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domingo, 11 de dezembro de 2011

‘‘IDEOLOGIA, EU QUERO UMA ‘‘PRA’’ VIVER’’

Percebe-se no verso da música do cantor Cazuza uma busca por IDEOLOGIA, mas no decorrer de sua letra é visível que o autor já vivia dentro de uma, mesmo que ele não soubesse. Mas seria possível viver sem ideologia? O que ela é?
Geralmente quando se pensa neste tema, vem à nossa mente o nazismo e as ditaduras, fatos negativos da História humana. É verdade que estes momentos históricos são regidos por formas ideológicas, mas os movimentos contrários a tais fatos como as ‘‘Diretas Já’’, os ‘‘Indignados’’ e tantos outros também correspondem a ideologia. O filósofo alemão Karl Marx defendia que ‘‘Ideologia é o conjunto de ideias de determinado grupo social, e para cada ideologia dominante há uma contra-ideologia, gerando o movimento e a revolução, enfim a mudança, mas para isso é necessária a conscientização do povo.
Outro pensador alemão chamado Hegel analisa a História de uma forma parecida com a de Marx, no que diz respeito ao confronto de ideias e a ideologia gerando as transformações na sociedade. Mas para Hegel, estas ideias opostas dialogam e formam uma terceira possibilidade, e assim se faz a História. Ao contrário de Marx que defendia a revolução através da conscientização popular.
Não se pode viver sem ideologia, pois como o filósofo italiano contemporâneo Antonio Gramsci conceitua: ela é o conjunto de ideias coletivas, e sendo assim, está presente em todas as camadas sociais, no consumo, na política, nos padrões de beleza, de comportamento, enfim, em tudo que nos rodeia.
A ideologia faz parte da nossa vida, mas podemos questionar e lutar por uma condição que transforme novamente a sociedade, promovendo a evolução.

Ricardo Hidemi Baba
LICENCIADO EM FILOSOFIA WWW.ricardobaba.com.br
REVISÃO: ROBERTO DE LACERDA

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ALIENAÇÃO

NÃO HÁ NADA MAIS ALIENANTE QUE O LINK, ‘CURTIR’.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

BÔNUS QUE CORROMPE

Ao ler diversos artigos em jornais, internet e outros meios de comunicação, percebo que “a solução dos problemas” da sociedade se pauta numa boa educação. Não discordo, porém, a forma como está estruturada a educação não permite que os problemas sejam solucionados.
Agora, a questão que nos persegue é, por que profissionais qualificados, com nível superior não conseguem resolver essa problemática?
A resposta é simples, BÔNUS DE QUALIFICAÇÃO baseados em alunos NÃO REPROVADOS!
É verdade, Podem questionar! Como isso é possível? A resposta é razoavelmente, simples:
A secretaria de estado da educação elaborou um mecanismo de bônus para a escola que atingisse um índice, ou seja, um percentual, que segundo os critérios da SEE (sistema educacional estadual), cumprissem com os mínimos exigidos para esse “prêmio”. A situação é que esse prêmio é calculado de acordo com o percentual de alunos aprovados de um ano para outro. Isso é tido como “progressão continuada” onde, o aluno (a) que não atingir o mínimo numa avaliação, deverá fazer um trabalho ou recuperação paralela. O problema disso tudo é que essa recuperação acontece no mesmo período de aula que o aluno (a) deveria estar em sala, e muitas vezes, como no ensino médio, o professor fica cumprindo horário, sem que o estudante seja cobrado de participar dessa recuperação.
Bem, o que isso significa em termos práticos para a educação e a sociedade?
Significa o seguinte: há uma pressão das gestões escolares para que os professores passem os alunos, atribuam notas fantasmas, acrescentem ou retirem presenças para que o bônus seja atingido. Pois o mesmo está pautado nesses atributos. Isso gera uma pressão no grupo docente, aqueles que estão vinculados a essa lógica versus os que são contrários, soma-se a isso, o abuso de poder da gestão que tira a autonomia dos professores, e ameaça os que estão em estágio probatório.
Esse crime é claramente constatado quando vemos nos noticiários empresas reclamando que gastam muito para formação de seus profissionais, porque os mesmo não conseguem ler, escrever e compreender algo, e/ou quando os alunos formados no ensino médio das escolas públicas entram em alguma universidade e não acompanham o ensino superior, entre outros. Essa problemática gera um país de estúpidos manipulados pelo poder de quem detém o dinheiro, manutenção do estado de corrupção e a não participação democrática. Isso é sustentado por professores, gestores e supervisores de ensino, secretarias públicas, políticos, entre outros que mantém as relações de poder. O resultado dessa hipocrisia é a manutenção deliberada, por dinheiro, do grupo de gestores, desde as secretarias, diretorias de ensino e até a inspeção escolar, da morte ao processo emancipador de quem conhece se posiciona melhor no mundo.
O mais agravante é a luta interna entre os professores. Aqueles que têm uma concepção diferente são perseguidos, hostilizados e ofendidos por acreditar num processo que pode mudar o país. São levados a crer, e não sem razão, de que ensinar não vale à pena. E na atual situação não vale mesmo! Alunos sem compromisso, porque sabem que vão passar de ano sem esforço, professores que não agem e não cooperam com as ações escolares e com os gestores que são prostitutas de bônus que a secretaria da educação dá.
E o sindicato sabe disso? Sabe! E não faz nada pra mudar! Aliás, fica no discurso ideológico, promíscuo e inoperante. Sendo que na realidade fica fazendo acordos obscuros a portas fechadas.
Solução pra essa situação:
Enfrentar, denunciar e não ter medo de reagir. Afinal já se perguntaram por que a ala psiquiátrica do servidor público está lotada de professores?
A situação é tão ridícula que é melhor rir! Afinal, quem ri de tudo é desesperado mesmo!
Já que são pobres, vá fazer um curso técnico, engenharia ou outro curso superior é pra rico!
Nessa lógica neoliberal de educação tendemos a pensar que a educação não é para todos, regredindo a um padrão visto no começo do século 19. Triste, lamentável e repulsivo, mas, pelo o que estou vendo e compreendendo, é assim que tem que ser, e é assim que está. E não mudaremos se não tivermos coragem de denunciar e lutar contra esse crime. A legislação pode e deve ser alterada. Não adianta plano de carreira se o processo educativo (deseducação) é ridiculamente mantido. A reprodução social da não educação permanece enquanto os teóricos se preocupam com currículo, não que este não seja importante, pelo contrário, mas do que adianta um currículo se nossos alunos (as) são criminosamente jogados de um ano a outro sem ler ou sabendo ler mecanicamente, mas ser compreender?
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, 6/12/2011, B2. Em Opinião. José Pastore afirma que há “14 milhões de brasileiros com idade superior a 15 anos que não sabem ler (dados do senso 2010). E, ainda por cima, o analfabetismo funcional atinge 40 milhões de pessoas”.
Qual é lógica educacional brasileira? A meu ver é reacionária e para inglês ver (piegas, mas uma triste realidade).
Agora me pergunto, se essa política não funciona nas escolas secundárias, como ficará em universidades estaduais que adotaram o método de bônus?
O bônus é a alavanca que corrompe os professores, tornando-os figurantes das salas de aulas das séries básicas, figuras manipuláveis, vendidos (as) à corrupção cognitiva.
O governo, mantenedor dessa ideologia, se vê no direito de corromper também a docência das Universidades, estipulando bônus para torná-los marionetes do ensino superior, análogos aos do ensino médio.
Fica a questão, quando nossos alunos de escolas públicas atingirão o padrão exigido pelas atuais universidades públicas? Quando essas se tornarem medíocres semelhantes o ensino básico, e qual é o caminho? Bonificar a mediocridade no ensino superior.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, 05/12/2011 A20: A bonificação chegou também às Universidades públicas paulista. Na UNESP, a premiação é R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para a unidade mais produtiva. Pergunto, quais serão as bases dessa produção? Será a aprovação de todos independente do aprendizado, como é feito nos ciclos básicos?
Na UNICAMP, a partir de 2012, será premiado o professor que mais se destacar de cada faculdade, o prêmio será de R$ 8.211,02.
Está instituída a base da corrupção nas universidades paulistas. Como estarão estas daqui a dez anos? Creio eu, prontas para receber os alunos que nada sabem que saem das escolas púbicas brasileiras.
O poder político atual vai corromper tudo e todos e dará aos trabalhadores a ilusão de estudarem em uma Universidade pública, e os ricos dominadores vão fazer das Universidades particulares o seu reduto, afinal de contas já são deles mesmos; e mais uma vez vão fazer a inversão de valores para enganar os que mais precisam.
Segundo Karl Marx e Engels, ideologias (argumentações ideológicas), são mentiras elaboradas para encobrir, mascarar a realidade. Filosoficamente tudo é previsível.
Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “não temos partidos políticos, temos gangues” (O Estado de São Paulo, 01/12/2011, A3)




Texto escrito por:
Priscila Marques Ribas
Professora de Biologia da EE Pio Telles Peixoto