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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

NIETZSCHE, PAI DO ATEÍSMO CONTEMPORÂNEO X BÍBLIA



          O pai e os avós paterno e materno de Nietzsche eram pastores protestantes. Ele pensou em seguir a mesma carreira, essa intenção era transparente ao ponto de seus colegas de escola chama-lo de o pequeno pastor. Nietzsche nasce no dia 15 de outubro de 1844 em um pequeno vilarejo, Höcken e faleceu em 25 de agosto de 1900 em Weimar, Alemanha.  Em 1858, ele obteve uma bolsa de estudos na então famosa escola de Pforta. Lá, sob a influência de algumas leituras de diferentes correntes filosóficas, poesias e de alguns professores, Nietzsche começou a afastar-se do cristianismo. Era excelente aluno de grego e brilhante em estudos bíblicos, alemão e latim. Seus autores favoritos, entre os clássicos, foram Platão (428-348 a. C.) e Ésquilo (525-456 a. C.). Em Bonn dedicou-se aos estudos de teologia e filosofia, mas influenciado por seu professor predileto, Ritschl, desistiu desses estudos e mudou-se para Leipzig dedicando-se à filologia; seguindo as pegadas do mestre investigou os originais sobre Diógenes Laércio (séc. III), Hesíodo (séc. VIII a. C.) e Homero, produzindo excelentes trabalhos; por essas produções foi nomeado professor de filologia na universidade de Basiléia onde lecionou por dez anos. A filosofia passou a interessá-lo a partir da leitura de O Mundo Como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788-1860) que o atraiu ao ateísmo, assim como pela posição essencial que a estética ocupa em sua filosofia, sobretudo pelo significado metafísico que atribui à música, etc. (NIETZSCHE Os Pensadores).
          Nietzsche foi o primeiro filósofo a denunciar os objetivos existentes nos labirintos dos rebuscados discursos filosóficos de todos os tempos. Como teólogo ele tinha dois caminhos a seguir: Apresentar uma religião de acordo com os princípios bíblicos, ou então, negar a existência literal de Deus fundamentando o ateísmo, que, até então, disfarçado de teologia, fora fundamento para todo cristianismo católico-protestantes elaborados pelos filósofos metafísicos, dos quais, Platão fora o elaborador principal. Mas Nietzsche preferiu dedicar todo seu conhecimento teológico, filosófico, filológico, histórico, poético, musical e cultural ao ateísmo, fundamentando-o como ninguém até então fizera.
Platão
          Platão dividiu o indivíduo bíblico e criou a filosofia alegórica do mundo das ideais. Com essas jogadas filosóficas, a palavra alma que significa pessoa nos escritos bíblicos, ganhou status de conceito, sobre o qual, Platão elaborou sua filosofia metafísica que seria fundamento para todos os credos religiosos. Segundo a Bíblia, ao morrer o indivíduo, o corpo material, volta à matéria de onde fora tomado e o sopro de vida que fizera Adão uma alma vivente, volta a Deus que o deu. Mas Platão, grosseiramente, dividira o indivisível indivíduo em corpo mortal e alma imortal. Com essa jogada ele redireciona o fôlego de vida divino (alma) para o seu mundo idealizado, tirando-o de Deus.  Com isso ele “acaba” com a teologia da ressurreição bíblica, criando a teologia da reencarnação filosófica. Isso foi possível porque ele criou a alegoria de que existe um mundo das formas perfeitas, onde as almas, após a morte da pessoa, lá viveriam mil anos contemplando o que há nesse mundo platônico. Acabados os mil anos a alma reencarna e, a medida que a criança se desenvolve ela relembra o que vira no mundo das formas perfeitas. Por isso, para Platão, aprender é relembrar (anamnese / reminiscência). Nietzsche mostrou a todos ateus e religiosos do planeta que eles seguem Platão e não Cristo ou Deus, embora orem e prestam-Lhes cultos.
Heráclito e Parmênides
          Foram esses dois filósofos Pré-Socráticos que fizeram a discussão e passagem da filosofia da natureza (Physis) para a metafísica. Para Heráclito, o devir, ou movimento da vida e dos astros celestiais, por si só surgiram e subsistem independentemente de um Deus segundo ensina a Torá dos judeus. Já, para Parmênides, o Ser é. Isso significa que há um agente metafísico que criara a vida e o universo colocando-os em movimento, sustentados pelas leis da física que esse mesmo ser que é, criara. Parmênides é o pai da ontologia (estudo do ser). Dessa discussão, a visão filosofia de Parmênides foi adotada pelos filósofos clássicos, Sócrates, Platão e Aristóteles. Paralelamente, os filósofos céticos, camuflados nos labirintos da religiosidade, continuaram, em nome da fé, valorizando a filosofia de Heráclito. Entre os outros, temos o maniqueísta Agostinho (Santo Agostinho) , eliminando Deus e Satanás como sendo personagens literais, passando existir apenas como palavras, bem e mal. O que é o mal nesse contexto agostiniano? O mal é apenas ausência do bem, logo, são apenas forças antagônicas. Assim, Deus e Satanás, deixaram de existir como seres metafísicos, instigadores das práticas do bem e do mal no ser humano.  
Friedrich W. Nietzsche
          Heráclito, filósofo Pré-Socrático e o moderno Schopenhauer, são os filósofos inspiradores da filosofia Nietzschiana. De Heráclito ele pegou a ideia de devir (movimento) e interpretou como movimento vital, nascer, viver e morrer; e de Schopenhauer, captou o conceito de vontade consciente e inconsciente como uma atividade espontânea, onde, cada indivíduo segue a sua em detrimento de tudo mais que possa existir, seja físico ou metafísico. Ambos influenciaram Nietzsche na composição de sua filosofia cética. Por isso, para Nietzsche, Deus não existe, é apenas uma palavra para dar sentido a esta vida que parece não ter sentido. O que literalmente existe é o movimento que provoca o nascer, viver consciente ou não, onde, cada pessoa empenha-se à busca de realizar sua vontade na “transvaloração de todos os valores morais expressos nas literaturas bíblica e filosófica, dados à humanidade via profetas, reis, juízes, filósofos e outros; e, finalmente, a pessoa morre. O mesmo movimento é a causa de tudo o que existe no universo físico que é controlado pela natural “vontade de potência” universal ou cosmológica.  
Sob o intelecto consciente está a vontade consciente ou inconsciente, uma força vital esforçada e persistente, uma atividade espontânea, uma fonte de desejo imperioso. Pode as vezes parecer que o intelecto dirige a vontade, mas apenas como um guia dirige seu amo; a vontade é “o cego robusto que carrega em seus ombros o coxo que vê”. (28) Não queremos uma coisa porque encontramos razões para isso, encontramos razões para isso porque a queremos; podemos até elaborar filosofias e teologias para cobrir nossos desejos. (29) (Will Durant. A Filosofia de Schopenhauer. p, 41 e 42) Ed. TECNOPRINT – RJ
A vida não precisa de alguém para colocar nela um sentido. Viver a vida sem recorrência ao além metafísico já é suficiente respeito a ela que, com a natureza e como natureza, segue a mudança eterna na qual tudo está continuamente em transformação. Para esse tipo forte há um dizer sim à existência, mesmo que tivesse que viver cada momento de uma vida de luta, em um eterno retorno do mesmo. – Para o filósofo alemão, “o mundo não é outra coisa que vontade de poder”. – Não há sujeito em Nietzsche, as forças não são, então, “algo”. São ações, são movimentos que só existem em relação a outros movimentos. – Não existe a coisa em si da metafísica e nem a força em si, já que só faz sentido, em Nietzsche, tratarmos de força sempre em relação a outra força, pois na força em relação é que existe a vontade de potência. (SOUSA, NIETZSCHE: Viver intensamente, tornar o que se é. p. 10 e 11, PAULUS, 2009)
1844. Início do tempo do fim
          O maior movimento religioso mundial do período contemporâneo ocorreu com o deísta norte americano Guilherme Miller que marcou a data do fim do mundo para 22/10 de 1844. Nesse mesmo ano, na Alemanha, em 15/10, veio ao mundo o filósofo que denunciou a todos quais foram os objetivos dos filósofos de todos os tempos e, de quebra, deu aos descrentes e crentes decepcionados pela não vinda de Cristo, como viver uma vida cética e hipócrita sem medo, vivendo a vida intensamente, tornando-se o que se é despreocupado de que existe um Deus criador e moralizador do comportamento daqueles que dizem segui-Lo.  O monoteísmo para Nietzsche é “monótono-teísmo” (SOUSA).
Corpo e razão
          Para Nietzsche o corpo é superior à razão, esta é apenas a serva que organiza como o corpo deve agir para satisfazer seus desejos. Nessa busca por satisfação dos desejos do corpo, o centro de vontade subjetiva quer superar a racionalidade, levando-nos a superar a existência de seres metafísicos (Deus e satanás), nos alienando da certeza de que, através do sacrifício de Cristo e aceitação de seu modelo de vida e fé, teremos um novo recomeço, volta ao Éden que Adão e Eva perderam, ou como dizem os filósofos, mundo do além, ordem metafísica, etc.
Devemos construir nossos novos valores assentados em nossas experiências vitais com relação ao corpo como a nossa maior riqueza e o mundo como aquele que proporciona essa nossa riqueza, a nossa própria vida terrena, a única que temos e livre de qualquer especulação de ordem metafísica. (Sousa, Idem, p, 24)
Adventistas do Sétimo Dia
          Conhecidos como os restauradores de brechas causados nos dez mandamentos, leis de saúde e civil, instituídas por Deus através dos escritos bíblicos, eles sempre buscaram denunciar o que fora feito por céticos e religiosos através da palavra falada, escrita e estilo de vida; mas nos últimos 15 anos, o racionalismo cético-filosófico ensinado nas escolas públicas e universidades, já estão presentes em sua teologia e comportamentos de seus adeptos, artistas adventistas e pastores como em qualquer outra igreja cristã-secular. Onde, seus obreiros (artistas), ousados na arte de quebrar princípios bíblicos e conselhos da conselheira e profetisa Ellen G. White, cobram por seus espetáculos quanto cantam e atuam artisticamente em casas de espetáculos sem nenhuma inibição em usar a expressão corporal e vestimentas que expõem as formas corporais de modo sensual a fim de atrair seguidores e consumidores de seus produtos. Será esse o objetivo da “Nova Semente” e seus idealizadores, Drs. em teologia missionária para o mundo contemporâneo, e alguns apresentadores da N T, que, ousadamente, desafiam a Deus quando divulgam o ceticismo no uso de trajes não cristãos ao apresentarem seus programas, como se lá não fosse uma extensão da igreja? Corrompendo, indiretamente, a fé dos simples adventistas, taxando-os de caretas e ultrapassados. Serão esses os propagadores da mornidão religiosa que corromperiam a verdadeira fé dos cristãos da igreja dos últimos dias (Laodicéia)? Pois, para a filosofia, basta corromper os líderes, aqueles que aparecem e o povo (ovelhas), seguem seus líderes; daí, para a apostasia generalizada, é uma questão de tempo. Será que é chegada a hora de denunciar os pecados e clamar pelo reavivamento espiritual da igreja que precisa pregar o evangelho em todo mundo, denunciando seus pecados oriundos dos ideais céticos? Aqueles que estão de pé cuidado para que não caiam, pois, as profecias apocalípticas estão se cumprindo e o mundo político já elegeram aqueles que parecem ser os agentes que levarão a sociedade mundial a praticar as barbáries da Idade Média contra os que “guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus”!