Segundo os relatos bíblicos, após o
pecado sempre houve dois seguimentos de pessoas: as que creem na revelação e as
que a rejeitam. Hoje, apesar das centenas de nações e povos e das muitas
crenças, os dois seguimentos se mantêm e se manterá até o fim: segunda volta de
Cristo. O primeiro período durou até o Dilúvio, por causa da corrupção humana,
Deus resolveu trazer a juízo os habitantes, antes, deu-lhes um tempo de graça
de cento e vinte anos, terminado esse tempo executou-se o juízo e os fiéis encontrados
foram Noé e sua família, oito pessoas apenas.
Da descendência de Noé, semelhante à
família de Adão, os dois seguimentos surgiram, a corrupção e a idolatria
cresceram a tal ponto que os fiéis estavam confundidos, não se percebia mais a
diferença entre fieis e infiéis. Mas havia um casal fiel entre os idólatras,
Abraão e Sara. Através desses e sua descendência, Deus, O Criador, em Sua
Onisciência fundara uma nação politicamente organizada, dificultando assim, a
idolatria e outras tentações que Satanás apresenta aos fiéis para enganá-los.
Abraão era de Hebron, por isso, hebreus, nome dado à primeira fase desse povo
escolhido que saíra de sua terra e foram para a terra de Canaã segundo
orientara Deus.
Dos hebreus temos os três grandes
patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, que são pai, filho e neto. Jacó, após
casar-se entre a família de seu pai e servir seu sogro por catorze anos,
voltando para Canaã lutara com um anjo, percebendo que era um anjo do Senhor,
agarrou-se ao ente celestial, exigiu uma benção e este o abençoou mudando lhe o
nome de Jacó para Israel, Então, daquele dia em diante os hebreus passaram a
ser Israel.
José, um dos doze filhos de Jacó fora
vendido por seus irmãos aos ismaelitas que o vendera à casa dos Hicsos, família
faraônica que havia tomado o poder dos egípcios e governava o Egito naquele
momento. José era fiel ao Deus de Abraão Isaque e Jacó. Por sua
fidelidade chegou a ser o governador do Egito durante o reinado dos hicsos. Por
causa da fome que assolava a terra de Canaã e regiões, toda família de Jacó
desceram para o Egito e lá encontraram José governando aquele império. Setenta
era o número daqueles que compunha a família de Jacó. Esses, por serem parentes
de José, tiveram privilégios entre todos os que iam ao Egito em busca de
alimentos. Quando os hicsos perderam o poder para a legítima casa faraônica,
Israel perdeu os privilégios e foram escravizados por quatrocentos e trinta
anos.
Por causa da escravidão, o povo de
Israel clamou a Deus por livramento, foi então que Moisés, israelita educado na
corte faraônica foi o escolhido para livrar o seu povo da escravidão egípcia,
antes, Moisés teve que fugir para a terra de Midiã. Lá, casou-se com a filha de
Jetro, sacerdote de Midiã, escreveu o livro dos Gêneses e teve um encontro com
o anjo do Senhor que, deu-lhe a missão de tirar o seu povo, a casa de Israel,
do Egito.
Moisés desceu ao Egito e
milagrosamente o faraó “concordou” deixar ir o povo para Canaã, atravessaram o
mar Vermelho por uma estrada enxuta que Deus, milagrosamente abrira entre as
águas, onde também os egípcios que tentara fazer voltar Israel, morreram
afogados nas mesmas águas que Deus livrara seu povo. No deserto, Moisés, por
quarenta anos vagueou com o povo para reeduca-los nos caminhos do Senhor e
organizou a nação em dois ministérios: sacerdotal e político. Após os quarenta
anos entraram na terra de Canaã e com muitas lutas conseguiram achar morada
para as doze tribos de Israel, porém, nunca encontraram a paz. Mas, em meio às
guerras, Israel ia influenciando aqueles povos que habitavam aquela região.
Deus queria que a nação de Israel fosse um reino sacerdotal, isto é, reino
religioso governado pelos escolhidos do Senhor, os profetas ou sacerdotes da
descendência de Moisés. Não fora possível, os israelitas preferiram imitar a
lógica mundana: eleger um rei que os representassem no lugar dos profetas e
sacerdotes, esses deviam se preocupar apenas com o sagrado e o rei com a
política, assim elegeram Saul, homem segundo a visão humana, ideal para
governar.
Até o reinado de Salomão essa lógica
imperial vigorou. Depois de sua morte o reino de Israel foi dividido: Dez
tribos sob o reinado de Jeroboão, filho de Nebate, continuaram sendo Israel e
as outras duas tribos, sob o reinado de Roboão, reino de Judá. O
reino de Israel durou duzentos e quarenta anos: “Salmanazar, rei da Assíria,
tomou Samaria, destruiu inteiramente o reino de Israel, levou escravo o rei
Ozias e todo o seu povo e mandou uma colônia de chutuenses para morar no reino
de Israel” (Flávio Josefo - HISTÓRIA DOS HEBREUS. Vol. III, pág. 218. Ed. Das
América. São Paulo, 1956).
O reino de Judá continuou na lógica
imperial até a destruição do templo de Jerusalém pelo general romano, Tito, no
ano setenta, causando o exílio dos judeus das terras de Israel.
Jesus Cristo, o prometido bíblico
nasceu da descendência judaica que, segundo análise bíblica descende da
genealogia de Adão. Jesus, para as pessoas de fé, é o filho de Deus que dera
vida ao planeta Terra e que, por causa do pecado resolvera dar Sua vida para o
resgate daqueles que Nele crerem, dando-lhes o privilégio da vida eterna; para
os racionalistas, pessoas sem fé, Cristo foi apenas um sábio, revolucionário,
filósofo, mártir, ou um espertalhão que soube manipular as pessoas de seu tempo
e por isso, a história foi dividida em antes e depois dele. O que Jesus é para
você depende de você, de seus conhecimentos e fé.
No ano cem depois de Cristo, a bíblia
acabou de ser escrita. O Apocalipse, escrito por João, narra a história da
igreja cristã e sua luta espiritual contra o príncipe das trevas, Satanás, e
seus representantes institucionais instalados como potências religiosas que vão
combater os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus.
Após o exílio dos judeus das terras
de Israel, deixou de existir uma nação literalmente eleita, em seu lugar surgiu
às igrejas, um reino espiritual composto por fieis e infiéis. Logo, ninguém
será salvo por pertencer à determinada igreja, a salvação do indivíduo será
baseada em sua fé em Deus segundo a luz recebida, a oportunidade de conhecer e
a negligência das oportunidades. Esquivar-se da luz para viver segundo o mundo,
achando que assim serão poupados por não conhecer é engano fatal. Não nos
esqueçamos, Deus é justo, e Sua Onisciência lê nossa mente, Ele nos julgará com
retidão.
Na Idade Média, a igreja Católica
Apostólica Romana, unindo-se a filósofos e políticos, anulou o poder do
cristianismo primitivo, fechou a bíblia nos idiomas antigos e proibiu-a de ser
lida e por mil anos manteve o povo na ignorância trazendo assim, grande mal aos
fieis, aqueles que estavam em busca da verdade revelada. Deus, em Sua
misericórdia, levantou homens fieis dentro da própria igreja Católica para
enfrentar os corruptos da igreja, dando ao povo a oportunidade de conhecer Sua
palavra, o plano de salvação. Nessa galeria de heróis da fé católica podemos
citar: Martinho Lutero, Jerônimo, João Huss, João Wiclef, Calvino e Zuínglio,
por eles o mundo foi despertado de um sono de séculos, e assim surgiu a
“Liberdade Religiosa”, o Protestantismo, a pluralidade de credos cristãos, e,
paralelo cresceu também o racionalismo filosófico e científico para deter o
avanço do predomínio da fé. E assim, podemos perceber a acirrada guerra entre o
bem, (Deus) e o mal, (Satanás). Deus quer salvar-nos; Satanás busca a nossa
perdição eterna juntamente com ele que preferira rejeitar a lei Universal e seu
autor: Deus, O Criador.
Guilherme Miller, racionalista
deísta, filhos de pais cristãos da igreja Batista, angustiado por não encontrar
paz no deísmo, resolveu estudar a bíblia por conta própria, leu verso por verso
em busca de paz. Ao ler o livro de Daniel capítulo oito, interpretou a profecia
contida naquele capítulo e maravilhado pela descoberta conseguiu da igreja
batista, licença para pregar a interpretação da profecia segundo as suas
conclusões. Miller deduziu que Cristo voltaria em outubro de 1844, interpretou
errado a profecia causando assim, grande abalo à fé cristã, principalmente na
profecia de Cristo que prometera voltar para buscar os fieis, dando-lhes vida
eterna, e assim, os cristãos, a grande maioria voltaram-se às praticas mundanas,
manterão suas instituições, porém, a verdadeira fé nos escritos bíblicos deixou
de existir, tornando-se apenas pano de fundo capitalista. Deus, em Sua
Onisciência já profetizara que esse engano ocorreria: No livro do Apocalipse
diz João que a interpretação de Miller seria doce como mel, mas o resultado
seria amargo como o fel. Na prática foi o que aconteceu: a grande descoberta
trouce doce alegria, porém, a decepção foi amarga como fel. Apocalipse 10: 9 - 11
Da grande decepção de 1844, Deus
chamou uma profetisa para redirecionar o povo à bíblia, Ellen G. White, pela fé
e confiança no poder de Deus aceitou a missão, e do seu ministério nasceu em
1863 a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Religião que tem por objetivo primeiro,
obedecer a Deus segundo os ensinamentos bíblicos, sem tirar e nem pôr. Entre os pioneiros adventistas, enquanto andavam em meio ao milharal, um deles teve uma
visão instantânea, Deus mostrou-lhe que em 1844 começou o juízo investigativo
no céu, requisito básico para a segunda vinda de Cristo. Então, a mensagem tem
que ser pregada, esta é a missão da igreja: guardar todos os mandamentos da lei
de Deus, segundo Êxodo 20 e advertir o mundo da proximidade da segunda volta de
Cristo. Porém, não entendo o porquê, muitos pastores e membros da igreja
qualifica Ellen G. White como uma mera escritora Norte Americana, ou como
teóloga. Claro, foi uma escritora e fala sobre o plano de salvação como
qualquer teólogo. Mas, o seu ministério é profético e é ela a profetisa da
Idade Contemporânea que tem levado as pessoas a compreenderem a palavra de Deus
e o plano de salvação nela exposta, portanto, a profetisa Ellen G. White é mais
que apenas escritora e teóloga!
A igreja Adventista do Sétimo Dia,
como qualquer outra, é aberta ao público, isto é, qualquer pessoa que se
batizar pode fazer parte da igreja, porém, é bom saber, que tal ingresso e o
cumprimento legalista de suas doutrinas não lhe garante o reino do céu, pois o
mesmo é para os que pela fé aceitam o plano de salvação segundo a revelação
divina e conscientemente seguem a Deus por onde quer que vá, e tem fome e sede
pelo conhecimento da palavra de Deus para servi-Lo segundo o trabalho do
Espírito Santo em sua mente!
As sete igrejas do Apocalipse são
simbólicas, referem-se aos períodos históricos da igreja cristã. Laodicéia é o
último desses períodos e refere-se ao cristianismo em geral, a todas as igrejas
cristãs. Assim diz o Espírito Santo por meio de João: “Conheço as tuas obras,
que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente”! Porquanto dizes: rico
sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado,
e miserável, e pobre e cego e nu: [...], Apocalipse 3: 14-22.
A linguagem do anjo da igreja de Laodicéia
é capitalista. Logo, o cristianismo laodiceano corresponde à lógica capitalista
mundial. O que entendemos e podemos constatar em todos os seguimentos
religiosos católicos, protestantes e espiritualistas em geral, é a exploração
do ser humano por esses seguimentos para enriquecerem e acumular bens
materiais, onde as elites desses seguimentos vivem arregaladamente, enquanto os
fieis, constroem templos, escolas, Universidades e hospitais. Mas quando o fiel
que ajudou edificar tudo isso com o seu sacrifício financeiro e mão de obra
gratuita precisa de uma bolsa escolar para estudar seu filho, de uma consulta
médica, lhes são negados porque não podem pagar.
“Assim, porque és morno, e não és
quente e nem frio, vomitar-te-ei de minha boca”. Apocalipse. 14: 16. Isto é,
Voltarei, mas não vos levarei. A riqueza que Deus quer que tenhamos é o amor de
uns pelos outros, e é a prática desse amor que podemos mostrar ao mundo o poder
transformador de Deus!
Professor e filósofo Isaías
Correia Ribas.