Até a invenção da escrita e muito tempo
depois dela não existia a ideia de conceito abstrato e vazio de significado
literal. Com o nascimento da filosofia, através da arquitetura conceitual e
argumentações lógicas, tornou-se possível elaborar realidades ideais, dando
lhes o status de verdades fatuais. Logo, o conhecimento antropocêntrico depende
da arquitetura composta de signos, significado e significante, estrutura
necessária para compor argumentos válidos, inválidos, verdadeiros e falaciosos.
A literatura bíblica não depende dessa arquitetura, está conectada a realidade
sem os jogos conceituais, relacionando-se ao que existe literalmente, sejam
pessoas, eventos e o próprio Deus. Por isso as verdades bíblicas são absolutas
e imutáveis. Absoluta porque Aquele que É
sabe o fim desde o princípio. Imutável, porque suas leis são a expressão de Seu
caráter. Assim, tudo que fora dado verbalmente e por escrito em forma de leis e
mandamentos, são meios para moldar o caráter dos racionais, fazendo-os, caso
queiram, semelhante ao do grande Eu Sou.
A grande questão científico-filosófica a
ser respondida sobre as origens é: O que surgiu do nada para compor o espaço
permitindo a mensuração do tempo? Para Pitágoras (VII a.C.), no vazio havia
uma força compostas por partículas imperceptíveis denominadas mônadas. Para Platão (IV a.C.), ela é a força do pensamento que criou o mundo das formas perfeitas, o habitat das almas. Para os filósofos modernos,
principalmente Leibniz (1646-1716), são substâncias simples, espirituais, que fazem parte das
compostas. Simples quer dizer sem partes, ora, onde não há partes, não há
extensão, nem figura, nem divisibilidade possível. Logo, segundo o pensamento
inserido na história da filosofia, as mônadas são os verdadeiros átomos da
natureza, uma energia que compõem todas as formas de ordem física e metafísica.
A primeira teoria das forças compostas
de partículas nulas, as mônadas, como citada a cima, é filosófica.
A partir do cientista Albert Einstein
(1879-1955) e sua teoria da relatividade; o astrônomo russo naturalizado
americano George Gamow (1904-1968) e o padre astrônomo e físico belga George
Lemaître (1894-1966) elaboraram a teoria da grande explosão (Big Bang), que
acontecera a 10 ou 20 bilhões de anos atrás surgindo o espaço e o tempo que,
com o resfriamento, após um bilhão de anos de rearranjo das partículas que
compõem o átomo que conhecemos, surgem galáxias que continuaram se expandindo
dando origem à existência de tudo que há animadas e inanimadas. Em síntese,
para o racionalismo científico-filosófico, a natureza é o Deus do universo e
tudo que há é extensão da mesma. Essas ideias derivam do panteísmo de Spinoza.
Atualmente não se medem esforços e investimentos em pesquisas para comprovar
empiricamente essa e outras hipóteses sobre a origem do universo e das
diferentes formas de vida na Terra. Enquanto isso, deve continuar como hipótese, conhecimento não comprovado empiricamente.
O teocentrismo criacionista através dos
escritos bíblicos traz o relato sobre as origens do universo e da vida
fundamentada na verdade absoluta. Para os judeus e cristãos, segundo a bíblia,
Deus é antes de tudo. Porém, Sua origem não nos é revelada, mas através de um
fio condutor contido nos vários livros que compõem a bíblia, conseguimos
entender como se deu o processo de criação de tudo que compõem o universo
astral, os entes inteligentes, as diferentes formas de vida, a origem do bem, do mal e do plano de salvação. As religiões e suas denominações agregadas se
proclamam defensoras dessas verdades reveladas.
Logo, a bíblia não é um livro hipotético e mitológico como querem alguns
filósofos e cientistas céticos, mas de verdades absolutas, fundamentos de duas
grandes religiões do Ocidente e uma do Oriente Médio, a saber: Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo, pois, as três têm sua origem na família do hebreu
Abraão. As diferenças entre as teses antropocêntricas e teocêntricas são: a
primeira precisa de comprovação científica, empírica. E a segunda é o
fundamento da fé em um Deus que tudo criou. Logo, ambas, até o presente
momento, estão embasadas em crenças, ou seja, fé nos escritos de seus
defensores.
É isso
sem tirar e nem pôr o que revelam o antropocentrismo e o teocentrismo. A
natureza como o deus dos que não creem nos relatos bíblicos; e Deus o pai,
Jesus e o Espírito Santo, a trindade-uma como o Deus criador e mantenedor de
todas as coisas para os que creem nos escritos bíblicos. A natureza, Jesus e as religiões fazem parte da história terrestre e são os meios que
temos para transcender dessa realidade mundana. Logo, como seres finitos,
buscamos ter uma experiência com o infinito que transcende toda física finita.
Pois todos, independentemente de crenças buscam transcender, uns através da
oração e rezas, outros pelos rituais místicos (yoga), alguns pelo consumo de
entorpecentes (drogas) e outros no abraçar de uma árvore qualquer, onde, embalados
pela música apropriada, buscam transcender do natural para o sobrenatural, ou
seja, todos querem ter uma experiência transcendental. Daí deduz-se que,
céticos, religiosos e místicos não conseguem viver sem a perspectiva de que há
algo superior que nos enleve, nem que seja por um instante quer-se experimentar
o suprassensível, saindo dessa realidade limitada do mundo da existência
física, consolando-nos com a perspectiva de que, nem que seja por um momento,
sintamos ser apossados pelo que é capaz de nos fazer transcender.
Para Sócrates, Deus é Inteligência superior; já, para
os judeus e cristãos, é o único Ser eterno, criador de todas as coisas. Então, se minha mente racional, finita,
capta o infinito tempo e espaço, isto só pode ser possível porque há algo
superior à mente. Por isso não há como negar a existência de algo superior que
deu origem a tudo que compõem o espaço. Assim, se do nada houve a evolução a
partir da energia denominada mônadas, ou átomos, e esse acúmulo energético
provocou a grande explosão, posso dizer, se estivesse preocupado com a origem
de Deus, que Ele é o resultado da grande explosão, vindo a ser o Deus com toda
potência vital-em-si, com todo poder físico-metafísico-em-si. Segundo a bíblia,
é o Ser que É, o grande Eu Sou, que, a Seu mando, tudo veio
à existência. Percebeu como é fácil provar empiricamente, segundo as teorias
filosóficas, a origem de Deus. Mas o argumento que usarei para provar
empiricamente a existência literal de Deus será outro. Por enquanto vamos nos
preocupar com nossa origem como ser finito, pois, as grandes questões que
incomoda a todos são: Qual a origem da finitude no universo infinito? Qual a
lógica que há em nascer, viver e morrer se o universo como o Ser que o organizou para a vida tem, necessariamente, que ser inteligente e eterno? A dedução mais óbvia e lógica
que qualquer um que se preocupa com sua existência e morte deve ser: algo injustificável,
ou seja, misterioso, aconteceu para a morte ser introduzida na eternidade
universal.
Houve
controvérsia entre os anjos. Lúcifer e seus simpatizantes porfiavam por
reformar o governo de Deus. Estavam
descontentes e infelizes porque não podiam perscrutar sua insondável sabedoria
e averiguar o Seu propósito em exaltar o Seu Filho e dotá-Lo com ilimitado
poder e comando. Por isso, rebelaram-se contra a autoridade do Filho. (WHITE. História da
Redenção. p. 15)
Por isso, para as três grandes mentes da
filosofia clássica, Sócrates, Platão e Aristóteles, a existência de Deus, de
alguma forma, teve que ser admitida. Para Sócrates, Deus é Inteligência Superior; para Platão é o Demiurgo, manipulador da matéria; para Aristóteles, Motor Imóvel, causador de todas as
causas sem ser causado. Ao longo desta pesquisa explicarei porque os três,
pelas circunstâncias, admitiram a existência de Deus. Segundo a máxima de
Aristóteles Deus não foi causado, logo, fundamentado no pensando filosófico,
Deus não surgiu da grande explosão.
Como todas as coisas animadas e
inanimadas estão ocupando espaço no tempo, e, segundo a escrita bíblica, foi o
filho de Deus quem adaptou o planeta Terra às diferentes formas de vida, deduz-se que Deus, através de Seu filho, se realiza criando. Assim sendo, tudo
o que existe é criação Dele. E o bem e o mal, também são criações de Deus?
Esse texto são parágrafos de um livro que estarei
lançando em breve, provando cientificamente a existência literal do Deus bíblico,
pondo fim à ideia cética de que Deus, O criador do universo e da vida não
existe.
Filósofo Isaías Correia Ribas