A
filosofia foi a primeira criação epistemológica antropocêntrica, nasceu com o objetivo
de opor-se ao conhecimento teocêntrico (bíblico). Filosofia e teologia divergem
sobre as origens do universo e das diversas formas de vida. As duas grandes
produções literárias que as representam são a Bíblia dos judeus e cristãos e as
produções filosóficas dos clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles que
iniciaram o período metafísico (IV a.C. – XV d. C). Os filósofos da natureza que
antecederam os clássicos questionaram a existência de um Deus criador e se
esforçaram para encontrar um elemento natural que fosse posto como o originador
da vida e do universo. Durante dois séculos eles levantaram várias hipóteses,
mas nenhum deles conseguiu comprovar empiricamente a existência desse elemento
genético; diante desse fracasso científico-filosófico os três filósofos
metafísicos idealizaram uma filosofia centralizada na figura de um deus para
continuar buscando concretizar os objetivos filosóficos: anular Deus do
consciente humano em nome do próprio Deus.
Sócrates
Sócrates não deixou nada escrito; há quem defenda que ele
era analfabeto. Tudo que sabemos sobre ele e sua filosofia foi escrito por seu
discípulo Platão que produziu vários diálogos em seu nome. Deus para ele é uma inteligência
superior. Sócrates opôs-se ao politeísmo mitológico grego e alertara os jovens
quanto as produções míticas e outras interpretações filosóficas sobre as
realidades físico-metafísicas. Sócrates defendia a autonomia dos poderes
democráticos, cobrava postura moral e ética por parte dos políticos, seus discursos
filosóficos eram ditos nas praças (ágoras) públicas, por isso o condenaram a
morte bebendo Cicuta. Platão insistiu que ele fugisse de Atenas e não morresse
passivamente; mas, para ser coerente com suas conclusões religiosas, filosofias
e políticas, aceitou o veredito da maioria que decidiu que deveria morrer. E
assim se fez o primeiro marti da filosofia.
Platão
Com a morte de Sócrates, Platão fugiu de Atenas rumo ao
Oriente temendo que o mesmo poderia acontecer consigo, chegou a trabalhar como
escravo para sobreviver, conheceu outras culturas e a filosofia dos pitagóricos
sobre a migração das almas. Após doze anos de fuga retornou à Atenas e fundou
sua Academia, primeira universidade do planeta. Para Platão Deus é o demiurgo,
o manipulador da matéria. De onde ele tirou essa ideia de manipulador? Da
Bíblia; pois, diz os escritos bíblicos que Deus, do barro, moldou a figura de
Adão, depois soprou Seu fôlego de vida e o homem passou a ser uma alma vivente (pessoa),
um indivíduo semelhante a Deus, isto é, capaz de pensar e executar o pensado. Depois,
da costela de Adão, criou Eva, sua companheira; onde ambos, através do amor e
união sexual teriam seus filhos (as) que continuariam se reproduzindo,
perpetuando assim a espécie humana; o mesmo acontecendo com todos os seres
vivos, onde, cada espécie animal, vegetal e outras, através dos diversos meios
de reprodução, se reproduzem infinitamente, morrendo apenas os indivíduos.
A
jogada filosófica de Platão foi genial! Ele pegou a ideia de barro mais sopro
divino que resultara em um indivíduo, ou seja, pessoa indivisível e dividiu-a
em corpo mortal e alma imortal; onde, após a morte do indivíduo, a alma deixa o
corpo e vai para o mundo das formas perfeitas, local idealizado por Platão, lá,
durante mil anos a alma contempla o que é eterno e perfeito; após mil anos ela
volta reencarnada em um bebe e, na medida que a criança vai se desenvolvendo
ele vai apreendendo o que existe no mundo para aprender, pois, segundo Platão, tudo
que há por aqui são cópias do mundo perfeito. Por isso, para Platão, aprender é
relembrar (reminiscência). Mas, se aprender é relembrar, para que fundar uma
Academia? Se a alma é nossa instrutora, para que escolas e universidade? Fosse
a alma nossa instrutora, não existiria analfabetos e ignorantes; o conhecimento
de todos seria nivelado. Logo, a filosofia da existência de uma alma além do
corpo é falaciosa.
Platão,
através de sua filosofia sobre a imortalidade e reencarnação da alma,
fundamentou todas as teologias católicas, espiritualistas, protestantes e outras
que negam toda ou parte dos escritos bíblicos válidos para todas as épocas. Por
isso denunciou o filósofo Nietzsche (1844-1900): “Cristianismo é platonismo”.
Bíblia
Segundo os escritos bíblicos, após a
morte, o corpo que é matéria volta ao pó e o espírito que é o fôlego de vida dado
por Deus com Ele permanece. Por ocasião da segunda volta de Cristo os mortos
salvos irão ressuscitar recebendo novamente o fôlego de vida, retomando os seus
pensamentos e ideais que tinham por ocasião de sua morte. Após mil anos no céu,
Jesus, a nova Jerusalém e os santos que foram salvos descerão para o seu
habitat original, o planeta Terra. Nessa decida da cidade santa acontecerá mais
uma ressurreição, a dos perdidos. Eles verão as oportunidades que tiveram e as
rejeitaram, furiosos! Sob o comando de Satanás, marcharão para tomar a nova
Jerusalém. Nesse dia descerá fogo do céu matando todos os ímpios, Satanás e
seus anjos, purificando o planeta Terra que será o novo Éden conforme Deus
criara no início.
Aristóteles
Aristóteles não concordou com as conclusões filosóficas de
seu mestre Platão. Para Aristóteles deus é o motor imóvel, “causador de todas as causas sem ser causado”,
aquele que pôs tudo em movimento, deixando que o próprio movimento sustentasse e
replicasse a vida que havia sido posta em movimento. Essa ideia de movimento é
do filósofo Pré-socrático Heráclito, mas Aristóteles fez dela o seu deus. Na
visão filosófica de Aristóteles e do criacionismo bíblico, todos os indivíduos
morrem; mas ambos divergem quanto a eternidade. Para Aristóteles a eternidade
se dá através das espécies e, para o Deus bíblico, ela se concretizará com uma
nova intervenção divina através da segunda vinda de Cristo; ocasião em que o
mal e os pecadores que não aceitarem o plano de salvação exposto na Bíblia
serão eliminados.
A
física de Aristóteles se volta exclusivamente para as ciências, seja ela
psíquica ou material. Todas têm que passar pelo processo empírico. Somente a
metafísica não passa pelo processo empírico, isso se dá porque o Deus bíblico
está além da física, é metafísico e, como tal, o empirismo antropocêntrico não
O alcança.
Por séculos o discurso filosófico fora produzido para
poucos entenderem; estava vedado ao povo porque era um instrumento de domínio científico-político-religioso.
Mas aos poucos esse domínio foi sendo desfeito e a filosofia foi sendo
popularizada; hoje é disciplina obrigatória no ensino médio e quesito
obrigatório para os cursos superiores serem reconhecidos pelo MEC. Os objetivos
da filosofia é eliminar Deus do consciente humano, estabelecer o ateísmo em
nome do conhecimento antropocêntrico e da dúvida. Logo, não é por acaso o
crescimento do ateísmo entre adolescentes e jovens estudantes dos dias atuais
que estão sempre dispostos a escarnecer do sagrado através de palavras e
adequação aos costumes céticos tolerados pelo cristianismo católico, protestante,
evangélico e espiritualistas em geral que, passivamente concordam com o mundanismo
entrando pela porta da frente como sendo algo normal, divino. Não nos
enganemos, a banalização do sagrado aumentará ao ponto em que chegou os
contemporâneos de Noé e os habitantes de Sodoma e Gomorra que sofreram os
juízos sendo rejeitados (as) e destruídos por Deus.
A filosofia é estrategista. Conheça como
ela foi se infiltrando no mundo religioso ao longo desses três mil anos para
dominar e enganar em nome do conhecimento humano e divino em diferentes épocas
de nossa história adquirindo o livro: FILOSOFA X BÍBLIA – UM PROBLEMA MILENAR –
O-TODO, SOLUÇÕES EM PERSPECTIVA.