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domingo, 26 de outubro de 2014

A BÍBLIA NÃO É LITERATURA MÍTICA


     Os mitos gregos surgiram quando ainda não havia escrita, eram transmitidos por poetas ambulantes chamados aedos e rapsodos, que os recitavam em praça pública. Nem sempre é possível identificar a autoria desses poemas, por serem produção coletiva e anônima. Dois desses poetas foram: Homero (séc. IX ou VIII a.C.), com as epopeias Ilíada e Odisseia e Hesíodo (séc. VIII e VII a.C.), a obra de Hesíodo tende superar a poesia impessoal e coletiva das epopeias homéricas. Hesíodo, autor da Teogonia (genealogia dos deuses e do mundo) é também uma cosmogonia, na medida em que narra como todas as coisas surgiram do Caos para compor a ordem do cosmo.
Teogonia-Cosmológica de Hesíodo
     “Do Caos surgiu a Gaia, ou Géia (a terra, elemento primordial), que, sozinha, deu origem a Urano (o céu). Em seguida, uniu-se a Urano, gerando os deuses e as divindades femininas. Um de seus filhos é Cronos (Tempo), que toma o poder do pai que é destronado pelo filho Zeus”. (ARANHA/MARTINS, p. 32)
     Os deuses gregos permaneceram por muito tempo na cultura ocidental da antiguidade e foram assimilados pelos romanos, com outros nomes. Por exemplo, Cronos é Saturno, Zeus é Júpiter, Atena é Minerva, Afrodite é vênus e assim por diante.         A civilização grega teve início por volta do século XX a.C.; a religião dos gregos era politeísta. Os deuses, habitantes do monte Olimpo, eram imortais, embora tivessem comportamento semelhante ao dos homens, sendo as vezes benevolentes e também agiam por inveja ou vingança. Entre as obrigações a eles devidas, como oferendas, preces e sacrifícios, destacam-se as peregrinações aos grandes santuários, tais como Delfos, onde se consultava o oráculo.
     Intelectuais afirmam que mito não é lenda, pura fantasia, mas, verdade como processo de compreensão da realidade. Porém, ressaltam: a verdade mítica resulta de uma intuição compreensiva da realidade, cuja raízes se fundam na emoção e na efetividade. E não na coerência lógica, garantida pelo rigor da argumentação e pela apresentação de provas empíricas. Logo, assim sendo, para a razão lógica, mito é lenda, pura fantasia criada pela própria razão. Por isso, entendo, que a razão, além de garantir-nos o que é a verdadeira realidade, ela é capaz de criar fantasias que possuem verdades folclóricas-culturais povoadas de deuses envoltos em “mistérios místicos”.
São esses “mistérios místicos” de Hesíodo, que servem de premissas para criar hipóteses científicas que têm por finalidade pesquisar as origens das formas de vida e a gênese do movimento universal. Logo, conclui-se, que, as ciências que buscam compreender as origens, creem que o mito de Hesíodo seja verdade fundamental, premissa básica para investigar o universo, o que nele há e como pode ser autossustentável. Logo, as ciências que investigam as origens partem de premissas alegóricas; ou seja, falácias.
Bíblia x mito
     Quem afirma que a bíblia é uma coleção de contos míticos, não sabe o que está falando, mas se sabe, então, tem a intenção de enganar o outro pela sua autoridade acadêmica ou outro título popular. Porém, ressalto, autoridades acadêmicas e fama, não são, em si, autoridades absolutas para determinar o que é a verdade sobre a gênese do que existe no universo e na Terra.
     Atualmente, letrados e ignorantes bebem de uma mesma fonte: o engano. Graduados de todas as áreas do conhecimento são os responsáveis para disseminar, com autoridade, as falácias acadêmicas que as Universidades sustentam como verdades. Por isso a humanidade está cada vez mais cética com relação a existência de um Deus criador e mantenedor de todas as coisas. Logo, não é sem causa o aumento da maldade em todo o planeta Terra; como também a crescente falsa religiosidade mantidas pelas instituições religiosas que só planejam enriquecer-se explorando seus fiéis, prometendo-lhes benção sem medidas desde que esses lhes dão seus bens materiais; e não podemos esquecer a exploração capitalista que mantém a escravidão da maioria para enriquecer uma minoria que se acha no direito de ser dona de tudo.
     Nas lendas mitológicas todos os deuses e personagens são invenções da razão, literaturas antropocêntricas que podem servir como cultura de civilizações, logo, nesse sentido, se tornam realidades, verdades culturais, e nada mais que isso.
     Os escritos bíblicos não são criações antropocêntricas. São relatos de fatos. Há também revelações proféticas alertando-nos sobre a relação humanidade e o projeto divino; e como tudo veio a existência através da palavra de Deus, um Deus que é capaz de criar através do que há em si mesmo, a vida. Tudo isso é apreendido pela razão. Compreendendo-as, a fé entra em ação confirmando o que foi apreendido. Em oposição à fé, temos também o critério da dúvida, e este exige provas empíricas para que a ceticismo deixe de atormentar-nos. Então, aquele que duvida, e parte de uma premissa falaciosa, mitológica, está condenado a duvidar enquanto vive, pois, suas hipóteses nunca serão concluídas, pois fundam-se em premissas que precisam sempre de argumentos falaciosos para manter o engano. Parece que a razão humana, através do mal, encontra sentido até mesmo no aventurar-se na arte de enganar a si mesma.
     O bem e o mal maniqueísta, filosofia que defende o ardem do universo baseada nessas forças contrárias, dão sustentabilidade à Teogonia Cosmológica criada por Hesíodo. Porém, O bem e o mal do maniqueísmo, são conceitos retirados dos escritos bíblicos, mas na bíblia o bem e o mal possuem personalidades, sendo: o bem, Deus; e o mal, Satanás. Mas esses dois seres físicos-metafísico não estão unidos em um mesmo propósito, isto é, manter a ordem do universo baseada na oposição de seus ideais, pelo contrário, Deus tem planos para estabelecer o bem em oposição aos objetivos de Satanás; do mesmo modo, Satanás tem planos para estabelecer o mal em oposição aos ideais de Deus. Esses dois objetivos distintos sempre foram as causas das mais diversas intrigas humanas. Para Santo Agostinho, que fora maniqueísta antes de se converter ao cristianismo neoplatônico, o mal é apenas a ausência do bem. Assim, o filósofo e Bispo de Hipona, Santo Agostinho, é o grande responsável pela tentativa de eliminar Deus e Satanás como seres físicos-metafísicos atuantes neste planeta em busca de seus objetivos: Deus, fazendo de tudo para salvar-nos e Satanás empenhando-se para levar-nos todos à perdição eterna.
Realidades bíblicas
1 – O ciclo semanal, segundo a bíblia, surgiu quando Deus criou tudo através de Sua palavra em apenas uma semana.
2 – O maior e melhor código moral, vigente ainda hoje, são os dez mandamentos bíblicos.
3 – Deus e Satanás são seres físicos-metafísicos, atuantes neste planeta, e não invenções míticas como os deuses lendários da Grécia; e nem filosóficos como querem os maniqueístas.
4 – A melhor receita para se ter boa saúde é seguir o regime alimentar bíblico: vegetarianismo acrescido de carnes não imundas e não ingerir bebidas alcoólicas.
5 – Moisés, Abraão, Salomão, Davi, Nabucodonosor, Daniel, Ester, Maria, Jesus, Paulo, Pedro, João, Lucas, Pilatos, Herodes, e tantos outros personagens bíblicos, são pessoas que fizeram parte da história bíblica. Israel, Egito, Assíria, Síria, Judá, Babilônia, Jerusalém, Roma, Éfeso, Cafarnaum, Galileia, Pérsia, Grécia entre centenas de outros povos são regiões geográficas onde desenvolveu-se a história bíblica, logo, a bíblica não é um livro de contos Míticos como querem os ilustres ditos sábios da atualidade.
6 – A tema mais complexo, que é a causa de todas essas intrigas científicas-políticas-e-religiosas diz respeito ao plano de salvação elaborado por Deus desde a entrada do pecado no universo __ A luta de Satanás para boicotar esse plano __ Jesus como sendo o filho de Deus que nasceu neste mundo para selar o plano com Seu sacrifício na cruz __ A promessa de Sua segunda volta para concretizar o ideal de Deus àqueles que O aceitarem. A participação de cada um de nós nesse contexto independe de nossa vontade, logo, todas as pessoas fazem parte desse espetáculo universal colaborando para a salvação ou perdição sua e do outro.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Lúcia de Arruda Aranha, Maria / Helena Pires Martins, Maria. FILOSOFANDO. Introdução à Filosofia. Ed. Moderna. São Paulo – SP, 2009.

Filósofo Isaías Correia Ribas 


         


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

PMDB - PSDB - PT - E A ESCRAVIDÃO


O Brasil é um país riquíssimo. Desde sua invasão pelos portugueses, as riquezas aqui produzidas e as existentes em forma de minérios, até pouco tempo atrás, eram transportadas para outros países. Nesses quinhentos e quatorze anos o Brasil e seu povo sempre foram explorados. Pessoas de todas as nações, nesse meio milênio de Brasil, sempre migraram para cá afim de explorar essas terras e seu povo. Quando esses imigrantes aqui chegam, geralmente trazem alguma economia; e assim, conseguem educar seus filhos nas melhores escolas e depois os enviam à sua terra de origem afim de prepará-los para assumirem cargos políticos, públicos e empresariais. Pois todos sabem que o brasileiro é preparado apenas para o trabalho braçal, tendo em seu horizonte libertador, após abandonar a vida de lavrador, quando jovem: ser jogador de futebol ou aderir a outro esporte popular para ganhar a vida e fama como desportistas, ser assalariado em alguma empresa, empregada doméstica, camelô e torcedor de futebol; parece ser pessoas sem interesse em estudar para compreender o mundo e ser capaz de administrar sua vida além da visão de um escravo que gosta de pão e circo, pessoas que se contentam em ser assistidas com migalhas ofertadas pelos exploradores que por aqui chegam. Todo político e pretensos, são conscientes dessa realidade. Quando pretensos políticos por causa de algum regime não veem na perspectiva de um dia assumir o Estado em benefício de seus interesses particulares, eles fazem de tudo para derrubar o poder vigente afim de que seus ideais, um dia, se tornem realidade. Essa perspectiva política sempre foi a causa das revoluções e/ou levantes no Brasil. E o povo sempre foi usado como massa de manobra pelos políticos fora do poder para terem acesso ao poder. Vou fazer uma análise resumida para nossa reflexão sobre os interesses dos políticos a partir da ditadura militar de 1964 e pós-ditadura de 1985.
ARENA
     Aliança Renovadora nacional (ARENA), foi um partido político criado em 1965 com a finalidade de dar sustentação política ao governo militar que dera o golpe de Estado em 1964.
MDB
     Movimento Democrático Brasileiro (MDB), era um partido político que abrigou os opositores do regime militar de 1964 ante ao poder governista da Aliança Renovadora nacional (ARENA). Foi organizado em fins de 1965 e fundado no ano seguinte para fazer enfrentamento ao governo militar. Com seu crescimento e fortalecimento, no governo de Ernesto Geisel, obrigou os militares a extinguir o bipartidarismo, e assim, em 1980 surgiu o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Com o fim do bipartidarismo as correntes que formavam o MDB fundaram legendas como o PT, PDT e outras que vieram mais tarde desde os anos oitenta. Em 1988, uma cisão no PMDB deu origem ao PSDB.
PT
     Partido dos Trabalhadores (PT) foi criado em 1980, um dos maiores partidos políticos da América do Sul. Seu símbolo é a bandeira vermelha. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff são amplamente reconhecidos como seus membros mais notórios. Lula foi presidente de 01/01/2003 a 01/01/2011, sucedido pela atual presidenta Dilma.
PFL
     Com o fim da ditadura militar em 1985, deu-se início a mais uma tentativa de instalar a democracia no Brasil. Nas eleições de 15/01/1985, Tancredo Neves, líder do MDB, foi eleito presidente do Brasil. Porém, antes da posse foi internado vindo a óbito em 21/04/1985. José Sarney assumiu em seu lugar. Em 24/10/1985 foi fundado o PFL (Partido da Frente Liberal) para dar sustentabilidade ao governo de Tancredo, mas, com sua morte, essa sustentabilidade foi dada a José Sarney, primeiro presidente civil pós-ditadura.
     Fernando Collor de Mello iniciou sua carreira política no ARENA, após sucessivas migrações partidárias, filiou-se ao PRN e foi eleito presidente por esse partido. Após dois anos sofreu impeachment, preferiu renunciar e Itamar Franco, vice presidente assumiu como representante do PMDB. Itamar Franco, como Collor, migrou por vários partidos até voltar ao PMDB em 1992.
PSDB
     O PSDB chegou à presidência do Brasil através de Fernando Henrique Cardoso. FHC iniciou sua carreira política no MDB, depois, PMDB; após participar da fundação do PSDB, deixou os cargos de liderança que tinha no PMDB, passando a líder dos Tucanos. De 13/05/1993 – 30/03/1994, FHC foi ministro da fazendo do governo de Itamar Franco. Deixou o cargo para concorrer à presidência da República nas próximas eleições e ganhou. Por dois mandatos o PSDB esteve na presidência do Brasil (01/01/1995 – 01/01/2003).
PT
     Nas eleições de 2002 o PT chegou à presidência do Brasil através de Luiz Inácio Lula da Silva. No dia 01/01/ de 2003 o PT assumiu o poder federal e até hoje está instalado por lá.
Educação pública
     Desde a Grécia antiga se sabe que a educação é o único meio eficaz que o homem elaborou para que todos sejam conscientes, livres e responsáveis. Logo, qualquer país que negligencia esse bem a seus cidadãos está fadado à barbárie, exploração e escravidão. Mas os políticos brasileiros seguindo ainda hoje o modelo escravista colonial têm em seus ideais manter o povo brasileiro como escravo das nações que dão educação a seus cidadãos.
     Nesses quase trinta anos de democracia brasileira, todos os políticos eleitos para o executivo e legislativo idealizaram manter o povo trabalhador na ignorância. Como se faz isso com uma nação? Através de políticas assistencialistas e de má educação para as crianças, adolescentes e jovens. Assim, por meio dessa maligna estratégia, os atuais políticos continuam seguros de suas reeleições para continuar escravizando e mantendo o povo brasileiro na ignorância, obrigando-os a votar naqueles que lhe dão alguma falsa ajuda através do assistencialismo público. O sistema é tão perverso que, basta a criança estar matriculada em alguma escola pública para ganhar a bolsa família. A ajuda aos pobres atrelada a educação será um dia um bom projeto quando exigir-se do aluno e de seus pais que apresente não apenas o relatório de presença e sim o de boas notas em todas as disciplinas. Aliado a essa perversão educacional está a Progressão Continuada instalada e mantida pelos políticos do PSDB, onde, qualquer aluno do primário ao secundário tem a obrigação apenas de frequentar alguns dias do ano letivo; fazendo isso é o suficiente para o “estudante” ter direito à bolsa assistencialista e seguir nas próximas séries até o 3º ano do Ensino Médio. É essa educação pública que, de alguma forma, os governos do PT, PSDB e PMDB, principais protagonistas da corrupção e corruptor da política do Estado democrático dão aos filhos dos trabalhadores brasileiros.
     O PT avançou dando aos pobres o acesso ao ensino superior, isso é muito bom! Porém, o processo está invertido, pois, os atuais jovens pobres que buscam o sonho de ter um curso superior são eliminados do processo seletivo devido à péssima educação recebida nas escolas fundamentais e média. O PSDB é mestre em falsificar a educação básica ao médio; através da Progressão Continuada, que desencadeia uma série de dificuldades para o professor ensinar, pois, os estudantes sabem que não é preciso aprender para ser aprovado. Mas a culpa não é dos estudantes e de seus pais, pois ambos são vítimas do sistema educacional do PSDB. Mas o PSDB passa a ideia à sociedade que a culpa de toda precariedade na educação paulista, são dos professores que não estão preparados para ensinar; com isso, ele desmerece a função do professor, justificando que é uma classe que não merece ter salários dignos. Logo, o PSDB é mais perverso que o PT.
PT e PSDB
     No dia 26/10/2014 teremos a responsabilidade e a obrigação de eleger nossos algozes por mais quatro anos. A dedução é: estamos ferrados e não há ninguém para nos socorrer. Tem o exército, mas essa não é a função das forças armadas num país democrático. Cadê os artistas e a mídia que manobrou o povo para derrubar a ditadura e nada cobram dos atuais políticos para melhorar a educação para as crianças dos trabalhadores brasileiros? Pelo contrário, se unem aos políticos para continuar enganando o povo, claro! Eles fazem parte do espetáculo: “pão e circo para o povo”.
     Parece que o único movimento legítimo contra esses saqueadores do Estado, é o movimento dos presidiários e narcotraficantes que querem os mesmos direitos de seus comparsas, os políticos. Acho que o movimento dos presidiários contra essa elite escravocrata deve pôr em suas reivindicações a melhora da educação dos futuros brasileiros, pois, se formos esperar que os legítimos representantes do povo (os executivos das três esferas do poder e os legislativos municipais, estaduais, federais e senado) façam isso pelo povo, estaremos ferrados para sempre. Logo, se essa lógica continuar, jamais seremos um país desenvolvido, mas eterno seleiro de escravos e ignorantes. Pois, a função dos partidos políticos nanicos é apenas negociar seu apoio político em troca de favores pessoais. Realmente, a classe política não tem moral, é desprovida de todo sentimento altruísta e antiéticos.
     Se o PSDB chegar à presidência novamente toda riqueza do Brasil será privatizada e os escravocratas estarão tendo carta branca para continuar escravizando os brasileiros. Se o PT continuar e nivelar a boa educação para todos desde a escola primária, teremos a esperança de um país desenvolvido e o fim da escravidão.
     Quanto à alta corrupção na política brasileira não dá para avaliar e separar esse daquele, pois todos são corruptos. Por isso, na minha lógica, do mal político, o PT é o menor, porque já legislou a favor da caça aos corruptos e corruptores; logo, para o momento, o PT deve continuar na presidência do Brasil.

Filósofo Isaías Correia Ribas    


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ATEÍSMO RELIGIOSO, É POSSÍVEL?


     Ateísmo: falta de crença em Deus. Ou ainda, doutrina que nega a existência de Deus, sobretudo a de um Deus pessoal. Pode ser ainda uma simples atitude de negação da existência de Deus. Porém, historicamente, nem sempre foi o caso nas polêmicas filosóficas e religiosas: muitos doutrinários simplesmente rotulavam de ateus aqueles que tinham uma concepção diferente da divindade. Por exemplo: por longo tempo a igreja qualificou como ateísmo o Panteísmo de Espinoza ou o deísmo do século XVIII.
A partir do século XIX, o ateísmo se altera. São também considerados ateus não somente os que colocam Deus entre parênteses, mas negam abertamente sua existência, são eles: a) os partidários do chamado materialismo científico, notadamente os marxistas; b) os partidários do chamado neopositivismo lógico que rejeitam explicitamente as religiões e as metafísicas (Bertrand Russell, por exemplo) c) os partidários da tradição nietzschiana, que se opõem à multidão que continua a viver como se Ele existisse uma vez que “Deus morreu”.
Bíblia
     O livro sagrado dos cristãos, independentemente de denominações religiosas é a bíblia. Logo, todos aqueles ou instituições cristãs que não se enquadram dentro dos princípios bíblicos, de alguma forma é um ateu, embora professem crer em Deus. O fato de professar um credo, não faz desse crente uma pessoa de fé. Porque, segundo a bíblia, o próprio diabo crê na existência de Deus, e até estremece diante desse fato, porém, ele nunca exerceu o dom da fé para reconhecê-Lo como o único Ser Supremo, Criador e Mantenedor do universo. A fé é um dom de Deus creditado a todos os seres racionais, é a providência divina àqueles que querem incorporar os princípios bíblicos ao seu modo de ser cotidianamente. Então, todos os religiosos e instituições que não se enquadram aos princípios bíblicos agem como ateus; não apenas como um ignorante ou hipócrita.
     O assunto é sério porque a bíblia, para os cristãos, além de ser um livro sagrado, é nela que está registrado o plano de salvação, como tudo que há veio a existência, quem criou todas as coisas, como o mal introduziu-se no universo e no planeta Terra, quais as providências divinas para solucionar o problema do pecado e como Deus irá intervir de uma vez por todas nos negócios da humanidade. [...] Assim sendo, todas as pessoas que forem salvas, com certeza elas incorporaram, pela fé, os princípios bíblicos à sua vida. Logo, seja lá qual for a instituição ou pessoas individuais, corre-se o risco de ter posições ateístas mesmo professando reconhecer a bíblia como sendo a palavra de Deus revelada à humanidade. Diante dos princípios bíblicos, teólogo algum ou instituição têm autoridade para pôr-se acima das revelações bíblicas. Se eu for enumerar os principais princípios bíblicos, todas as instituições cristãs e a maioria dos cristãos perceberão que são mais ateus que pessoas de fé, sejam católicos, protestantes e espiritualistas.
     O Deus bíblico é o Criador e Mantenedor do universo. O universo físico-metafísico é sustentado por leis eternas, e essas leis são a expressão de Seu caráter; e todos as pessoas salvas, serão aquelas que seguiram todos os princípios bíblicos, incluindo os dez mandamentos da lei de Deus. Quando Cristo disse: “Examinai as escrituras, porque julgais ter nela a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; [...] (João 5:39) Ele estava se referindo ao Velho Testamento. Todas as leis lá registradas são para ser obedecidas na atualidade, caso contrário, não farás parte entre aqueles que estarão salvos. Assim sendo, fica fácil para identificarmos se sou um ateu religioso e se a instituição religiosa que professo não é uma instituição com uma teologia falaciosa, ateísta.
Teste-se
     Três perguntas: você como professo cristão come carnes imundas, como o porco, os crustáceos, o pato, etc., sim? Então, estás negando a lei de saúde segundo ensina a bíblia. Você trabalha aos sábado? Sim? Pois é, você está transgredindo o quarto mandamento de lei de Deus. Presta culto às imagens de esculturas? Sim? Está negando a autoridade divina que disse no segundo mandamento: “não farás para ti imagens de esculturas, nem as adorarás” [...]. (Êxodo, 20: 4)   Se assim for, segundo os princípios bíblicos, tens sim, a atitude de um ateu. Citei três casos extremos, inquestionáveis segundo a bíblia. Mas há atitudes ateístas entre os cristãos que não são fáceis de serem comprovadas, e muito menos de serem questionadas, embora sejam contraditórias bíblica e teologicamente.

Na Mira da Verdade
     No dia 02/10/2014, das 10 às 10:30 h, enquanto assistia este ótimo programa do canal de televisão Novo Tempo, um jovem fez uma pergunta ao professor Leandro encima de uma resposta que ele havia dado em programas anteriores. A questão foi, se ir ao cinema é causa pedra de tropeço a outros, quando as mulheres cristãs usam calças cumpridas elas não são causas de pedras de tropeço à outras mulheres? Após rever o programa no sábado, inferi uma conclusão melhor. O professor fugiu da questão calças cumpridas dizendo apenas: Não devemos contribuir e incentivar a ignorância das pessoas e se deteve  no assunto cinema. Há varias versos bíblicos que tratam do assunto vestuário na bíblia, mas nenhum foi citado. A resposta dada não foi coerente com a bíblia, nem com o Espírito de Profecia e nem mesmo com a teologia da igreja Adventista do Sétimo Dia. A síntese da fala do professor foi: quem se preocupa e questiona vestuários está promovendo a ignorância. Meu caríssimo professor, então, quando as apresentadoras dos diversos programas da Novo Tempo tiram suas calças cumpridas nas horas do sábado e passam a usar vestidos, elas deixam de promover a sabedoria e passam a promover a ignorância? Se estão tão certas de que o uso de calças cumpridas não tem nada a ver com práticas mundanas, por que não usá-las nos cultos de adoração? Quando o Programa Está Escrito veda mulheres de calças cumpridas para cantar e apresentar o programa, está promovendo a ignorância? Quando as mulheres da igreja Adventistas do Sétimo Dia não usam calças cumpridas para ir aos cultos de adoração, elas se trajam de ignorantes para adorar a Deus? Professor, neste assunto, "estás mais por fora que aro de barril".
Quanto mais conhecemos a bíblia, mais luz recebemos da palavra revelada, e, consequentemente, temos diante de Deus e dos homens o dever de sermos modelos do ser-cristão. Porém, humanamente falando, corre-se o risco de se aventurar em práticas ateístas. Logo, o fato de ser coerente aos grandes temas bíblicos, não exclui o risco de cair em tentações nos assuntos aparentemente menos importante, no caso, o vestuário. Lembre-se, que, quanto mais luz possui, mais será cobrado. A fato da linha divisória ser mais tênue, não desobriga de ser mais atento, meticuloso e inteligente, pois, a linha divisória sempre existiu entre os filhos de Deus e os dos homens. Assim, os adventistas do sétimo dia têm que estar atentos a tudo o que se faz, fala e usa como representantes dos princípios bíblicos. Se assim não for, corre-se o risco de caírem nas práticas ateístas; por isso tem-se que ser vigilantes mesmo em relação aos vestuários.
Se Deus deu direções assim definidas ao seu povo na antiguidade, acerca de seu vestuário, não tomará ele conhecimento do vestuário de seu povo na atualidade? Não deveria haver em seu vestuário uma diferenciação do vestuário do mundo? Não deveria o povo de Deus, que é seu tesouro peculiar, procurar mesmo no vestuário glorificar a Deus? E não deveriam eles ser exemplo na questão do vestuário, e por seu estilo simples reprovar o orgulho, a vaidade e a extravagância dos que professam a verdade mas são mundanos e amantes dos prazeres? Deus isto requer de Seu povo. O orgulho é reprovado em Sua palavra. (WHITE P. 474)
     Não vou citar versos bíblicos sobre o vestuário porque o professor sabe mais que eu. Mas de uma coisa tenho certeza, o uso de calças cumpridas onde não é necessário por parte das irmãs cristãs é também uma forma de ateísmo; e quando essas irmãs vivem do evangelho, elas são sim causas de tropeços aos neófitos na fé e as irmãs de outras denominações que queiram tornar-se adventistas. E, caro professor, não sou ignorante e nenhum daqueles que continuam reprovando as práticas mundanas dentro da igreja promovem a ignorância. Muitos pioneiros deram sua vida pela pureza da igreja, eles fizeram tudo isso promovendo a ignorância? A teologia da igreja Adventista do Sétimo Dia é coerente com a bíblia, o Espírito de Profecia e com o manual da igreja; porém, o seu ponto de vista quanto a esse assunto não tem fundamento, é contraditório com tudo que a igreja sempre pregou e zelou. Se o seu ideal é defender o mundanismo dentro da igreja e instituições religiosas, não é da minha conta e muito menos se as apresentadoras dos programas usam calças cumpridas; vivemos sob a liberdade e sob esse fundamento divino teremos um julgamento justo, justo que, independentemente do veredito divino, todos os julgados, inclusive o Diabo, se dobrará diante de Deus e O declarará como justo juiz diante de toda multidão dos salvos, dos anjos e dos perdidos.
Um ponto sobre o qual cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário __ assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às reivindicações do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário. (WHITE, p.
O desejo de uma religião fácil, que não exija esforço, renúncia, nem rupturas com as loucuras do mundo, tem tornado popular a doutrina da fé, e da fé somente; mas que diz a palavra de Deus? Declara o apóstolo Tiago: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? [...] (WHITE, p. 472)


“Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por eles; e achareis descanso para vossa alma”. (Jeremias, 6:16) 



Filósofo, Isaías Correia Ribas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
White, G. Ellen. Mensagens Escolhidas – II. Ed. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí – São Paulo, 1986.
White, G. Ellen. Testemunhos Seletos – II. Ed. Casa Publicadora Brasileira. Santo André – São Paulo, 1985.   
 White, G. Ellen. O Grande Grande Conflito - Ed. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí - São Paulo, 2005.