Os mitos gregos surgiram quando ainda não havia escrita, eram
transmitidos por poetas ambulantes chamados aedos
e rapsodos, que os recitavam em praça pública. Nem sempre é possível
identificar a autoria desses poemas, por serem produção coletiva e anônima.
Dois desses poetas foram: Homero (séc. IX ou VIII a.C.), com as epopeias Ilíada
e Odisseia e Hesíodo (séc. VIII e VII a.C.), a obra de Hesíodo tende superar a
poesia impessoal e coletiva das epopeias homéricas. Hesíodo, autor da Teogonia (genealogia dos deuses e do
mundo) é também uma cosmogonia, na
medida em que narra como todas as coisas surgiram do Caos para compor a ordem do cosmo.
Teogonia-Cosmológica de Hesíodo
“Do Caos surgiu a Gaia, ou Géia (a
terra, elemento primordial), que, sozinha, deu origem a Urano (o céu). Em
seguida, uniu-se a Urano, gerando os deuses e as divindades femininas. Um de
seus filhos é Cronos (Tempo), que toma o poder do pai que é destronado pelo
filho Zeus”. (ARANHA/MARTINS, p. 32)
Os deuses gregos permaneceram por muito tempo na cultura ocidental da
antiguidade e foram assimilados pelos romanos, com outros nomes. Por exemplo,
Cronos é Saturno, Zeus é Júpiter, Atena é Minerva, Afrodite é vênus e assim por
diante. A civilização grega teve início por volta
do século XX a.C.; a religião dos gregos era politeísta. Os deuses, habitantes
do monte Olimpo, eram imortais, embora tivessem comportamento semelhante ao dos
homens, sendo as vezes benevolentes e também agiam por inveja ou vingança.
Entre as obrigações a eles devidas, como oferendas, preces e sacrifícios,
destacam-se as peregrinações aos grandes santuários, tais como Delfos, onde se
consultava o oráculo.
Intelectuais afirmam que mito não é lenda, pura fantasia, mas, verdade
como processo de compreensão da realidade. Porém, ressaltam: a verdade mítica
resulta de uma intuição compreensiva da realidade, cuja raízes se fundam na
emoção e na efetividade. E não na coerência lógica, garantida pelo rigor da
argumentação e pela apresentação de provas empíricas. Logo, assim sendo, para a
razão lógica, mito é lenda, pura fantasia criada pela própria razão. Por isso,
entendo, que a razão, além de garantir-nos o que é a verdadeira realidade, ela
é capaz de criar fantasias que possuem verdades folclóricas-culturais povoadas
de deuses envoltos em “mistérios
místicos”.
São esses “mistérios místicos” de Hesíodo, que servem de premissas para criar
hipóteses científicas que têm por finalidade pesquisar as origens das formas de
vida e a gênese do movimento universal. Logo, conclui-se, que, as ciências que
buscam compreender as origens, creem
que o mito de Hesíodo seja verdade fundamental, premissa básica para investigar
o universo, o que nele há e como pode ser autossustentável. Logo, as ciências
que investigam as origens partem de premissas alegóricas; ou seja, falácias.
Bíblia x mito
Quem afirma que a bíblia é uma
coleção de contos míticos, não sabe o que está falando, mas se sabe, então, tem
a intenção de enganar o outro pela sua autoridade acadêmica ou outro título
popular. Porém, ressalto, autoridades acadêmicas e fama, não são, em si, autoridades
absolutas para determinar o que é a verdade sobre a gênese do que existe no
universo e na Terra.
Atualmente, letrados e ignorantes bebem de uma mesma fonte: o engano.
Graduados de todas as áreas do conhecimento são os responsáveis para
disseminar, com autoridade, as falácias acadêmicas que as Universidades
sustentam como verdades. Por isso a humanidade está cada vez mais cética com
relação a existência de um Deus criador e mantenedor de todas as coisas. Logo,
não é sem causa o aumento da maldade em todo o planeta Terra; como também a
crescente falsa religiosidade mantidas pelas instituições religiosas que só
planejam enriquecer-se explorando seus fiéis, prometendo-lhes benção sem
medidas desde que esses lhes dão seus bens materiais; e não podemos esquecer a
exploração capitalista que mantém a escravidão da maioria para enriquecer uma
minoria que se acha no direito de ser dona de tudo.
Nas lendas mitológicas todos os deuses e personagens são invenções da
razão, literaturas antropocêntricas que podem servir como cultura de
civilizações, logo, nesse sentido, se tornam realidades, verdades culturais, e
nada mais que isso.
Os escritos bíblicos não são criações
antropocêntricas. São relatos de fatos. Há também revelações proféticas alertando-nos
sobre a relação humanidade e o projeto divino; e como tudo veio a existência
através da palavra de Deus, um Deus que é capaz de criar através do que há em
si mesmo, a vida. Tudo isso é apreendido pela razão. Compreendendo-as, a fé
entra em ação confirmando o que foi apreendido. Em oposição à fé, temos também
o critério da dúvida, e este exige provas empíricas para que a ceticismo deixe
de atormentar-nos. Então, aquele que duvida, e parte de uma premissa falaciosa,
mitológica, está condenado a duvidar enquanto vive, pois, suas hipóteses nunca
serão concluídas, pois fundam-se em premissas que precisam sempre de argumentos
falaciosos para manter o engano. Parece que a razão humana, através do mal,
encontra sentido até mesmo no aventurar-se na arte de enganar a si mesma.
O bem e o mal maniqueísta, filosofia que defende o ardem do universo
baseada nessas forças contrárias, dão sustentabilidade à Teogonia Cosmológica criada por Hesíodo. Porém, O bem e o mal do
maniqueísmo, são conceitos retirados dos escritos bíblicos, mas na bíblia o bem
e o mal possuem personalidades, sendo: o bem, Deus; e o mal, Satanás. Mas esses
dois seres físicos-metafísico não estão unidos em um mesmo propósito, isto é,
manter a ordem do universo baseada na oposição de seus ideais, pelo contrário,
Deus tem planos para estabelecer o bem em oposição aos objetivos de Satanás; do
mesmo modo, Satanás tem planos para estabelecer o mal em oposição aos ideais de Deus. Esses dois objetivos distintos sempre foram as causas das mais diversas intrigas
humanas. Para Santo Agostinho, que fora maniqueísta antes de se converter ao
cristianismo neoplatônico, o mal é apenas a ausência do bem. Assim, o filósofo
e Bispo de Hipona, Santo Agostinho, é o grande responsável pela tentativa de
eliminar Deus e Satanás como seres físicos-metafísicos atuantes neste planeta em
busca de seus objetivos: Deus, fazendo de tudo para salvar-nos e Satanás
empenhando-se para levar-nos todos à perdição eterna.
Realidades bíblicas
1 – O ciclo semanal, segundo a
bíblia, surgiu quando Deus criou tudo através de Sua palavra em apenas uma
semana.
2 – O maior e melhor código moral,
vigente ainda hoje, são os dez mandamentos bíblicos.
3 – Deus e Satanás são seres
físicos-metafísicos, atuantes neste planeta, e não invenções míticas como os
deuses lendários da Grécia; e nem filosóficos como querem os maniqueístas.
4 – A melhor receita para se ter boa
saúde é seguir o regime alimentar bíblico: vegetarianismo acrescido de carnes
não imundas e não ingerir bebidas alcoólicas.
5 – Moisés, Abraão, Salomão, Davi,
Nabucodonosor, Daniel, Ester, Maria, Jesus, Paulo, Pedro, João, Lucas, Pilatos,
Herodes, e tantos outros personagens bíblicos, são pessoas que fizeram parte da
história bíblica. Israel, Egito, Assíria, Síria, Judá, Babilônia, Jerusalém, Roma,
Éfeso, Cafarnaum, Galileia, Pérsia, Grécia entre centenas de outros povos são
regiões geográficas onde desenvolveu-se a história bíblica, logo, a bíblica não
é um livro de contos Míticos como querem os ilustres ditos sábios da
atualidade.
6 – A tema mais complexo, que é a
causa de todas essas intrigas científicas-políticas-e-religiosas diz respeito
ao plano de salvação elaborado por Deus desde a entrada do pecado no universo
__ A luta de Satanás para boicotar esse plano __ Jesus como sendo o filho de
Deus que nasceu neste mundo para selar o plano com Seu sacrifício na cruz __ A
promessa de Sua segunda volta para concretizar o ideal de Deus àqueles que O
aceitarem. A participação de cada um de nós nesse contexto independe de nossa
vontade, logo, todas as pessoas fazem parte desse espetáculo universal
colaborando para a salvação ou perdição sua e do outro.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
Lúcia de
Arruda Aranha, Maria / Helena Pires Martins, Maria. FILOSOFANDO. Introdução à
Filosofia. Ed. Moderna. São Paulo – SP, 2009.
Filósofo
Isaías Correia Ribas