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domingo, 26 de janeiro de 2014

O SER É. O NÃO-SER NÃO É.


     Há um pensamento, uma máxima filosófica, que, a meu ver, é fundamental para estabelecer e propagar tanto o *Bem, quanto o *mal: “a ciência que nos torna capazes de fazer o mal com conhecimento de causa é a ciência do bem, e que esta ciência, se realmente adquirida e possuída, nos impede precisamente de querer fazer o mal”. (GOLDSCHMIDT, Victor. Os Diálogos de Platão. Estrutura e Método Dialético. P. 104. Ed. Loyola. 1993)
    A verdadeira fé que salva e a argumentação filosófica válida dependem do conhecimento; para ter ciência, ou, estar consciente de algo é necessário muito estudo e reflexão. Quando não há consciência, a fé é cega e a argumentação “filosófica” não vai além da opinião, do senso comum. Assim sendo, a fé que salva e a razão que argumenta dependem do saber. Logo, fé e argumentação, são duas epistemologias baseadas nas literaturas mais antigas da humanidade. Ambas, sustentam a autêntica, a falsa e a aparente honestidade das pessoas, todos nós optamos por uma ou duas delas quando defendemos nosso ponto de vista. Assim sendo, a fé a argumentação estão inseridas na teoria do conhecimento. Segundo a máxima filosófica citada acima, as intenções de cada um para com o conhecimento adquirido é o que determina o que se faz dele, podendo ser exímios malfeitores ou benfeitores em nome do *Bem. Logo, a ciência do *Bem, em alguns casos, poder ser é o fundamento do Bem e do Mal, o diferencial são as intenções do indivíduo que se diz em posse do *Bem. Então, independentemente da epistemologia, se religiosa ou não, corre-se o risco de ser propagador do *Mal em nome do *Bem.
Fundamento da Fé Cristã:
     A epistemologia da fé cristã está fundamentada na bíblia. Então, se existe uma epistemologia, existe uma ciência, e, se existe uma ciência têm que haver quem ensine e alguém que aprenda, assim, há consciência de, e, se há consciência, a fé não pode ser cega, embora, existam cegos inconscientes que diz ser cristão. A ciência bíblica não é a ciência da religião segundo a visão da sociologia e da teologia da libertação. A bíblia trata da ciência da salvação, estas, são superiores as argumentações filosóficas, sociológicas e teológicas; seu fundamento não é lógico, e sim ontológico, isto é, está alicerçado no Ser que É. O Deus Criador e mantenedor do universo. Ciente disso, a verdadeira fé que salva não é, e não pode ser cega.
Argumentação:
   Toda argumentação filosófica e as ciências primeiras nasceram da razão que queria anular a fé. Como a epistemologia religiosa está fundamentada em um bloco de livros que compõe a bíblia, livro escrito por aproximadamente quarenta autores de diferentes culturas e posição social, num período de mil e seiscentos anos, sob a inspiração do Espírito Santo, que, tem por finalidade, por meio da fé, levar a humanidade de volta a relacionar-se com Deus, o Criador do universo; a argumentação filosófica também está alicerçada em muitos livros e milhares de autores que tratam desse conhecimento antropocêntrico que nega a fé, a salvação e a impossibilidade de relacionar-se com o tal Criador bíblico. No lugar da fé optou-se pela dúvida, com a dúvida, fez-se necessário ás hipóteses, somou-se a elas o método, e de ambos, as conclusões. Da consciência desses passos o cientista não é ignorante, mas, os que se beneficiam da ciência, podem sim, ser ignorante do processo científico. Então, assim como há religiosos ignorantes, cegos religiosos, que agem com “fé cega”, há também ateus ou não religiosos ignorantes, cegos cientificamente e filosoficamente falando. Geralmente as pessoas que se atacam verbalmente ou por escrito criticando a atitude do outro com relação às crenças ou descrenças, independentemente de sua posição social, tal pessoa, religiosa ou não, não sabe o que diz, é um tolo que faz de suas opiniões o fundamento de sua crença.
O Bem e o Mal Bíblico:
     Segundo a bíblia, Deus é aquele que É; o Ser em Si, Eterno, Imortal, não gerado, Criador e mantenedor do universo. O mal é apenas um acidente temporal, logo, um ser que não é e jamais poderá ser, porém, por enquanto, atua no planeta Terra buscando todos os meios possíveis para deteriorar o que Deus criara, e seu alvo principal é: destruir a imagem do próprio Deus posta no ser humano. Esta é a verdadeira ontologia bíblica. O Ser que É, é Deus. O ser que não é e não pode ser, é Satanás. Satanás, como mostra a bíblia, é o pai da argumentação falaciosa; incorporado em uma serpente disse a Eva:
É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio d jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia que comerdes desse fruto, vossos olhos se abriram, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueiras, e fizeram para si aventais. (Gênesis, 3: 1-7)
Esse argumento falacioso, fazendo uso das próprias palavras de Deus, conseguiu fazer o mal que pretendera, levando Eva a desejar, como desejara Satanás, ser igual a Deus, era a criatura querendo ser como o criador. Assim, a argumentação conseguiu “vencer” a fé, causando todo tipo miséria, coroando-a com introdução da morte no planeta Terra.
     Com o pecado e a morte reinando temporariamente, o plano de salvação foi posto em ação: Deus pagaria o preço do pecado morrendo no lugar do pecador que desejasse voltar ao Éden que seria restaurado segundo a promessa de Deus àqueles que, pela fé em Sua palavra dita e escrita O aceitassem. A finalidade da bíblia é expor-nos esse plano, é uma “simples história”, onde, qualquer um, que, pela fé a aceitar e praticar será salvo. Apesar de Satanás continuar atuando para anular este plano e dos altos e baixos no comportamento daqueles que seguiam a vontade de Deus (Israel), Seus filhos mostrava aos seus contemporâneos que a palavra de Deus é justa e boa, e, àqueles que a aderiam venciam e conquistavam dia a dia mais adeptos ao plano divino. Neste contexto de conquistas e admiração devotada ao povo de Deus, Satanás pôs em ação seu vitorioso plano de argumentar em nome de Deus que aplicara à Eva, aplicando-o a todo mundo, ofuscando assim, as conquistas e influências que o povo causava aos reis e súditos do mundo. E essa argumentação teria que ser ontológica, isto é, tudo o que há teria vindo à existência, viera de outro modo e não como ensinava a bíblia dos hebreus. O criacionismo tanto temido pela educação pública e algumas escolas privadas, tem sua origem nos escritos bíblicos.
Ontologia Filosófica:
    O pai da argumentação antibíblica, Satanás, sabe que irá ser exterminado para sempre, logo, seu principal objetivo é levar com ele o maior número possível de pessoas à morte eterna. Por esse motivo, ele e sua hoste angelical não descansam bolando meios para continuar enganando a todos com eficiência. E ele insiste no argumento de que a morte não existe, portanto, para isso inspirou grandes mentes para ser seu agente na arte de argumentar; essas mentes estão, na sua maioria, ligados à filosofia que tem, como disciplina principal, a teoria do conhecimento; ficou assim a ontologia filosófica: O ser em si é o *Bem, a essência. A esse, não se tem acesso. O Bem criou as formas eternas, isto é, para tudo o que existe no mundo, há um modelo que não se corrompe, esse modelo está no mundo das ideias de Platão; o que se corrompe (morre) são as imagens desses modelos, (as coisas, ou mundo sensível) logo, às imagens temos acesso. Para que essa argumentação fosse válida, dividiu-se o indivíduo (o indivisível) em corpo mortal e alma imortal, morrendo o corpo, alma imortal, tem acesso ao mundo das formas perfeitas e eternas, ou mundo inteligível, lá, ela contempla por mil anos todo o que existe e ao se reencarnar passa a ensinar o novo indivíduo pela reminiscência (lembrança). Então, não é difícil percebermos que as palavras ditas à Eva no jardim do Éden continuam ecoando por todos os séculos, “Certamente não morrerás, mas serás como Deus, conhecendo o bem e o mal”.
Mas elas mesmas, as formas, não são devedoras de sua existência a outras formas. Que elas não sejam, contudo, causas de si mesmas, que o Bem-Gerador esteja acima delas como elas mesmas estão acima dos sensíveis, Platão não o diz. O Fédon não vai até o Bem. Ele se eleva para a essência o suficiente para poder demonstrar a imortalidade da alma. (Ibid, p. 191) A semelhança entre as formas e a alma não é nem contingente (Símias) nem imperfeita (Cebes), mas necessária e suficiente para conduzir à imortalidade da alma.(Ibib, P. 207) “O Bem e o Necessário”, eis o que liga e suporta tudo o que é, é o Atlas poderoso e imortal que obscuramente os físicos procuram. As noções de potência e de necessidade, ligadas ao princípio do melhor, são agora retomadas na exigência da hipótese “mais sólida”, da posição mais segura, mais “infalível”. _ O que constituía a fragilidade das explicações físicas é que elas eram uma presa fácil para a contradição. A nova certeza que Sócrates persegue deverá ser proveniente, precisamente, da força da “hipótese”, de uma hipótese “simples”, sem arte e, talvez, ingênua, mas infalível a ponto de jamais ser contradita por uma hipótese oposta. Assim, a exigência da força e da infalibilidade da hipótese é a mesma que a exigência oposta a Anaxágoras: o princípio do melhor. 2) “No tocante à causa e a todos os outros assunto”, diz Sócrates. A exigência essencial excede, portanto, o problema preciso que tinha Sido assinalado. Mais exatamente: o problema da causalidade física transforma-se no problema da causalidade geral. Ora, é próprio das formas ser causa. Como no Parmênides, estamos aqui diante do problema por excelência: quem se propõe o estudo do ser ou da causa, sempre deverá passar dos sensíveis, às formas, em seguida ao Bem, Ser verdadeiro e causa última. Em sua frase, Sócrates marca a ampliação do problema primitivo (a causalidade física). Mas, tendo chagado à causa última, não haverá mais “outros assuntos”. (Ibid, p. 188)
             Todas as teorias da evolução e origens do universo que rejeita o criacionismo bíblico têm sua origem nas argumentações científico-filosóficas.
     Expus ao leitor as duas ontologias, a bíblica que expõe claramente a origem de todas as coisas e a filosófica que argumenta contrário da epistemologia bíblica. A primeira, apesar de ser clara e condizente com a realidade existente, faz-se necessário exercer a fé para que seus ensinamentos influenciem no meu viver presente e me prepare para participar das promessas do futuro. A filosófica não passa de uma pseudo- ontologia, uma argumentação válida, porém, não verdadeira, isto é, não passa de hipóteses científico-filosóficas.
     Um dos principais Bens filosófico é a política. Essa, se bem administrada, faria do bem público um bem a todos. Mas, o que fazem os políticos que se apossam desse Bem? No caso brasileiro, todos os políticos usam o Bem Estado, em benefício próprio em detrimento de toda a população trabalhadora. É como o ladrão que faz um curso de chaveiro para poder roubar com classe “perfeição”. Maquiavel, em O Príncipe, demonstra ser o pai de toda política corrupta que há no mundo, é um clássico que ensina como se apossar do bem público para fazer o mal com perfeição. Por que isso se dá? Porque ignoram a verdadeira ontologia bíblica, a única que, se apossada verdadeiramente, pode livrar o indivíduo de fazer o mal ao outro.
     Do mesmo modo, aqueles que dizem crer nos escritos bíblicos, podem cair no mesmo erro político: apossar-se da ontologia verdadeira para enganar o outro em nome de Deus, mas, se pela verdadeira fé buscamos ser fiel aos ensinos bíblicos, jamais seremos instrumentos do Diabo para enganar o outro, alegando que alguns dos escritos bíblicos, principalmente o santo decálogo, não são mais aplicáveis à atual sociedade; estes se enganam e engana.
     A fé cega dá-se, quando, multidões desfilam elevando uma imagem como digna de adoração, ou, quando o indivíduo no seu aposento, curva-se diante de imagens de esculturas, isso sim, é pior que fé cega; é uma irracionalidade, curvar-se diante de um objeto que o próprio homem faz. Mas tudo isso acontece porque a união do Estado com as religiões idealizam meios para manter o povo na ignorância, e o melhor meio é não dar educação de qualidade à população trabalhadora, assim, o Estado mantém a escravidão e a igreja a exploração da fé conduzindo todos à perdição em nome de uma falsa religiosidade, e tudo isso é feito em nome de Deus. Não nos espantemos com o crescimento da criminalidade e toda sorte de mal, porque o comportamento da humanidade irá de mal para pior. Hoje com tanta informação, apesar de não ter boa educação ninguém mais está disposto a ser proletário, escravo de uma minoria dominante escravocrata. Todos os seguimentos sociais convergem para o caos e niilismo total. As profecias bíblicas nunca falharam e jamais falhará Deus, muito em breve intervirá nos negócios da humanidade para pôr fim a toda injustiça e salvar quem Lhe deu crédito!

Filósofo Isaías Correia Ribas



domingo, 19 de janeiro de 2014

CIÊNCIA E RELIGIÃO


     A filosofia como epistemologia (teoria do conhecimento), sempre se preocupou em compreender todo o cosmo e sua influência na vida terrestre. Assim sendo, a visão do todo e suas partes são fundamentais para deduzir o que é ciência, separando-a da ciência das ciências (*O Bem e O Mal); fundamentos de toda argumentação mística, mítica, teológica e filosófica das religiões. Da *ciência das ciências, a partir dos escritos bíblicos e dos da profetisa Ellen G. White (1827-1915), luz menor para iluminar as trevas que o racionalismo filosófico político medieval envolvera os escritos bíblicos, tratam do plano de salvação elaborado por Deus quando lançara os fundamentos para organizar a vida no planeta Terra; aos que rejeitam este plano de salvação, consequentemente sofrerá os danos da perdição eterna. Para os místicos filosóficos que não creem em salvação e perdição, há a hipótese filosófica platônica, popularmente conhecida como mundo das ideias, onde, a alma, após a morte, migra eternamente de um corpo para outro perpetuando a bondade e a maldade em plena ação no planeta Terra. A mitologia grega criou deuses e deusas antropomorfos com biotipos atléticos, dignos de admiração e culto, principalmente pelos racionalistas letrados. Antes da mitologia, o politeísmo, deuses criados pelos homens na forma de imagens de escultura que representavam astros celestes, animais e vegetais terrestres já fora inventado pelos homens que não aceitara o Deus bíblico como criador do universo. A mitologia grega é um simples avanço nessa arte de negar o monoteísmo bíblico por aqueles que não querem pacto nenhum com um Deus que está envolto em “silêncio”, longe do alcance da visão, do tato, e, que espera ser aceito pela fé segundo as orientações bíblicas. Assim, é possível deduzir que há espaço para o ateísmo mítico-místico-filosófico, que engloba todas as pessoas de aparente fé. Porém, fiquemos atentos, pois, apesar das muitas formas de se crer, há apenas dois caminhos a seguir que nos garante a salvação ou a perdição segundo a religiosidade bíblica.  
Ciência e o Fazer:
     A ciência funda-se num recorte que se faz no todo, por esse motivo, os cientistas são especialistas que sabem “muito do pouco”, mas é graças a esse saber especializado que a evolução tecnológica se dá, desenvolvendo técnicas que nos proporciona viver com mais saúde e outros tantos incontáveis benefícios para a vida de todo ecossistema. Cada recorte feito no todo tem que ter um objeto de estudo, sem o objeto específico não há ciência e se não a temos não há trabalho, e sem trabalho, o que fazer para ganharmos o pão de cada dia onde a terra pertence aos poucos latifundiários? A ciência é a responsável pelo avanço da criação de ofertas de empregos que exigem apenas mão de obra, alienando esses trabalhadores da possibilidade de ter conhecimento formal que os habilite à visão do todo, fazendo esses escravos assalariados pensarem que trabalhar para ter algo é tudo o que se precisa para ser feliz neste mundo, que o fazer é tudo. É óbvio que, sem os pensadores cientistas não haveria evolução técnica e mão de obra avançada, garantindo assim, principalmente, alta produção de alimentos para todas as pessoas do planeta, se muitos morrem de fome é por causa da ganância de uns poucos e não pela falta de produtos alimentícios. O problema que a evolução científica causa àqueles que só pensam no fazer é a alienação do trabalhador da existência de uma ciência superior: *ciência das ciências. Mantendo todos trabalhando para apenas comer e ter coisas, onde está  a real possibilidade de transpor a ignorância da visão limitada que a ciência do trabalho envolve a maioria das pessoas. Por isso, educação de qualidade pública é a saída para um mundo melhor, com cidadãos capazes, de, por si só, ser útil à família, à comunidade, ao estado, país e o mundo. A ciência limita-nos ao mundo do fazer e ter, enquanto que a ciência das ciências eleva-nos ao universo do ser e do saber.
Ciência das Ciências:
     Ciência das ciências, seu grande problema é ontológico (o ser). Os grandes problemas filosóficos de todos os tempos é encontrar um objeto ontológico passível de análise; todas as tentativas, dos Pré-socráticos à contemporaneidade, são discutíveis, de “fácil refutação”. Isso se dá pelo fato de se confundir fenômeno do objeto com o objeto. Exemplos Pré-Socráticos, Pitágoras de Samos (580/78-497/6 a. C.) e sua escola: o homem é uma criatura; o *Ser em Si, segundo a bíblia o criou. Porém, dessa criatura emana muitos fenômenos: a capacidade de pensar, falar, raciocinar, comer para se alimentar, a própria digestão dos alimentos transformando-os em energia para a manutenção do organismo, a composição do próprio organismo em órgãos controlados pela vontade da criatura e outros autônomos, enfim, há centenas de milhares de fenômenos em uma única criatura. A esses fenômenos temos acesso, mas o fenômeno não é a coisa e muito menos o Ser em Si. Pitágoras se eternizou por causa de seus teoremas, fazendo uso da inteligência, fenômeno humano, conseguiu desenvolver teoremas capazes de medir a altura de uma árvore sem utilizar instrumentos de medidas, relacionando a sombra projetada com a exatidão da altura do objeto a medir, a largura de um rio, e outros tantos a partir das medidas de um triângulo, enfim, Pitágoras, fazendo uso do fenômeno manifestado em sua mente (cérebro), espantado com a exatidão das fórmulas, deduziu-se que, o Ser em Si originador do universo é uma correta combinação de números, “O número é a essência própria das coisas”. Combinados em fórmulas corretamente ordenadas em teoremas e tantas outras fórmulas possíveis, tudo surgiu e se mantém ordenadamente numa lógica matemática infalível. Pitágoras chegou a essa conclusão porque confundiu o fazer com o ser, a ciência com a ontologia.
     Heráclito (540-470 a. C.) também fez essa confusão: Não é possível entrar no mesmo rio mais que uma vez. Por que ele disse isso? Porque na medida em vamos entrando no rio as moléculas de água se passam e nunca mais volta a passar naquele mesmo lugar que coincida com a próxima vez que vou me banhar no mesmo rio, isso, sem dizer que, na medida em que vou pisando a areia vai se deslocando e sendo carregada pela força da corrente. Outra de suas teorias é com relação ao fogo que tudo se transforma à sua ação. Deduziu também que ações da vida passa por esse movimento, o que sou neste exato momento já não sou mais no momento seguinte porque toda a ação do meu corpo já é outra e que não coincide mais com o momento anterior. Daí, sua dedução: o ser é e não é concomitantemente, a existência está fundamentada nesse movimento antagônico/contraditório.
     Parmênides, desconfiado dessas deduções de seus contemporâneos, pôs fim afirmando que: o *Ser é, o *não-Ser não é e não pode ser. Definindo de uma vez por todas o que é ontologia (estudo do ser). Dessa dedução só restou à própria filosofia admitir a ciência das ciências como expressa nos ensinos bíblicos, o Bem sendo Deus, e o Mal, Satanás. Por isso a ciência das ciências não consegue encontrar um objeto para análise, e essa é a causa desses seres superiores serem qualificados pelos racionalistas como efêmeros, desobrigando-os de agir pela fé no que diz os escritos bíblicos.
Ciência e Religião na Atualidade:
     O mesmo erro que cometeu a filosofia comete os religiosos atuais: confundir o fazer ciência com o ser ontológico. Fazer dos fenômenos da religião um objeto de análise científico religioso criando hipóteses e métodos hermenêuticos que possa justificar o ser religioso sem se desligar dos costumes dos descrentes. Ir à igreja e participar de seus ritos está na área do fazer religioso, algo possível ao crente como ao descrente. Agora, submeter-se pela fé para fazer a vontade de Deus é o início do ser rumo à igualdade do criador, isto é, reconhecer que a bíblia é a cartilha que nos conduz à vida eterna e a fonte da felicidade enquanto esperamos que o plano divino para a felicidade eterna se desenvolva e concretize. As igrejas exigem de seus membros o fazer e não o ser segundo a vontade de Deus revelada nas escrituras, isso se dá porque o objetivo primeiro da igreja é a exploração financeira dos fiéis. O fazer religioso, aparentes cristãos, restringe-se às horas de comunhão nos dias de culto; quando tiro minha mascara mundana para pôr a cristã, assim, meu modo de ser cristão é uma contradição. Para cultuar não poso ir trajada de vestes masculinas, com pinturas e joias, mas, ao sair da igreja e em alguns outros programas religiosos posso parecer com os descrentes, repito, o seu modo de agir como cristão está fundamentada na contradição. O religioso pode fazer uso moderadamente de bebidas alcoólicas e outros alimentos proibidos pela bíblia. Segundo os ensinos bíblicos, não. Esse argumento também é contraditório. Pular, gritar, dançar, bater palmas ao som de ritmos populares para prestar louvores a Deus, o que achas? Deus se agrada dessas manifestações místicas e/ou populares como um culto de adoração? É essa a alegria cristã ensinada na bíblia?
E se me fizeres um altar de pedras, não o construirás de pedras lavradas; pois, se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Também não subiras ao meu altar por degraus, para que não seja ali exposta a tua nudez. Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação para o Senhor teu Deus. (Êxodo 20: 25 e 26; Deuteronômio 22: 5)
     Religião ontológica se expressa no ser igual a Deus: “Sede Santo porque Eu sou santo”. Então, pergunto: Se a ciência das ciências não tem um objeto de análise, como posso ter uma experiência com Deus? Deus é santo, justo, paciente, bom, amor (...). Então, se consigo definir e entender esses conceitos e apregoá-los para todo o mundo preenchendo essas exigências posso dizer que sou um autêntico cristão? Não. Ser cristão é ser santo, justo, paciente, bondoso, amoroso como é Deus e como foi Cristo quando por aqui passou. Logo, o cristão é o próprio objeto de análise do cristianismo pelos descrentes.
Devemos não somente publicar a teoria da verdade, mas também apresentar no caráter e vida uma ilustração prática da mesma. Nossos estabelecimentos de publicações devem estar perante o mundo como uma concretização dos princípios cristãos. Se nessas instituições se cumpre o propósito de Deus para com elas, o próprio Cristo Se encontra à testa dos obreiros. Santos anjos superintendem o trabalho em todas as seções. E tudo quanto é feito em qualquer ramo, deve levar o selo da aprovação do céu, para apresentar a excelência do caráter de Deus. [...] Ao escolher Deus homens e mulheres para seu serviço, Deus não indaga se possuem saber, eloquência ou riquezas mundanas. Pergunta: “Andam eles com tanta humildade, que Eu lhes possa ensinar os meus caminhos? Posso pôr-lhes nos lábios as Minhas palavras? Representar-Me-ão eles?
     Deus pode servir-Se de cada pessoa na proporção exata que Lhe é possível pôr o Seu Espírito no templo da alma. A obra que aceita, é aquela que Lhe reflete a imagem. Seus seguidores devem apresentar, como credenciais perante o mundo, os indeléveis característicos de Seus princípios imortais. (WHITE, G. Ellen. Testemunhos Seletos. Vol. III. P. 143-146. Ed. Casa Publicadora Brasileira, Santo André – São Paulo, 1985)
     Cristo nasceu como homem para apresentar-nos a caráter do pai, Sua vida é o exemplo a seguir por aqueles que almejam a vida eterna por meio da salvação apresentada na bíblia. Cristo: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim”. Paulo teve a ousadia de dizer: “sedes meus imitadores como sou de Cristo”. E eu e você, que fazemos para representar nosso Salvador ao mundo sem compactuar com os costumes mundanos? Sendo imitadores de Cristo e não operários do fazer-se parecer cristãos.

Filósofo Isaías correia Ribas


sábado, 4 de janeiro de 2014

PLATÃO, MAIOR REFERÊNCIA FILOSÓFICA DE TODOS OS TEMPOS


     Os grandes filósofos naturalistas ou Pré-socráticos (VII-V a. C.) como: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Pitágoras de Samos, Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia, entre outros, tinham como objetivo criticar e provar a seus contemporâneos que o Deus criador que os Judeus acreditavam não existia como afirmavam, não passando de mais um mito entre tantos. Por dois séculos se incumbiram dessa missão, porém, não conseguiram ir além de suas hipóteses. Deduziram que fazemos parte do cosmo, e, que o planeta Terra, embora inserido nesse movimento cósmico, originador e mantenedor de si e de tudo o que há, mantém também o movimento finito dos organismos vivos do globo terrestre.  
     Descrente dessa conclusão naturalista, os filósofos humanistas priorizaram a volta à ontologia de Parmênides, fazendo do logos, *(palavra) o meio para estabelecer a verdade do *Ser fundamentada na inteligência, no raciocínio. O discurso abstrato *(dialética) fora a ferramenta utilizada para estabelecer o ser ideal, revalorizar a mitologia, o misticismo e a possibilidade de um criador segundo o judaísmo. É o início da argumentação filosófica, para estabelecer uma verdade fundamentada na validade do discurso, no logos, ou simplesmente na palavra bem articulada, estabelecendo o “Ser idealizado” como realidade além da natureza e o *não-Ser como negação do ser.    Platão era espiritualista segundo o espiritualismo pitagórico. Antes da filosofia, o Deus dos judeus sempre tivera como opositores os adoradores das imagens de esculturas (politeístas) e aqueles que reverenciavam os deuses míticos como divindades dignas de culto e de oferendas. A filosofia platônica se especializara em harmonizar os credos antagônicos, assim, pôs todos sob uma só bandeira espiritual, fundando, um novo conhecimento, o antropocêntrico, criando uma nova epistemologia que seria capaz de destruir os antagônicos por uma renovada epistemologia filosófica que agradasse a todos: cientistas, filósofos, mitológicos e místicos em geral. Assim, Platão tornou-se filósofo universal: racional-místico-mítico, crente num criador *demiurgo (aquele que é capaz de criar a partir da matéria existente e não do nada como o Deus dos judeus).
     Platão, por meio dos diálogos, estabeleceu bases “seguras” à sua filosofia ideal. A realidade para Platão é o que está na mente, no que se pensa, e não no que se capta pelos sentidos. Estes, só nos enganam, são ilusões. A interrogação que faço é: O que é que pode estar em nossa mente que não seja captado pelos sentidos? Nada. Logo, Platão enganou e continua enganando a todos. Ninguém questionou Platão em seus dias porque os fundamentos de sua filosofia não foram tão simples como acabo de apresentar, ele foi mais astuto, percorreu caminhos epistemológicos que se aproximava dos pitagóricos e do senso comum. Apresentou aquilo que a maioria queria ouvir como verdade pragmática, que resolvia seus problemas em vida e pós-morte, algo bem próximo de todas as religiões místicas, mítico-politeístas, monoteísta e que fosse algo racional como exigia a ciência Pré-Socrática.  
Os diálogos de Platão: quer formar de preferência a informar. Todo discurso deve ser constituído como um ser vivo: ter um corpo próprio, de modo a não ser nem sem  cabeça nem sem pés, mas a ter um meio e extremidades que sejam escritos de maneira a serem convenientes entre si e o todo. (GOLDSCHIDT, Victor. Os Diálogos de Platão – Estrutura e Método Dialético. P. 1 e 2, Ed. Loyola. São Paulo, 2010)

Para cada ser há três elementos que nos permitem adquirir a ciência deles; o quarto é a própria ciência, vindo a ser o quinto a coisa conhecida e verdadeiramente real. O primeiro é o nome; o segundo, a definição; o terceiro, a imagem; e o quarto a ciência. Para melhor compreensão do que acabo de expor, tomai um exemplo e depois aplicai-o aos demais casos. Há o que se chama círculo, cujo nome é precisamente o que acabo de pronunciar. Vem a seguir a definição, composta de substantivo e verbo: o que tem sempre a mesma distância entre as extremidades e o centro; tal é a definição do que denominamos redondo, circunferência, círculo. Em terceiro lugar, vem a forma que se desenha e apaga, ou que se fabrica no torno e pode ser destruída, enquanto o círculo em si mesmo, a que tudo isso se refere, nada sofre por ser de todo em tudo diferente. O quarto é a ciência, a inteligência, a opinião verdadeira relativa a esses mesmos objetos. É preciso arranjá-los todos em um só grupo, pois eles não residem nem nos sons proferidos nem nas figuras materiais, porém, nas almas do que se torna manifesto que é de natureza diferente da do círculo em si mesmo e dos três modos indicados. De todos esses elementos, o que mais se aproxima do quinto é a inteligência, por afinidade e semelhança; os demais estão muitos afastados. (Ibid. p. 3 e 4)

     Este é o principal argumento que Platão estabeleceu para estruturar sua filosofia do mundo das ideias e a ciência. *Essência; definição escolástica: “o que faz da coisa ser o que ela é”. Para Platão, essência é a coisa em si, a forma perfeita de tudo o que existe, porém, através da razão, não se têm acesso à coisa em si, pois esta está no mundo das formas perfeitas, no *hiperurânio (mundo das ideias), onde, a alma, após a morte do corpo tem acesso para contemplar todas as formas perfeitas, a coisa em si. Por isso a alma está mais próxima da inteligência, após sua reencarnação em outro corpo é capaz de “instruir” por meio da *remeniscência (lembrança). Aqui cabe mais um questionamento ao platonismo: Se é verdade que a alma existe à parte do corpo como um ser imortal, tem acesso à coisa em si em outra dimensão e se reencarna para instruir o novo indivíduo sobre o que há e somos, por que Platão precisou fundar sua Academia e ainda hoje precisamos de escolas?
     Com a palavra nomeamos, definimos e criamos imagens dos objetos; por meio da inteligência que está próxima à alma deduzimos opiniões verdadeiras, porém, imperfeitas; assim são porque têm em comum o fato de serem exteriores ao objeto, como tal, são apenas imagens diferentes da forma perfeita, da coisa em si.
     “Interrogar e responder é próprio tanto da *erística (arte de disputa que não visa a verdade) como da dialética” (arte de argumentar); por meio de ambas só podemos refutar aquilo que é externo ao objeto, e, parece que a essência, ou a coisa em si, escapa tanto a uma como a outra.

Não temos muita esperança de encontrar “o que a alma busca conhecer, a essência”. Os quatro modos de conhecimento oferecem apenas reflexos mais ou menos “obscuros” e exercem influência sobre o pensamento discursivo, que, quando procura tocar a essência, cai no ridículo. (Ibid. p. 7)

      O mundo das ideias de Platão envolve razão e misticismo, por isso, ao longo da história, convivendo no mesmo ambiente entre judeus, e com o advento do cristianismo adaptou se a ele e alcançou o status de teologia, como tal, foi adaptado ao cristianismo medieval, ao espiritismo e ao protestantismo “apóstata”. Assim, Todos: filósofos, religiosos, cientistas, ateus e agnósticos, conscientes ou não, ensinam a imortalidade da alma segundo o platonismo. Todos, ainda hoje, encontram dificuldade para formular frases que anule a teoria da imortalidade da alma e a filosofia hipotética do mundo das ideias de Platão. Para mim, Platão é o príncipe das falácias filosóficas e religiosas de todos os tempos, um falsário universal. Todos os que defendem e comungam com sua filosofia são mantenedores desse engodo filosófico-político-religioso universal. Essa estrutura epistemológica platônica se mantém ainda hoje, graças às universidades e centros acadêmicos de todo o mundo que continuam engessando discípulos nessa forma absurda de pensar, dando-lhes títulos de especialistas, mestre e doutores a custa de muitos milhões de dólares aos cofres públicos, impossibilitando que os atuais pensadores construam novas epistemologias mais transparentes, sem mentiras, para que possamos resolver os atuais problemas da humanidade que essas falácias milenares têm causado. O que me aborrece é saber que os filósofos estão conscientes de que a filosofia platônica é um absurdo para os dias atuais, porém, preferem insistir no erro que propor novos caminhos; ou, será que eles acreditam que Platão está correto?   Se assim for, as universidades merecem o prêmio Nobel da alienação. Como ele próprio disse: quem quiser refutar “cai no ridículo”. Cai no ridículo porque a coisa em si e mundo das ideias são falácias, não existem, e, se não existem, como e pra que refutá-las? É passada a hora de se acabar com as mentiras filosóficas, políticas e religiosas, pois, se isso não acontecer vai ser difícil controlar a massa popular que não suporta mais fingir que são enganadas por essas arrogantes instituições.  


Filósofo Isaías Correia Ribas