e filhos de Ló assimilaram a corrupção moral daquela região; por isso, Deus decidiu intervir nos negócios daqueles habitantes, destruindo-os. No dia “D”, após a intercessão de Abraão diante do anjo destruidor, ficou acertado, 'se houver dez justos toda a cidade seria poupada'. Os anjos, embaixadores celestiais entraram na cidade para executar o juízo, esses anjos tomaram a forma humana e foram à casa de Ló para pedir que ele e sua família saíssem da cidade, pois iriam destruí-la. Quando os habitantes viram aqueles belos anjos, e como os sodomitas eram praticantes do homossexualismo tentaram pegar aqueles embaixadores celestiais para coabitar com eles; mas os anjos cegaram aqueles bárbaros e se esconderam na casa de Ló, este ainda ofereceu suas filhas àqueles pecadores, mas eles preferiram continuar com suas preferências homossexuais, como estavam cegos e a porta, à semelhança da arca de Noé, fora fechada pelos anjos, deu-se apenas o tempo necessário para Ló e sua família deixar a cidade para executar o juízo. Assim, Sodoma foi destruída, salvando Ló e suas filhas, a esposa de Ló desobedeceu na última hora à advertência divina e foi transformada em uma estátua de sal. Morreu porque não queria abandonar os prazeres mundanos.
     Jesus, o filho de Deus que selara o plano de salvação morrendo para que todos se salvassem disse: “Assim como foi nos dias de Noé, casavam e se davam em casamentos, será também no dia da vinda do filho do Homem”.
     O profeta Daniel indicando qual o estado do mundo próximo da segunda volta de Cristo apontou o avanço científico como um dos sinais, além de muitos outros, a prática homossexual seria também sinal claro que os homens se distanciaram tanto da vontade divina que chegara a hora da intervenção definitiva de Deus nos negócios dos homens. Quem tem dúvida de que a ciência domina ou está presente em todos os seguimentos do conhecimento e desenvolvimentos em geral? Quem tem dúvida de que a prática homossexual é legal nas principais nações e que esse pecado capital, união entre o mesmo sexo, está legalizado nas constituições desses países, e que, a passos largos, as nações periféricas imitam essa corrupção dos gêneros? As nações, semelhantes aos ante-diluvianos e os sodomitas optam por dizer não à vontade de Deus, agindo contra a natureza biológica que Ele estabelecera. Quem tem dúvida, de que, apesar do aumento da ciência ela não dá conta de resolver nossos principais problemas psíquico-somáticos, macro e micro financeiros, de relações pessoais-políticos-religiosos e principalmente de amor um pelo outro sem a intensão de exploração? Guerras, terremotos, enchentes, maremotos, vendavais e outras catástrofes tornam-se insignificantes diante de nosso desamor pelo outro. A intervenção divina será certa, a minha e sua salvação depende apenas de olharmos para cima e percebermos que a redenção está próxima, percebendo, humildemente, deve-se, cada um agarrar-se a Jesus Cristo, confessar os pecados que Ele, sem dúvida, operará em nós o desejo de fazermos a vontade de Deus, segundo está revelado na bíblia e no Espírito de Profecia, este, tem como principal objetivo esclarecer verdades bíblicas que fora contaminada pelo racionalismo antropocêntrico; somente assim, seremos salvos! 


Filósofo Isaías Correia Ribas. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"A FILOSOFIA, DEUS E O NADA"


     Nos últimos duzentos anos, após as críticas de David Hume, a filosofia metafísica entrou em crise; forçando os filósofos saírem da cômoda situação de que eram os donos da verdade, capazes de provarem a existência de Deus através de argumentos lógicos. O que estava acontecendo naquele momento era o fim da filosofia platônica que “enganara” os próprios acadêmicos por mais de dois mil anos. No entanto, o povo, sob o controle das igrejas, continua refém do platonismo, isto é, seguem a teologia platônica e não a bíblica.
     Deus, apesar de se revelar pelas obras criadas, é “silêncio”, não dá espetáculo, logo, o “silêncio” divino é o espaço para a fé. Mas qual é o fundamento da fé? Tem que ser o próprio Deus; pois sem fé é impossível agrada-Lo. O que é o livre-arbítrio? não é liberdade, mas sim, ‘imperativo categórico’ (“age de tal forma que a norma de tua conduta possa ser tomada como lei universal”). Logo, todos são obrigados a escolher entre o certo e o errado; o bom e ruim; o bem e o mal; às orientações divinas (bíblicas) ou não; buscar a entender ou não o plano de salvação etc. Então, todas as decisões são válidas e verdadeiras porque, no homem, Deus implantou condições de escolhas e deveres; e se está na pessoa, nada externo é justificativa diante do juízo universal. Logo, toda arquitetura filosófica é uma tentativa de tirar o que está no homem, para pô-la fora dele. Isto é, no conhecimento científico-filosófico; numa argumentação lógica formal ou não, enfim, um esforço para tirar Deus e Seu plano de salvação da consciência do homem.
     Fé, todos nós a temos; a questão é, a quem ou a que a direcionamos. Estamos numa guerra entre as potestades, forças espirituais, há quase seis mil anos, e esta não durará muito mais que isto. Deus em Sua misericórdia, amor e longanimidade deseja salvar-nos, e para isso deu-nos Seu filho Jesus para tornar essa salvação possível àqueles que a desejarem. Satanás, o oponente a Deus e aos que desejam servi-Lo é o autor e inspirador de tudo o que vai contrario a vontade de Deus. Desviar o foco do homem do que é justo e divino é o trabalho de Satanás e seus anjos; ele e seus agentes são astutos; sempre se disfarçam em obreiros da luz para envolver o homem em trevas, em sábio para promover a ignorância cognitiva e religiosa; em teólogo para promover o racionalismo antropocêntrico, enfim, nunca se apresenta como o antagônico Satanás, pelo contrário, a estratégia que tem dado certo é incutir no consciente do homem sua inexistência, assim, consegue enganar a todos, e se possível for, os próprios escolhidos (sinceros seguidores dos princípios divinos, bíblicos).  
     O nada, para a análise filosófica, especificamente a filosofia analítica, refere-se a conceitos efêmeros, aquilo que não tem realidade física: Deus, o bem, o mal, enfim, às entidades metafísicas que não são passíveis de experiências concretas. Logo, um conhecimento filosófico, lógico, tem que descartar qualquer metafísica mística. A filosofia transcendental de Kant refere-se apenas a argumentação a priori, base epistemológica para o empirismo científico. David Hume, com suas críticas à metafísica platônica, forçou a filosofia voltar-se ao seu objetivo primeiro, eliminar do consciente da humanidade a ideia de um Deus criador e mantenedor do Universo. E nesses últimos duzentos anos, a filosofia Moderna e Contemporânea têm buscado aperfeiçoar-se numa epistemologia sem Deus, antropocentrismo puro. Como a filosofia trabalha para o poder político-religioso, suas teses são implantadas à sociedade via esses poderes de controle. Vivemos atualmente numa sociedade sem Deus, no máximo trabalha-se com a ideia de Deus, assim, a bíblia é apenas um pano de fundo para as falsas teologias, para o controle e exploração da população em nome de Deus. Dessa visão surgem os movimentos: teologia da libertação e da prosperidade. O primeiro sendo a base para as revoluções sociais e o segundo, o trabalho incansável, sem limites, em busca de bens materiais, e nessa busca ignoram a santificação do sábado, dia que Deus instituiu para adoração, mas para o crente que quer mais e mais bens materiais dizem: todos os dias são santos, dia de trabalho etc, etc. Assim, satanás faz os homens voltar-se a si, a seus interesses e problemas, sem considerarem a possibilidade de uma salvação segundo a visão divina. Jesus, nesses casos, é apenas um fenômeno, uma ideia de salvador, um revolucionário; e a fé não vai além de um fenômeno, é apenas um movimento sem as obras, seguindo apenas as orientações humanas e não as bíblicas, segundo a vontade de Deus.  
     Ainda no campo da filosofia da linguagem, especificamente a Semi-Ótica, a realidade não é apenas o concreto, as qualidades também são reais, e estas podem transformar-se em fatos reais. O mal existe ou não? O bem é ou não uma realidade? Logo, o mal não pode ser a ausência do bem como quer os filósofos, e sim, consequência do trabalho de seu agente primeiro, Satanás. Essas qualidades metafísicas, bem ou Deus; e mal ou Satanás,  podem estar expressas em nós e em instituições místicas. Então, Deus e Satanás existem como qualidades e suas realidades estão manifestadas entre nós.
     Nietzsche (1844-1900), negando toda metafísica divina e toda estrutura política-filosófica-científica, qualificando-as como mentiras que engana a todos, valoriza apenas a realidade mundana. Para ele somos apenas vontade em potência determinados pelos sentimentos e paixões.
     A profetisa Ellen G. White (1827-1915), fala: “Muitos cometem em sua vida religiosa um erro sério, por manterem a atenção fixa nos sentimentos próprios, julgando assim seu progresso ou declínio. Os sentimentos não são critério seguro. Não devemos olhar para nosso interior em busca de prova de nossa aceitação para com Deus. Aí nada encontraremos senão para nos desanimar. Nossa única esperança está em olhar “a Jesus, Autor e Consumador de nossa fé” e ânimo. Ele é nossa justiça, nossa consolação e regozijo. Os que olham para dentro de si mesmos em busca de conforto fatigar-se-ão e ficarão decepcionados. [...]” (Ellen G. White; Testemunhos Seletos Vol. II, pág. 59. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, São Paulo, 1985.)   
     Deus, Aquele que está além do nada é Onisciente, Onipresente e Onipotente. Como tal, deu-nos o Espírito de Profecia através da profetisa Ellen G. White para iluminar-nos com o devido conhecimento, capacitando-nos à enfrentarmos os ataques de todo tipo de racionalismo dos últimos dias, pena que a instituição Adventista do Sétimo Dia, através de seus líderes e pastores não dá mais o devido valor aos escritos da profetisa que Deus estabeleceu para ajudar a todos, “doutos” ou não, para que possamos ser sábios; e pela fé na sabedoria divina alcancemos a perfeição exigida para a salvação e vida eterna.
Filósofo Isaías Correia Ribas.

  

segunda-feira, 10 de junho de 2013

BREVE VIRÁ; BREVE VIRÁ; BREVE JESUS VOLTARÁ! SERÁ?


     Esse glorioso e bendito evento, num primeiro momento, depende da ação e fé dos confessos seguidores de Jesus. “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”. (Mateus 24: 14)
     Diz a profetisa Ellen G. White: “Vivemos em um tempo em que é necessário mesmo maior fervor do que nos dias dos apóstolos. Mas entre muitos dos ministros de Cristo há uma sensação de desassossego, um desejo de imitar o estilo romântico dos revivalistas modernos, um desejo de fazer algo de grande, de criar sensação, a fim de serem considerados oradores hábeis, e ganharem honra e distinção para si mesmos.” “Lembrem-se os ministros e o povo de que a verdade evangélica, quando não salva, leva à ruína. A alma (pessoa) que se recusa a escutar dia a dia aos convites de misericórdia, cedo poderá ouvir os mais urgentes apelos sem que uma emoção lhe agite a alma (os sentimentos)”. Testemunhos Seletos, Vol. II, pág. 27 e 28.
     Deus nos dá o privilégio de participar da salvação de outros, e para isso, deixou-nos o Espírito Santo, assim, quando o homem quiser participar do projeto divino, e se lançar à obra, o Espírito de Deus o qualifica para a pregação do evangelho, para honra e glória do próprio Deus. Missão, este é o espírito que precisamos ter como seguidores de Cristo. Se outras prioridades ocupam nossos projetos de vida, a dúvida sobre a volta de Cristo será nossa companheira, e é claro, pouco ou nada iremos fazer para abreviar esse glorioso dia. Diz a profetisa White que devemos trabalhar como se Cristo viesse daqui a cem anos, mas estar preparado (a) como se ele voltasse amanhã. Então, segundo a orientação é possível trabalhar, estudar e projetar nosso bem estar, porém, deve-se ser sábio em não permitir que os projetos pessoais ofusquem a missão que Deus confiou aos seus seguidores. Precisamos conscientizar-nos de que Deus não necessita de nós, Ele apenas dá-nos a oportunidade de fazermos parte de Seus planos, porém, se não entendermos e nem atendermos Seus projetos, isso não significa que Deus não irá cumprir Suas promessas. Certamente, como sempre, Suas profecias se cumpriram, essa, sobre Sua segunda vinda cumprir-se-á como o sol nascerá amanhã!
     O apóstolo Paulo que dera a vida para a pregação do evangelho após sua conversão aguardava ver Cristo voltando ainda em seus dias, esperava vê-Lo sem passar pela morte. A profetisa Ellen G. White que dera a vida pela pregação dessas boas novas, também tinha confiança de vê-Lo em vida tal qual Paulo. O envolvimento desses profetas era tão sério que, acreditavam que a obra terminaria em seus dias, o evento não se deu porque o envolvimento sério, honesto de seus contemporâneos não se igualara aos seus. “Grande é a ceifa, mas poucos são os ceifeiros”. Os professos seguidores de Cristo optam por trabalhar profissionalmente como se Cristo viesse daqui a cem anos. Estão mais preocupados em acumular riquezas além do básico e necessário; se deve ou não viver segundo a lógica, costumes e modas dos mundanos não cristãos. E assim, passam-se gerações e mais gerações e Deus tem que, com pesar ir postergando Sua vontade para que mais pessoas tenham a oportunidade de salvação. Logo, Deus não retarda Sua promessa, nós “crentes” a retardamos.
     O profeta Daniel falando dos últimos dias que antecederiam a segunda volta de Cristo profetizou: “Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”. (Daniel 12: 04) O desenvolvimento científico nos diz que estamos nos últimos dias. Os domínios dos impérios mundiais passaram; a falsa teologia platônica foi desmascarada pela própria filosofia; a filosofia que pretendera eliminar Deus do consciente da humanidade ha duzentos anos perdera sua unidade e pretensão filosófica; caminha tateando como cego perdida em suas próprias teorias sem propósito e unidade, cada um dos movimentos tentando impor sua teoria filosófica. Então, como profetizara Daniel, só nos restou o movimento científico que tem se esforçado para impor-se como verdade absoluta, logo, a deusa dos séculos.  Ellen White falando a nós diz: “Conheço vosso perigo. Se perderdes a confiança nos testemunhos, descaireis das verdades bíblicas”. (Testemunhos Seletos; vol. II, pág. 25. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, São Paulo; 1985). “Ninguém será condenado por não fazer caso da luz e do conhecimento que nunca teve e não pode obter. Muitos, porém, recusam obedecer à verdade que lhes é apresentada pelos embaixadores de Cristo, porque desejam acomodar-se ao padrão do mundo, e a luz que penetrou no seu entendimento, a luz que resplandeceu no coração, os condenará no juízo”. (Ellen G. White. Eventos Finais, pág. 125) “Se somos cristãos, seguiremos a Cristo ainda mesmo que o caminho em que tenhamos de andar contrarie as nossas inclinações naturais”. “há algo mais valioso de que falar. Falemos de Cristo, e quando o coração estiver convertido, tudo o que não está em harmonia com a palavra de Deus cairá”. (Idem, pág. 53)
BREVE JESUS VOLTARÁ!


Filósofo, Isaías Correia Ribas.  

domingo, 2 de junho de 2013

OS FILÓSOFOS E SUAS FRUSTRAÇÕES III


Hume, David (1711 – 1776)
     Hume, filósofo e historiador francês, ícone na história da filosofia por suas críticas aos métodos de operação do entendimento praticados pela ciência e a metafísica. Para ele, seus fundamentos são falaciosos; suas críticas parou, por alguns anos, a produção do pensamento filosófico; a ciência, apesar de seu fundamento epistemológico ser falacioso, não interrompeu suas investigações e produção técnica.
     Fundamento epistemológico da ciência Clássica e Moderna: universal e necessário. Clássica (da Grécia a modernidade apesar das diferenças); universal (vale para todos); necessário (de tal maneira que não pode ser de outro modo). Primeiro problema: se é necessário não pode ser contingente; e se é contingente pode ser e não ser, como a ciência é contingente, não pode ser universal e necessária. Segundo: o princípio universal aplica-se a todos, e nenhum experimento científico é capaz desse feito. Logo, causa e efeito deduz-se pelo hábito, por um número finito de verificações e não pela universalidade. Então, a maior prova de que o fundamento científico está no hábito e não no universal e necessário é que a produção não parou apesar da falácia do fundamento.
     A maioria dos cientistas eram também filósofos. Descartes, Spinoza, Leibniz, Wolff e outros. Eles, por meio da lógica formal, achavam-se capazes de provar a existência de Deus pelo raciocínio puro, lógico, pensavam assim porque isso é possível na matemática e na geometria. O fundamento da lógica está fundamentado no princípio de contradição, isto é, “nada pode ser e não ser ao mesmo tempo e sobe a mesma relação (ou um juízo não pode ser verdadeiro ou falso)”. Numa linguagem popular fica assim: só pode ser assim, se for de outro modo, cai-se em contradição. Logo, o princípio de contradição é insustentável, porque desqualifica todo pensamento, que se torna uma opinião sem valor de verdade. Foi essa contradição que Hume contestou; é impossível a metafísica provar a existência de Deus por dedução lógica. Deus existe, mas pode não existir. Logo, cientistas e metafísicos, segundo Hume, não têm nenhuma certeza absoluta. Assim, a filosofia entrou em crise, e agora, como sair desta crise conceitual?
     A filosofia, como já deu para perceber, é um jogo de conceitos. Há dois conceitos que irá nos ajudar a entender o que estava acontecendo naqueles dias: a priori e a posteriori; desses dois, kant deduziu os seus: analítico e sintético.
 a priori e o a posteriori:
a priori (o que é possível conhecer sem a experiência), conhece-se pela análise do próprio conceito, logo, razão pura. Analisemos o conceito triângulo: por análise deduz-se que, o que ele é, está contido no próprio triângulo (têm três lados e três ângulos), pensar diferente disso cai-se em contradição, isto é, nunca o triângulo terá quatro lados. Então, a priori deduz-se pela análise, logo, analítico.
A posteriori (aquilo que só possível conhecer após a experiência), se Deus, após criar Adão, e nada lhe informasse sobre as propriedades do imã, Adão jamais iria deduzir das propriedades do imã pela análise do conceito imã, para inferir alguma propriedade teria que aproximá-lo de outros metais, ou parti-lo em dois ou mais pedaços. Então, isso só era possível pela síntese, análise das partes. Logo, sintético.
Então, conclui-se que, a priori e a posteriori, pertencem a universos diferentes; e o que estava fazendo os filósofos cientistas quando pretendia provar a metafísica por meio da análise do conceito Deus? Caiam em contradição. Então, o problema que ficou para a filosofia resolver foi: Como são possíveis juízos sintéticos a priori? Chamo a atenção que, o sintético está ligado ao empirismo (experiência), e o analítico, não precisa da experiência. Juízos analíticos a priori eram o que os filósofos faziam até Hume, assim, pretendiam eles, provar a existência de Deus, ou extrair dessa análise propriedades divinas, mas, como vimos, caiam em contradição; não passando de um esforço lógico que passava a ilusão “verdadeira” que provara a existência de Deus.    
Kant, Emmanuel (1724 – 1804)
     O primeiro elemento do problema kantiano é a física, o segundo a metafísica. Mas o que é a metafísica para Kant? É a metafísica racionalista. Descartes, como sabemos, tem por título uma obra, Meditações Metafísicas, nela, ele propõe resolver, de modo definitivo, problemas tais como a existência de Deus ou a imaterialidade da alma humana. Leibniz, Spinoza e outros racionalistas do período também tentam.
Para Kant “a metafísica pretende, pois, ser conhecimento puramente racional, ou seja, conhecimento por meio da razão pura. Os racionalistas consideram que a metafísica é possível como ciência, isto é, que é possível conhecer, por meio da razão pura, verdades que transcendem toda experiência possível”. Tanto Descartes como Leibniz trabalham naquele projeto, comum à ciência moderna, de matematizar o universo. Ambos vinculam estreitamente suas físicas com suas metafísicas. Se suas físicas são diferentes é, em boa medida, porque as metafísicas, a serviço das quais se encontram, são diferentes. (Ariel, Mario Gonzáles Porta; A filosofia a partir de seus problemas. Ed. Loyola, São Paulo, 2002)
     A física que Kant leva em consideração, que servirá de fundamento para resolver o problema causado por Hume, é a física de Isaac Newton (1642-1727) que, “resultou um quadro unitário do mundo e uma efetiva e sólida reunião da física terrestre e da física celeste. Caía definitivamente por terra o dogma de uma diferença essencial entre os céus e a terra, entre a mecânica e a astronomia, esfacelando-se também aquele ‘mito da circularidade’ que por mais de um milênio condicionara o desenvolvimento da física e que exercera seu peso até sobre o discurso de Galileu: os corpos celestes se movem segundo órbitas elípticas, porque sobre eles age uma força que os afasta continuamente da linha reta na qual, por inércia, eles continuariam o seu movimento”. (Paolo Rossi) (Giovanni Reale – Dario Antiseri; História da filosofia, vol. II; pág. 304, Paulus, são Paulo, 1989.)
A ciência matemática e mecânica newtoniana é o gancho no qual Kant se apoia para apresentar a solução do problema: como são possíveis juízos sintéticos a priori?
1.      Se a mecânica newtoniana é ciência.
2.      E ciência é conhecimento universal e necessário,
3.      Então a mecânica newtoniana é conhecimento universal e necessário.
4.      Todavia, conhecimento universal e necessário não pode ser jamais empírico, mas a priori.
5.      Portanto, se a mecânica newtoniana é possível como ciência, então o conhecimento a priori é possível. (Porta, pág. 110)
     Kant, pelo raciocínio lógico, de início já demonstra que sua tese é possível, logo, deve ser levada em consideração. Após dez anos pensando resolver o problema aparentemente insolúvel para Hume e os filósofos da época, apresenta sua solução na Crítica da Razão Pura. Na Grécia antiga, Platão, como sabemos, enfrentou semelhante problema após as críticas de Heráclito, mas, passados doze anos, com uma manobra genial, unindo-se à metafísica, “resolveu o problema da física”, filosofia da natureza. Agora o problema se inverte, Kant une-se à física de Newton para resolver o problema metafísico-teológico-mitológico, que Platão implantara.
Síntese da solução:
     Kant, semelhante a Platão, por meio de uma arquitetura conceitual, joga com a teoria do conhecimento e às formas de obtê-lo. Para Platão, o conhecimento dependia de uma alma imortal que conhece a “coisa em si” que, após a reencarnação, pela reminiscência, (lembrança), ensina o indivíduo mortal.
Kant se vale também do maior engano filosófico-científico de todos os tempos formulado por Aristóteles e Ptolomeu que, sem questionamentos de seus contemporâneos, deduziram que a Terra era o centro do universo, e todos os planetas e satélites giravam em seu entorno. Essa teoria é conhecida como geocentrismo.
     Copérnico, Nicolau (1473-1543), foi o primeiro a questionar o Geocentrismo; Galileu Galilei (1564-1642), com sua luneta apontada para o céu reafirmou as desconfianças de Copérnico no geocentrismo, estabelecendo, depois de muitas discussões com a igreja, o heliocentrismo (sol no centro de nosso sistema planetário); a Terra como os demais planetas, giraria em torno do sol (revolução) e em torno de si mesma (rotação). Com essa inversão copernicana tornou-se possível o conhecimento de nosso sistema planetário e outros fenômenos astronômicos. Então, segundo Kant, o próprio método para se conhecer o objeto ou a coisa estava invertido: o objeto estava no centro e a pessoa que conhece, ou buscava o conhecimento, girava em torno do objeto recebendo passivamente o que existe em si mesmo, no objeto, então, o objeto dava o conhecimento para o sujeito. Logo, se o conhecimento é dado, é impossível um conhecimento a priori. A questão é: se é dado, como pode o sujeito saber algo acerca de um objeto? Então, “a única forma de explicar a possibilidade do conhecimento a priori é admitir que o sujeito não é passível no conhecimento do objeto ( que não é meramente determinado por este) mas é ativo, colaborando, de alguma forma (pelo menos em parte) na sua constituição. Logo, o sujeito só pode conhecer a priori aquilo que ele “produz”, e que, em  consequência depende dele de algum  modo ou, na perspectiva inversa, que o sujeito não pode conhecer a priori aquilo que não dependa dele de modo algum. Assim, o sujeito só pode conhecer a priori aquilo que, de uma forma ou de outra, depende do seu conhecimento e não, ao contrário, aquilo que existe independente do seu conhecimento. A realidade, tal como ela é “em si”, é algo diferente do modo como ela aparece diante de mim enquanto sujeito cognoscente. A realidade  tal como é em si, me é incognoscível; o que posso conhecer dela é o modo como me aparece. O modo do seu aparecimento, porém, dependerá não só dela mas também “de mim”. Justamente por tal razão, eu posso saber algo a priori dela. Exprimindo o nosso resultado em termos Kantiano, digamos que o sujeito só pode conhecer (e só pode conhecer a priori) os fenômenos, mas não a “coisa em si” (Dinge na sich).  (Porta)
     Agora estamos em condições de entender porque o conhecimento a priori é possível na física e não na metafísica: porque enquanto a física se ocupa unicamente com os fenômenos, a metafísica trata das coisas em si (de um absoluto).
Kant descarta a possibilidade de conhecer a coisa em si ou Deus, por meio de qualquer conhecimento ou método humano. Conhecemos a priori apenas os fenômenos, e desses, o sujeito tem que estar consciente, logo, o conhecimento é para quem o busca, ele nunca é dado; não vem sem a participação do sujeito, seja o conhecimento dos fenômenos ou da coisa em si, de Deus.
     Kant, para chegar a essas conclusões partiu de uma dimensão teórica (epistemológica) e outra prática (ética). Antes de Kant, a fundamentação da ética e do conhecimento era metafísica e/ou teológica. A partir dele houve a desvinculação, a ética fundou-se no sujeito sem Deus. “O ser livre não é aquele que age sem lei alguma, mas aquele que se impõe a si mesmo a sua própria lei. Em consequência, um ser livre é um ser racional e vice versa. A vontade é um modo de causalidade próprio dos seres racionais. A liberdade é uma propriedade da vontade. A vontade é livre quando se autodetermina. Uma vontade livre é uma vontade autônoma. Vontade livre e vontade submetida às leis morais são para Kant a mesma coisa. A lei moral não é outra coisa que a legalidade de uma vontade livre”. (porta)
     Então, assim como na ética Kant não baseia o dever em Deus (ou em qualquer instância transcendente), mas na própria razão, ou seja, no “sujeito prático”, assim ele funda a possibilidade do conhecimento a priori, teórico, no próprio sujeito que conhece.
     Os filósofos sempre estão a serviço dos governos e das principais instituições religiosas, construindo utopias e mitos para iludir a sociedade que pouco ou nada conhece. Pelo comportamento da sociedade, os líderes políticos e religiosos vão avaliando as teorias filosóficas. A partir de Kant tem-se outro paradigma para impor à sociedade: a liberdade de ação sem o temor de Deus, a vontade do sujeito está livre com o aval do Estado. Nietzsche (1844-1900), as verdades que devem conduzir o sujeito são seus sentimentos e paixões. Analise o comportamento da sociedade atual e perceberás que, apesar de se falar tanto em Deus, suas verdades bíblicas não têm mais efeitos sobre nosso comportamento, cada um, sem temor de Deus e das leis do Estado, segue destemidamente sua visão de verdade. Tanto Kant quanto Nietzsche, ao propor suas máximas, fez confiando numa educação de qualidade para todos, pois, entendiam eles, que o indivíduo responsável e consciente dependia de boa formação escolar.
     Concluo com a reflexão: toda estrutura filosófica e o conhecimento antropocêntrico em geral, culmina no niilismo institucional e pessoal. A fé em Deus segundo ensina a bíblia não é mais perceptível no ser humano. Dentro desse contexto, Deus, em cumprimento às suas promessas bíblicas, para qualificar seu povo dos últimos dias e para dar uma respostas ao racionalismo por meio da fé, chamou mais uma profetisa para alertar a humanidade do iminente risco que corre por dar mais ouvidos às vans filosofias, abandonando o assim diz o Senhor. Ellen G, White (1827-1915) e seus escritos, creio eu, é a última profetisa a alertar aqueles que querem herdar a salvação. Ignorar seus conselhos é ignorar a sabedoria e amor de Deus. Trata-la como mera escritora norte americana ou psicóloga é o mesmo que nega-la como profetisa.
     Toda estrutura metafísica antropocêntrica entrou em decadência. A questão é: como dar uma resposta ao mundo se a própria igreja não consegue crer na providência divina? está na hora de acordarmos como instituição religiosa-acadêmica e como pessoas de fé.
Filósofo Isaías Correia Ribas.