Isaque, após passar pela experiência de fidelidade com seu pai,
tornou-se jovem com idade para casar-se. Então, Abraão mandou seu fiel servo ir
até a casa de sua família para encontrar uma jovem que fosse digna de casar-se
com seu filho. Rebeca, filha de Betuel, irmã de Labão, foi a escolhida. Esta,
com apoio de sua família, viajou até onde Abraão morava para conhecer Isaque,
seu futuro esposo. Rebeca também era estéril; mas oraram ao senhor e ela
concebeu dois filhos gêmeos, Jacó e Esaú. Enquanto grávida, os dois lutavam
dentro de seu ventre, o que a perturbou levando a indagar sobre a situação e o
senhor a respondeu, “Há duas nações no
teu ventre, dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte
do que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço”. A semelhança de
Ismael e Isaque que simbolizavam as intrigas político-filosófica-ideológica-e-religiosas
entre todas as nações contra às verdades bíblica; Jacó e Esaú representam os
conflitos dentro do território de Canaã. Assim, Jacó representa a nação eleita
e Esaú, aquele que se uniria em casamento com a descendência de Ismael para
contaminar a nação eleita ou, a descendência de Jacó, dificultado sua conquista
e instalação na terra prometida a Abraão e sua descendência. Após o nascimento
de Cristo e a instituição do cristianismo por seus discípulos e apóstolos, Esaú
e Jacó continuam simbolizando as intrigas dentro da igreja cristã, dividindo-a
entre católicos, protestantes e espíritas, e, ainda, nestas três, se dividindo
entre diferentes credos católicos, protestantes e espíritas, por último, entre
todos os membros desse emaranhado de instituições organizadas e particulares.
Portanto, quem se ilude com organizações religiosas, como sendo representantes
de Deus, corre o sério risco de se perder como religioso acomodado, achando que
a salvação encontra-se nas interpretações que esses espertalhões fazem dos
escritos bíblicos, adaptando-os aos seus interesses institucionais e
particulares, assim, quem não investiga por si mesmo os escritos bíblicos a
afim de e seguir o que está explícito, é presa fácil desses espertalhões. O bem
(Deus) e o mal (Satanás), através dos religiosos, porfiam pra que todos caiam
no formalismo religioso, ou que sejam infiéis aos princípios bíblicos. Esta
guerra cristã não se dá mais pelas descendências genealógicas e ou hereditárias,
e sim pelo batismo cristão. Logo, cada professo crente é um instrumento de Deus
ou do Diabo neste conflito.
Esaú nasceu primeiro, logo, tinha direita a primogenitura, porém, quando
tinha fome, vendeu seu direito a Jacó por um prato de lentilha. Isaque amava
mais a Esaú que Jacó e Rebeca amava mais a Jacó que Esaú. Dessa divisão por
preferências por parte dos pais, a mentira e o engano fez com que Isaque fosse
enganado por Jacó levando-o a abençoá-lo com o direito a primogenitura pensando
que fosse Esaú que lhe servia o prato preferido. Após esses episódios recheados
de mentiras, a verdade veio à tona e a decepção instalou-se na família fazendo
com que Esaú procurasse seu irmão para matá-lo, forçando Jacó, com apoio da mãe
e do pai, fugir para a terra de seus parentes em busca de uma mulher entre os
seus familiares; temendo a fúria de Esaú, prontamente fugiu em busca de seus
parentes que habitavam em Padã-Arã. Esaú, além das mulheres que já possuía, foi
à casa de Ismael e tomou uma de suas filhas como mulher. Então, até o momento,
percebe-se que as linhagens genealógicas das descendências vão se mantendo
fiéis; tanto do lado de Isaque como do de Ismael. Jacó buscou manter-se fiel à
linhagem que representava os princípios bíblicos e Esaú foi misturar-se com os
da casa de Ismael para compor forças em oposição aos descendentes de seu irmão
Jacó que buscava ser fiel aos princípios divinos.
Em Padã-Arã, Jacó, após ser enganado por seu tio Labão acabou sendo
obrigado a casar-se com suas duas filhas, Raquel e Léia. De ambas nasceram onze
filhos e uma filha: Rubens, Simeão, Levi, judá, Dã, Naftali, Gade, Aser,
Issacar, Zebulom, Diná e José. Após vinte anos servindo Labão, Deus pede que
Jacó volte à terra de Canaã, à sua família. Mesmo temendo encontrar com seu
irmão Esaú, se pôs a caminho contra a vontade de seu sogro que o perseguiu até
a fronteira. Jacó estava amargurado por
ser perseguido pelo sogro e por ter que encontrar seu irmão Esaú que a muito
intencionara matá-lo. Após se entender com Labão, a angústia continuava lhe
atormentando, levando-o a buscar socorro em Deus através da oração.
Afastando-se do grupo, pôs-se a implorar por Àquele que prometera fidelidade;
enquanto orava, um desconhecido apossou-se dele como se fosse matá-lo, ele
lutou bravamente que seu opositor não conseguia livrar-se obrigando-o a feri-lo
uma de suas cochas. Como já estava raiando o dia o homem pediu-lhe que o
soltasse, mas disse Jacó, “Não te deixarei ir se não me abençoares”.
Perguntou-lhe o lutador, “Qual é o seu
nome? – Jacó. – Não te chamarás mais
Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens
prevalecido”. Jacó ainda perguntou-lhe, qual é o seu nome? – porque me
perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou. Após esses acontecimentos, Jacó
(Israel) montou uma estratégia de proteção para encontrar-se com seu irmão que
o recebeu de braços abertos. Chegando a Siquém, de onde saíra, comprou um campo
e armou sua tenda em frente a cidade. Após outros ocorridos, Deus aparece novamente
a Jacó, reafirma seu novo nome, (ISRAEL) e lhe faz a mesma promessa que fizera
a seu avô Abraão e a seu pai Isaque: “Eu
sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma
multidão de nações sairá de ti, e reis procederão de teus lombos”. A
caminho de Efrata, Raquel sentiu dores de parto, houve complicação e ela morreu
ao dar à luz a Benjamim. Isaque, sogro de Raquel, viveu cento e oitenta anos e
morreu, seus filhos Esaú e Jacó o sepultaram. E assim, Jacó e sua família
crescia em número vagando com seu gado pela terra de Canaã. Certo dia, Jacó
percebera que seus filhos que buscavam pastagens para o gado distante de sua
tenda, como passaram-se alguns dias e eles não haviam retornados; querendo
saber notícias, enviou seu filho predileto, José, a fim de achá-los. Os irmãos
de José não gostavam dele, pois, José sonhara que seria superior a eles. Assim,
quando o viram chegando onde estavam resolveram matá-lo; Rúben intercedeu, e o
lançaram em uma cova vazia, enquanto discutiam como matar José e como encobrir
o assassinato a Jacó; ao longe viram uma caravana de ismaelitas vindo em
direção ao Egito, de pronto, Judá, querendo salvá-lo, sugeriu-lhes que o
vendessem. E assim, José foi vendido por vinte ciclos de prata e fora levado
para o Egito onde Potifar, oficial de Faraó o comprou das mãos dos ismaelitas.
Rúben não aprovou o que seus irmãos fizeram. Como já estava feito, mataram um
cordeiro e sujaram as vestes de José de sangue e conseguiram encobrir o mal
feito a Jacó. Por sua fidelidade a Deus e Potifar, José tornou-se mordomo em
sua casa, e assim, em tudo o que fazia, prosperava. Por recusar deitar-se com a
mulher de Potifar que o tentara, foi feito prisioneiro pelas calúnias que a
mulher forjou contra ele a seu marido. Na cadeia, José interpretou dois sonhos
dos oficiais de Faraó que foram presos, e tudo aconteceu conforme a
interpretação. Certa noite Faraó também sonhara e o sonho o perturbou, como
nenhum sábio do rei soubera interpretar o sonho, foram condenados à morte. Foi
quando o copeiro-mor, um dos prisioneiros que estivera preso, lembrou que José
tinha o dom de interpretar sonhos. Sabendo Faraó, trouxe José à sua presença
para lhe interpretar o sonho. Segundo a interpretação, haveria sete anos de
fartura, e esta, deveria ser estocada, pois, em seguida sucederiam sete anos de
seca e uma grande fome se estenderia por todo Egito, Canaã e territórios vizinhos.
Diante da sabedoria de José, Faraó o fez governador, sendo o primeiro abaixo de
dele. (Nesta época, a família dos Hicsos havia tomado o Egito das mãos dos
verdadeiros Faraós) E tudo acontecera como dissera José. E a fome chegou à casa
de Jacó que obrigou-o a enviar seus filhos ao Egito para comprar alimentos. Deus
estava controlando tudo para que Sua palavra dita a Abraão se cumprisse. Depois
de emotivas surpresas e exigências planejadas por José, ele se fez conhecer a
seus irmãos e Jacó com todos os seus desceram ao Egito para habitar por lá até
que a seca acabasse. Por causa da seca e da fome, José comprou todas as terras
para Faraó. E assim, por meio de José, a casa de Israel habitou na terra do
Egito, na região de Gósen, onde adquiriram propriedades, frutificaram e
multiplicaram-se. Jacó viveu dezessete anos no Egito e morreu. Antes de morrer
fez seus filhos jurarem que não o enterrariam no Egito, mas, em Canaã e assim
sucedeu. José teve dois filhos, Manassés e Efraim, esses pela vontade de Jacó
foram contados como seus filhos, os outros, não. José viveu cento e dez anos e
morreu. Antes de morrer pediu a seus irmãos que o levasse dali quando Deus os
fizessem subir do Egito, conforme profetizara Abraão.
Passados
alguns anos os Hicsos perderam o poder para a antiga dinastia dos faraós. Esses
não conviveram com José e Jacó; Como os egípcios não eram chegados ao trabalho,
e o povo de Israel se multiplicaram muito, decidiram não mandá-los de volta à
terra de Canaã, mas escravizá-los. É o início da escravidão que duraria
quatrocentos anos segundo Deus revelara a Abraão