O pai e os avós paterno e materno de
Nietzsche eram pastores protestantes. Ele pensou em seguir a mesma carreira,
essa intenção era transparente ao ponto de seus colegas de escola chama-lo de o
pequeno pastor. Nietzsche nasce no dia 15 de outubro de 1844 em um pequeno vilarejo,
Höcken e faleceu em 25 de agosto de 1900 em Weimar, Alemanha. Em 1858, ele obteve uma bolsa de estudos na
então famosa escola de Pforta. Lá, sob a influência de algumas leituras de
diferentes correntes filosóficas, poesias e de alguns professores, Nietzsche
começou a afastar-se do cristianismo. Era excelente aluno de grego e brilhante
em estudos bíblicos, alemão e latim. Seus autores favoritos, entre os clássicos,
foram Platão (428-348 a. C.) e Ésquilo (525-456 a. C.). Em Bonn dedicou-se aos
estudos de teologia e filosofia, mas influenciado por seu professor predileto,
Ritschl, desistiu desses estudos e mudou-se para Leipzig dedicando-se à
filologia; seguindo as pegadas do mestre investigou os originais sobre Diógenes
Laércio (séc. III), Hesíodo (séc. VIII a. C.) e Homero, produzindo excelentes
trabalhos; por essas produções foi nomeado professor de filologia na
universidade de Basiléia onde lecionou por dez anos. A filosofia passou a
interessá-lo a partir da leitura de O
Mundo Como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788-1860) que o
atraiu ao ateísmo, assim como pela posição essencial que a estética ocupa em
sua filosofia, sobretudo pelo significado metafísico que atribui à música, etc.
(NIETZSCHE Os Pensadores).
Nietzsche foi o primeiro filósofo a
denunciar os objetivos existentes nos labirintos dos rebuscados discursos
filosóficos de todos os tempos. Como teólogo ele tinha dois caminhos a seguir:
Apresentar uma religião de acordo com os princípios bíblicos, ou então, negar a
existência literal de Deus fundamentando o ateísmo, que, até então, disfarçado
de teologia, fora fundamento para todo cristianismo católico-protestantes elaborados
pelos filósofos metafísicos, dos quais, Platão fora o elaborador principal. Mas
Nietzsche preferiu dedicar todo seu conhecimento teológico, filosófico,
filológico, histórico, poético, musical e cultural ao ateísmo, fundamentando-o
como ninguém até então fizera.
Platão
Platão dividiu o indivíduo bíblico e
criou a filosofia alegórica do mundo das ideais. Com essas jogadas filosóficas,
a palavra alma que significa pessoa nos escritos bíblicos, ganhou status de
conceito, sobre o qual, Platão elaborou sua filosofia metafísica que seria
fundamento para todos os credos religiosos. Segundo a Bíblia, ao morrer o
indivíduo, o corpo material, volta à matéria de onde fora tomado e o sopro de
vida que fizera Adão uma alma vivente, volta a Deus que o deu. Mas Platão,
grosseiramente, dividira o indivisível indivíduo em corpo mortal e alma
imortal. Com essa jogada ele redireciona o fôlego de vida divino (alma) para o seu mundo idealizado,
tirando-o de Deus. Com isso ele “acaba”
com a teologia da ressurreição bíblica, criando a teologia da reencarnação filosófica.
Isso foi possível porque ele criou a alegoria de que existe um mundo das formas
perfeitas, onde as almas, após a morte da pessoa, lá viveriam mil anos contemplando
o que há nesse mundo platônico. Acabados os mil anos a alma reencarna e, a
medida que a criança se desenvolve ela relembra o que vira no mundo das formas
perfeitas. Por isso, para Platão, aprender é relembrar (anamnese / reminiscência). Nietzsche mostrou a todos ateus e religiosos do
planeta que eles seguem Platão e não Cristo ou Deus, embora orem e prestam-Lhes
cultos.
Heráclito e Parmênides
Foram esses dois filósofos Pré-Socráticos que fizeram a
discussão e passagem da filosofia da natureza (Physis) para a metafísica. Para Heráclito, o devir, ou movimento da vida e dos astros
celestiais, por si só surgiram e subsistem independentemente de um Deus segundo
ensina a Torá dos judeus. Já, para Parmênides, o Ser é. Isso significa que há
um agente metafísico que criara a vida e o universo colocando-os em movimento,
sustentados pelas leis da física que esse mesmo ser que é, criara. Parmênides é
o pai da ontologia (estudo do ser). Dessa discussão, a visão filosofia de
Parmênides foi adotada pelos filósofos clássicos, Sócrates, Platão e Aristóteles.
Paralelamente, os filósofos céticos, camuflados nos labirintos da
religiosidade, continuaram, em nome da fé, valorizando a filosofia de
Heráclito. Entre os outros, temos o maniqueísta Agostinho (Santo Agostinho) , eliminando Deus e Satanás
como sendo personagens literais, passando existir apenas como palavras, bem e
mal. O que é o mal nesse contexto agostiniano? O mal é apenas ausência do bem,
logo, são apenas forças antagônicas. Assim, Deus e Satanás, deixaram de existir
como seres metafísicos, instigadores das práticas do bem e do mal no ser
humano.
Friedrich W. Nietzsche
Heráclito, filósofo Pré-Socrático e o
moderno Schopenhauer, são os filósofos inspiradores da filosofia Nietzschiana.
De Heráclito ele pegou a ideia de devir (movimento) e interpretou como movimento
vital, nascer, viver e morrer; e de Schopenhauer, captou o conceito de vontade
consciente e inconsciente como uma atividade espontânea, onde, cada indivíduo
segue a sua em detrimento de tudo mais que possa existir, seja físico ou
metafísico. Ambos influenciaram Nietzsche na composição de sua filosofia cética.
Por isso, para Nietzsche, Deus não existe, é apenas uma palavra para dar
sentido a esta vida que parece não ter sentido. O que literalmente existe é o
movimento que provoca o nascer, viver consciente ou não, onde, cada pessoa
empenha-se à busca de realizar sua vontade na “transvaloração de todos os valores” morais expressos nas literaturas bíblica e filosófica, dados à humanidade via
profetas, reis, juízes, filósofos e outros; e, finalmente, a pessoa morre. O mesmo movimento
é a causa de tudo o que existe no universo físico que é controlado pela natural
“vontade de potência” universal ou cosmológica.
Sob
o intelecto consciente está a vontade consciente ou inconsciente, uma força
vital esforçada e persistente, uma atividade espontânea, uma fonte de desejo
imperioso. Pode as vezes parecer que o intelecto dirige a vontade, mas apenas
como um guia dirige seu amo; a vontade é “o cego robusto que carrega em seus
ombros o coxo que vê”. (28) Não queremos uma coisa porque encontramos razões
para isso, encontramos razões para isso porque a queremos; podemos até elaborar
filosofias e teologias para cobrir nossos desejos. (29) (Will
Durant. A Filosofia de Schopenhauer. p, 41 e 42) Ed. TECNOPRINT – RJ
A vida não precisa de
alguém para colocar nela um sentido. Viver a vida sem recorrência ao além
metafísico já é suficiente respeito a ela que, com a natureza e como natureza,
segue a mudança eterna na qual tudo está continuamente em transformação. Para
esse tipo forte há um dizer sim à existência, mesmo que tivesse que viver cada
momento de uma vida de luta, em um eterno retorno do mesmo. – Para o filósofo
alemão, “o mundo não é outra coisa que vontade de poder”. – Não há sujeito em
Nietzsche, as forças não são, então, “algo”. São ações, são movimentos que só
existem em relação a outros movimentos. – Não existe a coisa em si da
metafísica e nem a força em si, já que só faz sentido, em Nietzsche, tratarmos
de força sempre em relação a outra força, pois na força em relação é que existe
a vontade de potência. (SOUSA,
NIETZSCHE: Viver intensamente, tornar o que se é. p. 10 e 11, PAULUS, 2009)
1844. Início do tempo do fim
O
maior movimento religioso mundial do período contemporâneo ocorreu com o deísta
norte americano Guilherme Miller que marcou a data do fim do mundo para 22/10
de 1844. Nesse mesmo ano, na Alemanha, em 15/10, veio ao mundo o filósofo que denunciou
a todos quais foram os objetivos dos filósofos de todos os tempos e, de quebra,
deu aos descrentes e crentes decepcionados pela não vinda de Cristo, como viver
uma vida cética e hipócrita sem medo, vivendo a vida intensamente, tornando-se
o que se é despreocupado de que existe um Deus criador e moralizador do
comportamento daqueles que dizem segui-Lo.
O monoteísmo para Nietzsche é “monótono-teísmo”
(SOUSA).
Corpo e razão
Para Nietzsche o
corpo é superior à razão, esta é apenas a serva que organiza como o corpo deve
agir para satisfazer seus desejos. Nessa busca por satisfação dos desejos do
corpo, o centro de vontade subjetiva quer superar a racionalidade, levando-nos
a superar a existência de seres metafísicos (Deus e satanás), nos alienando da certeza de que, através do sacrifício de Cristo e aceitação de seu modelo de
vida e fé, teremos um novo recomeço, volta ao Éden que Adão e Eva perderam, ou como
dizem os filósofos, mundo do além, ordem metafísica, etc.
Devemos construir nossos
novos valores assentados em nossas experiências vitais com relação ao corpo
como a nossa maior riqueza e o mundo como aquele que proporciona essa nossa
riqueza, a nossa própria vida terrena, a única que temos e livre de qualquer
especulação de ordem metafísica. (Sousa, Idem, p, 24)
Adventistas do Sétimo Dia
Conhecidos como os
restauradores de brechas causados nos dez mandamentos, leis de saúde e civil,
instituídas por Deus através dos escritos bíblicos, eles sempre buscaram
denunciar o que fora feito por céticos e religiosos através da palavra falada,
escrita e estilo de vida; mas nos últimos 15 anos, o racionalismo cético-filosófico
ensinado nas escolas públicas e universidades, já estão presentes em sua
teologia e comportamentos de seus adeptos, artistas adventistas e pastores como
em qualquer outra igreja cristã-secular. Onde, seus obreiros (artistas), ousados na arte de quebrar princípios bíblicos e conselhos da conselheira e profetisa Ellen G. White, cobram
por seus espetáculos quanto cantam e atuam artisticamente em casas de
espetáculos sem nenhuma inibição em usar a expressão corporal e vestimentas que
expõem as formas corporais de modo sensual a fim de atrair seguidores e consumidores
de seus produtos. Será esse o objetivo da “Nova
Semente” e seus idealizadores, Drs. em teologia missionária para o mundo contemporâneo, e alguns
apresentadores da N T, que, ousadamente, desafiam a Deus quando divulgam o ceticismo no uso de trajes não cristãos ao apresentarem seus programas, como se lá não fosse uma extensão da igreja? Corrompendo, indiretamente, a fé dos simples adventistas, taxando-os de caretas e ultrapassados. Serão esses os propagadores da mornidão
religiosa que corromperiam a verdadeira fé dos cristãos da igreja dos últimos dias
(Laodicéia)? Pois, para a filosofia, basta corromper os líderes, aqueles que aparecem e o povo (ovelhas), seguem seus líderes; daí, para a apostasia generalizada, é uma questão de tempo. Será que é chegada a hora de denunciar os pecados e clamar pelo
reavivamento espiritual da igreja que precisa pregar o evangelho em todo mundo,
denunciando seus pecados oriundos dos ideais céticos? Aqueles que estão de pé
cuidado para que não caiam, pois, as profecias apocalípticas estão se cumprindo
e o mundo político já elegeram aqueles que parecem ser os agentes que levarão a
sociedade mundial a praticar as barbáries da Idade Média contra os que “guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de
Jesus”!